Hoje tive que dar mais umas voltas no Hospital, com a santa, o que me fez chegar a Lisboa mais tarde do que o costume e, por isso, dar mais atenção ao debate na TSF entre Vieira da Silva, Silva Peneda e Bagão Felix, acerca do nosso sistema de Segurança Social. Pelo menos, durante os 45 minutos em que estive no trânsito foi disso que se tratou.
O grande problema do país todos já conhecemos: nasce menos gente do que aquela que morre. Esta diferença vai levando a que o esforço dos que contribuem para o sistema de segurança social tenha que ser cada vez maior, porque é assumido por cada vez menos pessoas na vida ativa... Para que aquela arirmética batesse mais ou menos certa deviam nascer em Portugal , em média, 2,1 crianças em cada casamento ou união de facto, ao invés do número médio atual, que é de 1,4 crianças.
Para além deste importante factor , interessa também saber como se está a prever a alteração na nossa forma de estar na vida causada pela idade cada vez mais avançada da população que aqui é residente.
Doenças - como Alzheimer - que eram raras, porque os pacientes morriam antes desta se desenvolver , parece que se posicionam num futuro cada vez mais próximo como comuns. E o país não está preparado para tratar desses doentes.
Mas não apenas essa doença: Iatrogenia (abuso de medicamentos), Depressão geriátrica, Instabilidade motora e consequências de quedas, Ateroesclerose, Doenças da imobilidade, Incontinências, Parkinson (outra das neurodegenerativas) e Insuficiência cardíaca, etc...
Em Portugal pode acontecer uma crise de saúde generalizada, relativa a este tipo de pacientes idosos, quando pensarmos que duas variáveis se posicionam em sinal contrário nestes anos que atravessamos: a falta de dinheiro do Estado para financiar estes cuidados de saúde ou investir em mais meios, profiláticos ou outros (mais e melhores centros de saúde dedicados) e a quebra do rendimento disponível das famílias para fazerem face ao mesmo problema.
Se pensarmos bem, não parece estranho que os idosos mais esclarecidos tenham receio dos cortes nas suas reformas... Se não forem eles a pagar quem pagará?
Viver muito sim, claro. Mas bem!
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