terça-feira, outubro 12, 2010

Viram por aí o País? O meu País? Onde eu nasci?

Então apanham um gajo de costas, a trabalhar para o bem público, e aproveitam para fazer isto ao País?

Não querem lá ver que quando acordei do sonho que me embalou entre 1 e 11 de Outubro  (às vezes mais parecia pesadelo) vi-me num Portugal sem crédito, quase falido, a contracenar com tenebrosas  figuras tutelares do tipo FMI e Banco Central Europeu e, piores do que todas, as vampíricas Agências de Rating, quais abutres salivando para se fartarem com os despojos do cadáver pátrio.

É esta a herança de Sócrates, Santana Lopes, Durão Barroso e de António Guterres (pela ordem de entrada em cena)?

Um País já quase a cheirar a Alcácer-Quibir, onde a "nobreza" decadente se matou e deixou matar conduzida por um jovem rei louco e inebriado de poemas épicos...

Que final triste para o neto de Carlos V... Tal como hoje, lá se perfilavam em 1580  os interesses dos "tios" Filipes, finalmente conseguindo pelo vazio de poder e pela inépcia lusa aquilo que 400 anos de guerras e de tratados casamenteiros nunca tinham concretizado: o domínio da Península.

A diferença está em que , há 450 anos atrás, o desgraçado do Povo não escolhia o Rei... Tanto lhe podia calhar um D. João II como este imberbe e tarado Sebastião...E hoje é ele, esse mesmo Povo, que elege os governantes que assim deixaram, passo a passo, paulatinamente,  Portugal ser conduzido a estes extremos.

A história das crises, das bolhas, e da sua influência para o desnorte generalizado da economia de certos países, há-de ser feita com mais calma e depois do furacão ter passado.

Para já o que levamos de concreto é que a liderança de Portugal foi "garganeira", achou que os tempos das vacas gordas e do crescimento económico não mais iriam parar, pelo que decidiu investir à grande em Parcerias Publico-Privadas que poupavam os Orçamentos de cada ano dos Governos de então, mas deixavam para o futuro o acerto de contas com os credores... E bastou o cheiro a sangue na água para esses Credores de imediato circularem o náufrago.

Com as medidas extremas que Sócrates se viu obrigado a tomar - e que apenas se tornarão pesadas a partir de Janeiro próximo - criou-se uma clivagem perigosa entre o Estado e os cidadãos mais pobres.

  Quem pode continuar a manter o nível de vida são os ricos e poderosos, talvez alguns dos gestores de topo das privadas industriais e dos bancos. Serão no máximo 5% da população.

Os outros vão ter de controlar o que gastam. Diminuir o consumo de bens e serviços não essenciais. Por isso aumentarão as falências dos pequenos negócios.

Na altura em que todos os que podem - no Estado e Companhias Públicas - pedirão a reforma antecipadamente, para não serem penalizados pela diminuição salarial, e em que uma percentagem não negligenciável da população começará a ter ainda mais dificuldades para pagar escolas, seguros, medicamentos e mercearia, pode acontecer que a agitação social atinja níveis nunca vistos na Europa civilizada do após-guerra...

O problema é que não existem alternativas. Este Governo ( e os outros) raparam o tacho. Só o alumínio resta, e bem luzidio do furor dos esfregaços que levou.

Sangue Suor e Lágrimas.

Mas quando disse isto Sir Winston ainda tinha no seu horizonte a Esperança da vitória...

E nós o que teremos ? Mais do mesmo, com esta classe governante inepta, mal preparada, rapace e sem sentido de Estado?  Para quem o futuro é para a semana? Para quem bem governar significa garantir a vitória nas próximas eleições? Para quem, enfim, a crise e suas consequências serão sempre "culpa dos outros" ?

Cuidado, Porque é (foi) nestas situações que por aí costuma aparecer algum "Paladino" para meter ordem  nisto. E dessa "sopa" acho que nenhum de nós deseja comer...Nunca mais.

Um comentário:

Anônimo disse...

O País já se pirou,mas não sabe para onde emigrar...ir para onde?Se de um lado chove do outro dá vento.Escrevi aqui que a festa ainda ia no adro em 2008 e que a propaganda sem substracto, não tinha futuro e o Keynes viraria actualidade, no inicio da bolha do subprime...porque seria mais do mesmo....se o paradigma não se alterar,isto vai acabar tudo à trolha.Aonde isto chegou? Com esta gentalha, de faz de conta, que esperar?Nunca a gestão da pala, foi tão real...só olham para baixo..põem-se a geito e depois fazem de anjinhos de coro.Basta de tanta treta, de acusações e chantagens mútuas.Afinal o que pretendem?Haja decoro e um pouco de respeito pelo Zé Povo, que vai continuar a penar, mas, haverá sempre uns poucos, que benificiarão como mal geral.Será que o Sistema não estará posto em causa?O mar bate na rocha e quem se lixa é o mexilhão...