Segunda Feira parto para Braga para lançar o Postal da "Braga Capital Europeia da Juventude". Tenho ainda reuniões na Misericórdia local, que celebra 500 anos em 2013, e ainda - na Terça Feira de manhã - em S. Miguel de Seide, na "Casa de Camilo", para discutirmos uma evocação do "Amor de Perdição" ainda este ano.
Quinta , Sexta e Sábado ainda não tenho a certeza, mas como lançamos a emissão comemorativa do Ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal, e como esta evocação começa em Brasília, no Dia da Independência do Brasil, posso ter de lá ir representar os CTT na "carimbadela" oficial...
Por estes motivos os Posts vão sofrer um bocado com estas "vidas"...
Não se preocupem que depois conto tudo o que se passou.
sexta-feira, agosto 31, 2012
Para Descansar a Vista
Um poema de Outono? Porque não... ? Se os dias são ainda de Verão (conforme os locais) há no ar uns tons outonais a que não será estranha a presença da famigerada TROIKA...
Então aqui deixo Pablo Neruda:
Então aqui deixo Pablo Neruda:
Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são os teus olhos
Não quero dormir sem os teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues a olhar-me.
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são os teus olhos
Não quero dormir sem os teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues a olhar-me.
E continuo com Olavo Bilac:
Em uma Tarde de Outono
Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas
Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.
Outono... Rodopiando, as folhas amarelas
Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...
Por que, belo navio, ao clarão das estrelas,
Visitaste este mar inabitado e morto,
Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas,
Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto?
A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos
A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...
Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol!
E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste,
E contemplo o lugar por onde te sumiste,
Banhado no clarão nascente do arrebol...
Olavo Bilac, in "Poesias"
Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.
Outono... Rodopiando, as folhas amarelas
Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...
Por que, belo navio, ao clarão das estrelas,
Visitaste este mar inabitado e morto,
Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas,
Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto?
A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos
A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...
Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol!
E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste,
E contemplo o lugar por onde te sumiste,
Banhado no clarão nascente do arrebol...
Olavo Bilac, in "Poesias"
quinta-feira, agosto 30, 2012
Mundo paralelo
Ontem distraí-me com o senhorio a ver de empreitada 2 ou 3 episódios que gravámos do "Blade" e quando dei por mim já estaria nos 65 minutos o Real Madrid-Barcelona. Vi - juro que foi com estes olhos ! E tenho o senhorio por testemunha! - o Messi marcar um penalty por falta (feia) sobre o Iniesta e passar o jogo para 2-1 a favor do Barça.
Chateado fui-me deitar.
Hoje de manhã no noticiário das 7h da TSF lá ouvi o resultado:
-" Real Madrid ganha a Taça , vencendo o Barça por 2-1."
Pensei logo que a locutora não tinha lido bem. Era cedo, havia que desculpar. No "Público", jornal que leio logo às 7,30h na Versailles, não havia sombra de texto sobre o tal jogo. Mas os colegas do balcão confirmavam que o Real tinha ganho, com golos de CR7 e do Iguain e que o Messi tinha marcado de livre direto...
Começei a pensar que tinha entrado sem querer na "Twilight Zone"... Ou então - o que não deixa de ser também verdade - estava a ficar lé-lé da cuca.
Provavelmente estive a ver ontem na SportTV parte do jogo da 1ª mão em Barcelona sem dar por isso. Pode ser que sim. De certeza que sim.
Mas não aposto nem juro já por nada deste mundo!
Chateado fui-me deitar.
Hoje de manhã no noticiário das 7h da TSF lá ouvi o resultado:
-" Real Madrid ganha a Taça , vencendo o Barça por 2-1."
Pensei logo que a locutora não tinha lido bem. Era cedo, havia que desculpar. No "Público", jornal que leio logo às 7,30h na Versailles, não havia sombra de texto sobre o tal jogo. Mas os colegas do balcão confirmavam que o Real tinha ganho, com golos de CR7 e do Iguain e que o Messi tinha marcado de livre direto...
Começei a pensar que tinha entrado sem querer na "Twilight Zone"... Ou então - o que não deixa de ser também verdade - estava a ficar lé-lé da cuca.
Provavelmente estive a ver ontem na SportTV parte do jogo da 1ª mão em Barcelona sem dar por isso. Pode ser que sim. De certeza que sim.
Mas não aposto nem juro já por nada deste mundo!
quarta-feira, agosto 29, 2012
A "Fadiga Tributária"
O Professor Adriano Moreira, da respeitabilidade que os seus muito bem conservados 90 anos lhe dão, alerta os "poderes públicos" sobre o perigo de as medidas de austeridade chegarem ao ponto de "excederem o limite da Fadiga Tributária".
Trata-se de um "histórico" do CDS, ( e de antes disso...) a quem a malta mais nova não liga "pevide", tal como não ligaram ao outro "rezingão encartado" do nosso tempo o Dr. Medina Carreira, e ainda hoje não ligam ao Dr. Mário Soares, também ele revoltado com a situação atual, obviamente que num registo diferente.
Se a esquerda, a direita e até os liberais, embora encanecidos, (sempre é mais bonito que chamar-lhes "cotas" ou "ginjas") começam a achar demais este remédio amargo que querem que seja engolido, dia a dia, pelo bom povo português, não acham que se trata de um sintoma a levar em conta?
Ou, como muitos dizem, esses senhores já chegaram ao ponto em que podem dizer tudo sem que ninguém leve a mal?...
Forte e boa coisa a velhice! Tomara eu poder dizer em público tudo aquilo que me vai na alma, mesmo que ninguém ligasse nenhuma!
Pelo menos servia de higiene mental!
Fala-se hoje nos jornais económicos que a Troika vai "deixar" que o nosso déficit em 2012 aumente até aos 5%. Dão-nos mais meio pontinho...
- "Obrigado, bem hajam, meus senhores, que nunca lhes falte a saúde para nos continuarem a ajudar!"
- "Agora veja lá se o vai gastar em vinho!"
E assim seguimos até uma altura em que nos digam, (como aos desgraçados dos gregos):
-"Vai trabalhar malandro que já não há pão para palhaços!"
Mas é claro que só nos dirão isso na altura em que o risco de deixarem de receber os juros daquilo que emprestam for muito maior!
Até lá ainda haverá muita coisa a espremer. É isso que faz o mundo girar.
Dá-me uma raiva não termos petróleo!
Trata-se de um "histórico" do CDS, ( e de antes disso...) a quem a malta mais nova não liga "pevide", tal como não ligaram ao outro "rezingão encartado" do nosso tempo o Dr. Medina Carreira, e ainda hoje não ligam ao Dr. Mário Soares, também ele revoltado com a situação atual, obviamente que num registo diferente.
Se a esquerda, a direita e até os liberais, embora encanecidos, (sempre é mais bonito que chamar-lhes "cotas" ou "ginjas") começam a achar demais este remédio amargo que querem que seja engolido, dia a dia, pelo bom povo português, não acham que se trata de um sintoma a levar em conta?
Ou, como muitos dizem, esses senhores já chegaram ao ponto em que podem dizer tudo sem que ninguém leve a mal?...
Forte e boa coisa a velhice! Tomara eu poder dizer em público tudo aquilo que me vai na alma, mesmo que ninguém ligasse nenhuma!
Pelo menos servia de higiene mental!
Fala-se hoje nos jornais económicos que a Troika vai "deixar" que o nosso déficit em 2012 aumente até aos 5%. Dão-nos mais meio pontinho...
- "Obrigado, bem hajam, meus senhores, que nunca lhes falte a saúde para nos continuarem a ajudar!"
- "Agora veja lá se o vai gastar em vinho!"
E assim seguimos até uma altura em que nos digam, (como aos desgraçados dos gregos):
-"Vai trabalhar malandro que já não há pão para palhaços!"
Mas é claro que só nos dirão isso na altura em que o risco de deixarem de receber os juros daquilo que emprestam for muito maior!
Até lá ainda haverá muita coisa a espremer. É isso que faz o mundo girar.
Dá-me uma raiva não termos petróleo!
terça-feira, agosto 28, 2012
Novas tecnologias de Informação na Filatelia
As aplicações do que se convencionou chamar mundialmente "Realidade Aumentada" chegam aos CTT e à nossa Filatelia.
Começámos na emissão dos Navios Sagres e Creoula. Quem tivesse reparado nos códigos "QR" que vinham na pagela e tivesse acesso a uma cãmara web de PC ou a um telemóvel com reconhecimento deste tipo de códigos (Android ou I-Phone) teria a possibilidade de ir parar ao site da Marinha sobre cada um dos Navios ilustrados em selo.
Agora damos o passo seguinte: Na emissão Portugal-Brasil sobre a literatura de ambos os países (com Fernando Pessoa e Cruz e Sousa) teremos para além dos códigos QR ainda mais a possibilidade de reconhecimento da própria imagem dos selos!
Aqui é necessário fazer o download (através da internet) de uma aplicação, mas vem tudo bem explicado na pagela. Depois há o acesso ao site da Comissão Organizadora do "Ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal", o acesso ao site da Casa de Pessoa, e temos ainda um pequeno filme com a apresentação de um texto de Pessoa.
O mesmo tipo de interface de Realidade Aumentada vai acontecer com a emissão "Fado-2ª série".
Devo dizer que toda esta movimentação em torno do novo reconhecimento tridimensional das imagens dos selos está a ser desenvolvida em protótipo! À medida que vamos experimentando iremos melhorando, sobretudo em relação à facilidade de utilização pelos nossos Clientes.
E, para terminar, o Livro que todos os anos dedicamos aos mais pequenos - "O meu Álbum de Selos 2012" - terá este ano integrado um DVD com imensas possibilidades para distrair os mais novos: é não apenas um "flip book" que podem "desfolhar" através do PC, como também terá links nas páginas para sites de internet com muito mais informação sobre as emissões. E até tem a possibilidade de pôr os mais pequenos a colorir as ilustrações do Livro, com uma aplicação derivada do conhecido programa "Paint"...
E a melhor notícia é que o Livro será (como sempre) vendido pelo facial dos selos nele contidos! Não aumentaremos o preço apesar destas boas surpresas.
Estamos a tentar cativar a "malta mais nova" para esta atividade... Vamos esperar que resulte, apesar deste tempo ser de vacas (muito) magras.
segunda-feira, agosto 27, 2012
A Saúde Pública
Hoje tive de estar no Hospital de Cascais às 8,50h para uma consulta de oftalmologia. Pagámos 7,5€, fomos atendidos às 9,15h , fizeram-se uma série de exames complementares de diagnóstico e foram marcadas mais duas consultas. Para Março de 2013 outra da mesma especialidade, e ainda um pedido para uma de neurologia.
Com o parque de estacionamento saíu a festa por 10€. E fomos bem atendidos. Nada há que dizer.
Tivemos sorte? De todas as formas , eu , que tanto costumo falar mal dos serviços públicos, achei que devia hoje dizer bem... Porque foi verdade.
Com o parque de estacionamento saíu a festa por 10€. E fomos bem atendidos. Nada há que dizer.
Tivemos sorte? De todas as formas , eu , que tanto costumo falar mal dos serviços públicos, achei que devia hoje dizer bem... Porque foi verdade.
sexta-feira, agosto 24, 2012
Para Descansar a Vista
Neste final de tarde um poema de alma e coração, que bem preciso é ... Mas de angústia, que os tempos assim o exigem...
L'angoisse
Paul Verlaine
Sobre esta obra-prima de meu mestre Verlaine, aqui deixo o comentário de "Les 20 poémes de Verlaine expliqués":
"Verlaine se veut païen. La réalité qu'il appréhende et craint ne lui fait entrevoir aucun espoir malgré les belles œuvres. Verlaine apparaît comme un être passif, sans volonté. Son refus de la réalité le fera évoluer dans la rêverie, là où il n'y a rien de violent, de brutal, ou les naufrages sont imaginaires. En se réfugiant dans ce monde prétexte à la nuance, aux impressions, Verlaine nous peindra dès lors une réalité reflet de son âme et de tous ses cheminements."
L'angoisse
Nature, rien de toi ne m'émeut, ni les champs
Nourriciers, ni l'écho vermeil des pastorales
Siciliennes, ni les pompes aurorales,
Ni la solennité dolente des couchants.
Je ris de l'Art, je ris de l'Homme aussi, des chants,
Des vers, des temples grecs et des tours en spirales
Qu'étirent dans le ciel vide les cathédrales,
Et je vois du même oeil les bons et les méchants.
Je ne crois pas en Dieu, j'abjure et je renie
Toute pensée, et quant à la vieille ironie,
L'Amour, je voudrais bien qu'on ne m'en parlât plus.
Lasse de vivre, ayant peur de mourir, pareille
Au brick perdu jouet du flux et du reflux,
Mon âme pour d'affreux naufrages appareille.
Nourriciers, ni l'écho vermeil des pastorales
Siciliennes, ni les pompes aurorales,
Ni la solennité dolente des couchants.
Je ris de l'Art, je ris de l'Homme aussi, des chants,
Des vers, des temples grecs et des tours en spirales
Qu'étirent dans le ciel vide les cathédrales,
Et je vois du même oeil les bons et les méchants.
Je ne crois pas en Dieu, j'abjure et je renie
Toute pensée, et quant à la vieille ironie,
L'Amour, je voudrais bien qu'on ne m'en parlât plus.
Lasse de vivre, ayant peur de mourir, pareille
Au brick perdu jouet du flux et du reflux,
Mon âme pour d'affreux naufrages appareille.
Paul Verlaine
Sobre esta obra-prima de meu mestre Verlaine, aqui deixo o comentário de "Les 20 poémes de Verlaine expliqués":
"Verlaine se veut païen. La réalité qu'il appréhende et craint ne lui fait entrevoir aucun espoir malgré les belles œuvres. Verlaine apparaît comme un être passif, sans volonté. Son refus de la réalité le fera évoluer dans la rêverie, là où il n'y a rien de violent, de brutal, ou les naufrages sont imaginaires. En se réfugiant dans ce monde prétexte à la nuance, aux impressions, Verlaine nous peindra dès lors une réalité reflet de son âme et de tous ses cheminements."
O MInistro Sombra volta a atacar:RTP ao fundo!
Segundo dizem alguns analistas, António Borges tem qualidades. Eu não tenho bagagem para o avaliar. Sei apenas que ele foi o que se viu e leu nos jornais: teve os problemas que teve junto dos donos do mundo (a inefável Goldman Sachs), acabou despedido pela francesa Lagarde que agora manda no FMI e, neste final de vida ativa , aqui está em Portugal, como 12º Ministro (se não me enganei a contar) do Governo Neo-Liberal de Passos Coelho.
O Ministro catedrático de estudos a jato (o Relvas) não teve coragem (entre as pernas) para vir anunciar este assunto. Vai daí, atiçou o mastim às ovelhas.
Com aquele arzinho de "menino de Deus", gozando internamente com o desconforto causado, este "Assessor" parece tirado de um romance histórico mauzinho, lembrando as diversas eminências pardas eclesiásticas que envenenaram a corte de Portugal. Intitulavam-se confessores de Reis e de Rainhas, mas eram sobretudo alcoviteiros e intriguistas.
Uma vergonha.
O Estado vende a sua Televisão. Se calhar até já se sabe a quem, pois cheira nos corredores dos jornais que vêm por aí ventos africanos, camaradas que fizeram o frete ao ficarem com o BPN por aquela "barbaridade" de preço, e que agora pretendem compensações.
Despedimentos, más notícias, greves? Isso passará tudo para o "colinho" dos tais privados. O Sr. Governo, aqui representado pela Relvática figura, lavará as mãos:
-"Lamentamos, mas nada podemos fazer. Pois se é agora uma empresa privada...Cabe ao Governo manter a sua distância."
Vou ali e já venho, à espera de refrigério enquanto não me aquecem as costas diretamente ( os CTT estão a seguir).
Mas lá que abomino estas manigâncias, disso podem ter a certeza.
Triste País.
Ontem foi à TVI anunciar que o Canal 2 era para fechar e que a RTP 1 seria "alugada" por uns 20 anos a privados, sem que a propriedade saísse do Estado e sem deixar cair a taxazinha do Audiovisual.... 148 Milhões de eurozinhos por ano dos nossos bolsos, seus e meus, a ...empochar pelos ditos privados por causa de terem que manter um tal de "serviço público".
Embasbaquei.
O Ministro catedrático de estudos a jato (o Relvas) não teve coragem (entre as pernas) para vir anunciar este assunto. Vai daí, atiçou o mastim às ovelhas.
Com aquele arzinho de "menino de Deus", gozando internamente com o desconforto causado, este "Assessor" parece tirado de um romance histórico mauzinho, lembrando as diversas eminências pardas eclesiásticas que envenenaram a corte de Portugal. Intitulavam-se confessores de Reis e de Rainhas, mas eram sobretudo alcoviteiros e intriguistas.
Uma vergonha.
O Estado vende a sua Televisão. Se calhar até já se sabe a quem, pois cheira nos corredores dos jornais que vêm por aí ventos africanos, camaradas que fizeram o frete ao ficarem com o BPN por aquela "barbaridade" de preço, e que agora pretendem compensações.
Despedimentos, más notícias, greves? Isso passará tudo para o "colinho" dos tais privados. O Sr. Governo, aqui representado pela Relvática figura, lavará as mãos:
-"Lamentamos, mas nada podemos fazer. Pois se é agora uma empresa privada...Cabe ao Governo manter a sua distância."
Vou ali e já venho, à espera de refrigério enquanto não me aquecem as costas diretamente ( os CTT estão a seguir).
Mas lá que abomino estas manigâncias, disso podem ter a certeza.
Triste País.
quinta-feira, agosto 23, 2012
O Luxo do Vinho
Disse-me um amigo envolvido nestas coisas da restauração que o consumo de vinho e digestivos às refeições tinha baixado consideravelmente desde o aumento do IVA para 23%.
A cerveja sai bem, pelo preço, mas é cada vez mais difícil vender uma garrafa (ou meia) de vinho às refeições de todos os dias para aqueles que ainda se sentam à mesa para almoçar fora.
A moda do vinho a copo nunca foi tradicional em Portugal , mas mesmo assim hoje em dia, pela necessidade, devia ser mais utilizada. Infelizmente só a vemos nos restaurantes mais caros.
Se formos aos do tipo "Tascantes" ontem aqui definidos é raríssimo essa política existir.
Levar o vinho de casa também não é prático para todos os dias e pelo preço do serviço de rolha (nalguns lados 20€) torna-se evidente que os nossos restauradores o desincentivam.
Uma garrafa de vinho que custa num Hipermercado 6€ ou 7€ aparece à nossa mesa restaurativa normalmente por 20€ (se tivermos sorte).
O vinho fora de casa está a tornar-se um produto de luxo.
E a tradição do vinho a jarro (pequeno ou médio) também me dá a ideia que está a recolher às terras nordestinas, não sei bem se por imperativo ASEÁTICO se por falta de rentabilidade do material assim servido.
Mas há coisas que ainda nos surpreendem. O novo Barca Velha está por aí a aparecer e a um preço por garrafa de 75cl que deve andar entre os 100€ e os 125€. Nas garrafeiras talvez 150€...
Serão 60 000 garrafas (mais ou menos) e podem ter a certeza que esgota sempre!
Claro que muita gente diz que mais de metade da produção vai para Angola! Ou para a Federação Russa! Ou para o Brasil! (E, segundo as más línguas, a metade destes preços...)
Mas mesmo assim é preciso coragem para colocar no mercado, nesta altura, um produto a este preço. Nem que seja (como é o caso) o Rolls Royce dos vinhos de mesa portugueses.
E quem o poderá beber num dos nossos restaurantes? Com preços de carta a começar nos 250€?
Lá voltamos nós a pensar em África...
A cerveja sai bem, pelo preço, mas é cada vez mais difícil vender uma garrafa (ou meia) de vinho às refeições de todos os dias para aqueles que ainda se sentam à mesa para almoçar fora.
A moda do vinho a copo nunca foi tradicional em Portugal , mas mesmo assim hoje em dia, pela necessidade, devia ser mais utilizada. Infelizmente só a vemos nos restaurantes mais caros.
Se formos aos do tipo "Tascantes" ontem aqui definidos é raríssimo essa política existir.
Levar o vinho de casa também não é prático para todos os dias e pelo preço do serviço de rolha (nalguns lados 20€) torna-se evidente que os nossos restauradores o desincentivam.
Uma garrafa de vinho que custa num Hipermercado 6€ ou 7€ aparece à nossa mesa restaurativa normalmente por 20€ (se tivermos sorte).
O vinho fora de casa está a tornar-se um produto de luxo.
E a tradição do vinho a jarro (pequeno ou médio) também me dá a ideia que está a recolher às terras nordestinas, não sei bem se por imperativo ASEÁTICO se por falta de rentabilidade do material assim servido.
Mas há coisas que ainda nos surpreendem. O novo Barca Velha está por aí a aparecer e a um preço por garrafa de 75cl que deve andar entre os 100€ e os 125€. Nas garrafeiras talvez 150€...
Serão 60 000 garrafas (mais ou menos) e podem ter a certeza que esgota sempre!
Claro que muita gente diz que mais de metade da produção vai para Angola! Ou para a Federação Russa! Ou para o Brasil! (E, segundo as más línguas, a metade destes preços...)
Mas mesmo assim é preciso coragem para colocar no mercado, nesta altura, um produto a este preço. Nem que seja (como é o caso) o Rolls Royce dos vinhos de mesa portugueses.
E quem o poderá beber num dos nossos restaurantes? Com preços de carta a começar nos 250€?
Lá voltamos nós a pensar em África...
quarta-feira, agosto 22, 2012
Tascas, Tascosas e Tascantes
Uma Tasca é uma tasca. Ou seja, vendo nos dicionários, trata-se de um "estabelecimento onde se serve vinho e refeições ligeiras a baixo preço; o mesmo que taberna".
Mas neste estranho país, não sei se por influência gaulesa e na tentativa de traduzir "tasca" por "bistrot", desataram a chamar "tascas" a coisas de servir refeições que nada têm a ver com a verdadeiramente taberna-tasca tradicional.
Quem ainda pretende saber o que é uma tasca-taberna, onde se encontra, e se o tratamento do transeunte que se arrima ao balcão é bom ou mau, deve ir a este endereço que publicito com chapelada:
http://tascasdeportugal.blogspot.pt/
Agora, quem se entusiasma pelo nome de fragrâncias marialvistas e toureiras, com saudades dos antigos "retiros" e vai parar a locais como "A Tasca da Esquina" ou "A Tasca Lusa" , ou ainda a "Taberna LXFactory" ou a "Tasca do Leandro", pode tramar-se. Já que não desdenhando na qualidade apresentada, aquilo são mas é restaurantes ( e nada baratos)!
Na minha experiência de cliente existem as "tascas" mesmo, que o Blog "Tascas de Portugal" tão bem carateriza (basta verem as fotos).
E depois aquilo que eu chamo as "tascosas", que são os estabelecimentos com ares ou transvestidos de tasca, mas onde se come mal, se bebe pior e a preços de Gambrinus. Nestes locais confundem-se as velhas qualidades das tascas antigas: "despretensiosismo" e "à vontade" , com "à balda" e "falta de profissionalismo". Numa palavra: Tascas horrorosas.
E depois, talvez aqueles a que mais vou ultimamente pois a Crise tem destas restrições, as Tascantes.
O nome resulta da fusão entre "tasca" e "restaurante", mas envolvendo também os adjectivos "abundante", "refrescante", "calmante", "exuberante" e "poucopagante".
O que é para mim uma "tascante"? Um local aprazível e desprovido de sofisticação, onde a comidinha é boa e farta, onde o vinho ou a cerveja são de preços comedidos e servidos a preceito, onde a "malta" se sente bem, sem clubices, politiquices ou carteirices, desde o Presidente do Tribunal Constitucional (grande amigo dos tristes perseguidos funcionários públicos), até ao operário remediado que lá vai por um pratinho de caracóis, um prego e duas bejecas.
Na prática tanto podem ser "Cervejarias", como Restaurantes" mesmo, como até "Casas de Pasto". O importante é que o dispêndio de um mortal à mesa ou ao balcão e em refeição de prato, não ultrapasse os 20 euros (bebendo vinho) ou os 15 euros (bebendo cerveja). Ah, e já me esquecia: Onde as batatas sejam de boa qualidade para cozer ou assar, e sendo fritas, estrelicadinhas depois de descascadas mesmo ali em casa!
No alto de Cascais - Alvide - recomendo o "Mastro" de que já fiz aqui referência há tempos, mas que está completamente remodelado, com bela decoração, belas mesas e casas de banho impecáveis. Ali está-se muito bem, com bela cerveja tirada à maneira e com sugestões do dia a 8 euros (refeição completa) ou com os pratos emblemáticos da casa a 12 euros (para quem gosta as tiras de choco fritas à algarvia são muito boas!).
O "Menino Júlio dos Caracóis" também já aqui evocado, continua a merecer clientes, lá para para os lados do Centro de Tratamento de Correios de Lisboa (Rua Vale Formoso de Cima). Pátria do único (na minha experiência, está claro!) "Bife Aguilho" (SIC). Que pelo nome deve ser um bife de um boi que era tocado a aguilhão, lá para Vila Nova de Cerveira...Mas os caracóis são de primeira.
O "Eduardo das Conquilhas" na Parede e a "Adega da Bairrada" na Rua Reinaldo Ferreira em Lisboa, também merecem visita. E as clássicas Petiscaria Ideal (Santos, Rua da Esperança) e "1º de Maio" (Bairro Alto, Rua da Atalaia).
Agora, para mim talvez a melhor Tasca de Lisboa e arredores seja a TASCA do JOÃO, na Rua do Lumiar 122-A. Telefone - 217590311.
Tem só um problema: dependendo do que comerem e beberem, tanto podem gastar apenas os tais 20 euritos por cabeça (sobretudo se forem em grupo, porque as doses são avantajadas) como ir por ali acima... especialmente na altura da Lampreia... Estão avisados.
Mas neste estranho país, não sei se por influência gaulesa e na tentativa de traduzir "tasca" por "bistrot", desataram a chamar "tascas" a coisas de servir refeições que nada têm a ver com a verdadeiramente taberna-tasca tradicional.
Quem ainda pretende saber o que é uma tasca-taberna, onde se encontra, e se o tratamento do transeunte que se arrima ao balcão é bom ou mau, deve ir a este endereço que publicito com chapelada:
http://tascasdeportugal.blogspot.pt/
Agora, quem se entusiasma pelo nome de fragrâncias marialvistas e toureiras, com saudades dos antigos "retiros" e vai parar a locais como "A Tasca da Esquina" ou "A Tasca Lusa" , ou ainda a "Taberna LXFactory" ou a "Tasca do Leandro", pode tramar-se. Já que não desdenhando na qualidade apresentada, aquilo são mas é restaurantes ( e nada baratos)!
Na minha experiência de cliente existem as "tascas" mesmo, que o Blog "Tascas de Portugal" tão bem carateriza (basta verem as fotos).
E depois aquilo que eu chamo as "tascosas", que são os estabelecimentos com ares ou transvestidos de tasca, mas onde se come mal, se bebe pior e a preços de Gambrinus. Nestes locais confundem-se as velhas qualidades das tascas antigas: "despretensiosismo" e "à vontade" , com "à balda" e "falta de profissionalismo". Numa palavra: Tascas horrorosas.
E depois, talvez aqueles a que mais vou ultimamente pois a Crise tem destas restrições, as Tascantes.
O nome resulta da fusão entre "tasca" e "restaurante", mas envolvendo também os adjectivos "abundante", "refrescante", "calmante", "exuberante" e "poucopagante".
O que é para mim uma "tascante"? Um local aprazível e desprovido de sofisticação, onde a comidinha é boa e farta, onde o vinho ou a cerveja são de preços comedidos e servidos a preceito, onde a "malta" se sente bem, sem clubices, politiquices ou carteirices, desde o Presidente do Tribunal Constitucional (grande amigo dos tristes perseguidos funcionários públicos), até ao operário remediado que lá vai por um pratinho de caracóis, um prego e duas bejecas.
Na prática tanto podem ser "Cervejarias", como Restaurantes" mesmo, como até "Casas de Pasto". O importante é que o dispêndio de um mortal à mesa ou ao balcão e em refeição de prato, não ultrapasse os 20 euros (bebendo vinho) ou os 15 euros (bebendo cerveja). Ah, e já me esquecia: Onde as batatas sejam de boa qualidade para cozer ou assar, e sendo fritas, estrelicadinhas depois de descascadas mesmo ali em casa!
No alto de Cascais - Alvide - recomendo o "Mastro" de que já fiz aqui referência há tempos, mas que está completamente remodelado, com bela decoração, belas mesas e casas de banho impecáveis. Ali está-se muito bem, com bela cerveja tirada à maneira e com sugestões do dia a 8 euros (refeição completa) ou com os pratos emblemáticos da casa a 12 euros (para quem gosta as tiras de choco fritas à algarvia são muito boas!).
O "Menino Júlio dos Caracóis" também já aqui evocado, continua a merecer clientes, lá para para os lados do Centro de Tratamento de Correios de Lisboa (Rua Vale Formoso de Cima). Pátria do único (na minha experiência, está claro!) "Bife Aguilho" (SIC). Que pelo nome deve ser um bife de um boi que era tocado a aguilhão, lá para Vila Nova de Cerveira...Mas os caracóis são de primeira.
O "Eduardo das Conquilhas" na Parede e a "Adega da Bairrada" na Rua Reinaldo Ferreira em Lisboa, também merecem visita. E as clássicas Petiscaria Ideal (Santos, Rua da Esperança) e "1º de Maio" (Bairro Alto, Rua da Atalaia).
Agora, para mim talvez a melhor Tasca de Lisboa e arredores seja a TASCA do JOÃO, na Rua do Lumiar 122-A. Telefone - 217590311.
Tem só um problema: dependendo do que comerem e beberem, tanto podem gastar apenas os tais 20 euritos por cabeça (sobretudo se forem em grupo, porque as doses são avantajadas) como ir por ali acima... especialmente na altura da Lampreia... Estão avisados.
terça-feira, agosto 21, 2012
Prof.Martelo "martela" na verdade...
Ouviram e viram no Domigo passado o Prof. do costume aldrabar quando referiu que foi o Engº Sócrates que mandou tirar 50% ao povo no Subsídio de Natal, quando tinha já sido essa uma decisão do Dr. Passos Coelho e deste Governo ?
Nota: obviamente que foi um engano fortuito, mas que gozo que me deu ver o omnisciente Professor meter a pata na poça!!
Judite de Sousa, honra lhe seja feita, não foi na conversa....
Pois leiam esta maravilha, com chapelada ao Dr. Ferreira Fernandes:
Nota: obviamente que foi um engano fortuito, mas que gozo que me deu ver o omnisciente Professor meter a pata na poça!!
Judite de Sousa, honra lhe seja feita, não foi na conversa....
Pois leiam esta maravilha, com chapelada ao Dr. Ferreira Fernandes:
E eu mais diria: OLÉ!! Corta rabo e orelha!
Ler nas Férias
Robert Wilson, um inglês que vive "exilado" no nosso Alentejo é hoje considerado um dos melhores escritores de "romance noir" do mundo.
Especialmente curiosos os dois romances policiais que escreveu passados em Portugal: A Small Death in Lisbon e The Company of Strangers. Mas a sua série sobre Sevilha também é admirável, com o Javier Falcón como protagonista.
Podem ver aqui mais detalhes sobre este autor:
http://www.robert-wilson.eu/index.html
Uma lista dos ultimos trabalhos (no original) aqui vai:
1995 Instruments of Darkness 1996 The Big Killing 1997 Blood is Dirt 1998 A Darkening Stain
1999 A Small Death in Lisbon (1999 CWA Gold Dagger and 2003 International Deutsche Krimi Prize)
2001 The Company of Strangers 2003 The Blind Man of Seville 2004 The Silent and the Damned (aka The Vanished Hands) Winner of the Gumshoe Award for Best European Crime Novel 2006
2006 The Hidden Assassins
2009 The Ignorance of Blood
Mas está traduzido em português e editado pela D. Quixote , pelo menos os livros sobre Portugal e a série sobre Sevilha, que começa com The Blind Man e acaba com The Ignorance of Blood.
Muito recomendável!
Especialmente curiosos os dois romances policiais que escreveu passados em Portugal: A Small Death in Lisbon e The Company of Strangers. Mas a sua série sobre Sevilha também é admirável, com o Javier Falcón como protagonista.
Podem ver aqui mais detalhes sobre este autor:
http://www.robert-wilson.eu/index.html
Uma lista dos ultimos trabalhos (no original) aqui vai:
1995 Instruments of Darkness 1996 The Big Killing 1997 Blood is Dirt 1998 A Darkening Stain
1999 A Small Death in Lisbon (1999 CWA Gold Dagger and 2003 International Deutsche Krimi Prize)
2001 The Company of Strangers 2003 The Blind Man of Seville 2004 The Silent and the Damned (aka The Vanished Hands) Winner of the Gumshoe Award for Best European Crime Novel 2006
2006 The Hidden Assassins
2009 The Ignorance of Blood
Mas está traduzido em português e editado pela D. Quixote , pelo menos os livros sobre Portugal e a série sobre Sevilha, que começa com The Blind Man e acaba com The Ignorance of Blood.
Muito recomendável!
Para sair até ao final do Mês: Douro: Rio de Patrimónios
Mais uma edição do nosso Clube do Colecionador dos CTT: Douro - Rio de Patrimónios.
Com 4 selos e 1 bloco (numerado) deste ano e mais outro bloco e outro selo de anos passados, este Livro traduz a visão do Douro feita por José Salvador, jornalista especializado em enologia, crítico de vinhos da Visão, onde mantém uma coluna há longos anos.
Tiragem numerada e limitada a 4500 exs, preço de venda: 37€. Valor Facial dos 5 selos e 2 blocos que contém: 8,21€
Lá para final do mês começamos a vender. Numa Estação de Correios perto de si.
Podem ver aqui mais detalhes:
https://dl.dropbox.com/u/92033096/Livros_2012/Douro/Livro_Douro.pdf
Com 4 selos e 1 bloco (numerado) deste ano e mais outro bloco e outro selo de anos passados, este Livro traduz a visão do Douro feita por José Salvador, jornalista especializado em enologia, crítico de vinhos da Visão, onde mantém uma coluna há longos anos.
Tiragem numerada e limitada a 4500 exs, preço de venda: 37€. Valor Facial dos 5 selos e 2 blocos que contém: 8,21€
Lá para final do mês começamos a vender. Numa Estação de Correios perto de si.
Podem ver aqui mais detalhes:
https://dl.dropbox.com/u/92033096/Livros_2012/Douro/Livro_Douro.pdf
segunda-feira, agosto 20, 2012
Notas Iniciais
Aqui ficam alguns dados para começar bem o dia de trabalho. Seja ele trabalho mesmo a sério, ou o tradicional e muito português "trabalhar para o bronze" que será típico desta época do ano.
A) Primeiro, uma coisa séria. O guru (um dos que por lá existem) da União de Bancos Suiços (UBS) escreveu um artigo onde tenta provar matematicamente que quem mais ganhou com EURO é quem agora se está a queixar que não aguenta a austeridade: Portugal, Espanha e Grécia... Artigo a propósito, feito por encomenda de um certo eixo nordestino? Leiam aqui e não deixem de observar como se desmonta tal argumentação.
http://www.businessinsider.com/ubs-who-wins-with-the-euro-2012-8
B) O jovem recruta benfiquista Melgarejo (cujo nome já de si alimenta que se farta a piadística nacional) teve azar no jogo de estreia no campeonato. E o que dizem dele na blogosfera (dele, do JJ e do Sr. Vieira) daria para encher este Blog até ao princípio do Outono...
- "Melgarejo: estreia auspiciosa, com um grande golo e uma assistência para golo! Adversários do Benfica exigem a sua presença em todos os jogos! Mesmo lesionado!"
-"Ponham o gajo a treinar como defesa esquerdo para os Infantis!"
- "Oh Jesus, com tanta adaptação deves adaptar-te bem à vida de desempregado!"
-" Quem mete um avançado à defesa arrisca-se a que ele marque..."
-" A culpa não foi do rapaz. Tinha vindo na véspera do Hemisfério Sul e ainda trazia o azimute ao contrário..."
O meu cunhado, benfiquista militante e doentio, teve a melhor tirada, logo depois do golo amaldiçoado:
-"Oh Melgarejo mete a cabeça no cú!!"
C) Aqui só para nós, um pequeno comentário futebolês, e depois juro que volto à Política, aos Selos e aos Tachos (de comer, carago!): Então, quem dispensa o Emerson sem mais aquelas, pôe o Nelson Oliveira com dono por uma época ou mais, sem garantias de que irá jogar, tem um campeão do mundo que toda a vida jogou a defesa -esquerdo no plantel, E DEPOIS DISTO TUDO aposta assim num miúdo de 22 anos que era extremo-esquerdo para aquele lugar que já foi do Coentrão?
Cheira a amadorismo, fé nas bruxas, ou então a saque próximo e fatal ...
D) Para terminar com uma nota de Optimismo: os meus amigos e simpatizantes do FCP e SCP gozaram que nem uns perdidos por 24 horitas... Depois disso caíu-lhes em cima a dura realidade. Até o Real Madrid empatou... Pode ser da crise.
A) Primeiro, uma coisa séria. O guru (um dos que por lá existem) da União de Bancos Suiços (UBS) escreveu um artigo onde tenta provar matematicamente que quem mais ganhou com EURO é quem agora se está a queixar que não aguenta a austeridade: Portugal, Espanha e Grécia... Artigo a propósito, feito por encomenda de um certo eixo nordestino? Leiam aqui e não deixem de observar como se desmonta tal argumentação.
http://www.businessinsider.com/ubs-who-wins-with-the-euro-2012-8
B) O jovem recruta benfiquista Melgarejo (cujo nome já de si alimenta que se farta a piadística nacional) teve azar no jogo de estreia no campeonato. E o que dizem dele na blogosfera (dele, do JJ e do Sr. Vieira) daria para encher este Blog até ao princípio do Outono...
- "Melgarejo: estreia auspiciosa, com um grande golo e uma assistência para golo! Adversários do Benfica exigem a sua presença em todos os jogos! Mesmo lesionado!"
-"Ponham o gajo a treinar como defesa esquerdo para os Infantis!"
- "Oh Jesus, com tanta adaptação deves adaptar-te bem à vida de desempregado!"
-" Quem mete um avançado à defesa arrisca-se a que ele marque..."
-" A culpa não foi do rapaz. Tinha vindo na véspera do Hemisfério Sul e ainda trazia o azimute ao contrário..."
O meu cunhado, benfiquista militante e doentio, teve a melhor tirada, logo depois do golo amaldiçoado:
-"Oh Melgarejo mete a cabeça no cú!!"
C) Aqui só para nós, um pequeno comentário futebolês, e depois juro que volto à Política, aos Selos e aos Tachos (de comer, carago!): Então, quem dispensa o Emerson sem mais aquelas, pôe o Nelson Oliveira com dono por uma época ou mais, sem garantias de que irá jogar, tem um campeão do mundo que toda a vida jogou a defesa -esquerdo no plantel, E DEPOIS DISTO TUDO aposta assim num miúdo de 22 anos que era extremo-esquerdo para aquele lugar que já foi do Coentrão?
Cheira a amadorismo, fé nas bruxas, ou então a saque próximo e fatal ...
D) Para terminar com uma nota de Optimismo: os meus amigos e simpatizantes do FCP e SCP gozaram que nem uns perdidos por 24 horitas... Depois disso caíu-lhes em cima a dura realidade. Até o Real Madrid empatou... Pode ser da crise.
sábado, agosto 18, 2012
De Partida
Depois de ver o meu Estoril perder o primeiro jogo da época com o Olhanense ( e bem, nada a dizer) começamos a arrumar as coisas para rumar a casa logo pela manhã de Domingo. Tenho uma promessa ainda a cumprir aqui em cima, que é fazer o tradicional Arroz de Tamboril com Lulas e Gambas. Será esse o nosso almoço de hoje.
Não percebo porque não o fazem mais vezes aqui. Já expliquei às minhas primas que não há segredo nenhum: O tamboril tem de ser inteiro e fresco, para aproveitarmos primeiro a cabeça e a espinha para cozer, aproveitar essa água e retirar todos os pedaços de peixe agarrados.
Depois faz-se um refogado bem leve, com pouco sal, azeite, alho, cebola aos pedaços , pimento verde e vermeho também aos pedaços, pimenta preta e um toque de malagueta. Quanto estiver a apurar junta-se um copo de Moscatel, ou vinho branco (copo a Porto do Siza Vieira meio). Entram primeiro as lulas, depois os lombos de tamboril cortados aos pedaços, por fim o miolo das gambas (que podem ser congeladas). Deixamos apurar tudo junto, envolvendo.
O Arroz (para 4 pessoas chávena e meia almoçadeira) frita-se primeiro com todos os ingredientes por um minuto. Depois deitamos a água de cozer a cabeça do Tamboril na proporção de 2,5 para um de arroz. Deixamos cozer e retificamos de sal.
Quando o arroz estiver "al dente" apagamos o lume e deixamos abrir mais 5 minutos com um pano grosso por cima do tacho.
É servido decorado com coentros picados à mão e de modo a que o arroz esteja ainda a correr (mas não exageradamente!).
E Pronto! Segunda Feira começa a lida em Lisboa. Mas hoje ainda dá para ver o Benfica-Braga na Sport TV, às 20,15h.
Agora por causa disso, sabem a última do Luisão?
Desconfia-se que a malta do bairro da Bela Vista em Setúbal pretende o peito do conhecido "girafa" para meter no catálogo das armas a alugar para assaltos e outros desmandos, ao lado das carabinas do Clube de Tiro de Monsanto.
Já terão estabelecido contatos. Parece que lhe oferecem 10% do resultado do roubo. Exceto se for em casa do Dr. Carlos Barbosa. Aí só podem dar 5%... O assunto está em estudo no empresário de Luisão, Guiulliano Bertolluci, que se deslocou de propósito da Sicília para tratar desta matéria.
Não percebo porque não o fazem mais vezes aqui. Já expliquei às minhas primas que não há segredo nenhum: O tamboril tem de ser inteiro e fresco, para aproveitarmos primeiro a cabeça e a espinha para cozer, aproveitar essa água e retirar todos os pedaços de peixe agarrados.
Depois faz-se um refogado bem leve, com pouco sal, azeite, alho, cebola aos pedaços , pimento verde e vermeho também aos pedaços, pimenta preta e um toque de malagueta. Quanto estiver a apurar junta-se um copo de Moscatel, ou vinho branco (copo a Porto do Siza Vieira meio). Entram primeiro as lulas, depois os lombos de tamboril cortados aos pedaços, por fim o miolo das gambas (que podem ser congeladas). Deixamos apurar tudo junto, envolvendo.
O Arroz (para 4 pessoas chávena e meia almoçadeira) frita-se primeiro com todos os ingredientes por um minuto. Depois deitamos a água de cozer a cabeça do Tamboril na proporção de 2,5 para um de arroz. Deixamos cozer e retificamos de sal.
Quando o arroz estiver "al dente" apagamos o lume e deixamos abrir mais 5 minutos com um pano grosso por cima do tacho.
É servido decorado com coentros picados à mão e de modo a que o arroz esteja ainda a correr (mas não exageradamente!).
E Pronto! Segunda Feira começa a lida em Lisboa. Mas hoje ainda dá para ver o Benfica-Braga na Sport TV, às 20,15h.
Agora por causa disso, sabem a última do Luisão?
Desconfia-se que a malta do bairro da Bela Vista em Setúbal pretende o peito do conhecido "girafa" para meter no catálogo das armas a alugar para assaltos e outros desmandos, ao lado das carabinas do Clube de Tiro de Monsanto.
Já terão estabelecido contatos. Parece que lhe oferecem 10% do resultado do roubo. Exceto se for em casa do Dr. Carlos Barbosa. Aí só podem dar 5%... O assunto está em estudo no empresário de Luisão, Guiulliano Bertolluci, que se deslocou de propósito da Sicília para tratar desta matéria.
sexta-feira, agosto 17, 2012
Santa Luzia veste de novo!
À saída de Viseu-Norte, na estrada para Lamego e Castro d'Aire, na A2, encontramos dois locais com o nome afamado de Santa Luzia. O primeiro dedica-se a eventos (casamentos e outras festanças de Verão) o último para quem sai de Viseu, é o Restaurante Santa Luzia propriamente dito. Os proprietários são os mesmos.
Totalmente renovado, em investimento que terá mesmo ultrapassado o milhão de euros, este Restaurante Santa Luzia não tem nada a ver com a antiga moradia onde exerceram cozinheiras e proprietários o mesmo ofício durante dezenas de anos. A não ser estar no mesmo local...
Imponente, com salas separadas para grupos, garrafeira climatizada e com controlo de humidade, casas de banho high tech em branco e preto, aliás tal como a grande maioria da decoração da casa. Pedra branca no chão e parte da parede, jogando com o mosaico preto.
Tetos falsos e sanefas com luzes embutidas, esplanada modernaça e até um "riacho" que passa de fora para dentro da estrutura, à vista dentro de um leito de vidro e mosaico.
Por fora, apresenta-se ao transeunte um paralelípipedo de pedra virado à A2, com jardim e estacionamento bem cuidados à sua volta.
Esteve ali mão de Arquiteto. E bom.
Ontem estava cheio e no feriado do 15 de Agosto parece que serviu mais de 170 almoços também. E bem precisa para amortizar aquele investimento!
As boas notícias, para além do conforto e modernidade das instalações e de todo o aparelho de servir à mesa, desde as toalhas aos talheres e copos, são que as cozinheiras continuam a exercer a sua função cabalmente, apresentando os pratos tradicionais da Beira Alta em grande estilo!
Ontem, e para comemorar a estreia na nova casa, bebemos um Sauselhe branco de 2006 (provavelmente a última garrafa existente em Portugal) seguido de um Quinta da Pellada de 2007. O Eng. Álvaro de Castro tinha lá estado na véspera a pagar um serviço de catering que fora feito em sua casa pelo Santa Luzia, e muito recomendara aquele seu vinho tinto. E de facto quer um quer o outro estavam de lamber os beiços!
Mayonnaise de gambas excelente, Barriga de porco na brasa com arroz malandrinho de feijão, soberba, queijo da serra assim-assim (de boa qualidade e origem insuspeita, mas estava demasiado frigorificado,como estamos em Agosto perdoo...).
Com as habituais entradas de morcela assada de Viseu e farinheira torrada na sertã, presunto serrano, paio do lombo e torresmos, pagou-se cerca de 100 euros. Mas atenção aos vinhos!! Mais de metade do preço foi para eles...
Boa sorte é o que se deseja! E que abram rapidamente a sua loja-garrafeira, para podermos sair dali aviados com garrafas que não levem com os 23% do IVA!
Totalmente renovado, em investimento que terá mesmo ultrapassado o milhão de euros, este Restaurante Santa Luzia não tem nada a ver com a antiga moradia onde exerceram cozinheiras e proprietários o mesmo ofício durante dezenas de anos. A não ser estar no mesmo local...
Imponente, com salas separadas para grupos, garrafeira climatizada e com controlo de humidade, casas de banho high tech em branco e preto, aliás tal como a grande maioria da decoração da casa. Pedra branca no chão e parte da parede, jogando com o mosaico preto.
Tetos falsos e sanefas com luzes embutidas, esplanada modernaça e até um "riacho" que passa de fora para dentro da estrutura, à vista dentro de um leito de vidro e mosaico.
Por fora, apresenta-se ao transeunte um paralelípipedo de pedra virado à A2, com jardim e estacionamento bem cuidados à sua volta.
Esteve ali mão de Arquiteto. E bom.
Ontem estava cheio e no feriado do 15 de Agosto parece que serviu mais de 170 almoços também. E bem precisa para amortizar aquele investimento!
As boas notícias, para além do conforto e modernidade das instalações e de todo o aparelho de servir à mesa, desde as toalhas aos talheres e copos, são que as cozinheiras continuam a exercer a sua função cabalmente, apresentando os pratos tradicionais da Beira Alta em grande estilo!
Ontem, e para comemorar a estreia na nova casa, bebemos um Sauselhe branco de 2006 (provavelmente a última garrafa existente em Portugal) seguido de um Quinta da Pellada de 2007. O Eng. Álvaro de Castro tinha lá estado na véspera a pagar um serviço de catering que fora feito em sua casa pelo Santa Luzia, e muito recomendara aquele seu vinho tinto. E de facto quer um quer o outro estavam de lamber os beiços!
Mayonnaise de gambas excelente, Barriga de porco na brasa com arroz malandrinho de feijão, soberba, queijo da serra assim-assim (de boa qualidade e origem insuspeita, mas estava demasiado frigorificado,como estamos em Agosto perdoo...).
Com as habituais entradas de morcela assada de Viseu e farinheira torrada na sertã, presunto serrano, paio do lombo e torresmos, pagou-se cerca de 100 euros. Mas atenção aos vinhos!! Mais de metade do preço foi para eles...
Boa sorte é o que se deseja! E que abram rapidamente a sua loja-garrafeira, para podermos sair dali aviados com garrafas que não levem com os 23% do IVA!
quinta-feira, agosto 16, 2012
Depósito, Adepôsito e Adipósito
Um Depósito, aqui na Beira Alta, é um contentor para o vinho, normalmente de aço inoxidável. Se for de madeira (carvalho ou castanho) é mesmo tonel ou barrica, como no resto do país.
Um “Adepôsito” será um Depósito lá para baixo, para o nosso Alentejo. Um Depósito em Beja!
Um Adipósito ou Adipócito é o nome científico das células que armazenam a gordura do nosso organismo. Estas gajas podem trabalhar mais ou menos. Quando trabalham bem armazenam que se fartam, aquelas P****! Quanto trabalham mal armazenam pouco ou assim-assim.
Nota: A mim logo me havia de calhar uma brigada de adipócitos trabalhadora que se farta! Nem uma greve em 57 anos de vida ativa! Olha que Pôrra!!
Vem esta conversa a propósito do efeito do álcool na obesidade. Na prática o que se pretende saber é se o trânsito do Adepôsito para o Adipócito (caso seja vinho de Borba , por exemplo) traz influências nefastas em termos do aumento do peso e do volume da verdadeiramente besta que presidiu à trasfega.
As opiniões vareiam, não no sentido médico e científico do assunto (o qual pouco interessa) mas sobretudo baseados em provas práticas derivadas da observação direta dos casos em si.
E em relação a essa visão mais prática, observa-se que alguns dos impetrantes são secos como um moreia fumada apesar da litragem que levam no conta-litros , enquanto que outros – sobretudo os mais dados a confraternizar com a lourinha – não deixam de exibir a conhecida “barriga de cerveja” .
Este assunto – que como podem imaginar me fascina quando não tenho mais nada para fazer – por vezes substitui para meu agrado as conversas da noite sobre a política aqui na serra, com a enorme vantagem de evitar que as pessoas se insultem mutuamente mais do que o costume.
-“O Raulzinho é todo ele “mociço” ! Nem tem corpo de bacalhau seco nem de barriga de mijo! Deve ser porque bebe de tudo! He! He! He! Já ali o Zé tá mesmo cozido por dentro do bagaço! Nem furos no cinto já tem!”
-“E tu podes falar Oh Manel da Bezerra? Para veres os C**** tens de pôr um espelho no chão! De tanta cerveja que emborcas!”
-“Mau, Mau, Maria! Alguém lhe faltou ao respeito? Vomecê dorme com uma garrafa de Sagres cheia de bagaço por debaixo da cama e é isso a primeira coisa que bebe quando acorda! É que nem vê nada antes de beber!”
E assim continuam as nossas alegres discussões noctívagas. Como se vê sem insultar ninguém.
Uma coisa parece mais ou menos certa, da observação que venho fazendo da malta aqui de cima: Um verdadeiro profissional da bebida, come pouco e terá tendência a ter um aspeto físico mais “alongado e ressequido”. Um outro que à refeição “não perdoa” nem a secos nem a molhados, mas que depois é capaz de nunca mais ingerir álcool entre as ditas refeições, pode ser e normalmente é mais nutrido, mesmo “gordo”.
E ainda há aqueles que são o “dois em um”: Só param de comer e de beber quando dormem. E não dormem assim muitas horas por noite. O aspeto físico destes é o que menos interessa, dado que infelizmente não costumam andar por cá muitos anos…
A pessoa que mais me impressionou a beber foi uma mulher. A 1ª esposa do Sr. F*****,riquíssimo, grande conhecedor de vinhos e produtor de grandes marcas na Alemanha, em Portugal (Douro) e em Espanha. Essa senhora – que quando a conheci teria 40 e picos anos, e boa figura embora “germânica” , alta e bem constituída mas nunca gorda – começava o jantar com uma garrafa de Dom Pérignon, continuava com uma de Barca Velha, ia por ali acima com meia de Porto Vintage com o queijo e nunca se retirava sem ”aviar” um balão de Aguardente Velha Ramos Pinto!! Ela e o marido tinham contas “interessantes” no Beira Mar, algo como 40 contos de vinho e 8 contos de comida… E isto no tempo dos “contos de réis”, lá para 78! Quando um Assistente Universitário (moi!) ganhava 12 continhos por mês…
Num registo mais popular e proletário, também tive ocasião de confraternizar com um colega do Judo do Estoril que tinha por alcunha “O Marabunta”. Magro e baixote , era temível à mesa. Comia a dose dele e andava por baixo da mesa a ver se lhe calhava mais alguma coisa da dose dos outros. Quando estávamos na Feira Popular a festejar um dos nossos campeonatos nacionais por equipas, cheguei a vê-lo comer 3 frangos assados inteiros com largas doses de batata frita (porque só Frango o enjoava) à compita com outro colega. Devo dizer que, para o volume do corpo foi este o maior comedor que conheci. Raça e génio em 1,65cm e uns magros 63 kg! E só bebia cerveja! Mas um grande Atleta.
Agora, se quisermos eleger o “Campeão Olímpico de Todas as Categorias de Peso” essa distinção – na minha experiência – deve ir para o Sr. Casinhas dos Mármores de Negrais ex-aequo com o Sr. Visser, nosso Agente de Filatelia em Dordrecht (Países Baixos).
O famoso “3cús” já aqui referido e o Sr Visser tinham corpos semelhantes , mais largos que altos ambos, cerca de 140 Kg em menos de 1,80m. E comiam e bebiam desalmadamente! A um vi comer uma leitoa e meia inteira sozinho, ao outro um salmão fumado completo! E não foi apenas isso que comeram nessa refeição!
Hesitei se havia ou não de referir também o Sr. Rainha nesta competição. Mas o meu Amigo Rainha estava numa categoria à parte que tinha de ser criada apenas para ele: Não só exibia um apetite de autêntico “alarve” como depois, na sua prática, era um tremendo conhecedor e epicurista na mesa, delicado, de conversa agradabilíssima e com uma particularidade estranha: por muito que bebesse o grau álcool pouco lhe subia! Fizémos testes com o auxílio de uma capitão da BT , nosso amigo, e a verdade foi esta: Enquanto que eu e o Paulinho Mendonça quase fazíamos apitar o "soprante" , o Sr. Rainha mal fazia mexer a escala...
Um autêntico Gourmet dentro do corpo de um bom gigante, cuja memória aqui saúdo com muita Saudade!
Assim me despeço que o raio da conversa hoje está a fazer-me fome. Ala para o Santa Luzia!!
quarta-feira, agosto 15, 2012
Crónicas da Serra 3
Pelas 2 da manhã de hoje caiu uma trovoada que acordou toda a gente. Bem falta fazia a água, nem que fosse para lavar os cachos cheios de pó, já perto da vindima, para já não falar do alivio que dá às terras ressequidas pelos calores.
É Feriado mas não se dá por isso aqui de férias. Ainda os sinos não começaram a tocar para a missa. Nem sei se hoje será missa de manhã ou de tarde, porque o padre – este sim, autêntico trabalhador do espírito – tem de dar assistência a 3 ou 4 paróquias e é obrigado a equilibrar os horários para poder estar em todo o lado, A falta de vocações faz-se sentir…
Por acaso sempre pensei que a crise traria mais charme a estes apelos de sacerdócio, já que se trata de emprego com salário garantido, reforma assegurada e segurança social específica. Mas parece que não. O celibato obrigatório não ajuda. Talvez esteja na altura do Bispo de Roma dar uns passos valentes em relação a isso e à ordenação das mulheres. Se não o fizer corre o risco de não ter padres para tanta igreja. E sem Padres vão-se os fiéis.
Dia de mais sossego aqui em casa, e os familiares aproveitam para continuarem a apanha das batatas, já com medo que a chuva (ansiada por tantos e agora temida) dê cabo do que semearam. Aqui funciona a economia da entreajuda: “tu vens às minhas batatas e eu vou às tuas”.
Vou fazer para o almoço um safio guisado com ervilhas. Faço uma puxadinha leve num tacho de fundo grosso, meto por baixo bastas rodelas de cebola , depois batatas, tiras de pimento vermelho e verde, ambos maduros, um bom tomate sem pele nem pevides, aos bocados. De seguida as postas de safio que são das “esbandalhadas” todas abertas . Acrescento miolo de ameijoa e as ervilhas por cima. Retifico de sal, com cuidado, porque o safio ficou algumas horas em sal e algum vai para o tacho. Um copito de Moscatel ou Madeira sercial vai sempre bem.
Há quem puxe pelas ervilhas com bacon cortado aos pedacinhos , mas isso para mim é misturar sabores a mais… Bacon e ovos ficam bem para as ervilhas guisadas “solas”.
E pronto. Amanhã passamos pelo Centro de Estudos Vitivinícolas de Nelas para ver o que para ali há agora à venda, E depois almoçamos em Viseu, no tradicional Santa Luzia.
terça-feira, agosto 14, 2012
Crónicas da Serra 2
Não deve existir coisa mais chata do que uma discussão a 3 ou a 4 , sobre assuntos de que ninguém de facto entende, depois ou durante uns copos, e acerca de matérias que afetam todos.
Por exemplo, ontem à noite o forrobodó que se seguiu aos copitos de boas vindas teve por base a “análise da atual situação política” feita por malta que ouve e vê maioritariamente a TVI (por causa das novelas), mais a Sport TV (não é preciso dizer porquê), e que por causa disso mesmo acha que o Prof. Marcelo é assim uma espécie de Papa dos pobres , um “sargentão Scollari”que aparece aos Domingos para dar a “táctica”…
Nota: Aqui por cima a malta gostou do estilo do Sargentão, militarista e firme no controlo dos jogadores – “aqueles gajos que ganham muito mais do que aquilo que fazem” – e disposto a dar uma murraça em quem o contrarie. Enfim, uma espécie de pai à moda antiga.
E as frases – depois de muito vinho – que ilustram a forma de pensar e reforçam os argumentos aqui da troupe serrana sobre a nossa vida política são sempre finais e definitivas:
-“ Está provado que foi o dinheiro da Caixa dos lanifícios que o MS roubou aos trabalhadores que permitiu construir o Serviço Nacional de Saúde!”
MS é o Dr. Mário Soares. O resto é pura ilusão.
-“Toda a gente o sabe. Fulano é ladrão , vigarista e paneleiro!
Este já todos adivinham quem seja…
-“ É do conhecimento geral, ainda ontem diziam à boca cheia no mercado de Seia, que o PM e o AV planearam com o JC o resgate da Troika para esconderem do povo a roubalheira que fizeram no País!”
Sendo que PM é o Dr. Pina Moura, AV o Armando Vara, e JC o Dr. Jorge Coelho da Mota-Engil hoje.
-“Vinha no jornal , foi o que me disseram de fonte segura, que o AG fugiu do País porque deu muitos subsídios às mães solteiras (aquelas p***!) e por causa disso a Segurança Social ficou em falência!”
AG – Eng. António Guterres. Qual o “jornal” onde aquilo vinha ninguém sabe. Provavelmente ninguém leu porque nunca foi publicado…
Eu podia continuar com estes exemplos até me cansar. Mas o que me parece importante é que sempre que alguém alvitra que essas informações não são exactas, que têm que ser provadas, ou que pura e simplesmente são invenções, cai-lhe em cima o Carmo e a Trindade mais o penedo da Cabeça da Velha (já que estamos na Estrela).
E a resposta (embora bastante informada pelo tinto, branco, palheto ou até pela proletária “mini” e por isso a desculpo) é quase sempre a mesma:
“-Vocemecê não está a ver bem o quadro primo! Ou isso ou não lhe convém falar por estar também enfiado nalguma trafulhice… De Lisboa já nada de bom se espera…”
Um raio que os partisse! A culpa é minha que lhes abri a Adega… Bebam água que isso passa logo.
Mas da do poço que tem muito tipo de bicheza misturada e deve facilitar as cólicas intestinais. Dessa é que era.
Agora a propósito disso, vou fazer Arroz de Pato para o almoço, com um "marreco" aqui da quinta. Depois informo como se passou.
De liquidos beberemos verde rosado de Monção, tem só 11º e sempre descansa o Sr. Fígado da tareia que ontem levou.
segunda-feira, agosto 13, 2012
Crónicas da Serra 1
Bom tempo, embora fresquito. Chuva não se vê por aqui desde o Inverno passado. E essa foi pouca. O que vale é que a quinta está no sopé da serra e aproveita muitas das águas correntes que por ali nascem, mas se a seca continua não haverá remédio.
Ontem à noite fizemos uma sopa de espinafres e abriu-se um presunto já com mais de um ano de cura, feito cá em casa. Rijo mas saboroso, à moda dos presuntos daqui de cima que começam por ser muito bem lavados com vinho branco, vão primeiro ao sal por uns 2 meses e depois ao fumo por mais uns 4 ou 5. A partir daí são cobertos por uma pasta de pimentão e deixam-se secar ao ar.
Hoje asso bacalhau no forno com as batatas da nova semente “eagle”, brancas por fora e amarelas por dentro, que o meu cunhado estreou este ano. Dizem que são excelentes. Muita cebola nova e alhos compõem o ramalhete que só fica acabado com a pimenta preta e o azeite extra virgem das nossas oliveiras. O bacalhau de cura amarela veio do “Corte Inglês”. Até tenho vergonha de lhes dizer , à malta aqui da terra, quanto custou o kg…
-“Está tudo cada vez pior . E os rapazes não arranjam emprego!”
O problema do desemprego é o que se sente mais. E ninguém parece seguro do seu futuro. Têm medo das falências e dos cortes nas reformas e na segurança social. Vai valendo a terrinha. Muita gente que já tinha abandonado a lavoura está agora a plantar de novo umas batatas ou uma horta, pois dá cada vez mais jeito aliviar a conta dos supermercados.
Outra coisa que notei foi a descrença na educação:
-“Estudar para quê? Para ficar Desempregado? Mais vale ir para o Luxemburgo ou aprender um ofício.”
E como a dita educação vai ficando cada vez mais cara, junta-se o útil ao agradável. Imaginem o “caldo de cultura” que a crise vai construindo…
Os casos como “o do Relvas” são evocados por todos. E a pergunta que muitos fazem é quase sempre a mesma:
-“ Mas quem foram todos os comilões que se encheram à nossa custa? E não são julgados? Não se apuram responsabilidades?”
E logo respondem eles mesmos:
-“Neste desgraçado deste país nunca um Ministro foi condenado! Nem no tempo do Salazar! Não é agora que vai mudar…”
Estas perguntas, com maior ou menor enfâse, serão feitas na serra e na planície, nas cidades e nos campos, ao pé do mar ou lá para cima , para o cume da mais alta…
E alguém que conheça esta boa gente irá descortinando, por dentro da complacência habitual, laivos de raiva controlada que vão sendo cada vez mais evidentes e frequentes. Até quando se contêm?
Bem, para tirar a cabeça destas preocupações por uns tempos, vamos receber os amigos e parentes esta tardinha. Parto para me abastecer do “material” para a romaria: febras e sardinhas. Vinho branco e tinto já cá está na adega. Vai abrir-se o de 2011.
Nós em casa temos bebido o famoso tinto da colheita de 2008 (um monstro de 15.5º feito cá) , mas desse não damos a beber nestas farras, que é mal empregado e já só temos 1 ou 2 garrafanitos… E , aqui para nós, depois do 12º copo marcha quase tudo, até capilé….
sexta-feira, agosto 10, 2012
Para Descansar a Vista
Em honra do Pai Baiano, mestre de Candomblé e Pai de Santo que foi Jorge Amado , aqui fica o outro grande iconoclasta do seu tempo: Vinicius de Morais, com o seu "Soneto do Amor Total".
Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Avante para S. Martinho!
Vou ao peixe (sózinho, livra, lagarto, lagarto, lagarto!!!) e parto depois para a serra.
Antes de me ir embora fica uma lembrança em homenagem ao grande Jorge Amado, que se fosse vivo ( e é, mas noutro plano da existência, lá para um dos universos alternativos que constam da Teoria das Cordas) faria hoje 100 anos neste vale de lágrimas.
Obrigado Pai Baiano! Boa viagem e estadia. Que a Gabriela te faça companhia! Saravá!
Antes de me ir embora fica uma lembrança em homenagem ao grande Jorge Amado, que se fosse vivo ( e é, mas noutro plano da existência, lá para um dos universos alternativos que constam da Teoria das Cordas) faria hoje 100 anos neste vale de lágrimas.
Obrigado Pai Baiano! Boa viagem e estadia. Que a Gabriela te faça companhia! Saravá!
quinta-feira, agosto 09, 2012
Lisboa deserta
Há dias que o cavalheiro idoso que mendiga uma moeda no cruzamento da Praça de Espanha não está no seu lugar quando passo, pelas 7.20h.
São as férias também que chegaram para o homem, vendo que a clientela habitual deixou estes caminhos da cidade.
Mas à frente da Versalhes está agora um "venha!" - arrumador - que por lá nunca vi nas alturas de trabalho. Porquê se os carros a estacionar serão também eles cada vez menos? Mistério...
Questionado disse-me que no seu local habitual de trabalho em frente ao Saldanha, no parque da rotunda, "já não passa ninguém". E como "tem de comer todos os dias" achou melhor tentar encontrar alternativas mais para cima.
No Galito há agora mesas que sobram , apesar da pequenez da locanda. E o Sr. Henrique sempre vai dizendo que "em Agosto trabalhámos sempre menos, mas assim como neste ano nunca me lembro! Nem nos tempos do fascismo lá na Serra de Ossa!"
É a velha lei da oferta e da procura. Complicada pelos 23% na faturazinha, pelo IRS a sair do bolso dos trabalhadores independentes agora no final de Agosto ( e não em Setembro, como sempre tinha sido...). É a falta de subsídio de férias, é a poupança que tem de se fazer para a escola dos filhos, despesa que está ali já, quase a espreitar à porta. E outras coisas do género.
Quando os restauradores que pagam o IVA trimestralmente verificarem que já não têm dinheiro para as suas obrigações, lá para Outubro, muita casa deve ficar com a corda na garganta...
Lisboa está deserta, mas não parece que a "125 azul" tenha ganho muito com isso neste ano.... E é pena para todos. Hoteleiros e Clientes.
O Sr. Governo deve estar ansioso para que comece outra vez o futebol, confiante que o Campeonato tira as ideias "mais esquisitas" da cabeça do povo.
Pode ser que sim. Ou que não...
São as férias também que chegaram para o homem, vendo que a clientela habitual deixou estes caminhos da cidade.
Mas à frente da Versalhes está agora um "venha!" - arrumador - que por lá nunca vi nas alturas de trabalho. Porquê se os carros a estacionar serão também eles cada vez menos? Mistério...
Questionado disse-me que no seu local habitual de trabalho em frente ao Saldanha, no parque da rotunda, "já não passa ninguém". E como "tem de comer todos os dias" achou melhor tentar encontrar alternativas mais para cima.
No Galito há agora mesas que sobram , apesar da pequenez da locanda. E o Sr. Henrique sempre vai dizendo que "em Agosto trabalhámos sempre menos, mas assim como neste ano nunca me lembro! Nem nos tempos do fascismo lá na Serra de Ossa!"
É a velha lei da oferta e da procura. Complicada pelos 23% na faturazinha, pelo IRS a sair do bolso dos trabalhadores independentes agora no final de Agosto ( e não em Setembro, como sempre tinha sido...). É a falta de subsídio de férias, é a poupança que tem de se fazer para a escola dos filhos, despesa que está ali já, quase a espreitar à porta. E outras coisas do género.
Quando os restauradores que pagam o IVA trimestralmente verificarem que já não têm dinheiro para as suas obrigações, lá para Outubro, muita casa deve ficar com a corda na garganta...
Lisboa está deserta, mas não parece que a "125 azul" tenha ganho muito com isso neste ano.... E é pena para todos. Hoteleiros e Clientes.
O Sr. Governo deve estar ansioso para que comece outra vez o futebol, confiante que o Campeonato tira as ideias "mais esquisitas" da cabeça do povo.
Pode ser que sim. Ou que não...
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