No âmbito desta discussão voltamos à velha e relha questão do possível (dizem que é quase certo) aumento do IVA no Vinho.
Aumentar o IVA no vinho parece natural e até vantajoso para muita gente. Na verdade estão já com IVA a 23% bens essenciais ao cidadão como a água, a prática do desporto, os bilhetes dos Teatros, dos Cinemas e de outros sectores culturais.
Existem até cidadãos esclarecidos que questionam ( e cito) :
"Alguém que me explique que contas são essas que não contabilizam os efeitos danosos na saúde e na sociedade provocados pelo vinho e os benefícios nas mesmas áreas que a prática do desporto nos traz? Álcool sim. Cultura e Desporto não?"
Esta gente devo até dizer que encontrou apoio importante (mas discreto) na malta da industria cervejeira, que há muito tempo que vem exigindo que o vinho deve também pagar I.E.C. (Imposto Especial de Consumo), à semelhança do que paga a cerveja e também as bebidas espirituosas, imposto sobre o qual acrescerá ainda o IVA à taxa máxima, deixando as "loiras" bem radiantes ...
Contra estas opiniões está obviamente a fileira da vitivinicultura, distribuição e retalho. As razões que invocam são mais ou menos estas:
" A concretizar-se tal agravamento, com certeza que terá consequências altamente negativas para toda a fileira do sector vitivinícola e não só. O reflexo no aumento dos preços provocará um afastamento dos consumidores, sobretudo a nível da restauração - onde continuam a praticar-se margens elevadíssimas - já que não se trata de um produto essencial. Contribuirá também, numa primeira fase, para o incremento da economia paralela mas, mais cedo ou mais tarde acabará por levar ao abandono das vinhas e à degradação paisagística e ambiental de muitos milhões de hectares."
Terão todos razão, cada um na sua prateleira - o que é muitas vezes o nosso problema aqui na mercearia Portugal: emprateleiramos tudo e não olhamos para o armário completo.
Eu , por mim, só digo o seguinte : em alturas destas parece-me perigoso brincar com um Setor que representa 600 milhões de euros de exportações e assegura 200 000 empregos... Acresce ser um dos poucos "clusters" sublinhados por Porter no seu célebre Relatório. Isto é, ser um daqueles setores que ainda asseguram vantagens competitivas para Portugal no mundo dos negócios internacionais...
Nenhum comentário:
Postar um comentário