terça-feira, fevereiro 28, 2006
segunda-feira, fevereiro 27, 2006
Energia Nuclear
Como se liberta a energia?
1º problema:
Necessitamos mesmo de energia nuclear?
Assim sendo, a Energia Nuclear não diminuí a nossa dependência em relação ao petróleo.
2º problema:
Matéria prima.
Existe em Portugal, mas não devemos deixar de visitar as antigas minas de urânio.
Há um custo ambiental muito elevado. Registam-se elevados níveis de cancro nas populações locais.
3º problema:
Quantidade de minérios.
A percentagem de urânio existente nos minérios retirados das minas é diminuto - muito inferior a 0,1%.
Significa que teremos que retirar milhões de toneladas de pedra para atingirmos os nossos objectivos.
4º problema:
Dependência Tecnológica.
O enriquecimento do urânio terá que ser feito num País com tecnologia apropriada (França, Rússia, EUA etc.)
Significa que continuaremos a estar dependentes de outros países.
5º problema:
Arrefecimento das Centrais.
A refrigeração das Centrais Nucleares é efectuada através de água que, em grande parte, se evapora. Daí a necessidade da instalação das Centrais junto de rios ou oceanos.
O consumo diário é semelhante ao gasto por dia na grande Lisboa.
Como temos pouca água nos rios, a sua instalação teria que ser junto à costa. Onde?
6º problema:
Resíduos?
Os resíduos mantêm a sua actividade durante milhões de anos.
Temos que encontrar locais para o seu armazenamento. Estamos a hipotecar o futuro das gerações vindouras.
Chernobyl
.
sábado, fevereiro 25, 2006
Frida Kahlo
Toda a sua obra está influenciada pelo grave acidente que teve e que a limitou fisicamente. Um acidente de eléctrico, quando tinha 18 anos, que lhe destruiu a coluna, obrigou-a a viver deitada durante muitos anos.
Teve uma vida tempestuosa. Dois casamentos com Diego Rivera, o célebre muralista mexicano e inúmeros/as amantes (Trotsky, o mais famoso de todos).
O rosto da Frida (em vários auto-retratos) não ostenta a tradicional beleza europeia. A comprova-lo, a existência de um buço, marca que distinguia as mulheres mexicanas de origem espanhola, das nativas.
A adopção
VISÃO – 25FEV2006
Que se saiba, estas crianças estão internadas nas Oficinas de S. José.
1. Ao mesmo tempo que temos conhecimento destas notícias, constatamos a dificuldade na adopção.
2. Pelos vistos, como educadores, os padres são melhores que os casais homossexuais...
sexta-feira, fevereiro 24, 2006
Barómetro da MarkTest - Como vão os Partidos?
2) O PSD perde alguns pontos. A Liderança de Marques Mendes afunda-se.
3) O PCP sobe e aguenta quase que os 10% (Lembram-se de há quanto tempo não se aproximava o Partido Comunista desta bitola?). Jerónimo, o galã de Pirescoxe (como já o ouvi retratar) não dá hipóteses... Está um verdadeiro "Chefe Apache" como o seu famoso homónimo.
Atenção que os Índios, perdão os Nativos-Americanos, depois de terem sido lixados até à quase extinção ganham hoje dinheiro que se fartam a criar Casinos para o estúpido do WASP ir lá deixar a guita... É a vingança!
4) O BE está nos 8%. Louçã aguenta a pressão.
5) O CDS\PP afunda-se desesperadamente em torno dos 3,5%... Ribeiro e Castro não tem quase Partido, podem recomeçar as anedotas do Partido do Táxi se isto não melhora...
Comentários: Um Barómetro é uma espécie de "tira a febre" ou "mede a tensão" regular. Tal como os sintomas da febre ou da tensão alta também por si só não dizem grande coisa sobre o estado de saúde do doente, a variação dos resultados de um Barómetro é mais circunstancial e provocada pelos Media do que profunda .
Apenas a recorrência das tendências- em 3 ou 4 análises seguidas deste tipo - apontam para modificações de comportamento.
Dito isto, há já algumas destas "quase recorrências" que convém ir referenciando - A mais importante , na minha opinião, prende-se com a sistemática perda de expressão eleitoral do CDS\PP.
Viva o FANTAS!
Mário Dorminsky ( e a sua organização de quase "carolas") há já 26 anos que pôe em pé esta manifestação do Cinema Fantástico e de Terror que é bem reconhecida internacionalmente.
O que saúdo aqui hoje não é tanto a Edição deste ano, mas sim a teimosia excelente deste grupo de "veteranos" que - ano após ano e contra ventos e marés - lá nos vão dando o Fantas!
Obrigado Mário!
quinta-feira, fevereiro 23, 2006
A propósito da carta aberta
Hoje é um deputado do PSD, há dias foi um amigo do Raul Moreira ligado a Serralves.
Devemos combater estas atitudes.
CARTA ABERTA
Exmo. SenhorDeputado Ricardo Almeida
Grupo Parlamentar do PPD-PSD
Assembleia da República
Palácio de S. Bento
1249-068 LISBOA
Excelência,
A confirmar-se a notícia ontem divulgada pela comunicação social, de acordo com a qual V. Exa. terá por diversas vezes infringido muito gravemente o Código da Estrada, circulando em meio rodoviário a velocidades que indiciam um padrão de conduta claramente anti-social, vem esta associação lembrar que V. Exa., ao assumir o mandato para que foi eleito, tem responsabilidades cívicas acrescidas.
Decerto compreenderá o nosso choque perante a manifesta incongruência entre o seu meritório empenho na causa pública e o seu comportamento anti-social enquanto cidadãos automobilizado.
Vimos assim apelar a V. Exa. para que:
Se retrate publicamente, comprometendo-se a renunciar à prática da condução automóvel perigosa e anti-social;
aceite, de forma voluntária, submeter-se a testes de aptidão psico-técnica para avaliar a sua capacidade para conduzir veículos automóveis na via pública;
cumprir, durante três meses, serviço à comunidade no distrito no qual foi eleito (por exemplo, como voluntário num serviço de emergência hospitalar ou pré-hospitalar).
Sem outro assunto, enviamos os nossos respeitosos cumprimentos.
Manuel João Ramos
Direcção da ACA-M
Lisboa, 23 de Fevereiro de 2006
Mais comentários a Tolkien
Sou o anónimo do comentário de ontem e eis-me de regresso. Devo dizer que sou anónimo porque não estou para perder tempo a inscrever-me. Mas, para acabar com tanto anonimato, aqui fica o meu nome: Joaquim Calado.
Tomei conhecimento deste blog pelo nosso amigo comum Paulo Mendonça. Vamos ao que interessa: reafirmo que na obra de Tolkien não há referência nenhuma a Portugal.
Quanto ao texto que o Paulo encontrou, só gostaria de saber a que livro, capítulo, edição (inglesa? americana?) pertence.
Em relação ao Vintage, lamento desiludi-lo, mas não é uma denominação exclusiva do Vinho do Porto, pois indica literalmente qualquer vinho proveniente de uma vindima cuja data esteja inscrita no rótulo (Lichine dixit).
O que tenho para dizer sobre a definição de "Vintage" é apenas para concordar com a observação do Leitor Joaquim Calado.
Todavia, de onde retiraria Tolkien a noção de que a Região do tal Vintage se chamava Dorwinnion? Defendo que do "Douro"... Pela aproximação fonética e porque Ronald Tolkien, para o bem e para o mal não deixava de ser inglês (embora católico).
Talvez também por causa disso a palavra "Vintage" (adjectivada "heady" que posso entender livremente como "fortificado" ) traz conotações inequívocas de Porto, na boca ou melhor, na pena , de um Inglês.
É esta a minha justificação.
Sobre a citação do Paulo, de facto não me recordo de a ter lido na minha versão da Penguin (1972) mas não duvido do que ele escreveu. Aguardaremos esclarecimentos...
Então e o Outro R.R. da Alta Fantasia?
Apareceram depois vários Cardeais "Papabile" no conclave da sucessão, entre os quais cito T.W.White - "The Once and Future King", David Eddings - "The Belgarath"; Raymond E. Feist ; Anne McCafrey; Marion Zimmer Bradley , etc, etc...
Mas, vindo do nada, em 1998, apareceu a escrever divinamente George R.R. Martin com o seu aclamado "Song of Ice and Fire" que já vai no 4º Volume.
Densidade dramática, personagens quase reais : hoje "bons", amanhã assim assim. Os "maus" podem ser quase "bons" no capítulo seguinte. Os "bons" são de tal forma que nunca convém virar-lhes as costas muito tempo... Quando estamos a pressentir que uma personagem vai "roubar o filme" o Autor encarrega-se de a matar nas páginas seguintes...
Escrito como uma história de "Film Noir" esta saga - na minha modesta opinião - é o que de melhor se faz hoje em literatura "de escape" ou Alta Fantasia.
Comentários a J.R.R.Tolkien e a Hugo Pratt
O mundo de Tolkien é completamente imaginário, portanto não pode haver referência nenhuma a Portugal.Só mais uma coisa, o Manara pode ser discípulo do Pratt, mas não me parece que mereça ser lido - é que o fulano só é bom a desenhar corpos de mulheres. Ficamos-lhe agradecidos, lavamos a vista, mas não lemos nada...
Muito Obrigado pelo Comentário!
1) Nas obras mais conhecidas de Tolkien - "The Lord of the Rings" e "The Hobbit" (que para todos os efeitos é a introdução ao 1º título aqui citado) - existem, tanto quanto me lembro, duas referências à "Portugalidade".
Uma vem já descoberta aqui em baixo pelo Paulo Mendonça - que acabou da ganhar uma garrafa de Zambujeiro Tinto, que lhe entregarei oportunamente em mão.
A outra está no "The Hobbit" e é uma explicação do Autor sobre a bebedeira dos guardas do castelo do rei-anão onde Bilbo se hospedava na altura: "The heady Vintage of the renowned wine grapes of Dorwinnion" (estou a citar de memória esta referência ao Douro e ao Vinho do Porto).
3) Quanto a Milo Manara, estou de acordo com o nosso Leitor: desenha Mulheres divinamente!! Nesta altura da minha vida isso é (quase) tão importante como a trama da história ou a densidade psicológica dos personagenns... é a idade o que é que querem
Olá caro Raúl
Aceitei o seu desafio, mas será que em vez de Portugal, não quis dizer "Lusitania"?
"Sam slept soundly. He dreamed of Frodo flailing about in theriver. In the dream Frodo kept yelling to Sam for help. Sam, standingon a pier five feet away holding a life-preserver, just laughed andlaughed. The life-preserver was marked LUSITANIA after the Elvenqueenof old."
Um abraço
Paulo Mendonça
Ganhaste o Vinho Paulo!
Parabéns e vamos tratar da entrega do prémio (talvez no beira Mar?)
quarta-feira, fevereiro 22, 2006
Hugo Pratt e J. Tolkien. Dois Grandes Poetas do Sec XX (mas que nunca escreveram poesia)
De facto J.Ronald Tolkien traduziu do Gaélico e do Inglês primitivo vários poemas que - com toda a propriedade - podem ser considerados como poesia sua.
Bom, vamos agora ao cerne deste Post provocado por mais uma (desta vez deliciosamente bem vinda) "provocação" do meu Amigo A.Acc. Campos.
Hugo Pratt é, na minha opinião, o maior ilustrador do Sec XX e um dos seus maiores escritores também.
A personagem admirável do Marinheiro nascido em Malta, filho de uma cigana espanhola e de um marinheiro inglês, que se tornou um viajante e observador "nonchallance" do mundo e dos seus muitos problemas, é hoje um clássico - talvez o maior clássico - da BD para adultos.
Os livros passados no Brasil (bem assim como o de Veneza) são os meus favoritos.
Uma referência ao seu (também admirável) seguidor e discípulo Manara... Vale bem a pena ler.
Quanto a Tolkien - meu demiurgo desde criança - terei de recomendar sempre a leitura dos seus livros no original. Ainda possuo a edição do "The Lord of the Rings" da Penguin em pocket book de 1972, que foi a minha iniciação a este muito, muito grande escritor de todos os tempos e nações.
Guardo com fervor uma cassete video com um comentário da BBC sobre Tolkien (já agora lê-se Tolkíen, acentuado no "i" como ele gostava) onde, entre outras colaborações, a actual Rainha da Dinamarca falava sobre o deslumbramento que a leitura lhe tinha provocado.
Já agora, sabem que existe uma referência a Portugal nas obras épicas de Tolkien?
Desafio os conhecedores para a descobrirem e publicarem um comentário neste Blog.
Vale uma garrafa de "Zambujeiro" topo de gama Tinto que terei o prazer de oferecer ao "descobridor"
terça-feira, fevereiro 21, 2006
As pessoas mudam?
No entanto:
Um autarca corrupto que faz obra é um MAU autarca!
Um director corrupto (infelizmente existem mesmo em empresas conhecidas) não pode ser louvado por um qualquer projecto por ele bem desenvolvido.
Uma eventual obra bem feita não pode esconder ou branquear a corrupção.
Estes “xicos-espertos” são maus para as empresas, são maus para o País.
Poderei confiar num autarca com contas na Suíça?
Num director que ganha comissões?
Nunca!
Temos que os combater com todas as armas disponíveis...
Esta “escola” onde os princípios não contam e os meios justificam os fins não pode contar com o meu apoio.
O Preto, o Branco e o Cinzento: As diversas facetas da personalidade (não só dos Políticos)
Leva-nos longe a discussão desta teoria de que um Fulano sendo corrupto (por exemplo) não pode ao mesmo tempo ser bom Autarca (também por exemplo).
O que é um "Bom Autarca"? Quem gere a "coisa pública" como se fosse sua? Mas isso é o que fazem os corruptos: não vêm diferença entre o que é deles e o que é da Autarquia...e vai de meter ao bolso...
Bom Autarca é quem desenvolve a Região e faz Obra Pública que se veja: estradas, creches, recintos desportivos, Lares de Terceira Idade? Notem que se não houver Obra Pública não há construtores a trabalhar nem muito dinheiro em jogo que permita tentações aos Autarcas de serem clientes da antiga Luvaria Ulysses...
Bom Autarca será quem acaba a Missão com igual (ou ainda com menos) dinheiro do que quando começou, e sem "truques" do tipo Judas: "sff meta na conta da minha mulher para não dar nas vistas"?
Houve um ou dois assim em Cascais depois do 25 de Abril e , segundo dizem moradores mais velhos do que eu, nunca a Autarquia foi tão mal conduzida: é que não faziam mesmo nada com medo de se comprometerem!
E os Dirigentes Desportivos? Quando se endividam para ajudar os Clubes são heróis, mas quando vão lá buscar o que investiram são vilões e até vão presos... É claro que muitos irão buscar o que NÃO investiram!
Não contesto a necessidade do "Bem Público" dever ser gerido por gente de bem, e mesmo esta bem paga e bem vigiada se fizerem o favor, porque não é só o "medo que guarda a horta" como também a "necessidade aguça o engenho".
Limites para este controlo do poder têm de ser estabelecidos em função do bom senso democrático inerente a uma sociedade que se quer Livre e Responsável (atenção às Escutas...) e geridos por entidade independente dos Poderes Executivo e Legislativo.
Mas, ao cometer ao Braço Judicial esta função essencial não podemos esquecer que um Juíz ou uma Juíza não são mais nem menos do que um homem ou uma mulher, por isso sujeitos às mesmas "paixões" de todos nós. A condição humana não se modifica com a imposição da "toga", nem sequer com a tonsura (hoje aliás em desuso no meio eclesiástico).
Quando Napoleão fundou o degredo de trabalhos forçados para os Grandes Crimes, nas Antilhas, houve quem lhe perguntasse: "Majestade, quem irá para tão longe guardar esses criminosos?" A resposta do Imperador foi rápida "Outros ainda mais criminosos do que os que estão presos".
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
Novo milagre em Fátima?
Isaltino... antes de Isaltinar
Onde está a linha que separa esses dois mundos, essas duas pessoas?
Não estaremos sempre a falar da mesma pessoa?
Será que a referida linha não sendo a que separa duas pessoas é, na realidade, a que identifica o momento da descoberta de um vigarista?
Como se não estivéssemos sempre a falar da mesma pessoa...
Esta teoria tem barbas e é altamente perigosa: também há quem diga que Salazar antes de ser ditador foi um bom ministro das finanças.
Frente ao Tejo em Oeiras: Restaurante Rio's
Parte dessa Obra tem a ver com a orla marítima e com o aproveitamento da vista gratuita e inebriante do estuário do Tejo, onde mandou construir Piscinas Atlânticas e preparar o caminho para esplanadas e restaurantes.
Uma dessas novas casas de comer, com Vista e a cheirar a Mar, é o Restaurante "Rio's" - situado exactamente no chamado Complexo Turístico daPiscina Oceância de Oeiras.
Telefone - 21 441 13 24 .
Para lá chegar é muito simples: cruze-se a Marginal em frente ao Forte de São Julião da Barra, para o lado do Mar e continue-se dando sempre a direita ao Mar até chegarmos à Piscina Atlântica. Depois de estacionarmos (tem Parque coberto) procure-se a entrada do Rio's debaixo do viaduto que dá acesso aos Parques.
Este Restaurante tem uma decoração de vanguarda que lembra a do mais famoso "Eleven" do Parque Eduardo VII, modernaça mas com gosto (para quem gosta do "casual chic").
Sala interior excelente para as noites e jantares, esplanada bem ataviada de mesas com panos e vidros de primeira e não a fingir o primo pobre da sala principal, como se vê em muitos estabelecimentos do género em nome da "segurança"...
Começaram por nos trazer dois copos altos (de shots) mas contendo uma derivação neo-moderna do humilde (mas saboroso) gaspacho alentejano. Demasiado neutro para o meu gosto. Prefiro-o mais avinagrado, mas nada a dizer da elegância , com noz moscada a perfumar.
Os meus convidados escolheram Bacalhau Assado e eu pedi a Açorda de Camarão. Ambas as propostas vieram com muito boa apresentação: a Açorda dentro de um Pão de Trigo escavado - proposta que, se não me engano, vi primeiro numa das casas da Senhora Júlia Vinagre, na Terrugem - O Bacalhau Assado estava também muito bem empratado, com mão de chefe seduzido pelas novas influências da cozinha portuguesa.
Da Açorda posso dizer que estava bem feita, forte miscigenação do miolo de pão com as gambas descascadas , mas de novo afinada em função de um paladar mais "doce" do que o meu. Prefiriria mais sal e mais picante.
Preços destas propostas de pratos principais a rondar os 19€ por dose.
Doses normais a tender para o avantajado, em contra ciclo com a filosofia aparente do Rio's (fashion e gente bonita) mas obviamente que satisfazendo o outro tipo de Clientes ( os que comem mesmo) onde nos incluímos.
Bebemos um Tinto do Douro "Vallado" de 2003 o qual, pelos preços assizados com que é vendido, se torna uma proposta de sensatez na Restauração. Paguei pela garrafa menos de 20€ o que, nestes tempos de loucura desenfreada com a marcação dos vinhos nas cartas dos Restaurantes, é bom sinal. E o Vinho tem um nível muito aceitável!
Recordo de ter lido na Carta de Vinhos, logo à entrada, as propostas da Garrafeira para os grandes vinhos nacionais, mas todos para além dos 50€...
Serviço prestável, a falar português do Brasil, executado por jovens de ambos os sexos com muito boa apresentação e vestidos a rigor, mas de sabedoria gastronómica limitada e enológica não existente.
Tenho muitas vezes dito que a beleza feminina ou masculina (que hoje em dia se transfiguram em quase anorexia) por si só não chegam para fazer um Empregado de Mesa, quanto mais um Chefe de Sala! Conhecimentos Precisam-se! Formação em Hotelaria deve ser exigível!!
Como pode um Proprietário Investidor pagar em redor de 5000€ por mês a um Chefe de Cozinha que dê nome e Clientela a uma casa, mais 500 000€ em decoração e roupas (uniformes) e depois ...poupar na altura de escolher a brigada da Sala? Não entendo esta filosofia...
Bem, como conclusão desta primeira visita ao Rio's: Sala Bonita, Gente Bonita, Comida Bonita, uma Vista que é um deslumbramento, Cozinha moderna portuguesa a precisar de mais Alma (leia-se "tempero" ) e que não tenha receio de exibir as suas particularidades.
Mas o essencial está lá e, repito, com aquela vista - sobretudo à noite - perdoa-se muita coisa... E se a companhia for a mais indicada, melhor ...
sábado, fevereiro 18, 2006
Guantanamo, a vergonha
Não podemos afirmar que somos civilizados e perante a constatação de torturas nas prisões como as de Guantanamo não protestarmos.
Se nos consideramos superiores aos bárbaros, por não praticar a tortura, não podemos ficar silenciosos perante o que se está a passar em Guantanamo e noutras prisões clandestinas dos EUA.
Nestas prisões estão PESSOAS como nós, com a simples diferença de não terem direitos.
E depois ficamos admirados com a revolta de povos que têm sido explorados, desprezados e humilhados ao longo de anos e anos...
A indiferença
Primeiro levaram os comunistas,
Mas eu não me importei
Porque não era nada comigo.
Em seguida levaram alguns operários,
Mas a mim não me afectou
Porque eu não sou operário.
Depois prenderam os sindicalistas,
Mas eu não me incomodei
Porque nunca fui sindicalista.
Logo a seguir chegou a vez
De alguns padres,
mas como
Nunca fui religioso,
também não liguei.
Agora levaram-me a mim
E quando percebi,
Já era tarde.
Bertolt Brecht
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
Notícias Enológicas - Fenómeno no Poceirão e Outras
Na localidade do Poceirão os Herdeiros do Sr. Domingos Damasceno de Carvalho encarregaram o enólogo Nuno Cancela de Abreu (que, entre outras coisas, fez brancos florais notáveis para a Quinta da Romeira) de fazer um Tinto à moda antiga utilizando as castas Syrah, Cabernet, Merlot e Aragonês.
O Vinho DAMASCENO (ou devo dizer Vinhão?) tem 13,5 graus e uma estrutura notabilíssima com taninos que nos surpreendem mas, fora isso tudo , tem ainda um sabor na boca e um bouquet no nariz que me lembraram das vindimas passadas em casa do meu Sogro e dos cheiros da Adega a laborar o mosto.
Não é um vinho elegante à moda de Borgonha, e também não se procure nele a suavidade de um Douro domesticado pela sabedoria humana. Estamos perante uma força da Natureza que impressiona pelo que tem de rude e pela mostra do que a matéria prima local do Poceirão pode produzir em bons anos e sabiamente tratada.
O Preço? Não sei se vos diga com medo que me comprem o vinho todo...
Aqui vai: 9,90€ Preço do Gourmet!! (a quanto será à porta da Quinta?)
Não sei como vai evoluir . tenho ideia de que muito bem por causa da força que se sente, mas para já está um Senhor Tinto de se lhe tirar o chapéu.
2. Esporão Tinto 2003; 3Litros - Para quem gosta (e pode) guardar para saborear mais tarde os prazeres que o investimento permite, recomendo a compra da garrafa de 3 Litros do Esporão Tinto de 2003, por cerca de 80€, no El Corte Inglês (Supermercado) de Lisboa.
2003 foi um ano notabilíssimo e , em garrafa de 3 Litros, temos Vinho para se aguentar uns 10 anos sem problemas, se posto em local adequado, longe do sol.
3. Ballantines Malt - Um Whisky de alto gabarito que foi posto à venda antes do Natal passado pela Casa Ballantines , mas só agora tive ocasião de o provar: o Ballantines Malt, porventura - e do que tenho conhecimento - o primeiro Malt Whisky desta famosa Casa, mais conhecida pelos excelentes Blended, com relevo para o Mítico Ballantines de 30 anos.
É um Whisky muito bem feito, de uma cor ambar clara e com sabores discretos (não estamos perante o "coice" trufado do famoso Lagavullin) . Agrada sobretudo a quem não aprecia muito as características mais "pesadas" dos Maltes das Terras Altas. Pouca informação no rótulo como é costume. Todos os rótulos da Ballantines pecam por isso, embora - em minha opinião - ganhem pela uniformidade do design e pelo reconhecimento imediato da marca à distância.
Preço em Lisboa - cerca de 40€ (atenção que os Preços variam. Procurem na Mercearia Nacional e não apenas no Gourmet e outros parecidos...).
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
A mensagem ou o mensageiro?
Estávamos à espera que a PGR se preocupasse com a mensagem... mas enganamo-nos.
Afinal o problema estava no mensageiro...
Quando é que teremos um inquérito em relação ao conteúdo?
Provavelmente só depois do Sampaio acabar o seu mandato.
Assim o PGR mantem-se...
Revolução na Alta Cozinha Gaulesa?
O Mestre entregou ao Michelin ("Miquelino" para alguns) as três estrelas que mantinha desde sempre, e... abriu um novo espaço, com decoração mais moderna e menus menos "excessivos"!!
Já alguns críticos tinham notado que pertencer ao restrito clube dos "Estrelados do Miquelino" se tornava cada vez mais difícil e caro: "stress em barda" para os chefes e proprietários, uma procura incessante de novos colaboradores com ideias originais e de produtos cada vez mais luxuosos e raros, a mudança\rejuvenescimento das instalações todos os três anos, etc, etc...
Não admira que os preços praticados se tornassem cada vez mais proibitivos e afugentadores dos jovens, mulheres e homens, que só muito raramente poderiam frequentar tais luxos.
A ideia será passar dos 300 a 400 € que costumava custar uma refeição nos Restaurantes premiados (por cabeça!) para valores mais próximos dos 90€. Conseguirão?
Tudo depende também dos preços do serviço de vinhos... Um grande Bordéus ou Borgonha acrescentaria sempre mais de 500€ ao preço da refeição...
Lembro-me de quase chorar ao provar um Domaine de la Romanée Conti que me ofereçeram no Le Jardin, excelente restaurante do Hotel Royal Monceau, em Paris, e não foi só pela altíssima qualidade do vinho, mas também pela conta que vi ser paga à conta desse mesmo néctar.
Temos de admitir que um "bon vivant" que viva do seu trabalho, mesmo que ganhe muito bem, não poderia pagar frequentemente 1200€ para levar um ou dois acompanhantes a jantar fora... Mesmo que o faça - como eu já o fiz - uma vez por ano, esta não é a clientela que pode rentabilizar um daqueles restaurantes onde são necessários três empregados só para levar a comida à mesa: dois para transportar o prato coberto e um para levantar a campânula...
Eu também sou pela democratização da Grande Cozinha, mas faço uma ressalva: alguém (o Estado, o Governo, o que quer que seja...) deveria pagar , ou melhor dizer, investir, para que em cada País um ou dois Restaurantes existissem sempre de altíssimo gabarito, para não deixar morrer as técnicas da alta cozinha e do serviço de excelência.
Quer queiramos quer não essas técnicas constituem um Património Nacional (Francês, ou Italiano, ou Português) e deveriam ser preservadas da mesma forma como, por exemplo, as Artes Decorativas da encadernação manual a ferros quentes e a couro, ou o entalhe de madeiras preciosas, ou a gravação em talhe-doce dos selos e das notas de banco, etc..
Quem hoje tem dinheiro para pagar à Fundação Ricardo Espírito Santo uma série de livros encadernados à antiga (talvez a 300€ cada um, ou mais) ?
Todavia essa arte merece sobreviver para "memória futura". O mesmo se devia passar com a Alta Cozinha.
Em Ante -Estreia : "O Vinho em Portugal" por João Paulo Martins
Na esteira da nossa actividade de divulgação da Cultura Nacional, qualquer que seja o ramo em que esta mesma Cultura se exprima, iremos publicar - na rentrée deste ano -mais um Livro Filatélico de tiragem limitada sobre esta matéria da Vitivinicultura e da Enologia em Portugal, da qual João Paulo Martins é um (diria quase "o") dos maiores expoentes.
Todos já sabemos que neste ano de 2006 também se comemoram os 250 Anos da instituição Régia da Região Demarcada do Douro, uma das primeiras do Mundo (a primeira terá sido a de Chianti, em Itália e a de ToKay na Hungria. Muitas vezes dizemos que foi a do Douro a 1ª, mas é incorrecto: À tout seigneur tout l'honeur).
Lançaremos um selo comemorativo desse evento talvez a 10 de Setembro, data da Instituição da Região, pelo que o Livro aqui apresentado teria a hipótese de ser publicamente lançado no Museu do Vinho do Porto na mesma data.
"Solo e Clima", "A História", "As castas das Uvas", "Os Vinhos que fazíamos e que fazemos", "O Prazer de beber", são estes alguns dos capítulos deste Livro notável que já tive ocasião de ler.
Imaginem um Almoço - que se concretizará por um destes dias - com Mestre José Quitério e Mestre João Paulo Martins , sendo este vosso escriba anfitrião da função e cronista posterior de tão elevado acontecimento...
Apetece-me roubar as palavras ao Poeta e invocar as Musas para que me ajudem a descrever a circunstância:
"E Vós Tágides minhas...
dai-me agora um som alto e sublimado,
Um estilo grandíloquo e corrente...
Uma fúria grande e sonorosa e
não de Agreste avena ou frauta ruda..."
Para além das Musas importa invocar também Dyonisos (Baco na romana encarnação) para que nos proteja (e à viatura ) no regresso a casa depois de tão grande façanha!
terça-feira, fevereiro 14, 2006
A casa de Pedro Miguel Gil
É difícil encontrar ao longo do país hoteleiro um profissional tão apaixonado pelas artes da mesa como Pedro Miguel Gil, grande mestre de cerimónias gastronómicas no seu restaurante Flora que fez este ano (2002) 45 anos.
A sala é pequena e recatada, funcionando como restaurante da pequena pensão homónima, em Vila Franca de Xira. Poucas mesas, luz cortada pelos cortinados que nos protegem do sol e dos olhares inquietos, silêncio quase religioso porque aqui se pratica uma das melhores cozinhas portuguesas.
Mesmo o leitor que não esteja instalado na residencial pode frequentar o restaurante.
Há nele uma nítida influência do rio Tejo, que corre umas centenas de metros abaixo desta rua Noel Perdigão.
Os linguadinhos fritos, a açorda de sável na sua época, assim como a lampreia, os carapauzinhos fritos em escabeche, os jaquinzinhos fritos estaladiços com açorda de alho, enguias fritas ou ensopado das ditas.
Há nesta paleta de gastronomia vilafranquense uma arte e grande sabedoria na sua execução, que se estende às carnes: costoletas de porco assadas no forno, lebrão com feijão e couve lombarda.
Isto e mais a caldeirada de bacalhau e o cabrito assado no forno.
A garrafeira é extensa e recentemente actualizada
tel 263 27 12 72
in "Os 150 restaurantes de José A. Salvador (2002/2003)"
Sou cliente deste restaurante há quase 10 anos.
Descobri-o lendo especialistas gastronómicos tal como o aqui referido.
Foi umas das grandes descobertas.
Infelizmente nunca pude, tal como o Raul fez, partilhar estes espaços, cheiros e sabores, com o meu pai.
De certeza que seria um almoço que nunca mais acabaria. Quantas histórias para partilhar, quanto défice de afecto que teria que ser preenchido.
É um vazio que me acompanha.
Na sua ausência resta-me beber um bom vinho e saborear a memória dos bons momentos que partilhei com ele.
O Cantinho do Ti Pedro - Uma inesquecível sensação no Ribatejo
Quem me costumava levar à Flora era meu pai, há já mais de 30 anos, e não sei se o Sr. Pedro proprietário seria já o actual... Lembro-me que não havia nessa época "Cantinho" mas mesmo e só o Restaurante que servia os Clientes da Pensão.
Íamos comer as "Folhas" (linguado infante) de Vila Franca com arroz de tomate malandrinho, a Açorda Ribatejana com Ameijoas , o Sável frito com Açorda de Ovas do mesmo e obviamente a Lampreia.
Mas também nesse Restaurante conheci com o meu Pai - que fazia em Cascais pesca desportiva - quase todos os Peixes de Mar e Rio que abençoavam pela sua presença o estuário do Tejo.
A Taínha Limpa assada na Telha, a Solha (ou o Linguado) de mais de 2Kg, assada no forno com puré de batata, , a Saveta grelhada ou com molho de vilão, a gamba e o camarão frescos da Costa, as Lulas da Toneira, o Robalo cozido com batatas novas e grelos, etc, etc...
Hoje em dia se os queremos pescar há que ir cada vez mais longe na direcção do oceano, até às paragens do Cabo da Roca ou do Cabo Raso e é preciso ter sorte, pois por vezes "espetam-nos" com material de Aquicultura e viva o velho...
Bem, a Pensão Flora e o seu Restaurante "O Cantinho do Ti Pedro" não podem mudar de ares, mas os proprietários podem (e fazem-no) comprar o peixe mais fresco onde este existe e trazê-lo à nossa Mesa com requintes de amabilidade e de bem servir.
Criteriosa escolha de Vinhos (que eu gostaria de ver mais arejada, com as melhores novidades do momento) preços muito sensatos - não vou à Flora há cerca de 1 ano mas recordo-me da comedida Máquina Registadora - e Excelente Comida, honestamente feita e com um cheirinho de Ribatejo.
Recomendável sempre e a toda a hora!
Lampreia: As limitações do receituário
Uma Lampreia, sendo grande dará 3 a 4 doses de "Bordalesa" que se podem, ou não, vender todas no mesmo dia. Situados na vida real dos restaurantes que vendem uma ou duas doses de "Bordalesa" num dia e que vendem a outra dose no dia seguinte, é evidente que o sangue e o molho da Lampreia são da véspera e vão a estufar na altura de servir. Mas os bocados da lampreia se correctamente executada a receita nunca estiveram em cima do lume antes.
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
A desilusão
Caro amigo Raul
Segui as tuas sugestões e lá regressei ao Beira Mar, em Cascais, para a prova da lampreia.
Ao relembrar que era teu amigo as portas da simpatia e competência profissional ainda se abriram mais (já estavam muito abertas).
Não fiquei fã do vinho que me indicaste (Casal Garcia, verde tinto).
As amêijoas à Bulhão Pato continuam a ser uma boa opção para a entrada.
Já no que se refere à lampreia (fêmea) fiquei com a sensação que a mesma não tinha sido confeccionada na altura...
Desilusão!
Espero, um dia, poder alterar a minha opinião.
Mantenho, no entanto, o que afirmei relativamente a este restaurante – vale a pena a visita.
Não esquecer as bruxinhas, o peixe no forno bem como o robalo ao sal (a opção dos meus vizinhos da mesa ao lado).
Retribuindo esta tua sugestão informo-te quais os três restaurantes (com lampreia) por mim considerados os melhores de 2005 (este ano estou a deixa-los para o fim):
1º classificado – Casa Gallega – Paço d´Arcos;
2º classificado – Flora – Vila Franca de Xira (um dos meus restaurantes preferidos);
3º classificado – A Tasca do João – Lumiar (preferia as anteriores instalações).
Filatelia e Marketing Cultural: Moda ou Necessidade?
"Em vez de perguntarmos ao Mercado o que ele quer, e depois dar-lhe o produto exacto - o que se faz no MKT que todos conhecemos - no Marketing Cultural tentamos encontrar o Público exacto para o trabalho artístico"
Esta frase resume o pensamento de François Colbert e, ao mesmo tempo, traça em linhas gerais a estratégia do Marketeer da Cultura: o especialista de MKT comercial modificará tantas vezes quantas as necessárias o "seu" produto de forma a agradar cada vez mais aos Clientes. Ao invés, o outro especialista em MKT Cultural considera que o trabalho artístico permanece intocável e íntegro, cabendo-lhe procurar as pessoas que o apreciem "as it is".
Diferença de perspectiva que traz consigo também diferenças na manipulação das várias "ferramentas" típicas dos "Mercator" e outros textos especializados...
O Research, em MKT Cultural, não se baseia na procura do Produto para um determinado Target, mas sim na procura de um Target para um Produto existente e imutável.
Hoje em dia esta atitude decorre mais da Necessidade do que apenas de uma tendência de Moda.
De facto, a competição para atrair tempo e dinheiro dos diversos públicos ligados à procura de ofertas do tipo Cultural é cada vez maior. "O sucesso não é automático e por vezes grandes trabalhos podem ficar completamente incógnitos se ninguém os der a conhecer".
Por outro lado, o Professor Colbert deixa também uma afirmação preocupante: "O ideal da democratização da Cultura nunca aconteceu, nem em Países como a França e a Alemanha".
A audiência para a arte de elite (teatro, dança, música clássica, ópera e Museus\galerias de Arte)
mudou muito pouco na Europa nos últimos 40 anos.
Se a isto somarmos a constatação de que quanto mais a "Arte" viver à custa de subsídios estatais menos importância se dá à necessidade de MKT Cultural, conseguimos compreender que é em Países como os USA - onde os dinheiros públicos contribuem com menos de 10% para o orçamento da entidade artística - que vender bilhetes ou atrair clientelas se torna mais vital. Daí que seja também ali que existem os maiores especialistas em MKT Cultural.
Nos CTT a Filatelia tenta fazer um pouco de MKT Cultural mas com as restrições de "massa" inerentes ao facto de não querermos vender uma Plateia de apenas 300 lugares por emissão, ou um Bilhete de época para a Ópera, mas sim 200 000 séries de selos 20 vezes por ano...
De facto, um Selo é o maior múltiplo de Arte que existe no Mundo e, por isso mesmo, as variáveis que devem constituir drivers da sua aquisição não se podem limitar ao Coleccionismo puro e duro, mas também explorar a adesão dos compradores ao nível da expressão formal do design e da estética, do interesse pelo assunto retratado e da "proximidade" que o mesmo assunto tenha junto dos potenciais compradores.
Um Plano de Emissões tem de tentar estabelecer um difícil Equilíbrio entre a obrigação da divulgação de Figuras, Datas e Acontecimentos da nossa História (mesmo que pouco atraentes) por um lado, e a criação de selos cuja temática seja de apelo mais "popular" e imediato, por outro.
Por cada selo dedicado , por exemplo, a comemorar o Filósofo e Pedagogo Agostinho da Silva - que hoje faria 100 Anos de Nascimento e que será celebrado em selo ainda este ano - não vem mal ao mundo que se emita outro selo dedicado , também por exemplo, ao campeonato da Europa de Futebol de Sub-21, que se inicia em Portugal em Maio...
Semelhanças com o MKT Cultural existem ao nível do conceito do produto mas já não são tão evidentes ao nível das propostas de venda, as quais dependem dos "Mass Markets" para concretizar o sucesso das Vendas das Emissões.
A satisfação das élites por outro lado, também não é antagónica com a venda por grosso das Emissões filatélicas.
Saber apresentar a "Monsieur tout le monde" uma proposta "popular" mas revestida de "glamour" que baste será um desafio que teremos obrigatoriamente de ganhar para fazer esgotar todas as Emissões sem especular.
sábado, fevereiro 11, 2006
Resistir às ditaduras!
A sanidade mental de um deputado, eleito pelo PS à Assembleia Legislativa da Madeira, foi posta em causa de uma forma infame, com a complacência do Presidente da referida Assembleia, simplesmente por denunciar o estado de corrupção existente nesta Região.
Numa parcela do território nacional, onde a liberdade de expressão é diariamente colocada em causa, louvo a coragem demonstrada por João Carlos Gouveia.
Este deputado, bem como todos os que lutam contra este estado de coisas, têm toda a minha solidariedade.
Continuo à espera da reacção do Presidente de todos os Portugueses, Dr. Jorge Sampaio.
Para quem já não se lembra, recordo que a Madeira ainda é território português.
As caricaturas
sexta-feira, fevereiro 10, 2006
Uma pesquisa de João Araújo no Universo da WWW sobre a saga dos Cartoons
Mohammad!
Muito tempo atrás tive a idéia de escrever um romance em que um político subpoeta, vagamente baseado em Sarney, traduzia Os Lusíadas para o francês. A tradução recebia algum prêmio qualquer na França; ele ia lá receber o prêmio, fardado e pimpão; e nesse momento as autoridades muçulmanas descobriam que no livro, Canto I, estrofe 99, Maomé é chamado de torpe -
O mesmo o falso Mouro determina
Que o seguro Cristão lhe manda e pede;
Que a Ilha é possuída da malina
Gente que segue o torpe Mahamede...
- e agora eu tinha duas opções: na opção A, eles instituíam uma fatwa contra Camões, sequestravam o para-Sarney e o torturavam, exigindo que ele dissesse onde estava o poeta renascentista; e na opção B eles lançavam a fatwa contra o próprio quase-Sarney, achando que ele era o autor do livro.
Em todo caso ele era perseguido, morria de medo, era torturado, pedia perdão, escrevia poemas anti-Camões, e se comportava ridiculamente como um personagem de Eça de Queirós, o que sempre inclui gases e caspa e uns discursinhos.
Não escrevi porque não queria escrever um livro inteiro com um personagem tão ridículo; e depois era tão "tópico", tão "atual". Mas se alguém quiser escrever por favor escreva: não há nada tão engraçado como uma fatwa.
Eles são tão incompetentes que só conseguem matar tradutores japoneses.
Eu ia postar aqui as caricaturas do como-é-mesmo-o-nome, whatever, o jornal dinamarquês, preguiça de ir ver, mas elas são ruins, não é? Eu sei que esse não é o ponto, ok? Mas elas são ruins e não vou postar.
E o primeiro que disser "somos todos dinamarqueses agora" leva com a minha edição dos contos de Hans Christian Andersen direto no gogó, que imagino trêmulo de emoção demagógica. Aposto que neste exato momento um deputado de Tocantins está coçando o nariz bulboso pensando em levantar e pedir a palavra e dizer isso, com sotaque de Tocantins.
Está levantando. Desce, Rex! Deitado.
Só agora me dei conta de que estou falando de assuntos atuais. Me deu uma fraqueza, caí de joelhos no chão, espera. (É sempre assim que vocês se sentem? Ou é só a primeira vez?) Mas o que eu ia dizer, não quero que pensem que estou tentando me passar por um grande defensor da liberdade de expressão.
Não, não. Liberdade de expressão é legalzinha, não estou falando mal dela, propriamente; mas o problema dela é que cada vez que se fala no assunto alguém vem e diz, "Posso não concordar com nada do que você diz", (isso dito por um molequinho com a camiseta coberta de pedaços de nachos, mind you), "mas lutarei até a morte pelo seu direito de dizê-lo".
Hein, quantas vezes isso foi citado em blogs por aí? Nem procurei, mas enfim. Na verdade Voltaire nunca disse isso. O que melhora a minha opinião sobre Voltaire (usualmente a mesma de Nero Wolfe: "a remarkably word-assembly plant, but he wasn´t a man, let alone a great one"), porque não consigo imaginá-lo nem lutando de almofada contra Diderot, dando gritinhos afeminados e reclamando que foi acertado na peruca, quanto mais lutando "até a morte".
Mohammad
Em inglês, pra ver se eles googlam e param aqui. Se me pedirem direito, dou o meu endereço - e daí eles vão e, com sorte, matam o tradutor japonês de Noam Chomsky.
Dois Livros e um Autor :Portugal nos anos 40
Recomendadíssimo : "A Small Death in Lisbon" (Prémio CWA - Gold Dagger Award for Fiction)
Mas também o relativamente recente (2002) : "The Company of Strangers".
Ambos os livros têm como enquadramento a 2ªGuerra Mundial e a sociedade de Lisboa, Estoril e Cascais nesse tempo, embora as histórias se prolonguem até aos nossos dias.
Intriga Internacional, alta finança, o ouro dos nazis, o volfrâmio, mas também a guerra colonial, o Partido Comunista Português, o Governo fascista e sempre os espiões e os agentes duplos, quer Aliados quer do Eixo.
Algum sexo ( bem escrito) , acção que baste e um olhar engraçado (por ser diferente) àcerca das nossas realidades da altura...
A Editora em Paper Back é a Harper Collins e custam cerca de 14€ cada um na inevitável FNAC.
quinta-feira, fevereiro 09, 2006
A privatização dos CTT ou uma OPA à empresa
E a sorte (ou o AZAR) dos CTT é não sofrerem OPA's......por enquanto!Andam a atrasar o inevitável - uma mentalidade e atitudes de empresa privada
Comentário:
Quem trabalha com profissionalismo, dedicação, empenhamento e rigor deve dizer:
Pública ou privada não altera a nossa conduta;
Trabalho como se esta empresa fosse privada, ou minha.
A questão não se coloca nos interesses de cada um dos trabalhadores, mas no que é melhor para os clientes.
A resposta não é simples.
No caso das TV´s, dos Telemóveis e outros, o fim do monopólio e/ou privatização teve algumas vantagens.
O mesmo já não podem dizer os habitantes de imensas localidades que tinham transportes da RN duas a quatro vezes por dia, hoje abandonados.
No nosso caso a privatização implicaria de imediato:
- a indexação dos custos operativos às diferentes realidades.
- passaríamos de imediato a ter correspondências 10 vezes mais caras (ou mais) numa localidade do interior quando comparadas com as distribuídas nas grandes cidades;
- as distribuições domiciliárias passariam a ser semanais em milhares de localidades com tráfegos diminutos;
- cerca de 60% das Estações seriam encerradas.
Etc.
Todas estas medidas são facilmente justificadas.
Privados ou Públicos não é a questão.
O importante é ter melhores processos, melhores formas de organização, mais agressividade (nomeadamente comercial).
Para este modelo necessitamos de bons dirigentes, de bons lideres, de bons técnicos.
No nosso caso temos várias empresas do Grupo que trabalham em concorrência aberta, tendo quotas de mercado altamente interessantes e resultados muito positivos.
São consideradas empresas cativantes.
Em conclusão: antes dos direitos ou regalias de quem cá trabalha, devemos preocupa-nos com
os clientes
pagam os nossos salários;
e se não estiverem satisfeitos têm, no mercado, alternativa.
English Bar - O Regresso a um Clássico
Em Portugal, sobretudo em Lisboa e Cascais, fervilhavam os espiões dos dois lados, que se cumprimentavam cordatamente enquanto frequentavam o Casino Estoril , durante a noite, mas que se apunhalavam alegremente durante o dia, tentando saber o que o "outro lado" conspirava.
Várias obras de ficção foram escritas sobre este tempo. Um destes dias vou aqui recomendar algumas.
Hoje, contudo, quero falar-vos de um Restaurante (que era Bar nessa altura da 2ª Grande Guerra e propriedade de um espião inglês) : O English Bar, debruçado sobre a Marginal mesmo à entrada de Cascais, na localidade do Monte Estoril.
Quem leu Sttau Monteiro (Angústia para o Jantar) recorda-se das referências ao English Bar, um dos locais mais in da Capital - e onde não era permitido aos grandes senhores levar as amantes devido à selecta clientela que o frequentava (Conde de Barcelona, Rei de Itália, Família Espírito Santo, etc, etc...)
Na posse da Família de José Manuel Cimas (Sobral) desde que o tal espião inglês se pirou para outras paragens quando acabou o conflito, esta verdadeira montra de grandes personalidades (que não do Jet Set televisivo e revisteiro que actualmente nos infesta) conheceu altos e baixos, em função da maior ou menor proximidade a Cascais dos seus habituais frequentadores (logo após o 25 de Abril foi-se um pouco abaixo...).
À primeira vista poderia parecer que estou a descrever um "antro burguês" retrógrado, cinzento e Salazarista!
Nada disso!! José Manuel Cimas foi Presidente do Grémio da Restauração e Hotelaria antes, durante e depois do período da nossa Revolução, por muitos anos, e não se conhece quem dele tenha essa ideia passadista. A grande maioria dos seus Empregados está na Casa há mais de 30 anos, o que - só por si - já é sinal de alguma coisa.
Pelo contrário, enfrentou alguns dos exageros do nosso PREC com sensibilidade e com bom senso, um pouco à medida, aliás, do que se passou com o seu Primo, também Sobral mas Portela (de Pai) e que era proprietário do Gambrinus.
Sempre se comeu muito bem no English Bar. Era a Mãe do actual proprietário que organizava a cozinha e que lá deixou grande parte do Receituário que ainda hoje se utiliza.
A caça é tradicional, já que toda a Família do proprietário caçava, bem assim como a maioria dos seus Clientes habituais.
Também os Peixes são de extrema qualidade, embora em pouca variedade (Robalo, Cherne e Pregado. Por vezes o esquivo e excelente Linguado Rosa de Cascais, hoje quase mitológico, que fazia as delícias do Sr. Calouste Gulbenkian).
Alguns dos Clássicos deste Clássico:
. As Galinholas estufadas nos seus sucos naturais, com batata palha e salada de agriões.
. O Pregado cozido ao vapor, com Molho Holandês
. O Arroz de Lampreia (aqui feita com Vinho Alentejano velho, o que lhe dá um gosto adoçicado fora do habitual, mas que tem de se experimentar).
. A Lagosta gratinada, ou à Armoricaine.
. Os Rins de Borrego Flambées com arroz de passas e amendoas.
. Os melhores Crêpes Suzette do País (incluindo os do "primo" Gambrinus).
Etc, etc, etc,...
Uma Garrafeira muito bem escolhida , sobretudo em Tintos, onde avultam quase todos os actuais da moda, mas sem esquecer os mais tradicionais do Douro e Alentejo.
É caro?
Bem, não é barato...
Três comensais que entrem pelo Pregado, continuem pelas Galinholas e acabem nos Crepes, podem pagar entre 220€ e 300€, dependendo da escolha de Vinhos...
Um grande tinto como o Lavradores de Feitoria 3 Bagos de Ouro, Reserva de 2001 (que a Galinhola merece, pela raridade e pela absoluta excelência da confecção) pode aqui custar quase 60€. Mas já custa nas Garrafeiras perto de 40€...
Lembro-me que numa das passagens dos últimos anos (talvez em 2002) fui lá jantar com o meu Filho e dois amigos, e tendo comido como um rei e bebido duas garrafas de Ruinart Blanc de Blancs, para além de um Tinto de respeito (Quinta de la Rosa Reserva, se não me engano) pagámos cerca de 120€ por cabeça incluindo os aperitivos e digestivos de uma longa noite que começou às 21H e só acabou lá para as 02H...
Só para termo de comparação, a ceia de um Hotel de luxo nessa mesma noite - se bem que incluindo animação - custava 250€ por pessoa e juro a pés juntos que não comiam nem bebiam, nem de perto nem de longe, tão bem como nós!
É claro que a nossa animação de Passagem do Ano no English Bar foi feita à conta do Sr. Cimas a bater com as panelas à Meia Noite e a vermos das suas esplêndidas janelas o Fogo de Artfício na Baía de Cascais...
quarta-feira, fevereiro 08, 2006
Quem tem medo do "Lobo Mau"? Avança Belmiro!
Sem querer retirar o campo aos especialistas (onde não me incluo) só gostava de dizer , como antigo micro accionista da PT - com 120 acções compradas à conta de ser trabalhador dos CTT (e já vendidas mal e porcamente quando precisei de comprar a minha casa) - que tenho muita pena de já não as ter em meu poder...
Trabalhadores temem pela segurança do emprego (quem hoje não teme? Mesmo no Estado...)
Administração da PT considera a OPA como hostil e teme pela "venda a retalho" das Participadas.
E o Brasil? Belmiro já deixou escapar que seria para vender...
Já agora, repararam que o valor (mais ou menos) dos 10% da Telefónica aqui na PT é quase igual ao valor de 50% da Móvel brasileira que Belmiro pode querer alienar exactamente à ... Telefónica que tem os outros 50%? Ficava tudo em casa...
Por mim só digo que há muito tempo que não via os banqueiros tão excitados e de colarinhos tão mal compostos com a pressa de saírem de casa e com medo de perderem o fio a esta meada.
Tenho de dizer que me dá um certo gozo...
terça-feira, fevereiro 07, 2006
Lampreia 3
Ainda o Sebastião (Cantinho da Paz)
Não me lembrava bem do nome do Restaurante de Campo de Ourique mas o Sebastião já lá estava (na cave onde havia um restaurante Goês)
Lampreia
No meu percurso pelas “capelinhas” cheguei ao Restaurante Isaura (Avenida de Paris).
Recomendo.
O vinho foi Esporão (Touriga Nacional) - uma boa escolha.
É um prazer comer neste restaurante onde se saboreia bons vinhos.
Restaurantes bons e Estacionamento capaz: o binómio do sucesso
O problema do "Cantinho da Paz" é o estacionamento.
Claro que o "Casa de Goa" nem tem decoração que se descreva, quanto mais esta ser Kitch, o que seria um elogio... Mas estacionamos à vontadinha, e - sinal dos tempos - é esta uma benesse que vou apreciando.
Recordo que uma das grandes casas de comida italiana actuais - a "Galeria" do grande Gemelli (grande em talento e no tamanho) à Rua de S. Bento - também sofre enormemente deste óbice cada vez mais capital: a inexistência de estacionamento!
"No Parking No Business" diziam os americanos. Com alguma razão...
Em Paris, cidade onde este problema se sente muitíssimo nos bairros mais antigos, tentaram resolver a situação com um Trabalhador que se encarregava de estacionar as viaturas da Clientela.
Aqui em Portugal só me lembro do "Solar dos Nunes" ter esta capacidade em Lisboa, (não contando com o velho "Trombinhas" bem conhecido dos colegas que faziam serão na Conde Redondo, mas isso são contas de outro rosário...).
Algum do sucesso dos Restaurantes do Guincho (com o Porto de Santa Maria à cabeça) foi exactamente a facilidade de estacionamento.
Na Cidade do Porto o excelente D. Manuel , na Foz, também se orgulha do estacionamento, fazendo assim muita mossa aos velhos clássicos da baixa, entre os quais o "Escondidinho" de que tenho algumas memórias esparsas.
João Araújo Defende a existência da Gastronomia Luso Indiana de GOA
Será que existe Gastronomia Goesa distinta da das outras regiões da Índia ?
CLARO QUE SIM.
Brevemente iniciaremos pesquisa aprofundada.
Convém perceber que, como todos os "pratos" muito confeccionados, o resultado vai variando conforme a zona geográfica, a matéria prima disponível e o gosto do artista.
Por isso, o caril goês é muito diferente de outros (veja-se os diversos caris paquistaneses e indianos, o tailandês, e os que se provam na costa oriental de África).
Mas vamos ás provas um dia destes.
Abraço.João
segunda-feira, fevereiro 06, 2006
A casa de Goa
Conheci-o nos anos setenta ainda empregado (?) num restaurante em Campo de Ourique que ficava em frente ao cinema Europa (cinema cuja demolição a CML vai autorizar).
Por falar de demolições também por esta zona já foi demolido um pequeno palacete onde Almeida Garrett viveu os seus últimos anos.
O argumento do costume: a casa não tem dignidade suficiente para não ter sido demolida.
O prédio poderia não ter dignidade... mas, a memória não conta?
Segundo o vereador da CML, será pedido ao arquitecto para colocar na fachada do novo edifício (propriedade do Ministro da Economia) algo que imortalize Garrett.
Provavelmente um busto...
Regressando ao Sebastião e em relação ao seu novo espaço, confesso que não gostei.
Tem um ar kitsch, muito novo rico para o meu gosto – prefiro o ambiente mais simples, humilde e provavelmente mais verdadeiro dos seus antigos restaurantes..
Fico-me pelo velho Cantinho da Paz, não me esquecendo da cave do tal restaurante em Campo de Ourique.
Como se chamaria? - Goa?, Velha Goa?
Não interessa - foi aqui que descobri a comida indiana.
A Casa de Goa - Experiência gastronómica Recomendável
Arrumado o carro há que subir e descer umas escadas (bem indicadas) as quais nos fazem passar ao longo de uma série de Ateliers virados ao Tejo até chegarmos, cá bem ao fundo, ao Restaurante em causa.
Este é um "clone" do já mais conhecido "Cantinho da Paz" em frente à Assembleia da República e que tinha fama de bem servir comida goesa há já muitos anos.
A gerência é a mesma, personalizada pelo excelente Senhor Sebastião, uma figura interessante que há mais de 35 anos apresenta aqui em Portugal a gastronomia típica de Goa.
E começamos exactamente por aí. Será que existe Gastronomia Goesa distinta da das outras regiões da Índia ?
Os entendidos dizem que sim. A passagem dos Portugueses pelo Oriente levou à adaptação de alguns pratos típicos da zona, afastando-os do standard do Sul da Índia, É claro que a culinária do Norte (Tandoori, etc...) é considerada pelos indianos mais Paquistanesa do que Indiana propriamente dita.
O que é que se come na "Casa de Goa"?
Excelentes Caris, à moda de Goa com leite de coco e muito subtis; ou à moda de Madras, mais fortes e picantes.
Amoutik de Cação, Balchão de Vitela, Sarapatel, Xacuti de Galinha ou de Vitela são também opções muito bem feitas.
Por encomenda o Senhor Sebastião faz um Cherne Inteiro Recheado com vegetais e ervas da Ìndia, onde os sabores do tamarindo ácido se misturam com os do zirémiré e os do picante natural. Esta é uma experiência que não deixarei de provar notra visita.
Nas Sobremesas avulta a BebinKa de Goa, aqui feita com uma base de chá, o que lhe dá um sabor muito particular.
Os Vinhos para uma Refeição deste tipo são muito difíceis de recomendar: criados na Europa não foram feitos para harmonizar tantos e tão diversos sabores.
Na minha opinião, e deixando a escolha do Chá como uma opção válida (tal como para a comida chinesa) não deixo de considerar que esta é talvez uma das únicas vezes em que um Branco de Moscatel (do tipo do João Pires ou Albis da JMF) pode funcionar bem como acompanhante , contrabalançando alguma acidez e o picante típico desta gastronomia.
Também como alternativa (mas não disponível neste Restaurante) teremos os vinhos de "Colheita tardia" feitos à semelhança dos Bergerac franceses. São doces , bem sei, e nem toda a gente os aprecia, mas combinam bem com sabores muito fortes e contrastantes.
Agora os Preços:
Duas pessoas, 1 garraf de João Pires, Caril de Gambas à Goesa e Caril de Vitela à moda de Madras, Chamuças de carne e de camarão para entrada, juntamente com um "dip" de papairi.
Duas bebinkas e dois cafés.
Total: € 68,10.
sexta-feira, fevereiro 03, 2006
A dúvida
Até há poucos anos dizia-se: fiel? Só ao meu clube.
Mulheres (e homens) há muitas (os);
E há mais vida para além do cozido à portuguesa... (lampreia, por exemplo)
Após o 25 de Abril criou-se uma nova versão: os fiéis ao partido (herança do PCP...). É uma nova expressão de conservadorismo: consolida as actuais forças existentes (ver as dificuldades de implementação do PRD, do BE, etc.)
A pergunta que se coloca é: porquê?
Os quase 6% do Francisco Louçã bem como os 21% do Manuel Alegre nunca existiriam se actuassem como o Raul: fiel ao partido independentemente do que este pense, faça ou diga...
É uma atitude conservadora!
Neste caso estou de acordo com a expressão do Raul: um grande bocejo!
A memória é curta...
Nós, os Ocidentais, olhamos com uma forma superior e prepotente para as outras culturas e religiões.
Pensamos e dizemos: eles não são tolerantes, eles não são evoluídos!
Esquecemo-nos da forma como nós, os Ocidentais bem como a Igreja Católica, reagimos a este desenho perfeitamente fenomenal do António publicado no jornal EXPRESSO.
Esquecemo-nos da forma conservadora e criminosa como a Igreja Católica lida com o problema da SIDA.
Que Liberdades se podem tomar com a Religião?
O humor ocidental, corrosivo (à la mode do velho Canard Enchainé) ou da nossa própria verve satírica nacional que sempre fez pouco da Política e da Religião (melhor dito, dos seus Padres) desde Fialho e até ao perseguido Vilhena do Marcelismo, não deve - penso eu - ser compreendido pelas outras culturas que agora reagem desta forma digamos que "primária" à falta de um adjectivo mais contundente.
Lembro-me da dificuldade que eu tive em fazer sorrir colegas (e eram ocidentais) com algumas anedotas do portfolio nacional. Por exemplo, os Ingleses nunca compreenderam a velha história de que "o Papel Higiénico nunca parte pelo picotado" muito simplesmente porque na terra deles parte mesmo pelo picotado...
Humor árabe ou mais genericamente Muçulmano nunca vi.
Suponho (tenho a certeza) que existe pois a capacidade de rirmos de nós próprios e dos outros faz parte integrante de uma Cultura antiga e sólida o suficiente para poder brincar consigo própria.
Ora os nosso vizinhos àrabes de Córdova eram já Poetas e Matemáticos (e tinham infra estruturas sanitárias nas suas casas) numa altura em que os antepassados germânicos do Raul (isto é verdade) ainda andavam à pedrada aos Ursos e atrás dos Auroques...
Por isso faz-me espécie esta história de ameaças de bombas e de censura jornalística...
Evidentemente que os Grandes Poetas e Filósofos do Al-Andaluz e de Bagdad (do Califa) pelo seu refinamento e sibarita forma de estar na vida decerto olhariam com algum desprezo estas actuais movimentações das massas ignaras e fundamentalistas. Eram uma élite e comportavam-se como tal.
Cultura antiga , que saiba rir de si própria e dos seus demiurgos é saudável e recomenda-se a todos os níveis!
Viva o D. Quixote de la Mancha e o seu fiel escudeiro Sancho Pança!
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
"Arrepende-te lá ó Raul" Solicita o A.ACC. Campos
Quem escolhe um Partido ou um Clube de Futebol com o intuito de ganhar sempre , está sujeito a mudar como o Catavento.
Sou Sócio do Estoril-Praia desde que me lembro (Clube onde meu Pai foi Guarda-Redes na 1ª Divisão, em 1951\52))
Simpatizante do Benfica desde que tenho entendimento (Agora por causa disso: agradeço que não me mandem mais mails por causa do jogo com o Sporting!! A esses 30 ou 40 "Amigos" só pergunto se já sabem com quem é que o Sporting vai jogar para as Competições Europeias?).
Fanático da Cozinha Tradicional Portuguesa desde que começei a pagar as minhas refeições (Obrigado José Quitério pela tua contínua amizade)
Apreciador de Grandes Tintos encorpados idem idem e qualquer que seja a Região, (pois eu bebo Vinhos e não Regiões, como alguns que ouço falar nos restaurantes...)
Apaixonado pela Beleza Feminina, qualquer que seja a raça e a cor. Ultimamente até já nem sou esquisito quanto à idade (a partir dos 19 Grandes Alarves!!)
E...
Votante no PS e em Mário Soares desde que tive liberdade para Votar!
Um Homem tem as suas crenças e não é por ter perdido as Eleições que farei marcha atrás.
Imaginem um Alentejano Republicano, como o Fialho de Almeida, a pirar-se das Comendas d'El-Rei D. Carlos : "Foge cão que te fazem Barão! Mas para onde que me fazem Visconde?!"
Mal comparados assim estarão muitos dos apoiantes de ontem de Mário Soares a "sacudir a água do capote" do seu anterior apoio e a "abanar a cauda" aos novos poderes.
Está Mal, parece Mal e é Deselegante.
Não o fiz, não o faço, nunca o farei.
Viva o Gordo!
Projecto GOA - O mais ambicioso do ano para a Filatelia?
2. Cumprindo o exposto no Artº 9º do Decreto-Lei nº 360\85 – Estatuto do Selo Postal, vão os CTT Correios de Portugal S.A. realizar uma Emissão Filatélica comemorativa desta efeméride, composta por um Bloco Filatélico especial e dois selos, da autoria do designer José Brandão, bem assim como proceder à Edição de um Livro temático sobre a Vida de S. Francisco Xavier, escrito pelo reputado Historiador Prof. Doutor Corrêa Monteiro, em duas versões : Português e Inglês.
3. Tendo em atenção o interesse nacional face ao alcance desta efeméride em termos do que foi a história dos Descobrimentos e da presença Portuguesa no Oriente, desde logo que os CTT Correios de Portugal previram a hipótese de estender à Cidade de Goa o âmbito desta comemoração filatélica, envolvendo as autoridades civis e religiosas locais, com relevo para o Sr. Cônsul-Geral de Portugal no Território, Sr. Dr. Pedro Adão, que sempre manifestou o maior interesse nesta abordagem.
4. Perspectiva-se, assim, o Lançamento do LIvro e da Emissão de Selos também em Goa, a 7 de Abril, com a colaboração de todas as autoridades locais! Que momento para falar da antiquíssima Gastronomia de influência Luso-Indiana!
Jantar Português aplaudido de Pé no Bristol de Paris
Tomate recheado com Farinheira; Bacalhau e caras de bacalhau com favas e miolo de pão;Perdiz selvagem à moda do Convento de Alcântara. Queijos de Azeitão, Serra e S. Jorge. Papos de Anjo e Pudins de Ovos.
Vinhos:
Madrigal e Reserva Niepoort (Brancos); Quinta do Monte do Oiro e Quinta do Vale Meão (Tintos). Porto Vintage Niepoort 1973 e Madeira Terrantez 1975.
Esta a apresentação de comeres e beberes portugueses feita a 30 de Janeiro à AcademiaInternacional da Gastronomia, reunida no velho Hotel Bristol , em Paris, e que fez espantar os franceses (e outros mais de 70 países) presentes!
Honra aos autores da iniciativa: José Bento dos Santos (Quinta do Monte de Oiro)
Manuel Moreira (Fortaleza do Guincho-Melhor
escanção).
Nuno Diniz;José Avillez e Miguel Oliveira (Cozinheiros).
quarta-feira, fevereiro 01, 2006
Casamento Gay?
Sendo assim qual a diferença de outros contratos que têm cláusulas em letras pequeninas que ninguém lê (tal como nos casamentos)...
Assim sendo havendo duas pessoas do mesmo sexo que querem celebrar um contrato pergunto: qual o problema?
Já a discussão da adopção de crianças por casais homossexuais merecia uma discussão mais alargada. No entanto quando olho paras as crianças abandonadas, desprezadas e até violadas em muitas instituições de acolhimento pergunto: vale a pena discutir?
Explosão nos Correios Espanhóis
Dos llamadas en nombre de ETA a la DYA y al diario Gara informaron de la colocación de la bomba.
La policía autónoma vasca recibió información de estas llamadas sobre las diez menos diez de esta noche, aunque el informante no señaló la hora de la explosión. La Ertzaintza acordonó la zona y desalojó las oficinas para evitar daños personales.
Una vez desalojadas las instalaciones, los agentes comenzaron a registrar el edificio para tratar de localizar el artefacto, que ha hecho explosión a las once menos diez de esta noche.
El Pais (Espanha)
Presidenciais – o PS reconhece o erro!
Faltou reconhecer que não foi a primeira vez que cometeram erros idênticos (não nos esqueçamos das CM de Lisboa, Oeiras, Coimbra, etc.).
Infelizmente a memória é curta e os erros irão repetir-se.
Após esta tomada de decisão pública por parte do PS falta posição idêntica do meu amigo Raul Moreira... pensavas que escapavas?
No entanto não basta reconhecer que o Mário Soares foi uma má escolha.
Alegre também não era uma boa opção.
Assim sendo que deveria ter sido feito?
É esta resposta que falta.
A discussão pública destes assuntos pode contribuir para a construção de um futuro melhor.