Ainda envolto nas boas "críticas" ao Post anterior (obrigado Amigos Leitores!)  tenho a obrigação de fazer as pazes com o País irmão lá do outro lado do nosso Oceano.
Então aqui vai, do imortal Carlos Drummond de Andrade: 
Nota biográfica: Nasceu em Minas Gerais, em uma cidade cuja memória viria a permear parte de sua obra, Itabira. Posteriormente, foi estudar em Belo Horizonte e Nova Friburgo com os Jesuítas no Colégio Anchieta. Formado em farmácia, com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil. No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema Sentimental é declamado na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil", feita no curso de férias da Faculdade de Letras de Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da literatura brasileira nas Universidades Portuguesas. 
O tempo passa? Não passa... 
  
O tempo passa? Não passa 
no abismo do coração. 
Lá dentro, perdura a graça 
do amor, florindo em canção. 
  
O tempo nos aproxima 
cada vez mais, nos reduz 
a um só verso e uma rima 
de mãos e olhos, na luz. 
  
Não há tempo consumido 
nem tempo a economizar. 
O tempo é todo vestido 
de amor e tempo de amar. 
  
O meu tempo e o teu, amada, 
transcendem qualquer medida. 
Além do amor, não há nada, 
amar é o sumo da vida. 
  
São mitos de calendário 
tanto o ontem como o agora, 
e o teu aniversário 
é um nascer toda a hora. 
  
E nosso amor, que brotou 
do tempo, não tem idade, 
pois só quem ama 
escutou o apelo da eternidade. 
  
Carlos Drummond de Andrade, in 'Amar se Aprende Amando' 
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