terça-feira, dezembro 19, 2006

Um Olhar pelo "outro lado" do Natal


Fica bem fazer nesta altura do ano apelo para que os "bem de vida" se lembrem dos que não têm dinheiro para comer nem para se vestir. Com o aumento do Desemprego esta situação tem contornos sociais que , pessoalmente, me parecem muito complicados, sobretudo quando se fala do Natal e das prendas que qualquer criança espera ( e tem direito a receber) na noite do dia 24.

A "Caridadezinha" natalícia pode para alguns parecer hipocrisia, mas se aproveita mesmo a algum pobre o que é que isso importa?

O "Bom Ladrão" que rouba para si mas que não se esquece de repartir parte do espólio pelos desgraçados é sem dúvida condenado pela moral vigente, mas na minha contabilidade pessoal ( e peço desculpa se ofendo alguém com essa ideia) está acima do probo e honrado "Catão" que nunca alcançou o que não era seu, mas que também nunca ergueu a mão para ajudar quem quer que fosse.

O Mundo é feito de tonalidades de cinzento e há muito quem se revolte com as Festas de Sociedade onde se gastam milhões para se darem milhares e onde se vai sobretudo para aparecer na TV.

De novo eu pergunto "Mas se mesmo assim os tais milhares servirem para matar a fome e o frio a quem precise, de que é que nos estamos a queixar?"

Dar por gosto e não por obrigação (não falo das "Dízimas") e as mais das vezes - diria mesmo todas - anonimamente, é um dos maiores prazeres que levamos desta vida.

Nem que seja para limpar a consciência dos muitos pecados que acumulámos durante o ano.

No meu caso não me importo de confessar que a gula continuada do gastrónomo, embora disfarçada por roupagens eruditas e escrita bem ataviada, é apenas possível de se suportar caso o mesmo "animal" se lembre - de vez em quando - de auxiliar quem precisa.

Que melhor altura para o fazer do que nesta quadra?

Vamos a isso? Nem que seja pela esperança dos néctares tintos e brancos a haver futuramente sem que nos causem azias existenciais...

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