quarta-feira, janeiro 09, 2013

Medidas de combate à Crise: A receita do gordo

O dia começou bem com a  divulgação de um novo pacote de medidas aconselhadas pelo FMI para Portugal, depois de ter tal organismo sido solicitado pelo Governo de Passos Coelho a exercer assessoria sobre o malfadado tema. As "medidas" são de molde a fazer corar um porteiro de discoteca de kizomba:

Despedimento de 14 000 professores, cortes de 10% em todas as reformas, cortes de 20% nos ordenados da Função Pública, aumento das taxas moderadoras, redução do nº de polícias e de militares , etc, etc...

Depois de ouvir a "bula"  até me admirei não terem também aconselhado outras medidas de grande alcance que  eu próprio  me sinto com competência para alvitrar -  e a custo "0", o que, convenhamos, neste jardim Portugal tem hoje a sua importância...

Então o Sr. Doutor Gaspar e o Sr Doutor Passos Coelho tomem boa nota sff:

a)  Deve baixar à AR uma proposta de Lei a tornar obrigatória a eliminação de assassínios, roubos (por esticão ou dos outros), raptos (com ou sem extorsão), e qualquer outro tipo de distúrbio ou afrontamento da ordem pública e dos pertences dos cidadãos. Para esse efeito todos os ladrões, assassinos, burlões, borlistas e afins serão imediatamente despedidos também, com efeitos à data do despedimento dos polícias.
 Nota Explicativa: esta proposta de lei terá por objetivo conservar alguns dos pertences dos cidadãos para as penhoras do Ministério das Finanças.

b) As armas na posse da malta fardada (incluindo os F16, mas não os submarinos) devem ser de imediato distribuídas à população. Será o povo a defender a pátria em caso de invasão. Não somos nem mais nem menos do que os suiços! As munições poderão ser acantonadas no famoso paiol de Bissau (em havendo espaço). Livrávamo-nos assim de um problema ecológico de duvidosa sustentabilidade, já que o dito paiol  está sempre a rebentar durante as sublevações das diversas facções (dia sim, dia não). As munições dos F16 não iriam porque já se esgotaram as que vinham de borla com os aparelhos e não houve massa para comprar mais.

c) Os submarinos seriam entregues a alguns Patrões  de pesca artesanal que provassem saber nadar e a troco de uma renda mensal em robalos . Nos meses  em que afundassem traineiras marroquinas ou espanholas, não pagariam renda. A prova seria efetuada pela apresentação da proa com o nome da embarcação afundada. Para tornar esta operação possível fazia-se uma aliança estratégica com a malta da Somália, mais experiente nestas andanças.

d) Os Professores (de todos os graus de ensino) seriam todos despedidos e reciclados para atividades no setor primário: hortas, lavragens e mondas. Sem esquecer as vindimas e as podas.... Para contrabalançar esta medida de grande alcance, todos os alunos ( de todos os graus de ensino) seriam também despedidos e alugados a fábricas chinesas de mobilias e de vestuário. Mas apenas às que trabalhassem para marcas conhecidas no Ocidente! Ou tivessem capital da "Three Gorges" para garantir  a defesa de algum interesse nacional. 
Nota Explicativa: precedente histórico para estas medidas de grande alcance pode ser investigado na biografia de Mao Zedong sobre os tempos da  Revolução Cultural.

e) Por fim, decretava-se que todos os reformados deviam morrer o mais depressa possível para poupar o Sistema Nacional de Saúde.
Os Funerais seriam por conta do Estado, desde que a família autorizasse a  reciclagem da matéria-prima para fins agrícolas. Aconselha-se a leitura de Mein Kampf para concretizar este último desiderato. Complementado com a consulta de algumas ( e bastante exageradas) crónicas do que se convencionou chamar a "Solução Final".

Então o que acham? Das duas uma, com estas medidas o problema estava resolvido: Ou nós saía-mos a sério da Crise, ou então seria a Crise a sair rapidamente  desta região, com medo que se pegasse a  moléstia.

Um comentário:

Sine die disse...

E não se pode exterminá-los?