quarta-feira, abril 06, 2016

Bacalhau em Lisboa



Com a Primavera aproxima-se o festival "Peixe em Lisboa", que terá lugar entre 7 e 17 Abril.

Nota: PEIXE EM LISBOA é uma organização da Associação Turismo de Lisboa, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e produção da EV – Essência do Vinho.

Fui duas vezes a este Festival. É engraçado. Para quem não gosta de apertos nem de multidões o "é engraçado",  ou "é curioso",  ou até "é interessante",  traduzem aceitação , mas sem grandes emotividades.

Trata-se daquelas coisas das quais gostamos mas não amamos, nem de perto nem de longe...

Este festival teria algum interesse acrescido se se debruçasse também sobre o bacalhau seco.  Com a moda do "skrei" por tudo quanto é sítio é sempre melhor agora escrever "bacalhau seco" para não existirem dúvidas. 

Estou a escrever isto e se calhar algum stand terá este ano pastéis de bacalhau e pataniscas...

Quando lá fui não tinham.

Mas de uma forma geral acho que compreendem aquilo que quero dizer.

O panorama do serviço de restauração do bacalhau seco em Lisboa está cada vez pior. A maior parte dos restaurantes escolhe o produto congelado, por motivos que conseguimos compreender: menos trabalho, menos exigências sanitárias da ASAE, etc...

Já agora, para quem pretende fazer o mesmo em casa,  o menos mau ( até  acho que se pode considerar "bom") destes bacalhaus congelados e já demolhados é o da firma, passe a publicidade, Rui Costa e Sousa. Marca "Senhor Bacalhau".

Podem ler aqui sff:

http://www.srbacalhau.com/quem-somos/?title=quem-somos&idioma=pt

Mas obviamente não há nada que se compare ao Bacalhau de cura amarela, bem seco e depois demolhado em nossa casa.

Escreveram-se livros sobre a melhor forma de demolhar o fiel amigo. Parece que o segredo estará na temperatura sempre baixa da água e da necessidade da mesma ser corrente ou, pelo menos, frequentemente renovada. Isto porque o fenómeno da "demolha" liberta calor  e cheiro menos agradável.

Desde que se inventou a "máquina de demolha" -  uma espécie de serpentina de máquina de tirar cerveja , que se acopla a uma arca com um abastecimento contínuo de água filtrada - qualquer um de nós ( haja dinheiro e espaço na cozinha) tem este problema resolvido da maneira mais eficaz.

O que , se me permitem a tirada, deveria dar que pensar a muitos restaurantes com as tais preocupações de tempo, espaço e mão de obra , para fazer as coisas como deveriam ser feitas ao nível do bacalhau..

Podem ver aqui bastas ligações para estas maquinetas que podem custar em redor de 1200 euros cada uma ( mais ou menos):

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=576203

http://www.somengil.com/pt/sw_cm.html

http://www.friline.pt/imagens/produtos/demolha/001.jpg 


Dadas estas circunstâncias,  em Lisboa posso recomendar ainda o velhinho "João do Grão",  bastião que se mantêm fiel ao bacalhau demolhado em casa, quase desde os tempos de Martim Moniz! 

Claro que se estivermos a falar do outro país a Norte, outro galo cantaria...E não só em Barcelos! 
mas disso falarei noutra crónica!

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