quarta-feira, julho 05, 2006
Qualidade de Vida , Cabazes de Compras, etc...
Vários Leitores interpelam o Post "Cabaz de Compras, Inflacção e Qualidade de Vida":
a) Que o Índice de Preços no Consumidor é um indicador estatístico de conjuntura e , por isso mesmo, só espelha médias de consumo (Tudo bem, já cá se sabia...posso é questionar os conteúdos).
b) Que a sociologia do comportamento mede a Classe Social pelo Rendimento e pelos Bens Imóveis (Casa, Carro, etc...) e não pelo Consumo.
Aqui é que contesto baseado em 30 anos de experiência a fazer Sondagens e Estudos de Opinião!
Defendo que - para além das variáveis indicadas - são a Ocupação Profissional e o Consumo que definem melhor a Classe Social.
Os "oficiais do mesmo ofício" têm tendência para se juntarem em locais parecidos e também para terem hábitos de consumo semelhantes. Basta ir ao "Bica do Sapato" almoçar durante a semana ou jantar ao fim de semana e reparar na diferença da Clientela.
São indicadores de posição social (ou de status seekers) a frequência de determinados Restaurantes ou Discotecas, as compras em certas Boutiques , os nichos de mercado da electrónica de consumo ( Hi-Fi, Home Cinema), certas marcas de Automóveis sem dúvida, mas também, o local onde se vive e onde se compra a casa...
Define melhor a Classe Social um Andar no Chiado, nos "Terraços de Bragança" , do que uma Vivenda com piscina em terreno de 1200 m2 em Alcabideche (e está a 30 minutos de Lisboa...).
O Português que gasta 20,000€ num relógio clássico Patek Philipe para Homem - e que estará coberto pela manga da camisa na maior parte do tempo - tem uma posição social diferente daquele que investe o mesmo dinheiro a pagar uma reportagem na VIP ou na CARAS onde lhe façam uns "bonecos" da casa, do cão e da família...
Todos sabemos - leia-se Duras - como a "Gauche Caviar" era muito mais bem quista junto do High End da sociedade francesa dos anos 70 e 80 do que os "novos ricos" em busca ansiosa de estatuto social.
Mesmo aqui em Portugal o Sr. José Luis Judas (antes de cair em desgraça) era recebido pelas "tias" de Cascais enquanto que o Sr. Santo ( milionário da Construção Civil local e seu sócio) tinha muito mais dificuldades em se "integrar".
Isto é, nem só a conta bancária é sinónimo de Classe Social, embora explique a maior parte do Consumo sumptuário, mas lá está ... vendem-se talvez 10 ou 20 Rolex de ouro por cada Patek ou Vacheron que os verdadeiros conhecedores adquirem... E o preço andará "ela por ela"...
NOTA: Já agora, o relógio da imagem é um Patek Philipe Calatrava.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário