terça-feira, setembro 04, 2007

A Realidade Postal não é (só) Digital


O habitual Survey da E-Biss sobre o Mercado Postal mundial (enfim, numa amostra de 50 países) dá dados interessantes para 2006.

De acordo com esses dados, disponíveis aqui :


Teríamos: 42% dos Operadores postais inquiridos acharam que 2006 seria um ano de maior tráfego de correio normal interno , 23% acharam que este se manteria nos níveis de 2005 e 35% pensam que seria mais baixo do que no ano anterior.

Seria muito interessante podermos agora contabilizar os resultados reais de tráfego de Correio Normal nestes Países em 2006, face às tendências medidas . Mas até que esse exercício possa ser feito apenas algumas observações:

- É curioso verificar que essas "tendências" dos operadores postais de todo o mundo são menos "catastróficas" do que seria de esperar atendendo ao cada vez maior desenvolvimento do que se convencionou chamar por "fileira digital".

- Mesmo em Portugal - cuja posição face ao desenvolvimento postal é a de um País de ponta, excepto talvez em relação à penetração do DM - verifica-se que as "velhas" cartas lá vão perdendo peso no tráfego postal, mas muito devagarinho, sem aqueles declives abruptos que alguns analistas julgavam ser inevitáveis.

- A Regulação até pode dar uma ajuda (caso da EDP e da obrigatoriedade da factura ser enviada pelo correio) mas, independentemente disso , a tendência natural deste tipo de correio apresenta-se hoje em dia mais como uma lenta erosão do que como uma queda a pique.

E ainda bem...

As consequências desta tendência de erosão lenta - admitindo que a mesma se consolida nos anos mais próximos - terão a ver com a necessidade dos operadores postais continuarem a manter níveis de meios de produção (máquinas de tratamento, transportes, distribuição) que não se afastarão muito em volume dos actuais. E atenção à Mão de Obra!
Significa isto ( entre outras coisas) que os Operadores Postais inteligentes compreenderão que a cumplicidade das organizações sindicais será fundamental para assegurar Qualidade, Eficiência e Eficácia na prestação do Serviço.

E obviamente, para dar um "baile" à concorrência.



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