quarta-feira, agosto 17, 2016

As medalhas



Portugal é o que é.

Pequeno numas coisas, por exemplo, na área do território "seco", só 92 000 km2.

Mas grande noutras coisas. Na área do território "molhado" , que é mais de 2 milhões de km2, também por exemplo. Temos (ou teremos depois de aprovada na ONU) uma das maiores plataformas continentais oceânicas do mundo...haja pernas e braços para tanto mar.

Nestas coisas dos Jogos Olímpicos somos pequenos. Temos sido e continuamos a ser parcos nas medalhas conquistadas.Temos 24 desde que existem registos. As mesmas que a Tailândia e que a Mongólia. Menos duas que a Índia e mais duas que Marrocos.

Reparem que se estas coisas se medissem pela dimensão do país, a Suíça, com metade da área "seca" de Portugal deveria ter 12 medalhas...Mas tem 328!

E a Índia (7º país em área "seca" do mundo, depois da Rússia, Canadá, China, EUA, Brasil e Austrália) teria várias centenas de medalhas. Mas não tem.  Tem apenas 26, como referido.

Se calhar a importância da competição não é evidente para o espírito do povo indiano. Não fará parte das suas prioridades.

Já na Suiça será diferente.

 Em Portugal a "malta" anseia pelas medalhas. Espera-se ansiosamente pelo "Lopes" ou pela "Rosinha" deste século... Os quais tardam em chegar. Tanto à meta como aos Jogos Olímpicos.

Nesta Olímpiada brasileira temos o "bronze" da Telma  (parabéns querida!!), e se calhar mais nada...

Porquê?  Não explicará tudo, mas aqui deixo, com chapelada ao jornal Público,  umas frases que podem explicar alguma coisinha:

(::::::) Rui Bragança, o lutador de Tae-Kwan-Do de Guimarães, contou  que muitas vezes tem de ir sozinho às provas. Quando os britânicos vão com dois treinadores, quatro pessoas só para verem os combates, um massagista, um fisioterapeuta, um médico ou um técnico, Bragança chega a ir completamente só.

(:::) Há poucos atletas que recebem um salário durante todo o ano; alguns chegam a treinar no Jamor – um centro de alto rendimento desportivo – com oito nadadores atribuídos a uma mesma pista; os dirigentes desportivos vêm a alta competição como perda de dinheiro e não como investimento; é muito difícil para um atleta, mesmo com excelentes resultados internacionais, dedicar-se 100% à sua modalidade;  muitos não prosseguem os estudos porque as universidades não lhes facilitam a vida nem nas coisas mais simples (como os horários ou poder assistir a aulas de diferentes turmas).

E vá lá que muito melhoraram as coisas! Quem se lembra que Aurora Cunha treinava "por correspondência" e com equipamento pago do seu bolso? Hoje já há isenção de IRS e de Segurança Social, apoio no pagamento de propinas escolares e patrocínios a longo prazo, como o da Santa Casa, coordenado pelo Comité Olímpico de Portugal.
Mas, se calhar ainda não chega...

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