quinta-feira, outubro 16, 2014

Uma paixão antiga

Os leitores imaginariam que vou finalmente perder a vergonha e contar detalhes da minha vida amorosa dos anos 70 ?

Estão enganados... A "paixão" a que me refiro é a da Matemática .

Quando casei tinha à minha frente dois caminhos: ou seguiria a carreira docente universitária (onde já estava desde 1977) mas desta vez a sério, com doutoramento e agregação e o mais que houvesse se para tal tivesse "peito". Ou então enveredar pela vida profissional.

Que foi o que fiz depois de considerar duas propostas honrosas. A da Empresa Geral de Fomento, que era apadrinhada pelos grandes mestres que foram o Eng. Gomes Cardoso e o seu colega Engº Portela. A dos CTT onde estava já o Joaquim V. Rodrigues, meu colega de turma.

Todos sabem o que escolhi. Tenho alguma vergonha de dizer que , à espera de filho, foi o incentivo do dinheiro que acabou por me decidir.

Mas o "bichinho" dos métodos quantitativos e do ensino levou-me a ficar por 30 anos ligado ao ISCTE, ensinando sempre e pensando no que poderia ter sido uma vida totalmente dedicada à academia.

Hoje vou com muito gosto a Óbidos lançar um carimbo comemorativo do 7º Encontro de História da Matemática Luso-Brasileira, onde se vai decerto evocar o Prof. Sebastião e Silva.

José Sebastião e Silva (1914-1972) protagonizou, nos anos 60, um dos mais inovadores e mais bem-sucedidos projetos de desenvolvimento curricular em matemática. Para além de outros livros de texto – justamente recordados e por muitos professores ainda hoje utilizados na preparação das suas aulas – escreve, em 1964 e 1965, os Compêndio de Matemática e os respetivos Guias para professores. Neles, se evidenciam a sua sensibilidade pedagógica e o seu talento de expositor em combinação com um profundo conhecimento de Matemática e uma visão muito rica tanto da sua história como das suas aplicações.
Sebastião e Silva , de quem celebramos o centenário com um merecidíssimo selo postal, foi um dos grandes filhos de Mértola tal como o Prof. Aureliano Mira Fernandes, seu vizinho de umas dezenas de anos antes. Talvez os dois maiores matemáticos (com Pedro Nunes) deste país nasceram ali, bem perto um do outro. Deve ser da água de Mértola e seus arredores. Devia ser analisada.
Vejam aqui mais informação sff:
http://encontrohistoriamatematicaobidos.com

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