Já não me lembrava muito bem dos "trâmites" associados à morte e aos mitos que amigos e parentes chegados (sobretudo estes) continuam a eternizar numa dansa macabra que tem tudo de crendice e pouco de religiosidade (seja esta de que quadrante for).
Agora com o falecimento do meu Tio José veio isto tudo de novo ao de cima.
Fico sem jeito com estas obrigações sociais que envolvem as conversas com o coveiro e com o padre, a combinação da cerimónia, o afundamento das campas, a limpeza e remoção das ossadas que por lá se encontram, a missa de corpo presente...Tudo com o objetivo de dar o eterno descanso ao falecido.
Tendo isto em vista, a cremação parece ( e é) um final bem mais sossegado e airoso do que o tradicional "enterro". Pelo menos mais simples e elegante.
Uma amiga psiquiatra já me tinha informado que não se devem minorizar estas exéquias, já que as mesmas fazem parte integrante de um processo de "nojo" (aqui utilizada a palavra no seu significado original de "luto").
E parece que sem se fazer este luto e passar por esse período de "nojo" não podem as pessoas que cá ficam retomar seriamente a sua vida de todos os dias. Psicologicamente falando.
Assim será com certeza.
Por mim sempre vos digo que a melhor forma que tenho de me livrar desses fantasmas e de encarar com alegria as saudades de quem parte, é lembrar-me das boas cenas em que estive envolvido com o meu Tio José.
Nomeadamente das latas de caviar que me trazia do Hotel Palácio quando lá pernoitavam as equipas de futebol de Leste que vinham jogar as eliminatórias da Champions (da altura) com o Benfica.
Leão de gema (leão da serra, porque foi sócio do Sporting da Covilhã até morrer) o meu Tio tratava desveladamente daquela malta de Leste, sempre pensando que assim contribuía para a derrota do rival Benfica. E os Dinamos ou Lokomotifs ou Steuas etc... retribuiam as amabilidades com o caviarzinho. Nessa altura raríssimo aqui no burgo salazarento.
Tudo lhe perdoávamos (eu e meu Pai), mesmo o empurrão que dava aos adversários do nosso Benfica, porque lá vinha depois o caviar em latas de kg ter connosco a casa...
Hoje não lhe posso chegar - está sempre nas prateleiras mais altas das lojas Gourmet :):):) - mas os kg que dele comi já ninguém mos tira!
E ao meu Tio o devo! Um Abraço também por isso!
quarta-feira, janeiro 30, 2013
terça-feira, janeiro 29, 2013
A malta é danada para a reinação!
Agora que se vislumbra o início do fim da era Passística, no PS começam a acordar as velhas comadres...
Cheira-lhes a poder. O poder é o mais poderoso afrodisíaco do mundo. Não há homem nem mulher que consigam escapar à sua influência.
O que lhes parece? Que muitos dos responsáveis pelo país ter afundado como afundou começem agora outra vez a pôr-se em bicos de pés - para não dizer outra coisa - porventura espicaçados por algum chuço de vara longa, tão longa que chegue de Paris a Lisboa?
Obviamente que nos parece mal. Perdeu-se o decoro, perdeu-se o pudor, perdeu-se a vergonha.
Pode-se discutir se Portugal caíu por causa de "Sócrates&Cia" ou se caíu apesar deles. Podemos até passar o tempo a esticar a cadeia de responsabilidade tão longe quanto pudermos e quisermos, quase até ao Cardeal D. Henrique , por não ter conseguido gerar filhos.
Mas uma coisa é certa: A linha "socrática" teve o seu tempo e fez o seu caminho. Remeta-se agora ao silêncio e à reflexão, como convém aos perdedores. E deixem as alternativas provarem de que são capazes!
O Dr. António Costa - Presidente da República avant la lettre - vai a esta guerra porquê?
Hipótese 1 - Receia que Tó Zé Seguro, mesmo nas condições atuais, não consiga ganhar as Eleições Legislativas.
Hipótese 2 - Receia que Tó Zé Seguro, com as condições atuais, ganhe mesmo as Eleições Legislativas...
Como é que o Povão vai conseguir "processar" estes desenvolvimentos carago?
Venha o diabo e escolha?... Olha que pôrra! E quanto a nós, esperemos pelas cenas dos próximos capítulos.
Cheira-lhes a poder. O poder é o mais poderoso afrodisíaco do mundo. Não há homem nem mulher que consigam escapar à sua influência.
O que lhes parece? Que muitos dos responsáveis pelo país ter afundado como afundou começem agora outra vez a pôr-se em bicos de pés - para não dizer outra coisa - porventura espicaçados por algum chuço de vara longa, tão longa que chegue de Paris a Lisboa?
Obviamente que nos parece mal. Perdeu-se o decoro, perdeu-se o pudor, perdeu-se a vergonha.
Pode-se discutir se Portugal caíu por causa de "Sócrates&Cia" ou se caíu apesar deles. Podemos até passar o tempo a esticar a cadeia de responsabilidade tão longe quanto pudermos e quisermos, quase até ao Cardeal D. Henrique , por não ter conseguido gerar filhos.
Mas uma coisa é certa: A linha "socrática" teve o seu tempo e fez o seu caminho. Remeta-se agora ao silêncio e à reflexão, como convém aos perdedores. E deixem as alternativas provarem de que são capazes!
O Dr. António Costa - Presidente da República avant la lettre - vai a esta guerra porquê?
Hipótese 1 - Receia que Tó Zé Seguro, mesmo nas condições atuais, não consiga ganhar as Eleições Legislativas.
Hipótese 2 - Receia que Tó Zé Seguro, com as condições atuais, ganhe mesmo as Eleições Legislativas...
Como é que o Povão vai conseguir "processar" estes desenvolvimentos carago?
Venha o diabo e escolha?... Olha que pôrra! E quanto a nós, esperemos pelas cenas dos próximos capítulos.
segunda-feira, janeiro 28, 2013
A Clássica
Acabei de chegar da Antena 2 onde fui com o Prof. José Brandão (grande designer português, autor dos desenhos dos selos) falar sobre a 1ª série de selos comemorativos deste ano, a que celebra o Bicentenário de Verdi e de Wagner.
O Prof. Brandão é neto de Vianna da Motta, como sabem, o que lhe dá logo outra autoridade para falar sobre estes assuntos... e quanto a mim é sempre um gosto encontrar a "malta" da clássica enquanto não fecharem aquilo (Vira mas é a bocarra para o lado de lá!).
Existem muitas coincidências entre a vida destes compositores e a filatelia. Reparem que Verdi e Wagner nascem em 1813 e atingem a maioridade nas suas artes por volta do tempo em que "nasceu" o selo postal em Inglaterra: 1840. Depois disso vemos o Nabbucco estrear em S. Carlos a 1843, data em que entra em circulação o "olho de boi" , 1º selo do Brasil. E damos ainda conta que a 1ª récita da Traviatta foi em Paris, em 1853 (ano em que se lança o 1º selo português, o D. Maria).
Wagner tem por "fan" entusiástico o Imperador D. Pedro II do Brasil (Bragança), conhecido entre muitas outras coisas , por ter adoptado logo em 1843, como referido, a reforma dos serviços postais à moda britânica.
Esse mesmo D. Pedro que, visitando Wagner em Bayreuth, preencheu o livro de visitas desta maneira singular: Nome - Pedro. Ocupação - Imperador...
Os CTT de Portugal emitiram 25 selos e blocos filatélicos com tema "Música" . São mais de 7 milhões de peças em circulação, divulgando este assunto. É engraçado verificar que a 1ª série com esta temática foi lançada em 1969 , comemorando o centenário de Vianna da Motta! Vianna da Motta nasceu em 1868, mas o selo só sai em 1969. Trata-se da reprodução do famoso quadro de Columbano que esteve no Museu do Chiado, e hoje se encontra no Museu da Música.
Em 1958 a Callas vem ao S. Carlos dar uma das mais perfeitas interpretações da Traviatta (com Alfredo Kraus).
Yves Saint Laurent - que não a viu nesse dia - fica de tal modo impressionado com o que contam dela que escreve:
"It is the Queen of Sheba! The Empress of China and Czarina of Russia! It is the Queen of Spain! It is Cleopatra! It is Aida! Double the trumpets! Quadruple the fanfare! It is all the queens and empresses at once!"
E termino com uma "petite histoire" sobre Verdi. Parece que teria concorrido a Diretor do Teatro de S. Carlos, mas não foi aceite por (!!!) falta de currículo adequado... Olha se fosse o Relvas...
O Prof. Brandão é neto de Vianna da Motta, como sabem, o que lhe dá logo outra autoridade para falar sobre estes assuntos... e quanto a mim é sempre um gosto encontrar a "malta" da clássica enquanto não fecharem aquilo (Vira mas é a bocarra para o lado de lá!).
Existem muitas coincidências entre a vida destes compositores e a filatelia. Reparem que Verdi e Wagner nascem em 1813 e atingem a maioridade nas suas artes por volta do tempo em que "nasceu" o selo postal em Inglaterra: 1840. Depois disso vemos o Nabbucco estrear em S. Carlos a 1843, data em que entra em circulação o "olho de boi" , 1º selo do Brasil. E damos ainda conta que a 1ª récita da Traviatta foi em Paris, em 1853 (ano em que se lança o 1º selo português, o D. Maria).
Wagner tem por "fan" entusiástico o Imperador D. Pedro II do Brasil (Bragança), conhecido entre muitas outras coisas , por ter adoptado logo em 1843, como referido, a reforma dos serviços postais à moda britânica.
Esse mesmo D. Pedro que, visitando Wagner em Bayreuth, preencheu o livro de visitas desta maneira singular: Nome - Pedro. Ocupação - Imperador...
Os CTT de Portugal emitiram 25 selos e blocos filatélicos com tema "Música" . São mais de 7 milhões de peças em circulação, divulgando este assunto. É engraçado verificar que a 1ª série com esta temática foi lançada em 1969 , comemorando o centenário de Vianna da Motta! Vianna da Motta nasceu em 1868, mas o selo só sai em 1969. Trata-se da reprodução do famoso quadro de Columbano que esteve no Museu do Chiado, e hoje se encontra no Museu da Música.
Em 1958 a Callas vem ao S. Carlos dar uma das mais perfeitas interpretações da Traviatta (com Alfredo Kraus).
Yves Saint Laurent - que não a viu nesse dia - fica de tal modo impressionado com o que contam dela que escreve:
"It is the Queen of Sheba! The Empress of China and Czarina of Russia! It is the Queen of Spain! It is Cleopatra! It is Aida! Double the trumpets! Quadruple the fanfare! It is all the queens and empresses at once!"
E termino com uma "petite histoire" sobre Verdi. Parece que teria concorrido a Diretor do Teatro de S. Carlos, mas não foi aceite por (!!!) falta de currículo adequado... Olha se fosse o Relvas...
sexta-feira, janeiro 25, 2013
Para Descansar a Vista
Nada mais indicado para um dia como o de hoje do que esta maravilha de António Lobo Antunes - Sátira aos homens quando estão com Gripe:
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.
quinta-feira, janeiro 24, 2013
A Cabra da Gripe
Cá em casa está tudo engripado. Nem a santa - conhecida por possuir no corpinho alta dose de anti-corpos contra tudo o que mexe, a começar pela família mais chegada - desta vez escapou à sina.
Febres baixas, dores no corpo, mau estar, entupimento generalizado de vias respiratórias. Sono bastas vezes interrompido pelo ronco da garganta, a forçar a passagem do ar. Enfim, a chatice do costume.
Eu ainda não "encamei" mas parece que fui o único que escapei. Porventura fruto das práticas profiláticas que venho seguindo há muito tempo logo que estes sintomas começam a despertar...
No seguimento do antiquíssimo adágio: "Na gripe abifa-te, abafa-te e avinha-te" o vosso Blogger também criou a sua própria receita anti-gripal:
Um caril (ou parecido, por acaso desta vez foi Muamba) do mais picante que houver ao almoço, leite quente com whisky e mel ao deitar, pouca roupa na cama e no corpo... E terminar sempre o duche matinal com água fria.
Não acreditam? Também não obrigo ninguém a seguir-me. Não tenho pretensão a guru ou evangelista das massas.
Agora por massas, tendo o senhorio assim de baixa médica já por duas vezes faltei ao treino da Tia Matilde às Terças Feiras, dia do cozidinho à portuguesa, um dos melhores do reino lisboeta.
Também muito recomendável é o cozido às Quartas no Solar dos Presuntos, às Quintas no Polícia e às Sextas pode ser (ou não) na Horta dos Brunos, consoante a disposição da Paulinha.
Lampreia também ainda não provei este ano. Nem é por causa do preço - embora também tenha importância - mas porque me parece andar a "bicha" um bocado escondida pela crise...pelo menos aqui em Lisboa.
Vamos ver se colmato estas faltas à tradição. E aproveitava para dar um abraço ao Pedro do Solar, de quem já tenho saudades!
Febres baixas, dores no corpo, mau estar, entupimento generalizado de vias respiratórias. Sono bastas vezes interrompido pelo ronco da garganta, a forçar a passagem do ar. Enfim, a chatice do costume.
Eu ainda não "encamei" mas parece que fui o único que escapei. Porventura fruto das práticas profiláticas que venho seguindo há muito tempo logo que estes sintomas começam a despertar...
No seguimento do antiquíssimo adágio: "Na gripe abifa-te, abafa-te e avinha-te" o vosso Blogger também criou a sua própria receita anti-gripal:
Um caril (ou parecido, por acaso desta vez foi Muamba) do mais picante que houver ao almoço, leite quente com whisky e mel ao deitar, pouca roupa na cama e no corpo... E terminar sempre o duche matinal com água fria.
Não acreditam? Também não obrigo ninguém a seguir-me. Não tenho pretensão a guru ou evangelista das massas.
Agora por massas, tendo o senhorio assim de baixa médica já por duas vezes faltei ao treino da Tia Matilde às Terças Feiras, dia do cozidinho à portuguesa, um dos melhores do reino lisboeta.
Também muito recomendável é o cozido às Quartas no Solar dos Presuntos, às Quintas no Polícia e às Sextas pode ser (ou não) na Horta dos Brunos, consoante a disposição da Paulinha.
Lampreia também ainda não provei este ano. Nem é por causa do preço - embora também tenha importância - mas porque me parece andar a "bicha" um bocado escondida pela crise...pelo menos aqui em Lisboa.
Vamos ver se colmato estas faltas à tradição. E aproveitava para dar um abraço ao Pedro do Solar, de quem já tenho saudades!
quarta-feira, janeiro 23, 2013
A "Validação"
Hoje cheguei mais tarde porque tive de ir ao banco para "validar os dados".
O que é isso? Parece que o Banco de Portugal vem exigindo a todos os depositantes que certifiquem - nos seus balcões bancários, e pessoalmente - se ainda moram em determinado local, se o estado civil está correto , se ainda assinam da mesma maneira, etc, etc...
Nada de mal virá ao mundo - pensam todas as pessoas de bem - com esta necessidade de "refrescamento" da informação bancária.
A não ser que lá por detrás da mesma decisão haja alguma intenção de saber se não existirá "morto" ou "morta" com dinheiro na conta e sem descendentes, revertendo para o Estado os "cobres" depositados... Ou então, e ainda mais maquiavélico, se não haverá algum filho ou filha , para já não dizer mulher a dias, a servirem-se da pensão do "morto", ou da "morta"...
Talvez não. E estou concerteza a pensar mal. Mas fica alguma dúvida, assanhada por tanta maldade que nos tem sido feita.
Neste dia em que Regressamos aos Mercados haverá já quem julgue que:
"Está tudo bem outra vez em Belém"!
E achar que foguetório devia ser lançado na Praça Pública...
A esses lembro apenas a velha frase do Doutor Cunhal:
"Olhe que não!" Olhe que não!"
(lembram-se? Faria 100 anos em 2013 se fosse vivo...)
E podem ter a certeza que é Não mesmo!
O que é isso? Parece que o Banco de Portugal vem exigindo a todos os depositantes que certifiquem - nos seus balcões bancários, e pessoalmente - se ainda moram em determinado local, se o estado civil está correto , se ainda assinam da mesma maneira, etc, etc...
Nada de mal virá ao mundo - pensam todas as pessoas de bem - com esta necessidade de "refrescamento" da informação bancária.
A não ser que lá por detrás da mesma decisão haja alguma intenção de saber se não existirá "morto" ou "morta" com dinheiro na conta e sem descendentes, revertendo para o Estado os "cobres" depositados... Ou então, e ainda mais maquiavélico, se não haverá algum filho ou filha , para já não dizer mulher a dias, a servirem-se da pensão do "morto", ou da "morta"...
Talvez não. E estou concerteza a pensar mal. Mas fica alguma dúvida, assanhada por tanta maldade que nos tem sido feita.
Neste dia em que Regressamos aos Mercados haverá já quem julgue que:
"Está tudo bem outra vez em Belém"!
E achar que foguetório devia ser lançado na Praça Pública...
A esses lembro apenas a velha frase do Doutor Cunhal:
"Olhe que não!" Olhe que não!"
(lembram-se? Faria 100 anos em 2013 se fosse vivo...)
E podem ter a certeza que é Não mesmo!
terça-feira, janeiro 22, 2013
O Fato Preto
Um dos meus amigos, um grande senhor da industria do Porto, tinha uma relação difícil com o Pai.
Era rico, tinha sido educado em França e admirava a respetiva cultura - assinava o Figaro e a Vogue Hommes, e não esquecia o À Suivre - mas sobretudo vestia muito bem e "circulava" ainda melhor, por tudo o que o nosso país tinha de bom e de mais caro.
Conhecido por ser um individuo que criava as tendências de moda, trazendo de Londres e de Paris sempre as últimas novidades, causou estranheza quando, de repente, passou a usar apenas fatos pretos.
O que se passou foi a morte do Pai, um sóbrio e trabalhador industrial nortenho cuja visão de futuro e vida de trabalho sério tinham feito a fortuna da família, e com o qual o "filho pródigo" não se dava assim tão bem - para não dizer pior.
Depois do Pai falecer esse meu amigo nunca mais voltou a usar outros fatos sem ser os de cor preta. Era conhecido no Lourenço& Santos e no Nunes Corrêa como "o senhor dos fatos pretos".
O "fato preto" talvez fosse para ele uma marca de penitência, por nunca ter feito as pazes com o pai. Mas também uma espécie de "chamada às armas" que o alertasse para o facto de ter acabado a vida de diletante e dandy, famoso por escoltar as mais interessantes coristas das revistas, e passava - infelizmente - a ser altura de se dedicar ele mesmo, aos negócios da família.
O "fato preto" era assim uma espécie de sinal que marcava o ritual de passagem da adolescência para a idade adulta. A assunção da responsabilidade , a nomeação obrigatória para o lugar deixado vago de "pater familias". Só que nessa altura da mudança de vida já teria ele mais de 40 anos...
Acho que todos nós vestimos já destes "fatos pretos". Uns mais cedo do que os outros.
Eu tive que assumir essa posição aos 25 anos, altura em que o meu Pai partiu. Era já casado e tinha um filho. Trabalhava no ISCTE como Assistente, nos CTT como Gestor de Produtos e ainda fazia estudos de viabilidade económica de investimentos como "free lancer"... Nos tempos livres ia para a Quinta da Marinha ensinar a malta nova a montar a cavalo.
Havia trabalho em barda para quem quisesse trabalhar. O que nos faltava nesses anos era mesmo tempo para fazermos tudo o que queríamos.
Receio que muitos dos nossos filhos - do modo como as coisas estão neste Portugal de hoje - só possam "vestir o fato preto", não no sentido de enterrarem a entidade paternal (cruzes credo!) mas sim de assumir a posição dominante na família e na sociedade, lá para as bandas da idade do meu amigo portuense. E se tiverem sorte...
Ou pensam que um gajo assim como eu não estaria mais que preparado para passar aos 60 aninhos o cajado de pastor ao senhorio e dedicar as últimas duas dezenas de anos de vida às minhas "devoções"?
Isso é que era.
Era rico, tinha sido educado em França e admirava a respetiva cultura - assinava o Figaro e a Vogue Hommes, e não esquecia o À Suivre - mas sobretudo vestia muito bem e "circulava" ainda melhor, por tudo o que o nosso país tinha de bom e de mais caro.
Conhecido por ser um individuo que criava as tendências de moda, trazendo de Londres e de Paris sempre as últimas novidades, causou estranheza quando, de repente, passou a usar apenas fatos pretos.
O que se passou foi a morte do Pai, um sóbrio e trabalhador industrial nortenho cuja visão de futuro e vida de trabalho sério tinham feito a fortuna da família, e com o qual o "filho pródigo" não se dava assim tão bem - para não dizer pior.
Depois do Pai falecer esse meu amigo nunca mais voltou a usar outros fatos sem ser os de cor preta. Era conhecido no Lourenço& Santos e no Nunes Corrêa como "o senhor dos fatos pretos".
O "fato preto" talvez fosse para ele uma marca de penitência, por nunca ter feito as pazes com o pai. Mas também uma espécie de "chamada às armas" que o alertasse para o facto de ter acabado a vida de diletante e dandy, famoso por escoltar as mais interessantes coristas das revistas, e passava - infelizmente - a ser altura de se dedicar ele mesmo, aos negócios da família.
O "fato preto" era assim uma espécie de sinal que marcava o ritual de passagem da adolescência para a idade adulta. A assunção da responsabilidade , a nomeação obrigatória para o lugar deixado vago de "pater familias". Só que nessa altura da mudança de vida já teria ele mais de 40 anos...
Acho que todos nós vestimos já destes "fatos pretos". Uns mais cedo do que os outros.
Eu tive que assumir essa posição aos 25 anos, altura em que o meu Pai partiu. Era já casado e tinha um filho. Trabalhava no ISCTE como Assistente, nos CTT como Gestor de Produtos e ainda fazia estudos de viabilidade económica de investimentos como "free lancer"... Nos tempos livres ia para a Quinta da Marinha ensinar a malta nova a montar a cavalo.
Havia trabalho em barda para quem quisesse trabalhar. O que nos faltava nesses anos era mesmo tempo para fazermos tudo o que queríamos.
Receio que muitos dos nossos filhos - do modo como as coisas estão neste Portugal de hoje - só possam "vestir o fato preto", não no sentido de enterrarem a entidade paternal (cruzes credo!) mas sim de assumir a posição dominante na família e na sociedade, lá para as bandas da idade do meu amigo portuense. E se tiverem sorte...
Ou pensam que um gajo assim como eu não estaria mais que preparado para passar aos 60 aninhos o cajado de pastor ao senhorio e dedicar as últimas duas dezenas de anos de vida às minhas "devoções"?
Isso é que era.
segunda-feira, janeiro 21, 2013
Vem aí o Lobo Mau (Outra Vez?)
Fala-se que o IVA pode vir a ser remodelado. Retirando a taxa intermédia, passando a maior parte dos bens nesse escalão para a taxa máxima,mas "temperar a salada" fazendo baixar alguns dos bens para o grupo dos essenciais, à taxa reduzida, apenas para permitir a defesa governamental em areópagos públicos (AR por exemplo).
No âmbito desta discussão voltamos à velha e relha questão do possível (dizem que é quase certo) aumento do IVA no Vinho.
Aumentar o IVA no vinho parece natural e até vantajoso para muita gente. Na verdade estão já com IVA a 23% bens essenciais ao cidadão como a água, a prática do desporto, os bilhetes dos Teatros, dos Cinemas e de outros sectores culturais.
Existem até cidadãos esclarecidos que questionam ( e cito) :
"Alguém que me explique que contas são essas que não contabilizam os efeitos danosos na saúde e na sociedade provocados pelo vinho e os benefícios nas mesmas áreas que a prática do desporto nos traz? Álcool sim. Cultura e Desporto não?"
Contra estas opiniões está obviamente a fileira da vitivinicultura, distribuição e retalho. As razões que invocam são mais ou menos estas:
No âmbito desta discussão voltamos à velha e relha questão do possível (dizem que é quase certo) aumento do IVA no Vinho.
Aumentar o IVA no vinho parece natural e até vantajoso para muita gente. Na verdade estão já com IVA a 23% bens essenciais ao cidadão como a água, a prática do desporto, os bilhetes dos Teatros, dos Cinemas e de outros sectores culturais.
Existem até cidadãos esclarecidos que questionam ( e cito) :
"Alguém que me explique que contas são essas que não contabilizam os efeitos danosos na saúde e na sociedade provocados pelo vinho e os benefícios nas mesmas áreas que a prática do desporto nos traz? Álcool sim. Cultura e Desporto não?"
Esta gente devo até dizer que encontrou apoio importante (mas discreto) na malta da industria cervejeira, que há muito tempo que vem exigindo que o vinho deve também pagar I.E.C. (Imposto Especial de Consumo), à semelhança do que paga a cerveja e também as bebidas espirituosas, imposto sobre o qual acrescerá ainda o IVA à taxa máxima, deixando as "loiras" bem radiantes ...
Contra estas opiniões está obviamente a fileira da vitivinicultura, distribuição e retalho. As razões que invocam são mais ou menos estas:
" A concretizar-se tal agravamento, com certeza que terá consequências altamente negativas para toda a fileira do sector vitivinícola e não só. O reflexo no aumento dos preços provocará um afastamento dos consumidores, sobretudo a nível da restauração - onde continuam a praticar-se margens elevadíssimas - já que não se trata de um produto essencial. Contribuirá também, numa primeira fase, para o incremento da economia paralela mas, mais cedo ou mais tarde acabará por levar ao abandono das vinhas e à degradação paisagística e ambiental de muitos milhões de hectares."
Terão todos razão, cada um na sua prateleira - o que é muitas vezes o nosso problema aqui na mercearia Portugal: emprateleiramos tudo e não olhamos para o armário completo.
Eu , por mim, só digo o seguinte : em alturas destas parece-me perigoso brincar com um Setor que representa 600 milhões de euros de exportações e assegura 200 000 empregos... Acresce ser um dos poucos "clusters" sublinhados por Porter no seu célebre Relatório. Isto é, ser um daqueles setores que ainda asseguram vantagens competitivas para Portugal no mundo dos negócios internacionais...
sexta-feira, janeiro 18, 2013
Para Descansar a Vista
De meu mestre Eugénio de Andrade aqui fica "Urgentemente", poema que mais parece um cântico de guerra, chamando às armas todas as pessoas de bem para os grandes desafios que se posicionam no nosso futuro imediato.
Serenidade mas também a força interior de que fala Eugénio de Andrade vão ser precisas, nesta altura em que se aproxima uma das datas-chave deste ciclo infernal - quando tivermos em mão o recibo do 1º ordenado ou pensão deste ano - e enquanto não chega outra que nos marcará também, o mês do habitual (noutra era) subsídio de férias.
É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas
e rios e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.
Eugénio de Andrade
Serenidade mas também a força interior de que fala Eugénio de Andrade vão ser precisas, nesta altura em que se aproxima uma das datas-chave deste ciclo infernal - quando tivermos em mão o recibo do 1º ordenado ou pensão deste ano - e enquanto não chega outra que nos marcará também, o mês do habitual (noutra era) subsídio de férias.
Urgentemente É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas
e rios e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.
Eugénio de Andrade
quinta-feira, janeiro 17, 2013
Um Dia Feliz
Procura-se afanosamente um dia que nos encha as medidas, que nos tire a cabeça de outras coisas, que nos faça agradecer aos deuses o termos nascido e estarmos ainda vivos e a mexer.
Ultimamente - e fruto do acaso ou dos tempos presentes - tenho tido bons episódios ao longo de um dia, mas intervalados por outros menos bons. E infelizmente parece que a sombra destes últimos acaba por ultrapassar a claridade dos outros. Porventura por estarmos no Inverno, o que também não ajuda nada.
Vai daí pus-me a fantasiar: O que seria para mim o dia ideal?
Ora tomem lá disto:
"Acordar ao lado de alguém que se ama e que corresponde, olhar para o relógio e verificar que estamos atrasados para o emprego, mas depois cairmos em nós e lembrarmo-nos que se trata de um Sábado. Nestas reviravoltas começar a ver a parceira do lado com olhos de carneiro mal morto e uma coisa levar à outra, sem desculpas nem resmungos de "deixa-me dormir maluco!"
Irmos ao mercado juntos abastecer a despensa e o frigorífico (ficou-me esta pancada do tempo do meu Pai e Avô, que iam sempre à Praça aos Sábados), regressar a casa a tempo de pôr a assadeira com um Pargo legítimo no forno. No frio já aguardam duas garrafas de Redoma branco Reserva (seja de que ano for).
Almoçar principescamente. Ajudar a arrumar o estrago e vai de deitar outra vez aqueles olhares à legítima para bem acomodar a sesta a dois, enquanto que o senhorio parte para outra com o grupo de amigos...
Lá para as cinco da tarde tomar banho e preparar a noite. Sair pelas sete, cocktails no Albatroz, Jantar no Beira Mar com uma roda de bons Amigos, Lavagante à Armoricaine e as últimas Galinholas da temporada passada, terminando com charutos e Lagavullin em conversa admirável.
Disse-lhes que era início de Verão, a noite era esplendorosa e que estávamos na esplanada?
Uma caminhada até ao Tamariz, um pé de dança na discoteca de Verão. (sem abusos).
Regresso a casa pelas 3 da manhã, e embora os olhos peçam a barriga já não tem "rancor" para mais aventuras entre lençóis.
E o C***** do Senhorio ainda não chegou a casa. Deve vir bonito...
Pouco importa.
Amanhã é Domingo e o Cabrito já ficou temperado..."
Ultimamente - e fruto do acaso ou dos tempos presentes - tenho tido bons episódios ao longo de um dia, mas intervalados por outros menos bons. E infelizmente parece que a sombra destes últimos acaba por ultrapassar a claridade dos outros. Porventura por estarmos no Inverno, o que também não ajuda nada.
Vai daí pus-me a fantasiar: O que seria para mim o dia ideal?
Ora tomem lá disto:
"Acordar ao lado de alguém que se ama e que corresponde, olhar para o relógio e verificar que estamos atrasados para o emprego, mas depois cairmos em nós e lembrarmo-nos que se trata de um Sábado. Nestas reviravoltas começar a ver a parceira do lado com olhos de carneiro mal morto e uma coisa levar à outra, sem desculpas nem resmungos de "deixa-me dormir maluco!"
Irmos ao mercado juntos abastecer a despensa e o frigorífico (ficou-me esta pancada do tempo do meu Pai e Avô, que iam sempre à Praça aos Sábados), regressar a casa a tempo de pôr a assadeira com um Pargo legítimo no forno. No frio já aguardam duas garrafas de Redoma branco Reserva (seja de que ano for).
Almoçar principescamente. Ajudar a arrumar o estrago e vai de deitar outra vez aqueles olhares à legítima para bem acomodar a sesta a dois, enquanto que o senhorio parte para outra com o grupo de amigos...
Lá para as cinco da tarde tomar banho e preparar a noite. Sair pelas sete, cocktails no Albatroz, Jantar no Beira Mar com uma roda de bons Amigos, Lavagante à Armoricaine e as últimas Galinholas da temporada passada, terminando com charutos e Lagavullin em conversa admirável.
Disse-lhes que era início de Verão, a noite era esplendorosa e que estávamos na esplanada?
Uma caminhada até ao Tamariz, um pé de dança na discoteca de Verão. (sem abusos).
Regresso a casa pelas 3 da manhã, e embora os olhos peçam a barriga já não tem "rancor" para mais aventuras entre lençóis.
E o C***** do Senhorio ainda não chegou a casa. Deve vir bonito...
Pouco importa.
Amanhã é Domingo e o Cabrito já ficou temperado..."
quarta-feira, janeiro 16, 2013
O preço das coisas
Enquanto esperava pelo médico - num daqueles dias em que enganei o apetite ao balcão de um qualquer estabelecimento que antigamente era café ou snack-bar, e hoje parece ter sido arvorado em "qualquer coisa gourmet!" - reparei na conta.
Um café, uma água mineral, um croquete e uma queijada: 4 euros.
Indignei-me naquele momento. Até dava a ideia que o proprietário, para facilitar, tinha marcado tudo a 1 euro...Mas não, o café era a 60c.
4 euros eram antigamente 800 escudinhos. Com 800 escudinhos, em tempos que não vão assim tão longe da nossa lembrança - lá para 1993 - dava a ideia que se faria uma festança. Pelo menos eu assim o pensava.
E vai de me informar:
Em 1993 Lech Walesa vai a Fátima, há o acidente no Aqua Park do Restelo, entra em órbita o 1º satélite português, Ferrer Correia assume a presidência da Gulbenkian, Mário Soares é PR.
Mas tomem nota sff: em 1993 o passe social das 3 coroas custava já 4500 escudos, a gasolina andava pelos 150 escudos o litro, um café custava 50 escudos e uma refeição (Bitoque com ovo e batatas fritas) 450 escudos.
20 anos depois verificamos que a gasolina subiu de 75c o litro para 1,6€, o café de 25c para 60c, o Bitoque num restaurante popular de 2,2€ para 5€ ou 6€ e o passe social que custava 22,5€ custa agora 40€ , mesmo depois das Troikadas...
Na realidade ao fim de 20 anos os aumentos não são assim tão exagerados. E as contas não enganam.
Temos a memória seletiva, ou então - e talvez pior - tal é a desgraça para onde caminhamos que o regresso ao passado parece cada vez mais atraente. O passado torna-se assim um Paraíso Perdido à moda de Milton...
Mas cuidado. As voltinhas lá para o lado da "memory lane" têm sempre o risco de servirem de alcatifa para a realidade atual... E o que precisamos, cada vez mais, é de nenhuma anestesia e muita raça para enfrentar a P*** da crise.
Pois, como dizia Fernando Pessoa:
Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho. Pesa-me um como a possibilidade de tudo, o outro como a realidade de nada. Não tenho esperanças nem saudades. Conhecendo o que tem sido a minha vida até hoje - tantas vezes e em tanto o contrário do que eu a desejara -, que posso presumir da minha vida de amanhã senão que será o que não presumo, o que não quero, o que me acontece de fora, até através da minha vontade? Nem tenho nada no meu passado que relembre com o desejo inútil de o repetir. Nunca fui senão um vestígio e um simulacro de mim.
O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.
Fernando Pessoa, in 'Livro do Desassossego'
Nota 1: para viagens recreativas às nossas memórias recomendo este site:
http://www.classmates.com/memorylane/
Nota 2: Se compararmos os salários da Administração Pública em Portugal a preços constantes, descontando a inflação, verificamos que de 1993 a 2007 BAIXARAM 7%. E de 1993 para 2013, quando fizermos as contas com o novo regime do IRS, a descida será ainda pior, pelo menos de mais 2 ou 3 pontos percentuais... Este é que é o Problema!
Um café, uma água mineral, um croquete e uma queijada: 4 euros.
Indignei-me naquele momento. Até dava a ideia que o proprietário, para facilitar, tinha marcado tudo a 1 euro...Mas não, o café era a 60c.
4 euros eram antigamente 800 escudinhos. Com 800 escudinhos, em tempos que não vão assim tão longe da nossa lembrança - lá para 1993 - dava a ideia que se faria uma festança. Pelo menos eu assim o pensava.
E vai de me informar:
Em 1993 Lech Walesa vai a Fátima, há o acidente no Aqua Park do Restelo, entra em órbita o 1º satélite português, Ferrer Correia assume a presidência da Gulbenkian, Mário Soares é PR.
Mas tomem nota sff: em 1993 o passe social das 3 coroas custava já 4500 escudos, a gasolina andava pelos 150 escudos o litro, um café custava 50 escudos e uma refeição (Bitoque com ovo e batatas fritas) 450 escudos.
20 anos depois verificamos que a gasolina subiu de 75c o litro para 1,6€, o café de 25c para 60c, o Bitoque num restaurante popular de 2,2€ para 5€ ou 6€ e o passe social que custava 22,5€ custa agora 40€ , mesmo depois das Troikadas...
Na realidade ao fim de 20 anos os aumentos não são assim tão exagerados. E as contas não enganam.
Temos a memória seletiva, ou então - e talvez pior - tal é a desgraça para onde caminhamos que o regresso ao passado parece cada vez mais atraente. O passado torna-se assim um Paraíso Perdido à moda de Milton...
Mas cuidado. As voltinhas lá para o lado da "memory lane" têm sempre o risco de servirem de alcatifa para a realidade atual... E o que precisamos, cada vez mais, é de nenhuma anestesia e muita raça para enfrentar a P*** da crise.
Pois, como dizia Fernando Pessoa:
Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho. Pesa-me um como a possibilidade de tudo, o outro como a realidade de nada. Não tenho esperanças nem saudades. Conhecendo o que tem sido a minha vida até hoje - tantas vezes e em tanto o contrário do que eu a desejara -, que posso presumir da minha vida de amanhã senão que será o que não presumo, o que não quero, o que me acontece de fora, até através da minha vontade? Nem tenho nada no meu passado que relembre com o desejo inútil de o repetir. Nunca fui senão um vestígio e um simulacro de mim.
O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.
Fernando Pessoa, in 'Livro do Desassossego'
Nota 1: para viagens recreativas às nossas memórias recomendo este site:
http://www.classmates.com/memorylane/
Nota 2: Se compararmos os salários da Administração Pública em Portugal a preços constantes, descontando a inflação, verificamos que de 1993 a 2007 BAIXARAM 7%. E de 1993 para 2013, quando fizermos as contas com o novo regime do IRS, a descida será ainda pior, pelo menos de mais 2 ou 3 pontos percentuais... Este é que é o Problema!
terça-feira, janeiro 15, 2013
Restaurantes "Rotulados"
Irritam-me aquelas listas das revistas semanais ou mensais onde os restaurantes e bares se classificam pela frequência mais habitual, convencendo assim a malta esganada e sem cheta que lê os artigos nas salas de espera dos consultórios que ir lá, estar numa daquelas mesas, pode ser igual a fazer parte da "manada" que habitualmente por ali tem "habitat"...
O Snob é para os Jornalistas; o Eleven para Empresários; o Gambrinus para os políticos de Lisboa , industriais do Porto e ricos agrários transtaganos; o Solar dos Presuntos para a malta da bola, do teatro e da política; a Tia Matilde para os lampiões (isso por acaso é verdade); o Saraiva's era para lagartões; O Bica no Sapato dedicava-se a certas "vanguardas" da moda e do espetáculo; o Mar do Inferno será dedicado às Tias de Cascais e (oh infâmia!!) aos novos-ricos que por lá pululam falando línguas eslavas; O English Bar (hoje Cima's) será para nostálgicos da monarquia e outros antigos regimes, etc, etc....
Desta forma, se um gajo normal como nós ganhar 400€ na lotaria e for almoçar com a patroa ao Gambrinus (400€ chegam se tiver juízo com o que beber) pode ser confundido com um grande agrário alentejano enquanto não abrir a boca. Mas se ao invés for visto no Mar do Inferno pode muito bem passar - como costuma dizer um amigo meu - por um dos banqueiros russos de Gibraltar. Lá está, desde que se mantenha mudo e quedo, dando indicações à D. Lurdes através do esbracejamento.
Um dos melhores restaurantes que conheço em Lisboa para o lado da comida familiar, tratamento familiar, cave de vinhos e de espíritos de cair para o lado, chama-se a Horta dos Brunos . Apesar ( ou por causa) das idiosincrisias do proprietário (ou se ama ou se odeia, não há meios termos) está agora na moda, o que muito chateia a fiel clientela de largos anos, habituada a meter o nariz na cozinha, cheirar os tachos e provar deles, beijar a cozinheira, e o mais que se faz em casa de família.
Infelizmente - para quem como nós o descobriu há largos anos, por trabalhar ali na Casal Ribeiro, pertinho da rua da Ilha do Pico onde se situa - parece estar agora conotado com a élite de um certo Partido Político... Pelo menos assim li num desses jornais semanais...
Ora o que eu posso garantir é que essa "gente" se vai lá não monopoliza a casa - que é pequena - nem aparece muito quando eu lá estou (e ainda bem!). E quem de facto o frequenta nada tem a ver com a política, a não ser - como dizia o nosso saudoso Raul Solnado - que seja a política do trabalho!
Eu consigo compreender e respeito que uma trupe escolha um restaurante pelo Bacalhau das Segundas feiras (A Tertúlia); pela excelente Feijoada de Sames de Bacalhau ( O Jockey); pelo Pregado Estalado no Forno (o Beira Mar); pela canja de Robalo com Ameijoas da Tia Matilde; pelo Cozido à Portuguesa do Rosa da Rua ao Bairro Alto, pela Lampreia do Solar dos Presuntos...
Já me custa mais a aceitar que se escolha uma morada de comes e bebes para compartilhar a mesma atmosfera que, por exemplo e sem maledicências, o Ministro Miguel Relvas...
Até porque, como dizia o sempre amado David - no âmbito de uma fala de anedota onde um pacóvio se referia a uma rusga no antigo "Nina", por cima do S. Carlos, e confundia "ambiente" com "atmosfera":
"-Ele há locais em Lisboa onde não há atmosfera, sobretudo durante a noite".
E eu acrescento: "-Até me faltava o ar naquelas companhias..."
O Snob é para os Jornalistas; o Eleven para Empresários; o Gambrinus para os políticos de Lisboa , industriais do Porto e ricos agrários transtaganos; o Solar dos Presuntos para a malta da bola, do teatro e da política; a Tia Matilde para os lampiões (isso por acaso é verdade); o Saraiva's era para lagartões; O Bica no Sapato dedicava-se a certas "vanguardas" da moda e do espetáculo; o Mar do Inferno será dedicado às Tias de Cascais e (oh infâmia!!) aos novos-ricos que por lá pululam falando línguas eslavas; O English Bar (hoje Cima's) será para nostálgicos da monarquia e outros antigos regimes, etc, etc....
Desta forma, se um gajo normal como nós ganhar 400€ na lotaria e for almoçar com a patroa ao Gambrinus (400€ chegam se tiver juízo com o que beber) pode ser confundido com um grande agrário alentejano enquanto não abrir a boca. Mas se ao invés for visto no Mar do Inferno pode muito bem passar - como costuma dizer um amigo meu - por um dos banqueiros russos de Gibraltar. Lá está, desde que se mantenha mudo e quedo, dando indicações à D. Lurdes através do esbracejamento.
Um dos melhores restaurantes que conheço em Lisboa para o lado da comida familiar, tratamento familiar, cave de vinhos e de espíritos de cair para o lado, chama-se a Horta dos Brunos . Apesar ( ou por causa) das idiosincrisias do proprietário (ou se ama ou se odeia, não há meios termos) está agora na moda, o que muito chateia a fiel clientela de largos anos, habituada a meter o nariz na cozinha, cheirar os tachos e provar deles, beijar a cozinheira, e o mais que se faz em casa de família.
Infelizmente - para quem como nós o descobriu há largos anos, por trabalhar ali na Casal Ribeiro, pertinho da rua da Ilha do Pico onde se situa - parece estar agora conotado com a élite de um certo Partido Político... Pelo menos assim li num desses jornais semanais...
Ora o que eu posso garantir é que essa "gente" se vai lá não monopoliza a casa - que é pequena - nem aparece muito quando eu lá estou (e ainda bem!). E quem de facto o frequenta nada tem a ver com a política, a não ser - como dizia o nosso saudoso Raul Solnado - que seja a política do trabalho!
Eu consigo compreender e respeito que uma trupe escolha um restaurante pelo Bacalhau das Segundas feiras (A Tertúlia); pela excelente Feijoada de Sames de Bacalhau ( O Jockey); pelo Pregado Estalado no Forno (o Beira Mar); pela canja de Robalo com Ameijoas da Tia Matilde; pelo Cozido à Portuguesa do Rosa da Rua ao Bairro Alto, pela Lampreia do Solar dos Presuntos...
Já me custa mais a aceitar que se escolha uma morada de comes e bebes para compartilhar a mesma atmosfera que, por exemplo e sem maledicências, o Ministro Miguel Relvas...
Até porque, como dizia o sempre amado David - no âmbito de uma fala de anedota onde um pacóvio se referia a uma rusga no antigo "Nina", por cima do S. Carlos, e confundia "ambiente" com "atmosfera":
"-Ele há locais em Lisboa onde não há atmosfera, sobretudo durante a noite".
E eu acrescento: "-Até me faltava o ar naquelas companhias..."
segunda-feira, janeiro 14, 2013
Sustentabilidade da Segurança Social
Hoje tive que dar mais umas voltas no Hospital, com a santa, o que me fez chegar a Lisboa mais tarde do que o costume e, por isso, dar mais atenção ao debate na TSF entre Vieira da Silva, Silva Peneda e Bagão Felix, acerca do nosso sistema de Segurança Social. Pelo menos, durante os 45 minutos em que estive no trânsito foi disso que se tratou.
O grande problema do país todos já conhecemos: nasce menos gente do que aquela que morre. Esta diferença vai levando a que o esforço dos que contribuem para o sistema de segurança social tenha que ser cada vez maior, porque é assumido por cada vez menos pessoas na vida ativa... Para que aquela arirmética batesse mais ou menos certa deviam nascer em Portugal , em média, 2,1 crianças em cada casamento ou união de facto, ao invés do número médio atual, que é de 1,4 crianças.
Para além deste importante factor , interessa também saber como se está a prever a alteração na nossa forma de estar na vida causada pela idade cada vez mais avançada da população que aqui é residente.
Doenças - como Alzheimer - que eram raras, porque os pacientes morriam antes desta se desenvolver , parece que se posicionam num futuro cada vez mais próximo como comuns. E o país não está preparado para tratar desses doentes.
Mas não apenas essa doença: Iatrogenia (abuso de medicamentos), Depressão geriátrica, Instabilidade motora e consequências de quedas, Ateroesclerose, Doenças da imobilidade, Incontinências, Parkinson (outra das neurodegenerativas) e Insuficiência cardíaca, etc...
Em Portugal pode acontecer uma crise de saúde generalizada, relativa a este tipo de pacientes idosos, quando pensarmos que duas variáveis se posicionam em sinal contrário nestes anos que atravessamos: a falta de dinheiro do Estado para financiar estes cuidados de saúde ou investir em mais meios, profiláticos ou outros (mais e melhores centros de saúde dedicados) e a quebra do rendimento disponível das famílias para fazerem face ao mesmo problema.
Se pensarmos bem, não parece estranho que os idosos mais esclarecidos tenham receio dos cortes nas suas reformas... Se não forem eles a pagar quem pagará?
Viver muito sim, claro. Mas bem!
O grande problema do país todos já conhecemos: nasce menos gente do que aquela que morre. Esta diferença vai levando a que o esforço dos que contribuem para o sistema de segurança social tenha que ser cada vez maior, porque é assumido por cada vez menos pessoas na vida ativa... Para que aquela arirmética batesse mais ou menos certa deviam nascer em Portugal , em média, 2,1 crianças em cada casamento ou união de facto, ao invés do número médio atual, que é de 1,4 crianças.
Para além deste importante factor , interessa também saber como se está a prever a alteração na nossa forma de estar na vida causada pela idade cada vez mais avançada da população que aqui é residente.
Doenças - como Alzheimer - que eram raras, porque os pacientes morriam antes desta se desenvolver , parece que se posicionam num futuro cada vez mais próximo como comuns. E o país não está preparado para tratar desses doentes.
Mas não apenas essa doença: Iatrogenia (abuso de medicamentos), Depressão geriátrica, Instabilidade motora e consequências de quedas, Ateroesclerose, Doenças da imobilidade, Incontinências, Parkinson (outra das neurodegenerativas) e Insuficiência cardíaca, etc...
Em Portugal pode acontecer uma crise de saúde generalizada, relativa a este tipo de pacientes idosos, quando pensarmos que duas variáveis se posicionam em sinal contrário nestes anos que atravessamos: a falta de dinheiro do Estado para financiar estes cuidados de saúde ou investir em mais meios, profiláticos ou outros (mais e melhores centros de saúde dedicados) e a quebra do rendimento disponível das famílias para fazerem face ao mesmo problema.
Se pensarmos bem, não parece estranho que os idosos mais esclarecidos tenham receio dos cortes nas suas reformas... Se não forem eles a pagar quem pagará?
Viver muito sim, claro. Mas bem!
sexta-feira, janeiro 11, 2013
Para Descansar a Vista
A malta a soldo do FMI tem dias que acha que sim, outros que pensa que não, e nos intervalos sugere que talvez, mas dependerá da conjuntura económica e financeira mundial...
De uma coisa podemos ter a certeza: em algum desses dias deve acertar.
Para celebrar o salomónico posicionamento nada como trazer hoje aqui ao Blog uma Poema sobre a Indecisão. De meu mestre Paul Verlaine aqui fica o último poema da coletânea "Fêtes Galantes". Noturno sem luar, como foi descrito, este poema é uma obra prima sobre a felicidade passada, a velhice e a solidão:
Colloque sentimental
Paul Verlaine
Fêtes Galantes
Nota: para quem gostar de aprofundar a análise deste poema e a razão de ser considerado um poema de Indecisão, leiam aqui sff:
http://philosophie-et-litterature.oboulo.com/colloque-sentimental-verlaine-poeme-indecision-91454.html
De uma coisa podemos ter a certeza: em algum desses dias deve acertar.
Para celebrar o salomónico posicionamento nada como trazer hoje aqui ao Blog uma Poema sobre a Indecisão. De meu mestre Paul Verlaine aqui fica o último poema da coletânea "Fêtes Galantes". Noturno sem luar, como foi descrito, este poema é uma obra prima sobre a felicidade passada, a velhice e a solidão:
Colloque sentimental
Dans le vieux parc solitaire et glacé
Deux formes ont tout à l'heure passé.
Leurs yeux sont morts et leurs lèvres sont molles,
Et l'on entend à peine leurs paroles.
Dans le vieux parc solitaire et glacé
Deux spectres ont évoqué le passé.
- Te souvient-il de notre extase ancienne?
- Pourquoi voulez-vous donc qu'il m'en souvienne?
- Ton coeur bat-il toujours à mon seul nom?
Toujours vois-tu mon âme en rêve? - Non.
Ah ! les beaux jours de bonheur indicible
Où nous joignions nos bouches ! - C'est possible.
- Qu'il était bleu, le ciel, et grand, l'espoir !
- L'espoir a fui, vaincu, vers le ciel noir.
Tels ils marchaient dans les avoines folles,
Et la nuit seule entendit leurs paroles.
Deux formes ont tout à l'heure passé.
Leurs yeux sont morts et leurs lèvres sont molles,
Et l'on entend à peine leurs paroles.
Dans le vieux parc solitaire et glacé
Deux spectres ont évoqué le passé.
- Te souvient-il de notre extase ancienne?
- Pourquoi voulez-vous donc qu'il m'en souvienne?
- Ton coeur bat-il toujours à mon seul nom?
Toujours vois-tu mon âme en rêve? - Non.
Ah ! les beaux jours de bonheur indicible
Où nous joignions nos bouches ! - C'est possible.
- Qu'il était bleu, le ciel, et grand, l'espoir !
- L'espoir a fui, vaincu, vers le ciel noir.
Tels ils marchaient dans les avoines folles,
Et la nuit seule entendit leurs paroles.
Paul Verlaine
Fêtes Galantes
Nota: para quem gostar de aprofundar a análise deste poema e a razão de ser considerado um poema de Indecisão, leiam aqui sff:
http://philosophie-et-litterature.oboulo.com/colloque-sentimental-verlaine-poeme-indecision-91454.html
Recado ao Inimigo Público
Gosto muito de ler as páginas do suplemento gracioso "Inimigo Público" que aparece às Sextas Feiras dentro do verdadeiramente jornal "Público".
Mas devo dar um conselho de amigo à malta do corpo de redação: Evitem utilizar o termo "IP" para designar o suplemento!
"IP" deve ficar reservado para Inteiro Postal, um Postal de Correio que já tem selo de franquia impresso, e por isso mesmo não necessita de mais acrescentos auto-colantes para transportar a mensagem . Daí ser "Inteiro".
Quem sabe disto? Pelo menos 18 portugueses. Perdão, 17 porque o António faleceu há dois meses.
O Enimigo Público passsaria a ser EP e , com sorte, poderia até ser confundido com alguma empresa do SEE e vir a ser vendido!
Claro que me poderiam perguntar porque motivo os Postais Inteiros não se designam por PI ... A razão é simples. Tal acrónimo está há já algum tempo reservado para o 3,1416... Há mais de 4000 anos exatamente.
E bem basta o que basta. Com o natural declínio do tráfego postal não faz falta nenhuma alguma maldição egípcia ou babilónica que viesse acelerar o processo...
Mas devo dar um conselho de amigo à malta do corpo de redação: Evitem utilizar o termo "IP" para designar o suplemento!
"IP" deve ficar reservado para Inteiro Postal, um Postal de Correio que já tem selo de franquia impresso, e por isso mesmo não necessita de mais acrescentos auto-colantes para transportar a mensagem . Daí ser "Inteiro".
Quem sabe disto? Pelo menos 18 portugueses. Perdão, 17 porque o António faleceu há dois meses.
O que recomendo? Que se altere no Acordo Ortográfico a grafia da palavra "Inimigo", passado-a para "Enimigo". Em primeiro lugar poucos seriam os portugueses que davam pela diferença já hoje, e depois, tal alteraçãozinha no Acordo podia muito bem ser introduzida à sorrelfa, por algum interstício deixado aberto no texto original.
O Enimigo Público passsaria a ser EP e , com sorte, poderia até ser confundido com alguma empresa do SEE e vir a ser vendido!
Claro que me poderiam perguntar porque motivo os Postais Inteiros não se designam por PI ... A razão é simples. Tal acrónimo está há já algum tempo reservado para o 3,1416... Há mais de 4000 anos exatamente.
E bem basta o que basta. Com o natural declínio do tráfego postal não faz falta nenhuma alguma maldição egípcia ou babilónica que viesse acelerar o processo...
quinta-feira, janeiro 10, 2013
Trigo Limpo, Farinha Amparo!
Alguém ainda se lembra de quando usávamos a expressão do título?
Com ou sem utilizações mais clubísticas ("resultado garantido", "a vitória já ca canta", etc...) a velha frase - provavelmente pela primeira vez cunhada durante um antiquíssimo anúncio radiofónico da tal Farinha Amparo (que oferecia brindes nas caixas) - poderia muito bem continuar a ser hoje usada como sinónimo coloquial de "É certo e sabido", "Não tem dúvida!"
Achava eu. Até que a disse ao meu filho e senhorio. Este arregalou os olhos e não entendeu.
Perdeu-se na noite dos tempos o significado "popular", "corrente" e "abrangente" da citada expressão. E como dessa provavelmente também de outras , que fizeram um "linguarejar" típico da minha (da nossa) juventude mal amanhada, mas muito "colorida" e muito vivida, sobretudo durante a noite:
"É bar aberto ou quê? - Vale tudo o que se quiser?"; " O bófia ainda lhe tirou o chino - O polícia confiscou-lhe a navalha de ponta-e-mola"; " Fulano deve agasalhar o palhaço, ou então abafa a palhinha... - Fulano tem ar de ser Pan****"; "Vai mas é receber ao Totta! - Não te empresto dinheiro"; " Este gajo é mesmo um Pé - O gajo é mau em tudo o que faz"!; "Mas que ganda Pascácio! - Um grande ingénuo" ; " Criadagem: Hoje é tudo pr'á Boca!" - Aqui neste (bar, restaurante, café) hoje não pagamos nada"; " Vais a Penantes que te F*** - Vais a pé"....
E por aí adiante.
Todavia, outras expressões idiomáticas tão antigas como aquelas são ainda perceptíveis pelos menores de 30 anos. Talvez a mais conhecida de todas seja o eterno adjetivo "Nabo".
"Nabo" como substantivo é uma bem conhecida e até apreciada planta da família das couves. Usa-se ( e bem) no cozidinho, na lebre guizada, na sopa dos ditos. Faz-se com a respetiva rama uns "grelos de nabo" espetaculares para acompanhar carne assada, peixe cozido, etc...
Mas como adjetivo todos sabemos que representa um "azelha" , uma pessoa que não acerta em nada daquilo em que mete as unhas.
Por acaso, ou não, este vocábulo tem reconhecimento universal por toda a lusofonia, mas não se infira daqui que os "tugas" têm queda para nabice!
Outras palavras ou frases idiomáticas são mais locais. Por exemplo, parece que nas Caxinas (muito bom futebolista de lá veio ) ainda hoje se utiliza a deliciosa expressão :
"Se não tens mais juízo até te adeceibo meu ganda coirão!"
Trata-se de uma frase dirigida pelo marido (namorado?) à esposa (amante?) e que não prenuncia nada de bom, já que "adeceibo" significa no linguarejar local "desfazer alguém à pancada".
A senhora em causa também não se costuma ficar. E é normal que responda:
" Ando aqui a abanar os ananases e a matar cabritos para ouvir isto Oh meu ganda seco? Azeiteiro da M****! Vai mas é cavalgar na gibóia que é do que tu gostas! Ganda caga pr'a dentro que este me saíu!"
Como se observa a nossa língua materna não se limita a Camões, António Vieira e aos Sermões de Santo António.
Também destes chistes a mesma se faz.
E por aqui me fico, antes de avacalhar ainda mais o nível do Blog e armar por aqui uma lã de cão das antigas!
Até amanhã e não se metam no Berlaite que só dá chatices.
Com ou sem utilizações mais clubísticas ("resultado garantido", "a vitória já ca canta", etc...) a velha frase - provavelmente pela primeira vez cunhada durante um antiquíssimo anúncio radiofónico da tal Farinha Amparo (que oferecia brindes nas caixas) - poderia muito bem continuar a ser hoje usada como sinónimo coloquial de "É certo e sabido", "Não tem dúvida!"
Achava eu. Até que a disse ao meu filho e senhorio. Este arregalou os olhos e não entendeu.
Perdeu-se na noite dos tempos o significado "popular", "corrente" e "abrangente" da citada expressão. E como dessa provavelmente também de outras , que fizeram um "linguarejar" típico da minha (da nossa) juventude mal amanhada, mas muito "colorida" e muito vivida, sobretudo durante a noite:
"É bar aberto ou quê? - Vale tudo o que se quiser?"; " O bófia ainda lhe tirou o chino - O polícia confiscou-lhe a navalha de ponta-e-mola"; " Fulano deve agasalhar o palhaço, ou então abafa a palhinha... - Fulano tem ar de ser Pan****"; "Vai mas é receber ao Totta! - Não te empresto dinheiro"; " Este gajo é mesmo um Pé - O gajo é mau em tudo o que faz"!; "Mas que ganda Pascácio! - Um grande ingénuo" ; " Criadagem: Hoje é tudo pr'á Boca!" - Aqui neste (bar, restaurante, café) hoje não pagamos nada"; " Vais a Penantes que te F*** - Vais a pé"....
E por aí adiante.
Todavia, outras expressões idiomáticas tão antigas como aquelas são ainda perceptíveis pelos menores de 30 anos. Talvez a mais conhecida de todas seja o eterno adjetivo "Nabo".
"Nabo" como substantivo é uma bem conhecida e até apreciada planta da família das couves. Usa-se ( e bem) no cozidinho, na lebre guizada, na sopa dos ditos. Faz-se com a respetiva rama uns "grelos de nabo" espetaculares para acompanhar carne assada, peixe cozido, etc...
Mas como adjetivo todos sabemos que representa um "azelha" , uma pessoa que não acerta em nada daquilo em que mete as unhas.
Por acaso, ou não, este vocábulo tem reconhecimento universal por toda a lusofonia, mas não se infira daqui que os "tugas" têm queda para nabice!
Outras palavras ou frases idiomáticas são mais locais. Por exemplo, parece que nas Caxinas (muito bom futebolista de lá veio ) ainda hoje se utiliza a deliciosa expressão :
"Se não tens mais juízo até te adeceibo meu ganda coirão!"
Trata-se de uma frase dirigida pelo marido (namorado?) à esposa (amante?) e que não prenuncia nada de bom, já que "adeceibo" significa no linguarejar local "desfazer alguém à pancada".
A senhora em causa também não se costuma ficar. E é normal que responda:
" Ando aqui a abanar os ananases e a matar cabritos para ouvir isto Oh meu ganda seco? Azeiteiro da M****! Vai mas é cavalgar na gibóia que é do que tu gostas! Ganda caga pr'a dentro que este me saíu!"
Como se observa a nossa língua materna não se limita a Camões, António Vieira e aos Sermões de Santo António.
Também destes chistes a mesma se faz.
E por aqui me fico, antes de avacalhar ainda mais o nível do Blog e armar por aqui uma lã de cão das antigas!
Até amanhã e não se metam no Berlaite que só dá chatices.
quarta-feira, janeiro 09, 2013
Medidas de combate à Crise: A receita do gordo
O dia começou bem com a divulgação de um novo pacote de medidas aconselhadas pelo FMI para Portugal, depois de ter tal organismo sido solicitado pelo Governo de Passos Coelho a exercer assessoria sobre o malfadado tema. As "medidas" são de molde a fazer corar um porteiro de discoteca de kizomba:
Despedimento de 14 000 professores, cortes de 10% em todas as reformas, cortes de 20% nos ordenados da Função Pública, aumento das taxas moderadoras, redução do nº de polícias e de militares , etc, etc...
Depois de ouvir a "bula" até me admirei não terem também aconselhado outras medidas de grande alcance que eu próprio me sinto com competência para alvitrar - e a custo "0", o que, convenhamos, neste jardim Portugal tem hoje a sua importância...
Então o Sr. Doutor Gaspar e o Sr Doutor Passos Coelho tomem boa nota sff:
a) Deve baixar à AR uma proposta de Lei a tornar obrigatória a eliminação de assassínios, roubos (por esticão ou dos outros), raptos (com ou sem extorsão), e qualquer outro tipo de distúrbio ou afrontamento da ordem pública e dos pertences dos cidadãos. Para esse efeito todos os ladrões, assassinos, burlões, borlistas e afins serão imediatamente despedidos também, com efeitos à data do despedimento dos polícias.
Nota Explicativa: esta proposta de lei terá por objetivo conservar alguns dos pertences dos cidadãos para as penhoras do Ministério das Finanças.
b) As armas na posse da malta fardada (incluindo os F16, mas não os submarinos) devem ser de imediato distribuídas à população. Será o povo a defender a pátria em caso de invasão. Não somos nem mais nem menos do que os suiços! As munições poderão ser acantonadas no famoso paiol de Bissau (em havendo espaço). Livrávamo-nos assim de um problema ecológico de duvidosa sustentabilidade, já que o dito paiol está sempre a rebentar durante as sublevações das diversas facções (dia sim, dia não). As munições dos F16 não iriam porque já se esgotaram as que vinham de borla com os aparelhos e não houve massa para comprar mais.
c) Os submarinos seriam entregues a alguns Patrões de pesca artesanal que provassem saber nadar e a troco de uma renda mensal em robalos . Nos meses em que afundassem traineiras marroquinas ou espanholas, não pagariam renda. A prova seria efetuada pela apresentação da proa com o nome da embarcação afundada. Para tornar esta operação possível fazia-se uma aliança estratégica com a malta da Somália, mais experiente nestas andanças.
d) Os Professores (de todos os graus de ensino) seriam todos despedidos e reciclados para atividades no setor primário: hortas, lavragens e mondas. Sem esquecer as vindimas e as podas.... Para contrabalançar esta medida de grande alcance, todos os alunos ( de todos os graus de ensino) seriam também despedidos e alugados a fábricas chinesas de mobilias e de vestuário. Mas apenas às que trabalhassem para marcas conhecidas no Ocidente! Ou tivessem capital da "Three Gorges" para garantir a defesa de algum interesse nacional.
Nota Explicativa: precedente histórico para estas medidas de grande alcance pode ser investigado na biografia de Mao Zedong sobre os tempos da Revolução Cultural.
e) Por fim, decretava-se que todos os reformados deviam morrer o mais depressa possível para poupar o Sistema Nacional de Saúde.
Os Funerais seriam por conta do Estado, desde que a família autorizasse a reciclagem da matéria-prima para fins agrícolas. Aconselha-se a leitura de Mein Kampf para concretizar este último desiderato. Complementado com a consulta de algumas ( e bastante exageradas) crónicas do que se convencionou chamar a "Solução Final".
Então o que acham? Das duas uma, com estas medidas o problema estava resolvido: Ou nós saía-mos a sério da Crise, ou então seria a Crise a sair rapidamente desta região, com medo que se pegasse a moléstia.
Despedimento de 14 000 professores, cortes de 10% em todas as reformas, cortes de 20% nos ordenados da Função Pública, aumento das taxas moderadoras, redução do nº de polícias e de militares , etc, etc...
Depois de ouvir a "bula" até me admirei não terem também aconselhado outras medidas de grande alcance que eu próprio me sinto com competência para alvitrar - e a custo "0", o que, convenhamos, neste jardim Portugal tem hoje a sua importância...
Então o Sr. Doutor Gaspar e o Sr Doutor Passos Coelho tomem boa nota sff:
a) Deve baixar à AR uma proposta de Lei a tornar obrigatória a eliminação de assassínios, roubos (por esticão ou dos outros), raptos (com ou sem extorsão), e qualquer outro tipo de distúrbio ou afrontamento da ordem pública e dos pertences dos cidadãos. Para esse efeito todos os ladrões, assassinos, burlões, borlistas e afins serão imediatamente despedidos também, com efeitos à data do despedimento dos polícias.
Nota Explicativa: esta proposta de lei terá por objetivo conservar alguns dos pertences dos cidadãos para as penhoras do Ministério das Finanças.
b) As armas na posse da malta fardada (incluindo os F16, mas não os submarinos) devem ser de imediato distribuídas à população. Será o povo a defender a pátria em caso de invasão. Não somos nem mais nem menos do que os suiços! As munições poderão ser acantonadas no famoso paiol de Bissau (em havendo espaço). Livrávamo-nos assim de um problema ecológico de duvidosa sustentabilidade, já que o dito paiol está sempre a rebentar durante as sublevações das diversas facções (dia sim, dia não). As munições dos F16 não iriam porque já se esgotaram as que vinham de borla com os aparelhos e não houve massa para comprar mais.
c) Os submarinos seriam entregues a alguns Patrões de pesca artesanal que provassem saber nadar e a troco de uma renda mensal em robalos . Nos meses em que afundassem traineiras marroquinas ou espanholas, não pagariam renda. A prova seria efetuada pela apresentação da proa com o nome da embarcação afundada. Para tornar esta operação possível fazia-se uma aliança estratégica com a malta da Somália, mais experiente nestas andanças.
d) Os Professores (de todos os graus de ensino) seriam todos despedidos e reciclados para atividades no setor primário: hortas, lavragens e mondas. Sem esquecer as vindimas e as podas.... Para contrabalançar esta medida de grande alcance, todos os alunos ( de todos os graus de ensino) seriam também despedidos e alugados a fábricas chinesas de mobilias e de vestuário. Mas apenas às que trabalhassem para marcas conhecidas no Ocidente! Ou tivessem capital da "Three Gorges" para garantir a defesa de algum interesse nacional.
Nota Explicativa: precedente histórico para estas medidas de grande alcance pode ser investigado na biografia de Mao Zedong sobre os tempos da Revolução Cultural.
e) Por fim, decretava-se que todos os reformados deviam morrer o mais depressa possível para poupar o Sistema Nacional de Saúde.
Os Funerais seriam por conta do Estado, desde que a família autorizasse a reciclagem da matéria-prima para fins agrícolas. Aconselha-se a leitura de Mein Kampf para concretizar este último desiderato. Complementado com a consulta de algumas ( e bastante exageradas) crónicas do que se convencionou chamar a "Solução Final".
Então o que acham? Das duas uma, com estas medidas o problema estava resolvido: Ou nós saía-mos a sério da Crise, ou então seria a Crise a sair rapidamente desta região, com medo que se pegasse a moléstia.
terça-feira, janeiro 08, 2013
Um Bico de Estrela? Ou uma Estrela no Beco?
Conotações faunísticas aparecem logo que se lê o nome do Restaurante que hoje aqui quero apresentar...
A Toupeira "Bico de Estrela" ou "Focinho de Estrela" é um animalóide esquisito, para aí de 20 cm, que habita nos USA e Canadá e que utiliza um estranho apêndice estrelado na ponta do nariz para captar sinais das suas presas, tal e qual como se fosse uma espécie de Radar ou de Sonar...
Vejam aqui sff uma fotografia da criatura e mais uma "biografia":
http://brunomichael.wordpress.com/2009/04/14/toupeira-do-bico-estrela/
Como se parte daí para chegar ao nome de um Restaurante, em Massamá? Não sei e ninguém me esclareceu...Mas vamos a dados da aventura em terras Passianas (não vá essa circunstância retirar-lhes o apetite...A mim quase que tirou).
Restaurante Estrela do Bico
Av Azedo Gneco Lt61, Lj B
2745-724 Massamá
Tel: 214 375 993
N38º45´14.96"
W9º16´55.62"
Como se chega a este local? Faz-se azimute para a Igreja de Massamá. Parando o carro por perto o melhor será perguntar a algum habitante - se for possível encontrar algum durante o dia, conhecida a vocação da terra para "dormitório"...
Lá chegados (podem reservar que a casa é pequena) damos conta que estamos num local onde se pode manjar cozinha tradicional brasileira, africana e portuguesa.
Parece-lhes "fartura a mais"? Visto de um certo prisma , sim. Mas por outro lado aproveita-se ter uma oferta diferenciada num único local... O que me fez um pouco de confusão foi antecipar como uma cozinheira (ou duas) pode dar conta de cachupas, moambas, cozidos à portuguesa e ainda rodízios... Tudo ao mesmo tempo...
A Toupeira "Bico de Estrela" ou "Focinho de Estrela" é um animalóide esquisito, para aí de 20 cm, que habita nos USA e Canadá e que utiliza um estranho apêndice estrelado na ponta do nariz para captar sinais das suas presas, tal e qual como se fosse uma espécie de Radar ou de Sonar...
Vejam aqui sff uma fotografia da criatura e mais uma "biografia":
http://brunomichael.wordpress.com/2009/04/14/toupeira-do-bico-estrela/
Como se parte daí para chegar ao nome de um Restaurante, em Massamá? Não sei e ninguém me esclareceu...Mas vamos a dados da aventura em terras Passianas (não vá essa circunstância retirar-lhes o apetite...A mim quase que tirou).
Restaurante Estrela do Bico
Av Azedo Gneco Lt61, Lj B
2745-724 Massamá
Tel: 214 375 993
N38º45´14.96"
W9º16´55.62"
Como se chega a este local? Faz-se azimute para a Igreja de Massamá. Parando o carro por perto o melhor será perguntar a algum habitante - se for possível encontrar algum durante o dia, conhecida a vocação da terra para "dormitório"...
Lá chegados (podem reservar que a casa é pequena) damos conta que estamos num local onde se pode manjar cozinha tradicional brasileira, africana e portuguesa.
Parece-lhes "fartura a mais"? Visto de um certo prisma , sim. Mas por outro lado aproveita-se ter uma oferta diferenciada num único local... O que me fez um pouco de confusão foi antecipar como uma cozinheira (ou duas) pode dar conta de cachupas, moambas, cozidos à portuguesa e ainda rodízios... Tudo ao mesmo tempo...
Reparem na carta:
Entradas - Cogumelos recheados no forno, Cogumelos "Al Ajillo", Linguíça estufada,Carne de coentrada,Mexilhão de vinagrete, Polvo de vinagrete, Ovos de cordoniz, Farinheira de barrancos, Carapauzinhos de escabeche, Camarão frito ao piri-piri, Ovos mexidos com farinheira, Peixinhos fritos (carapauzinhos e petinga), Pica pau de vitela. Especialidades Africanas -Lombinhos com molho de manga, Camarão com molho de manga, Camarão com quiabos, Feijoada de gambas à Moçambique, Muamba, Cachupa, Camarão da preta, Combinado africano, Caril de amendoim.
Carnes e Grelhados - Maminha fatiada ao alho, Picanha fatiada ao alho na tábua, Nacos de picanha e maminha guarnecidos, Bife de vitela na pedra, Espeto do rodízio brasileiro, Feijoada brasileira, Espetadas diversas, Lombinhos + salsicha na brasa, Picanha + salsicha brasileira, Lombinhos com migas.
E ainda Pratos do dia, com o tal "Cozido" , "Galinha de Cabidela", "Cabrito Assado"...
Que tal para uma cozinha que não chegará a ter 20 m2?
A sala é aprazível, bem decorada. Casas de banho limpas e bem arranjadas. Amesendação mais ou menos - estamos um pouco apertados, que a casa é pequena como já referi. Guardanapos de papel podem ser substituídos a pedido pelos convencionais e canónicos panejamentos.
Carta de vinhos limitada. Como vantagem uma promoção de um bom Tinto do Douro DOC, D. Estela 2009, a preço razoável (11,5€).
Bebeu-se um branco de Pias (fresquinho será o melhor adjetivo); seguiu-se para 2 garrafas do tal Tinto duriense (bom sem reservas). Entrou-se por 5 entradas, bem apaladadas (cogumelos, grão de bico, linguiça, carne de coentrada, mexilhão, ) e nos "finalmente" deu-se conta de uma cachupa (quem a comeu louvou), de um caril de amendoim (bom , sem deslumbrar) e duas doses de galinha de cabidela (que pareceu ser de gabarito médio).
Conclusão: vale a pena experimentar. A mão de forno (ou de tacho) é morena, o que faz pensar que será para ali para os sabores dos trópicos que teremos mais sorte nesta mesa.
Resta o problema de algum possível "mau-encontro" , com o lar do atual 1º ali tão perto, quase nas traseiras...
Angústias
Ontem fui à "revisão obrigatória" da Medicina no Trabalho e por isso não passei por cá. Um toque "gracioso" aconteceu quando reparei que a senhora médica (ucraniana, mas isso é o que menos interessa) se interessou, apalpou (no bom sentido) e também auscultou, mediu a tensão, comentou as análises... Só me apeteceu vir à porta ver se não me tinha enganado na morada, habituado às habituais "cavalagens" deste sistema de saúde... A Doutora à despedida ainda me referiu:
- "Gostava que fosse a uma consulta de nutricionismo".
Sorri.
- " Se está a rir é porque não vai? Olhe que eu depois vou perguntar e ralho consigo!"
Lá a convenci que ia.... Daqui a alguns anos (meses?) estará tão empedernida e cansada do emprego como as outras "batas brancas" que por lá vegetam, sem sequer olhar para os doentes nos olhos...
Mas até essa altura que se dêem vivas à frescura! Ou à necessidade de ganhar o sustento...Para o paciente tanto faz.
Começo a estar farto (ou habituado? Mas há coisas a que um gajo nunca se habitua) de médicos, hospitais, tratamentos e salas de espera...
E com os últimos dias a passar horas de volta da UCI do Hospital de Cascais, dando conta dos dramas circundantes - na UCI os doentes , coitados, já estão para lá do desgosto e do trauma...Quem sente são os familiares - penso muitas vezes no que me disse o Amigo David:
"Raul, até para morrer um gajo tem de ter sorte!"
E é bem verdade!
- "Gostava que fosse a uma consulta de nutricionismo".
Sorri.
- " Se está a rir é porque não vai? Olhe que eu depois vou perguntar e ralho consigo!"
Lá a convenci que ia.... Daqui a alguns anos (meses?) estará tão empedernida e cansada do emprego como as outras "batas brancas" que por lá vegetam, sem sequer olhar para os doentes nos olhos...
Mas até essa altura que se dêem vivas à frescura! Ou à necessidade de ganhar o sustento...Para o paciente tanto faz.
Começo a estar farto (ou habituado? Mas há coisas a que um gajo nunca se habitua) de médicos, hospitais, tratamentos e salas de espera...
E com os últimos dias a passar horas de volta da UCI do Hospital de Cascais, dando conta dos dramas circundantes - na UCI os doentes , coitados, já estão para lá do desgosto e do trauma...Quem sente são os familiares - penso muitas vezes no que me disse o Amigo David:
"Raul, até para morrer um gajo tem de ter sorte!"
E é bem verdade!
sexta-feira, janeiro 04, 2013
Para Descansar a Vista
Chegámos à 1ª Sexta feira do 2º Troikano.
Para celebrar poeticamente este 2013 tenho que dar voltas à cabeça, a qual - como é do conhecimento comum - já nem funciona muito bem parada, quanto mais "esgaseada" pelas ditas voltas.
Mesmo assim aqui vai a minha proposta: versos sobre nós mesmos. O que somos? Como nos encontramos connosco quando, pela manhã, olhamos ao espelho o reflexo da nossa imagem?
Sobre esta matéria duas reflexões um pouco amargas (que os tempos vão de feição) . Umas delas de meu mestre Borges, a outra de um poeta nosso contemporâneo: Mia Couto.
Sou
Sou o que sabe não ser menos vão
Que o vão observador que frente ao mudo
Vidro do espelho segue o mais agudo
Reflexo ou o corpo do irmão.
Sou, tácitos amigos, o que sabe
Que a única vingança ou o perdão
É o esquecimento.
Um deus quis dar então
Ao ódio humano essa curiosa chave.
Sou o que, apesar de tão ilustres modos
De errar, não decifrou o labirinto
Singular e plural, árduo e distinto,
Do tempo, que é de um só e é de todos.
Sou o que é ninguém, o que não foi a espada
Na guerra.
Um esquecimento, um eco, um nada.
Jorge Luis Borges, in "A Rosa Profunda"
Fui Sabendo de Mim
Fui sabendo de mim
por aquilo que perdia
pedaços que saíram de mim
com o mistério de serem poucos
e valerem só quando os perdia
fui ficando
por umbrais
aquém do passo
que nunca ousei
eu vi
a árvore morta
e soube que mentia
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
Para celebrar poeticamente este 2013 tenho que dar voltas à cabeça, a qual - como é do conhecimento comum - já nem funciona muito bem parada, quanto mais "esgaseada" pelas ditas voltas.
Mesmo assim aqui vai a minha proposta: versos sobre nós mesmos. O que somos? Como nos encontramos connosco quando, pela manhã, olhamos ao espelho o reflexo da nossa imagem?
Sobre esta matéria duas reflexões um pouco amargas (que os tempos vão de feição) . Umas delas de meu mestre Borges, a outra de um poeta nosso contemporâneo: Mia Couto.
Sou
Sou o que sabe não ser menos vão
Que o vão observador que frente ao mudo
Vidro do espelho segue o mais agudo
Reflexo ou o corpo do irmão.
Sou, tácitos amigos, o que sabe
Que a única vingança ou o perdão
É o esquecimento.
Um deus quis dar então
Ao ódio humano essa curiosa chave.
Sou o que, apesar de tão ilustres modos
De errar, não decifrou o labirinto
Singular e plural, árduo e distinto,
Do tempo, que é de um só e é de todos.
Sou o que é ninguém, o que não foi a espada
Na guerra.
Um esquecimento, um eco, um nada.
Jorge Luis Borges, in "A Rosa Profunda"
Fui Sabendo de Mim
Fui sabendo de mim
por aquilo que perdia
pedaços que saíram de mim
com o mistério de serem poucos
e valerem só quando os perdia
fui ficando
por umbrais
aquém do passo
que nunca ousei
eu vi
a árvore morta
e soube que mentia
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
quinta-feira, janeiro 03, 2013
Começar bem o dia
Estou numa altura da vida em que começo a dar valor às pequenas coisas.
Este "dar valor" tanto pode ter reflexos positivos como negativos. Dou um exemplo relacionado com a movimentação urbana : Da mesma forma que aprecio chegar às avenidas novas e passar da Praça de Espanha até à Versailles na Av. da República sem sinais vermelhos (caso raro) também me aborrece estar sempre a parar no trajeto entre o Saldanha e a Cidade Universitária, pela 5 de Outubro.
Começar bem o dia é chegar ao meu cauteleiro, Sr. Saavedra ( o côxo, perdão, o manco) nas terças feiras, e verificar que tive a terminação. Trata-se de outro caso raríssimo, já que o Saavedra - apesar de manco\côxo - é conhecido por vender jogo mais branco do que o lavado com lexívia da antiga ( a que não era perfumada).
Na velhinha Versailles nem sempre os pasteleiros entram à mesma hora, ou então nem sempre obedecem à mesma "folha de cálculo" para iniciar o labor dos fornos. Desta forma o folhado de carne que mando vir por vezes é uma delícia que se derrete na minha boca, quentinho. E outras vezes parece ter sido feito à meia noite e cinco, isto para justificar "ser de hoje"!
Nota: atenção para os que entendem esgrimir a língua de Cervantes: um Folhado em Castelhano é um "pastel" e nunca , mesmo nunca, um "Follado"!!)
Dia estragado, na minha opinião, é aquele em que algum acidente na A5 me atrasa o "planeamento" diário. Ou ainda quando chego aos elevadores do Báltico e - por ser demasiado cedo - tenho de subir a pé até ao R\C para que a segurança accione as quatro "locomotivas".
São tudo pequenas coisas. Sim, mas como fazem a diferença entre entrar ao serviço bem disposto ou rezingão.
E nestas circunstâncias atuais, onde já não existem as coisas notáveis para nos dispor bem ( os aumentos de ordenados, os prémios de produtividade, etc...) temos que caçar com o que temos mais à mão.
Passa-se da Holland & Holland ou da Purdey de canos alinhados à mais proletária Beretta ou Benelli , e daí vai-se para o arco e flecha, para a fisga e acaba-se na pedrada simples , passando pelo laço de visco...
Este "dar valor" tanto pode ter reflexos positivos como negativos. Dou um exemplo relacionado com a movimentação urbana : Da mesma forma que aprecio chegar às avenidas novas e passar da Praça de Espanha até à Versailles na Av. da República sem sinais vermelhos (caso raro) também me aborrece estar sempre a parar no trajeto entre o Saldanha e a Cidade Universitária, pela 5 de Outubro.
Começar bem o dia é chegar ao meu cauteleiro, Sr. Saavedra ( o côxo, perdão, o manco) nas terças feiras, e verificar que tive a terminação. Trata-se de outro caso raríssimo, já que o Saavedra - apesar de manco\côxo - é conhecido por vender jogo mais branco do que o lavado com lexívia da antiga ( a que não era perfumada).
Na velhinha Versailles nem sempre os pasteleiros entram à mesma hora, ou então nem sempre obedecem à mesma "folha de cálculo" para iniciar o labor dos fornos. Desta forma o folhado de carne que mando vir por vezes é uma delícia que se derrete na minha boca, quentinho. E outras vezes parece ter sido feito à meia noite e cinco, isto para justificar "ser de hoje"!
Nota: atenção para os que entendem esgrimir a língua de Cervantes: um Folhado em Castelhano é um "pastel" e nunca , mesmo nunca, um "Follado"!!)
Começar bem o dia pode também ser parar ao lado do quiosque dos jornais na Av. da República, à hora exata em que por lá passa uma das garotas mais engraçadas que tenho visto. Isto apesar da minha conhecida miopia e da hora em causa ser muitas vezes tão matutina que nem dá bem para distinguir as feições da moça. Mas nada disso interessa. Para mim ( e para outros 2 ou 3 que por lá estão e também embasbacam) essa visão matinal é prenúncio de um belo dia!
Estou feito um velho baboso? Olhem que quando o imortal Vinicius e o grande Tom Jobim escreveram a "Garota de Ipanema" o primeiro tinha 49 anos, e o segundo apenas 35 anos...
Dia estragado, na minha opinião, é aquele em que algum acidente na A5 me atrasa o "planeamento" diário. Ou ainda quando chego aos elevadores do Báltico e - por ser demasiado cedo - tenho de subir a pé até ao R\C para que a segurança accione as quatro "locomotivas".
São tudo pequenas coisas. Sim, mas como fazem a diferença entre entrar ao serviço bem disposto ou rezingão.
E nestas circunstâncias atuais, onde já não existem as coisas notáveis para nos dispor bem ( os aumentos de ordenados, os prémios de produtividade, etc...) temos que caçar com o que temos mais à mão.
Passa-se da Holland & Holland ou da Purdey de canos alinhados à mais proletária Beretta ou Benelli , e daí vai-se para o arco e flecha, para a fisga e acaba-se na pedrada simples , passando pelo laço de visco...
Ainda o Xadrez
Um dos nossos Leitores recomenda o seguinte link:
http://www.youtube.com/watch?v=j7c9Jd5Afkw
Vale a pena!
http://www.youtube.com/watch?v=j7c9Jd5Afkw
Vale a pena!
quarta-feira, janeiro 02, 2013
Gambito de Rei?
O senhor Presidente da República falou ontem à noite.
Leiam aqui o comunicado integral se o desejarem:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=608561
O Doutor Cavaco chegou e disse, mandou apagar as luzes e foi-se...
Disse que sim, e mais que também. E referiu a "espiral recessiva". E decidiu mandar o OE 2013 para fiscalização sucessiva do Tribunal Constitucional. E ainda nos informou sobre as suspeitas que tinha acerca da desigualdade do esforço que estava a ser pedido a todos os portugueses.
Falou mal? Não meus senhores. Falou bem mas talvez pouco, tendo em atenção a situação do país. E as verdades que nos disse pecaram por tardias: falou tarde de mais, como faz parte das suas idiosincrisias.
Quem há tanto tempo "mantém de Conrado o prudente silêncio" arrisca-se a que julguem tudo o que diz mais tarde como "curto e ligeiramente anacrónico".
Vai abrir algum conflito com S. Bento? Ficou claro que não! Cruzes Credo! O nosso Portugal precisa de estabilidade!
O mais importante ficou por saber: Em relação a que artigos do OE 2013 levantará o Presidente as suspeitas de inconstitucionalidade?
Suspeito que seja em relação à chamada "taxa solidária" para reformados e pensionistas e ainda (talvez) sobre a redução dos escalões do IRS, o que destruíu o pressuposto da distribuição homogénea do Imposto pelos contribuintes.
Mas veremos.
E, até lá, vamo-nos preparando com calma para o que os primeiros recibos de vencimento deste ano nos trarão.
Isto, falando dos sortudos que ainda têm trabalho...Porque dos outros, do milhão de portugueses desempregados, nem sei o que dizer...
Como se prepara alguém para tal descalabro na sua vida?
Neste jogo de xadrez que lida com as vidas de milhões de pessoas a abertura do PR foi talvez um gambito de Rei.
Resultará? Só na continuação do jogo se verá se o "adversário" o aceita ou não...
Gambitos: são movimentos de Xadrês que se caracterizam pela oferta de material (sacrifício) de peças ou peões ao adversário em troca de ganhos não materiais, como tempo, espaço, desenvolvimento de jogo ou linhas abertas.
Cabe ao adversário aceitar ou recusar o gambito, devolvendo o material ganho em momento oportuno com vantagens.
Gambito do Rei: é uma abertura de xadrez que se caracteriza pelos movimentos (em notação algébrica):1.e4 e5 2.f4
Na realidade, no seguimento destes movimentos existem uma grande quantidade de aberturas e variantes, mas historicamente englobam-se sob a denominação comum de gambito do rei.
O movimento caracteriza-se pela oferta do peão em f4 ao adversário. As brancas oferecem esse peão em troca do domínio e da iniciativa de jogo.
Leiam aqui o comunicado integral se o desejarem:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=608561
O Doutor Cavaco chegou e disse, mandou apagar as luzes e foi-se...
Disse que sim, e mais que também. E referiu a "espiral recessiva". E decidiu mandar o OE 2013 para fiscalização sucessiva do Tribunal Constitucional. E ainda nos informou sobre as suspeitas que tinha acerca da desigualdade do esforço que estava a ser pedido a todos os portugueses.
Falou mal? Não meus senhores. Falou bem mas talvez pouco, tendo em atenção a situação do país. E as verdades que nos disse pecaram por tardias: falou tarde de mais, como faz parte das suas idiosincrisias.
Quem há tanto tempo "mantém de Conrado o prudente silêncio" arrisca-se a que julguem tudo o que diz mais tarde como "curto e ligeiramente anacrónico".
Vai abrir algum conflito com S. Bento? Ficou claro que não! Cruzes Credo! O nosso Portugal precisa de estabilidade!
O mais importante ficou por saber: Em relação a que artigos do OE 2013 levantará o Presidente as suspeitas de inconstitucionalidade?
Suspeito que seja em relação à chamada "taxa solidária" para reformados e pensionistas e ainda (talvez) sobre a redução dos escalões do IRS, o que destruíu o pressuposto da distribuição homogénea do Imposto pelos contribuintes.
Mas veremos.
E, até lá, vamo-nos preparando com calma para o que os primeiros recibos de vencimento deste ano nos trarão.
Isto, falando dos sortudos que ainda têm trabalho...Porque dos outros, do milhão de portugueses desempregados, nem sei o que dizer...
Como se prepara alguém para tal descalabro na sua vida?
Neste jogo de xadrez que lida com as vidas de milhões de pessoas a abertura do PR foi talvez um gambito de Rei.
Resultará? Só na continuação do jogo se verá se o "adversário" o aceita ou não...
Gambitos: são movimentos de Xadrês que se caracterizam pela oferta de material (sacrifício) de peças ou peões ao adversário em troca de ganhos não materiais, como tempo, espaço, desenvolvimento de jogo ou linhas abertas.
Cabe ao adversário aceitar ou recusar o gambito, devolvendo o material ganho em momento oportuno com vantagens.
Gambito do Rei: é uma abertura de xadrez que se caracteriza pelos movimentos (em notação algébrica):1.e4 e5 2.f4
Na realidade, no seguimento destes movimentos existem uma grande quantidade de aberturas e variantes, mas historicamente englobam-se sob a denominação comum de gambito do rei.
O movimento caracteriza-se pela oferta do peão em f4 ao adversário. As brancas oferecem esse peão em troca do domínio e da iniciativa de jogo.
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