segunda-feira, março 24, 2014

Tanto barulho para nada...

Much Ado About Nothing é uma peça hilariante do velho bardo William Shakespeare, provavelmente escrita em 1599, no auge do talento do grande escritor.  Nela se compôe uma comédia de enganos em torno de amores e desamores, passada em Messina.

Nota: Provavelmente muitos de nós recordam-se melhor do filme (1993) de Keneth Branagh, com o mesmo a fazer de Benedict, e ainda com Emma Thompson e Keannu Reeves.

De todas as formas o que aqui interessa é a intriga: há um casal de amantes um pouco parvos que se amam sinceramente à vista de toda a gente, e um outro de amantes muito mais espertos, que se revelarão apaixonados também, mas que ao início disfarçam o interesse com facadinhas e agastamentos... Nos "finalmentes"  são todos  levados ao altar e  acaba tudo em bem, com algumas confusões mas sem mortes ( o que é raro em Shakespeare).

O enredo desta peça de teatro pode ter alguma coisa a ver com o portugalzinho do futuro. Vemos como hoje aparentemente se encontram de costas viradas os chefes de PS e PSD. Mas há quem jure e trejure que se trata apenas de aparências! Na intimidade parece que se cozinha já algum arranjinho debaixo das saias protectoras de uma certa "anja" tedesca.

Por causa disso até consta que  o actual "casal" governamental pode andar relativamente tresmalhado por causa da intromissão do "outsider" Tó Zé .

O que ainda não se sabe é se daqui a 2 anos o "casal governamental" não acabará por ser outro, "casamento"  esse apadrinhado com grande satisfação pela paróquia de Santa Maria de Belém...

Ou se,  em alternativa, o assunto viraria um "ménage à trois", com Portas, Passos  e Seguro tentando uma convivência algo estranha (mas sempre possível) ao mais alto nível da governação...

Transformando as coisas sérias em comédias de costumes parece que estaremos mais à vontade para dizermos o que nos vai na alma.

Neste caso concreto e à falta de palavras que não resvalem para a ordinarice, tal a esquisitice desta "real politik", acho que me vou refugiar em alguns provérbios lusos:

 - Abre um olho para vender, mas dois para comprar ( e votar)...
 - Anda direito se queres respeito
 - As contas adiantadas saem sempre furadas...
 - Barriga cheia, companhia desfeita...
 - Cada macaco no seu galho...
 - De Janeiro a Janeiro o dinheiro é do banqueiro...
 - Promessas, ovos e juras, foram feitos para quebrar...

 E termino com uma grande verdade à moda do Brasil brasileiro:

 - Em rio de piranha, jacaré nada de costas...

Vá malta lusa, tudo a aprender a nadar! De costas!

Um comentário:

Américo Oliveira disse...

Sem dúvida, é disso que se trata: um casamento adiado. Aliás, ao que consta, a data do casamento já foi marcada e os padrinhos escolhidos... Cá por mim, tenho uma teoria que explica esta atitude, a qual nos remete para os prazeres da procrastinação, tão bem explicada por Dan Kieran, um dos editores da revista inglesa IDLER que faz campanha permanente e em exclusivo contra o trabalho e a ética do trabalho:

“Jerome K. Jerome escreveu em tempos que a ociosidade, como os beijos, deve ser roubada para ser doce, o que nos leva ao bem-aventurado reino da procrastinação. Quando é que aqueles poucos minutos extra na cama são mais deliciosos do que quando já se devia estar a caminho do trabalho? Suponho que pudesse começar o seu trabalho de casa agora mesmo e tirar um dia de folga antes de ter de o entregar, mas não seria muito melhor meter essa folga agora, antes de começar sequer qualquer trabalho? Reclame o seu tempo a essas obrigações problemáticas e compraza-se nele, saboreando cada segundo. Mas é preciso dedicação para aprender a procrastinar devidamente. Todos os prazos devem ser cumpridos na mesma ou o roubo do tempo perde o seu efeito. Na realidade, o slogan em qualquer local de trabalho à face da terra devia ser precisamente este: Esforço mínimo, efeito máximo!”

Então, concordam comigo?