Vento que se farta! Parecemos uns dervixes rodopiando pelo deserto! Vento é sinónimo de mudança, sopro forte que passa e repassa as páginas da vida, ora trazendo boas novas ora mensageiro de más notícias...Esconjuremos o vento mau com poemas.
Apresento hoje rimas  de Poetas-Diplomatas: Octávio Paz, o grande poeta mexicano que nos deixou em 1998, e o imortal Vinicius de Morais, que apesar do que dizem não morreu. Passeia-se algures enttre Ipanema e o Leblon, em noites calmas de lua aprazível, com uma morena de um lado e uma loura do outro, compondo sempre...
Certeza
 Se é real a luz branca 
desta lâmpada, real 
a mão que escreve, são reais 
os olhos que olham o escrito? 
Duma palavra à outra 
o que digo desvanece-se. 
Sei que estou vivo 
entre dois parênteses. 
Octavio Paz, in "Dias Hábeis" 
Tradução de Luis Pignatelli
Poética 
COM as lágrimas do tempo 
E a cal do meu dia 
Eu fiz o cimento 
Da minha poesia 
E na perspectiva 
Da vida futura 
Ergui em carne viva 
Sua arquitetura. 
Não sei bem se é casa 
Se é torre ou se é templo. 
(Um templo sem Deus.) 
Mas é grande e clara 
Pertence ao seu tempo 
... Entrai, irmãos meus! 
Vinicius de Moraes, in 'O Operário em Construção'
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