sexta-feira, julho 01, 2011

Para descansar a Vista (enquanto pôes gelo nos C*****)

Toma lá que é Democrata!! Primeira cachaporrada da nova gerência da Pátria Tasca. Outras hão-vir e vamo-nos habituando. De todas as formas Amigos Leitores  não há como responder às investidas deste Governo de acordo com a antiga sabedoria dos campinos do Ribatejo:

" Há toiros que se pegam de caras e outros que só lá vão de cernelha".

Dá-me a ideia que este "Toiro" só lá vai de cernelha. E a custo. E com muita vaca cabresta a fazer a parte...

Faltou-lhe a sorte de varas. Acho eu. Mas ainda vai (vamos) a tempo.

 (cala-te que o  "canadense" ainda te manda prender, o que vale é que lá para a terra dele os bois são alces...)

Vamos mesmo assim espevitar para a vida de todos os dias. Cara alegre e pensamento altivo. Banhos de mar ainda não pagam imposto. Areia branca das nossas praias por enquanto é gratuita. O caracol (marroquino) está a preço maneirinho. E até o Chavez parece que apesar de ter sido dado como  morto ainda mexe lá em Cuba. Tudo boas notícias (a do Chavez não sei bem, tenho que pensar outra vez...)

Para levantar o astral  sai poema que bem reflecte a actual alma lusa, antes que Portugal se venha a tansformar em estância balnear para turistas endinheirados. Já faltou mais.

De Jorge de Sena a "Ode para o Futuro":

Falareis de nós como de um sonho.
Crepúsculo dourado. Frases calmas.
Gestos vagarosos. Música suave.
Pensamento arguto. Subtis sorrisos.
Paisagens deslizando na distância.

Éramos livres. Falávamos, sabíamos,
e amávamos serena e docemente.

Uma angústia delida, melancólica,
sobre ela sonhareis.

E as tempestades, as desordens, gritos,
violência, escárnio, confusão odienta,
primaveras morrendo ignoradas
nas encostas vizinhas, as prisões,
as mortes, o amor vendido,
as lágrimas e as lutas,
o desespero da vida que nos roubam
- apenas uma angústia melancólica,
sobre a qual sonhareis a idade de oiro.

E, em segredo, saudosos, enlevados,
falareis de nós - de nós! - como de um sonho.

Jorge de Sena, in 'Pedra Filosofal'

Um comentário:

Maria Paz disse...

De facto areia branca e banhos de mar ainda não pagam imposto, nem o ar que respiramos, nem a bela paisagem. Falta saber se a faixa mais pobre ainda consegue apreciar essas belezas continuando a apertar o cinto já sem furos.