quinta-feira, julho 20, 2006

Janeiro em Julho ?


Já conhecia a famosa Casa de Restauração "Luar de Janeiro" , em Évora, a qual tem o grande mérito de ombrear com a Catedral "Fialho" no conjunto de Prémios de Gastronomia que exibe nas suas paredes.

Outro dia falaremos sobre essa morada gastronómica recomendabilíssima.

O que ainda desconhecia é que havia um outro "Janeiro "dedicado a estas coisas de Comeres e Beberes aqui mais perto de nós: Brejos de Azeitão.

Reza desta forma o Cartão de Visita:

"Casa Janeiro"

De António M. Janeiro Santos

" O Tal do Choco Frito"

Rua da Serração, 57 - Brejos de Azeitão


Interessante não é? A lembrar a apresentação da Tasca de Cabo Ruivo: "Filho do Menino Júlio dos Caracóis", já aqui saudada.

O que se come ali no "Janeiro"?

Obviamente Peixe.

Peixe operário e proletário, peixe miúdo mas de incomparável frescura!

Bem, para comer venham cedo.

Venham Muito cedo!

Ao bater das 12.00H já só duas mesas se avistavam com lugares vagos.

À entrada um cartaz sinistramente apregoava que:

"quem chegasse escrevesse o nome e esperasse para ser chamado para a mesa SFF"...

No mesmo patamar da entrada apresenta-se logo o Dono da Casa e a sua Monumental grelha de peixe. Aí - nesse altar - podem-se escolher os "sacrifícios" piscícolas a haver:
. Sardinha de Sesimbra (do tamanho de palmo, a melhor do mundo)
. Carapaus médios, fresquíssimos
. Besugos prateados
. Douradas do mar (a 18€ o Kg, o peixe mais caro da Lista)

Por vezes aparecem também as Lulas da Toneira e os famosos Chocos que deram reputação ao Proprietário. A variedade do peixe tem apenas a ver com o que se encontrou a bom preço nas Praças da zona nessa mesma madrugada.

A" Casa Janeiro" encerra obviamente à Segunda Feira (et pour cause) e Não aceita Reservas (nem pode...)

O interior da Casa é pequeno mas de aspecto moderno que lhe é dado por mesas e cadeiras novas e claras, por um Plasma e outra Televisão de grande formato, enquanto que o tom operário desta "cantina" vem reflectido noutros pormenores: Não há Menu a não ser o que aparece escrito num quadro. Os guardanapos são de papel (embora grandes e resistentes).

Existem duas ou três garrafas de vinho para se escolher, mas toda a gente bebe o tinto e o branco da Casa, em Jarro. Para vinho a granel não é mau, especialmente o tinto... (mesmo assim e aqui para nós é melhor cortá-lo com uma Seven Up, mas não digam que fui que disse...).

Sobremesas não vi, mas ouvi dizer que havia um doce da casa e melão.

Comeram 8 pessoas o seguinte: 4 doses gigantescas de Sardinhas (10 peixes por pessoa) , mais uma dose de Carapaus (7 peixes por pessoa) mais uma Dourada do mar escalada que pesava 900g, mais as competentes saladas e batatas vermelhas cozidas com a casca. Bebidas de jarro e cafés para todos.

A qualidade do peixe e da grelha é inexcedível. Só lá indo é que nos apercebemos do que por vezes comemos ao pé dos nossos empregos nas cidades ( e a que preços...).

Pagaram os Colegas da CESA (pois esse foi o pretexto para a ida a Azeitão) a enormidade de ... 72€ já com gorgeta...

E porque alguém teve a ousadia de pedir uma Dourada para dois... Senão tínhamos comido 8 pessoas por 52€...

Não admira que haja fila à porta todos os dias...

Nota: A Fotografia que ilustra este Post recebeu o Grande Prémio 2004 de Fotografia de Vida Selvagem na National Geographic. É seu autor o norte-americano Doug Perrine.

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