quarta-feira, maio 12, 2010

A Hora do Poeira

Jorge Moreira o Enólogo Autor deste POEIRA - grande Tinto do Douro a preços mais razoáveis do que os outros "da moda " (Pintas, Vale Meão, etc..) -  começou na Real Companhia Velha, onde fez 7 vindimas. Depois adquiriu a Quinta de Provezende, no Vale do Pinhão, e começou a trabalhar no Poeira ao mesmo tempo que iniciou também uma colaboração com a família Bergqvist , na Quinta de la Rosa. 
É  talvez o mais discreto dos actuais grandes "wine makers" de Portugal. Um pessoa de saber notável, ainda novo, pois claro, mas com uma forma de entender o mundo dos vinhos que muito admiro. Vejam, sff. o que ele tem para dizer sobre o POEIRA:

O Poeira tenta ser um vinho equilibrado e elegante. Em geral os vinhos do Douro são sustentados no tanino, mas o Poeira é sustentado na acidez. Um vinho muito bebível e apetecível quando novo mas que, ao mesmo tempo, tem capacidade de evoluir. Pretendo que cada vinho seja o espelho das vinhas que lhe dão origem, mantendo o seu perfil mas acompanhando as variações que ocorrem na vinha ano após ano.

Os “poeiras” vão contando a história da minha quinta. É um vinho que não quis ficar na rudeza da sua terra e procurou na fineza o seu próprio carácter”

Ora vamos lá a ver o que temos hoje na Prova,  para justificar os perto de 27 euros que paguei pelo Poeira 2004 :
 
As castas são as tradicionais do Douro misturadas nas vinhas velhas com mais de 60 anos, e vinha nova com Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Barroca.

Com a decantação prévia, começa a mostrar  grande complexidade,  com aromas de  frutos pretos de baga e alguns frutos vermelhos.

Na boca  o vinho entra muito bem  delicado e  aprumado.  Apesar de ter uma grande estrutura e concentração, a sua excelente acidez e frescura fazem um vinho  do Douro que até parece "quase Dão", muito  elegante . O final é rico, complexo, longo e outra vez fresco.

Bebi-o no fim de semana passado, acompanhando o Borrego Assado no Forno.  Soberbo!  Só tive pena de não ter tido companhia para abrir mais duas garrafinhas..

Uma Dica: Nos anos em que não há topo de gama (nesta casa como nas outras) não deixem de comprar os segundos vinhos. Podem  ser  (e muitas vezes são) feitos com as Uvas normalmente reservadas aos "Senhores da Casa". Por exemplo, em 2006,  ano mauzinho para quase tudo, bebam "Pó de Poeira" ; "Quinta de la Rosa Colheita"; "Meandro" e por aí... Vão ver que não se arrependem e poupam dinheirinho!

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