segunda-feira, maio 21, 2012

Contradições

Começo a semana com algumas preocupações:

a) O número de automóveis que entra por dia em Lisboa baixou 10%  - menos cerca de 300 000 carros na cidade, o que seria bom em termos ecológicos e para aumentar a qualidade de vida aos residentes e trabalhadores. Mas... o número de utentes dos Transportes Públicos não subiu em proporção! Segundo as contas dos responsáveis também baixou e ainda mais: menos 30%!

b) Apesar da retração na nossa Economia ainda não ser tão baixa como já foi na nossa história moderna - post 25 Abril de 74 - o Desemprego é agora o maior alguma vez medido em Portugal. Por outras palavras: se não é a Economia apenas a determinar o Emprego , o que será?

Talvez estas duas estatísticas estejam ligadas. Há menos pessoas a trabalhar e a viver nas cidades, Lisboa em particular, porque o número de desempregados é muito maior e ainda porque se reformaram dezenas de milhares de portugueses, muitos deles antes do final teórico da sua vida ativa.  Por outro lado, quantos alunos das universidades se viram obrigados a abandonar os estudos por problemas económicos das respetivas famílias?

Nestas condições é normal que o número dos indivíduos que entra na capital seja em absoluto mais pequeno do que já foi noutros tempos, onde o  emprego era abrangente e o ensino cativava mais gente, todos os dias.

Agora, para mim, preocupante mesmo é o outro sinal atrás referido: se a Economia já se comportou pior em Portugal  (em PIB, em crescimentos negativos, em nível de recessão) porque razão é agora o Desemprego tão alto?

Não sou economista de raiz. Mas aquilo que penso (muito para os meus botões) é que a economia portuguesa nunca teve condições de sustentar Emprego ao nível a que estávamos habituados. E se o fez em tempos idos foi à custa do setor empresarial do Estado, que alimentou - para o bem e para o mal  - uma situação artificial  que garantia quase que o pleno emprego dos portugueses nas escolas, nas empresas públicas e em tudo o que estava nacionalizado nesses tempos ( e que era muita coisa) e  ainda indiretamente  com o seu investimento  nos grandes projetos de construção civil que modernizaram o País.

Mas, como disse, não sou economista e posso estar enganado. Uma coisa é certa: lembro-me de que em Cuba não havia desemprego. E disso se vangloriava o regime, com razão. Mas era costume estarem num bar, a atender turistas, 4 empregados a fazer o trabalho que um apenas faria bem...

Para complicar ainda mais o assunto, nos USA já se conhecem alguns números da recuperação económica. Segundo parece esta   tem estado a ser feita à custa do fator Trabalho! Não tem havido criação de emprego proporcional ao nível do crescimento económico! Porquê?  Porque os "patrões" devem estar escaldados com as crises e vai de se defenderem...

O Mundo está difícil!

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