Entra Novembro e não tarda temos os Finados à porta. Também o Halloween, se é que ainda existe alguém que dê hoje importância a essas coisas...
Flores nos cemitérios será a ementa deste sábado...Seguidas de um almoço de Amigos em Cascais. Tempo para dizer mal dos "outros": dos políticos, das Angelas Merkls, dos Pinóquios e destes seus "substibrutos" actuais, os "esfíngicos" financeiros e E.T's  que pairam sobre a nossa economia, tal e qual a nave-mãe pairava sobre Nova Iorque no impagável filme "Independence Day "(notável Jack Nicholson, entre outros ) ....
O Poema escolhido tem por base a incerteza com que ficámos todos nestes tempos conturbados. É do grande Poeta Mário de Sá-Carneiro:
Angulo 
Aonde irei neste sem-fim perdido, 
Neste mar ôco de certezas mortas? - 
Fingidas, afinal, todas as portas 
Que no dique julguei ter construido... 
- Barcaças dos meus impetos tigrados, 
Que oceano vos dormiram de Segrêdo? 
Partiste-vos, transportes encantados, 
De embate, em alma ao rôxo, a que rochêdo?... 
- Ó nau de festa, ó ruiva de aventura 
Onde, em Champanhe, a minha ânsia ia, 
Quebraste-vos também ou, por ventura, 
Fundeaste a Ouro em portos d'alquimia?... 
Chegaram à baía os galeões 
Com as sete Princesas que morreram. 
Regatas de luar não se correram... 
As bandeiras velaram-se, orações... 
Detive-me na ponte, debruçado, 
Mas a ponte era falsa - e derradeira. 
Segui no cais. O cais era abaulado, 
Cais fingido sem mar á sua beira... 
- Por sôbre o que Eu não sou há grandes pontes 
Que um outro, só metade, quer passar 
Em miragens de falsos horizontes - 
Um outro que eu não posso acorrentar... 
Mário de Sá-Carneiro, in 'Indícios de Oiro'
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Um comentário:
O Jack Nicholson não faz parte do filme "Independence Day"...
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