quinta-feira, agosto 23, 2012

O Luxo do Vinho

Disse-me um amigo envolvido nestas coisas da restauração que o consumo de vinho e digestivos às refeições tinha baixado consideravelmente desde o aumento do IVA para 23%.

A cerveja sai bem, pelo preço, mas é cada vez mais difícil vender uma garrafa (ou meia) de vinho às refeições de todos os dias para aqueles que ainda se sentam à mesa para almoçar fora.

A moda do vinho a copo nunca foi tradicional em Portugal , mas mesmo assim hoje em dia, pela necessidade, devia ser mais utilizada. Infelizmente só a vemos nos restaurantes mais caros.

Se formos aos do tipo "Tascantes" ontem aqui definidos é raríssimo essa política existir.

 Levar o vinho de casa também não é prático para todos os dias e pelo preço do serviço de rolha (nalguns lados 20€) torna-se evidente que os nossos restauradores o desincentivam.

Uma garrafa de vinho que custa num Hipermercado 6€ ou 7€ aparece à nossa mesa restaurativa normalmente por 20€ (se tivermos sorte).

O vinho fora de casa está a tornar-se um produto de luxo.

E a tradição do vinho a jarro (pequeno ou médio) também me dá a ideia que está a recolher às terras nordestinas, não sei bem se por imperativo ASEÁTICO se por falta de rentabilidade do material assim servido.

Mas há coisas que ainda nos surpreendem. O novo Barca Velha  está por aí a aparecer e a um preço por garrafa de 75cl que deve andar entre os 100€ e os 125€. Nas garrafeiras talvez 150€...

Serão 60 000 garrafas (mais ou menos) e podem ter a certeza que esgota sempre!

Claro que muita gente diz que mais de metade da produção vai para Angola! Ou para a Federação Russa! Ou para o Brasil! (E, segundo as más línguas, a metade destes preços...)

Mas mesmo assim é preciso coragem para colocar no mercado, nesta altura, um produto a este preço. Nem que seja (como é o caso) o Rolls Royce dos vinhos de mesa portugueses.

E quem o poderá beber num dos nossos restaurantes? Com preços de carta a começar nos 250€?

Lá voltamos nós a pensar em África...

Nenhum comentário: