Pelas 2 da manhã de hoje caiu uma trovoada que acordou toda a gente. Bem falta fazia a água, nem que fosse para lavar os cachos cheios de pó, já perto da vindima, para já não falar do alivio que dá às terras ressequidas pelos calores.
É Feriado mas não se dá por isso aqui de férias. Ainda os sinos não começaram a tocar para a missa. Nem sei se hoje será missa de manhã ou de tarde, porque o padre – este sim, autêntico trabalhador do espírito – tem de dar assistência a 3 ou 4 paróquias e é obrigado a equilibrar os horários para poder estar em todo o lado, A falta de vocações faz-se sentir…
Por acaso sempre pensei que a crise traria mais charme a estes apelos de sacerdócio, já que se trata de emprego com salário garantido, reforma assegurada e segurança social específica. Mas parece que não. O celibato obrigatório não ajuda. Talvez esteja na altura do Bispo de Roma dar uns passos valentes em relação a isso e à ordenação das mulheres. Se não o fizer corre o risco de não ter padres para tanta igreja. E sem Padres vão-se os fiéis.
Dia de mais sossego aqui em casa, e os familiares aproveitam para continuarem a apanha das batatas, já com medo que a chuva (ansiada por tantos e agora temida) dê cabo do que semearam. Aqui funciona a economia da entreajuda: “tu vens às minhas batatas e eu vou às tuas”.
Vou fazer para o almoço um safio guisado com ervilhas. Faço uma puxadinha leve num tacho de fundo grosso, meto por baixo bastas rodelas de cebola , depois batatas, tiras de pimento vermelho e verde, ambos maduros, um bom tomate sem pele nem pevides, aos bocados. De seguida as postas de safio que são das “esbandalhadas” todas abertas . Acrescento miolo de ameijoa e as ervilhas por cima. Retifico de sal, com cuidado, porque o safio ficou algumas horas em sal e algum vai para o tacho. Um copito de Moscatel ou Madeira sercial vai sempre bem.
Há quem puxe pelas ervilhas com bacon cortado aos pedacinhos , mas isso para mim é misturar sabores a mais… Bacon e ovos ficam bem para as ervilhas guisadas “solas”.
E pronto. Amanhã passamos pelo Centro de Estudos Vitivinícolas de Nelas para ver o que para ali há agora à venda, E depois almoçamos em Viseu, no tradicional Santa Luzia.
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