segunda-feira, julho 10, 2006
O Preço dos Vinhos na Restauração
No " Público" de hoje vem um artigo onde se faz eco de uma iniciativa de um grupo parlamentar (ou , melhor dizendo, de alguns parlamentares do PS) sobre a necessidade de - na sua opinião - os Restaurantes moderarem os factores multiplicadores que utiilizam nas cartas de Vinhos - nalguns casos 300 ou 400% face ao que pagam aos Grossistas\Produtores .
Esta iniciativa é louvável, embora eu tenha um receio visceral de tudo o que for generalizar sem ter em atenção as especificidades do Local e do Serviço...
Explico: Um Restaurante de Luxo com 11 pessoas na Cozinha e na Copa e com 10 Empregados nas mesas, um dos quais Escanção encartado, sem falar do contabilista e do (s) proprietário (s) que também trabalham e têm salário, não pode ter os mesmos Preços na Carta de Vinhos do que uma Tasca familiar...
Não nos pode espantar que, por exemplo, um Vinho de 40€ no Produtor custe no Restaurante "Porto de Santa Maria" 90 ou até 100€.
O que nos espanta é que existam algumas Tascas a vender Vinhos de qualidade a preços 3 vezes superiores ao que custam no mercado...
Vou dar um ou dois exemplos:
1 - Uma garrafa Magnum (1,5 Litros) Vinha Grande de 2000 custa na Sogrape 22 €. Uma Magnum Vinha Grande de 1997 custou na "Casa Gallega" 52 €.
Acho razoável. E porquê?
a) Já não existe à venda - no Produtor - aquele vinho, daquele ano.
b) O Restaurador, suportou o custo de o armazenar por 6 ou 7 anos, e corre até o risco do Cliente o devolver se estiver já oxidado - e sabemos como esta condição tem nuances...
2 - Uma Garrafa de Branco "Alorna" de 2004 custa nos supermercados 9 ou 10 € . Num Restaurante muito simples, quase uma tasquinha, alentejano, em Lisboa, cobraram-me pela mesma garrafa 28,5 €. Acho Caro!!
a) O Restaurante não tem pessoal nem categoria para ter aqueles preços.
b) O Vinho é do ano, sem investimento em cave....
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Um comentário:
Para mim especulação é tanto num local de luxo como numa tasca rasca.
Se o produto é o mesmo é evidente que preços de 400% são especulativos nos dois lados,embora não se venda a mesma coisa em cada local.
Nem os clientes procuram o mesmo.
Especulação de preços tem o mesmo nome ,qualquer que seja o local.
Porque não há-de ter uma tasca produtos de marca,como um local deluxo,se tiver clientes para eles?
É óbvio que não é assim,dadas as condicionantes da envolvente e a natureza dos consumidores.
Há tascas com optimas garrafeiras e optimos vinhos de qualidade,alguns sem marca....nem só nas marcas....infelizmente cada vez menos.
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