quarta-feira, novembro 02, 2005

Casa Teixeira: Bem comer a preços módicos...em Matosinhos.

Aproveitei uma visita de trabalho à Fundação de Serralves para descobrir um restaurante que me fizesse cumprir a minha promessa de trazer para aqui notícia de casas honestas e com preços mais condizentes com a Crise...

Do interior de Matosinhos se chega ao Porto de Leixões, zona ribeirinha, deixando para trás a Antiga Marisqueira e a Casa Lusíadas, templos de bem comer marisco, mas que não são agora para aqui chamados.

Ao depararmos com um Parque de estacionamento privado, ao ar livre - próximo da estação de camionagem - deixamos a viatura. Andamos 50 metros a pé deixando o parque nas nossas costas, viramos à esquerda e, ao fim de mais uns 50 metros temos a "Casa Teixeira".

Os Proprietários são oriundos de Murça e aqui fundaram esta antiga Casa de Pasto tradicional há mais de 30 anos. Toda a família foi sendo chamada pelos gerentes, uns para laborarem também no restaurante, outros com empregos arranjados "nos petróleos"como aqui se diz nesta terra que está paredes meias com a refinaria.

Não tenhamos ilusões: a Casa Teixeira é mesmo uma Casa de Pasto à antiga - guardanapos de papel, sala única onde se encontra televisão, instalações sanitárias minúsculas (se bem que limpíssimas).

O que é que aqui se come?

Nesta Segunda Feira os pratos do dia eram bacalhau cozido ou assado, Tripas à moda do Porto e Filetes de Polvo com arroz de couve e feijão.

Começámos as hostilidades com um pratinho de bom presunto (português e cortado no momento) seguido de umas pataniscas sem acompanhamento. Divinas, bem estaladiças e com bacalhau suficiente.

Continuámos com os filetes, tenríssimos em função do "ensaio de pancada" que o desgraçado do Polvo leva depois de morto e acompanhados por um belo arroz de couves galegas e de feijão encarnado, a correr pelo prato.

Acabámos com as "Tripas" - monumento gastronómico do Porto - que aqui estiveram bem representadas, com enchidos de categoria, molho apurado e dobrada muito tenra.

Bebemos um Vinho da Casa verde tinto, da Lixa, que foi servido em canecas de barro pintado de branco. Muito agradável e que serviu muito bem para cortar a sapidez dos guisados.

Com um café e aguardente caseira de Murça (sem rótulo) sabem quanto pagaram duas pessoas?

Resposta - 34 €!!!

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