segunda-feira, outubro 31, 2011

O que comer na Noite de hoje?

É tradição deste Blogue sugerir uma refeição para a noite do Halloween.  Não vou entrar em detalhes sobre se a "verdadeira" Noite de Halloween deveria ter sido ontem à noite ou hoje.  Será hoje para os efeitos julgados convenientes aqui do Blog e pronto.

Já se sabe que falaremos de comida para 5 pessoas . Porquê para mais uma? Nesta altura de crise admito que em muitos lares   remediados o estupor do  namorado da filha (ou a namorada do filho, ou a cunhada solteira, ou a comadre divorciada, ou lá quem quer que apareça) se pendure lá em casa até saírem para a night, lá para as 23h...



Tentarei manter os gastos totais na casa dos 40 euros para 5 pessoas. Não me peçam é "Foie Gras" ou Rosbife... E muito menos peixe do mar ... Então vamos a isso:

Entrada - Salmão Fumado com anchovas (para quem gosta) , decorem com gomos de limão e com alcaparras, tenham o moinho de pimenta preta em cima da mesa.  Procurem os produtos brancos para ter um muito aceitável salmão fumado, 200g  entre 4 euros e 6 euros. Anchovas e alcaparras compoem a travessa juntamente com o limão. Acompanhem com pão alemão de centeio preto ou com tostas integrais.

Para beber: Espumante Bruto Loridos de 2009 , a cerca de 7 euros.

Prato principal - Cachaço de porco assado no forno. Para 5 pessoas assem cerca de 2,5 kg (podem apanhá-lo a menos de 6 euros o kg). Sobra sempre, eu sei, mas faz umas excelentes sandes para o dia seguinte... Temperem a carne de véspera com alho, massa de pimentão, louro, malagueta a gosto, vinho branco  e salsa. No próprio dia tirem da vinha de alhos , salguem e esfreguem  o cachaço com  uma boa mostarda francesa com pimenta verde. Ponham por cima 3 colheres de sopa de banha de porco preto, façam a cama no tabuleiro de ir ao forno  com cebola nova em rodelas finas e levem a forno quente  (250º) durante 20 minutos.  Depois baixem a temperatura (170º) para que asse lentamente ( 2 horas ou mais). Não se esqueçam de ir sempre virando a carne de meia em meia hora. Acompanhem com batatas assadas simplesmente cortadas em gomos e temperadas com chalotas, alhos esmagados grossos,  azeite, sal e uma colher de sopa de massa de pimentão também.

Para beber: Damasceno Tinto  (Poceirão, magnífico. Parece tinta da china!) de 2010 ( a 9, 5 euros).

Sobremesa - Já se gastaram os 40 euritos... Porque não assar umas castanhas?  E em havendo um Porto ou Madeira (novos) para acompanhar,  melhor.

Depois da malta nova bazar exibem-se  na MOV os episódios 8 e 9  (2ª temporada) da série de culto (espectacular!) Masters of Horror. Em (boa) alternativa, o casal pode dedicar-se  a namorar (um com o outro!). Se ainda se lembrarem... Mas deve ser como andar de bicicleta.

Vêm aí as Bruxas!!?? Não Senhor! Já cá estão há algum tempo....

31 de Outubro é  Dia das Bruxas (porquê? Já escrevi em 31 de Outubro de 2006 sobre  isso).   Falámos da origem Celta desta comemoração, da sua adopção generalizada  nos USA  e de como o MKT moderno a transformou num fenómeno quase global. Parece, contudo, que em Portugal  - neste ano de todas as Bruxas - não se fala muito no evento.
















Claro que nos locais habituais (http://www.destinoslusos.com/2011/10/festas-de-halloween-2011-noite-das.html) aparecem as sugestões do costume, mas assim de repente não vejo muita emoção em redor desta "festa".

Os tempos não irão para Festas, e esta até não é uma das nossas tradicionais celebrações.  Veremos lá para a semana do Natal como se comportam as coisas este ano, em que ainda haverá metade do subsídio para qualquer coisinha.

Claro que cada vez há mais Bruxas. De todos os tipos. Basta pensar na Ângela "Brunhild". Mas que ganda bruxa! E nem sei se era preciso  tirar a vestimenta habitual de Valquíria para enfiar o chapéu preto de bico. Vassoura acho que já lá tem. Pelo menos tenho sentido qualquer coisa a bater-me nas costas com sotaque alemão.

Mesmo aqui em Portugal Bruxas e Bruxos não faltam. O que será a Troika se não um grupo de Feiticeiros do Norte que vem meter na ordem os "Pândegos" do Sul?  E já repararam (sem maldade) como o nosso anterior Chefe do Grupo Parlamentar do PSD - Duarte Lima -  à média luz e de perfil ,se parece com o Voldemort ? (sem contar com o nariz que foi ganho numa plástica.  O do Voldemort, claro.)

Bruxas são aos pontapés. Até eu tenho duas para a troca:  cá em casa tenho uma e na  quinta tenho outra...Ainda aproveitáveis!  Bem, não se criem grandes expectativas, mas as revisões têm sido bem feitas,  a da terra lá no endireita e nas curandeiras, a cá de baixo no stand de origem...(Chiu!)

E os meus leitores? Maridos e Mulheres (legítimos) à parte, como estão de bruxas ou de bruxos?  Espero que estejam bem e as(os) poupem . Como estão as coisas eu acho que para o ano, ou daqui a dois ou três anos, ainda vamos sentir saudades das bruxas que hoje mantemos. Pelo menos das de trazer por  casa, porque as outras venha o Demo e leve-as. Depressa.

Jack Nicholson

Lembra um dos nossos Leitores que o velho e bom Jack não entrou no Independence day. E tem razão.. Entrou sim no impagável "Mars Atacks"! onde se não me engano fazia de Presidente dos USA... As minhas desculpas.

sexta-feira, outubro 28, 2011

Para Descansar a Vista

Entra Novembro e não tarda temos os Finados à porta. Também o Halloween, se é que ainda existe alguém que dê hoje importância a essas coisas...

Flores nos cemitérios será a ementa deste sábado...Seguidas de um almoço de Amigos em Cascais. Tempo para dizer mal dos "outros": dos políticos, das Angelas Merkls, dos Pinóquios e destes seus "substibrutos" actuais, os "esfíngicos" financeiros e E.T's  que pairam sobre a nossa economia, tal e qual a nave-mãe pairava sobre Nova Iorque no impagável filme "Independence Day "(notável Jack Nicholson, entre outros ) ....

O Poema escolhido tem por base a incerteza com que ficámos todos nestes tempos conturbados. É do grande Poeta Mário de Sá-Carneiro:

Angulo

Aonde irei neste sem-fim perdido,
Neste mar ôco de certezas mortas? -
Fingidas, afinal, todas as portas
Que no dique julguei ter construido...

- Barcaças dos meus impetos tigrados,
Que oceano vos dormiram de Segrêdo?
Partiste-vos, transportes encantados,
De embate, em alma ao rôxo, a que rochêdo?...

- Ó nau de festa, ó ruiva de aventura
Onde, em Champanhe, a minha ânsia ia,
Quebraste-vos também ou, por ventura,
Fundeaste a Ouro em portos d'alquimia?...

Chegaram à baía os galeões
Com as sete Princesas que morreram.
Regatas de luar não se correram...
As bandeiras velaram-se, orações...

Detive-me na ponte, debruçado,
Mas a ponte era falsa - e derradeira.
Segui no cais. O cais era abaulado,
Cais fingido sem mar á sua beira...

- Por sôbre o que Eu não sou há grandes pontes
Que um outro, só metade, quer passar
Em miragens de falsos horizontes -
Um outro que eu não posso acorrentar...

Mário de Sá-Carneiro, in 'Indícios de Oiro'

quinta-feira, outubro 27, 2011

A Tentação do Mafarrico

Dei com vários recibos de refeições  num sobrescrito que "sobrou" das muitas mudanças que fomos obrigados a fazer aqui nos CTT ultimamente. Eram recibos de  há uns 3 anos atrás - 2008  . todos obviamente pagos por mim  (em caso contrário não teria os documentos).

Trago aqui hoje à liça um deles. Não vou referir o restaurante e, francamente,  já não sei com quem fui, mas admito que teria sido com algum convidado estrangeiro, lá da União Postal Universal ou das Gráficas de Segurança Francesas e Holandesas que imprimem os nossos selos. Porque razão faço esta afirmação? Por causa do Porto que foi servido. Se fossem só portugueses porventura teriam sido whiskys (infelizmente não costumamos apreciar o nosso Porto).

Duas pessoas (duas): 1 prato de Pata negra; 1 queijo de Azeitão; Ameijoas à Bulhão Pato; 1,5 kg de Robalo; 1 garrafa de Soalheiro; 2 cafés; 2 Portos Vintage:  Preço: 186 eurinhos...

Hoje não seria já possível. gastar o mesmo? Seria possível, mas como já na altura devo ter tido pejo de apresentar a conta na empresa, imaginem actualmente... Para já não falar que a minha própria bolsa hoje ressente-se destas aventuras... E de que maneira!

E seria este um caso extraordinário, uma daquelas "estroinices" de dia de festa?  Não Senhores! Todas as semanas não direi, mas era habitual ter (melhor dito, termos) estas despesas mais do que uma vez por mês... E ninguém estranhava.

Se calhar foi por isso (também) que chegámos todos onde estamos hoje? Bem, imaginem uma família que não deve ao Banco, que tem a sua casa e carro pagos, que está  por dentro da Segurança Social e contava com a Reforma aprazada  e Assistência Médica para toda a vida , através de um dos bons SNS do mundo... Poupar para quê?

Podia então dar-se ao luxo de gastar assim de vez em quando. Em restaurantes, ou em Férias, ou em outras coisas...

O grande problema foram as "outras famílias" que para manter o nível e acompanhar as primeiras tiveram que começar a pedir dinheiro emprestado ... E houve gentalha que o emprestou, mesmo sabendo que não tinham condições para pagar.

Hoje em dia, sem Reformas garantidas, com um SNS a baixar o nível, sem emprego para os mais novos e com os salários a escaparem-se como areia, por entre os nossos dedos, é fácil criticar estes desmandos e atirar pedras aos "faltosos" que gastaram em barda...

Mas não se vê nada feito para culpabilizar quem emprestou sem nexo.

Acordo em Bruxelas!

Reforço do Fundo Europeu de Estabilização Financeira para 1 Bilião de Euros ; perdão de 50% da dívida da Grécia aos Bancos; estabelecida a necessidade dos mesmos Bancos reforçarem os seus indicadores de estabilidade através da entrada de mais capitais.

Estas as conclusões principais da maratona de ontem que acabou às 4 desta manhã.

Para Portugal e para o cidadão pagante luso foi bom ou foi mau?

Bom e Mau... Foi Bom porque a alternativa seria deixar a Grécia em bancarrota e esperar a contaminação a Portugal, Irlanda e Itália  (para já). Isto seria o princípio do fim do Euro.

 Foi Mau porque a necessidade dos Bancos reforçarem os seus rácios de consistência financeira , elevando o respectivo ìndice de solvência para 9% (segundo parece), os vai obrigar a "apertar" ainda mais com os clientes... Ai de quem deve ou de quem precisa de pedir emprestado...

Cá estaremos para ver, como dizia o já muitas vezes aqui  citado Ti Rosa, que era invisual (cego mesmo).

quarta-feira, outubro 26, 2011

Uma sandes de buracos de queijo sem pão sff! Sai sempre!

A velhinha Versailles avia cada vez mais para fora... Não porque a malta  lusa esteja rendida à mania inglesa dos "elevensies" ou "second breakfasts" , que cá no burgo se traduziam por "mata bicho" e "fazer a cama para o almoço", muito pelo contrário, as criaturas que vão aviadas da Versailles provavelmente substituem o verdadeiramente verdadeiro Almoço por uma sandes e um yogurte.  E ainda serão os "remediados" da espécie, os outros trazem de casa, equilibrando as parcas moedas disponíveis com uma escolha mais racional de "comidas".

Ainda bem que a magreza está na Moda! até me parece que estará cada vez mais "de moda", de sandes em sandes até à anorexia geral.

Vem esta diatribe por causa das horinhas a que terminou ontem o Conselho de Estado - pelas 23h, mais de 5 horas consecutivas - instalando-se aqui no Blogger a saudável dúvida sobre aquilo que "eles" lá terão tragado à laia de jantarinho.

Sabendo-se que o Mestre das Cerimónias (algarvio de gema) não é muito dado a larguezas, será que terão interrompido os trabalhos para ir jantar? À conta de quem? E onde? Ou mandaram vir "qualquer coisinha" ali do lado, da Fábrica dos Pastéis de Belém?

Enquanto prossegue a investigação existe já um indício importante: por volta das 20h o velho Mário Soares (que deles todos deve ser o que mais sabe de comida e a preza) desculpou-se com qualquer afazer inadiável  e...bazou!

Para alguma coisa servem os mais de 80 aninhos de vida e de experiência...

Nota: "Sai Sempre" é a injunção "em código"  dos velhos empregados da barra do Gambrinus para a cozinha quando querem indicar que o serviço não deve esperar pelo Cliente. Sai quando estiver pronto.

terça-feira, outubro 25, 2011

Estreitar os laços

Alguns leitores criticam eu estar sempre a falar dos mesmos restaurantes. 

"Devia alargar as escolhas! Devia ir mais vezes a sítios novos! Devia experimentar novas aventuras gastronómicas!"

Isso é tudo verdade, mas quando notamos as dificuldades por que já passa este sector da Restauração, a tendência de qualquer um de nós acaba por ser a de dar negócio aos amigos e conhecidos. Para já não falar das severas  limitações no número dos repastos pantagruélicos que engulo, por causa da crise que também ( e de que maneira!!) nos afecta...

Os tempos serão de retracção, de comer mais em casa, de tentar guardar as poucas vezes em que saímos para delas fazermos ocasiões especiais, com a Família ou com Amigos chegados. E, cada vez com menos dinheiro para gastar, torna-se evidente a "bondade" da tendência de muitos Restaurantes ,  já mais avançados no tempo, no sentido de permitirem que o Cliente traga o seu vinho de casa, fazendo-se o serviço de vinhos à mesa por um preço simbólico entre 5  ou 10 euros por cada garrafa, dependendo da categoria do restaurante

As diferenças nem são assim tão notáveis no preço final da refeição caso seja um vinho mais ou menos normal. Mas tudo ajuda...

Por exemplo, quando num restaurante um Tinto Adega de Pegões, Colheita Seleccionada 2007 pode custar 22 euros, se o levarmos de casa custa-nos  9 euros no Hiper... Se bebermos 3 garrafas (5 pessoas)  pesam  18 euros na conta do restaurante ,  pagando pela "rolha" ( o tal serviço à mesa)  6 euros por garrafa;  e mais 27 euros na conta do Hiper. Poupança total: (66 euros menos 45 euros ) 21 euros. Não é muito, mas nos tempos que correm... E depois há a grande vantagem da "tesouraria" do manducante  ser accionada em momentos diversos: podemos comprar as garrafas em feiras ou em promoções , por exemplo.

É claro que se fossem 3 garrafas de Barca Velha 1999 ou 2000 , outras contas se fariam... Eu ainda as comprei a 75 euros cada uma, quando saíram, mas em alguns restaurantes estarão hoje a 250 euros (ou mais...).  Fazendo a conta à "rolha" a 10 euros, pouparíamos em 3 garrafas para as mesmas 5 pessoas tanto como (750 euros menos 255 euros) 495 euros!! E a grande fatia deste orçamento (o preço das garrafas) foi gasto há uns dois anos atrás!

A lição é simples: quanto mais caro for o vinho maiores serão as poupanças para o cliente. Sobretudo se estivermos a falar de vinhos de grande valorização no tempo, comprados em primor..

E o que ganha o Restaurante com o assunto??

Bem, ganha Clientes e ganha na venda de "materiais" de qualidade, pois seria estranho alguém pedir uma dose de frango assado para acompanhar um Barca Velha...  E normalmente estes Clientes compram os brancos (Verdes,  Alvarinhos) nos restaurantes, deixando assim sempre alguma margem para o patrão.

De facto cada vez mais os nossos restauradores têm de pensar nisto...Até porque outra das razões que a mim me afasta pessoalmente dos restaurantes é o facto de neles beber pior qualidade de vinhos  do que em minha casa, por causa dos preços... E esta tendência não é só minha, muitos Amigos dizem o mesmo...

"A Vida é demasiado curta para se beber Mau Vinho". Nunca se esqueçam disso!!

Em conclusão: Reforcem-se os laços de amizade entre os Clientes  e os Restauradores. Permita-se que  o Cliente vá "aviado" de tintos de qualidade.Haja parcimónia na definição do preço do serviço desses vinhos (já vi o "serviço de rolha" ser proposto a 15 e a 20 euros, Ridículo!!)  Vá lá que não vá, comprem-se os brancos e verdes nos Restaurantes, sempre são a preços mais convidativos... E, nesta obrigação de seleccionar cada vez mais onde vamos, escolham-se as casas mais conhecidas, de forma a dar uma ajuda nestes tempos que correm e correrão. Em detrimento da novidade e da exploração de novos poisos? Bem sei, mas que querem, não fui eu que inventei a Crise...

segunda-feira, outubro 24, 2011

A Motivação

Vinha a ouvir dois psicólogos, ou melhor, um psiquiatra e uma psicóloga na TSF, discorrendo sobre a "Motivação". E citaram resultados de Estudos internacionais de referência, segundo os quais "o  pessoal motivado, qualquer que seja a organização onde trabalha,  rende mais 60% do que em condições normais, enquanto que o pessoal desmotivado baixa de rendimento tanto quanto 45% do seu habitual". Tudo isto em média, já se sabe.

Não sei se esta conversa teria tido como pano de fundo a realização esta semana de uma Conferência em Portugal sobre a Motivação dos Recursos Humanos, organizada pela mais importante revista nacional do sector no Hotel Tivoli Tejo, mas de uma forma ou de outra apresenta argumentos para se falar um pouco mais do que irá acontecer às "funções do estado" nestes anos em que os Funcionários Públicos foram seleccionados para bodes expiatórios da crise, e como tal apedrejados e sovados q.b.

Marcelo Rebelo de Sousa já ontem também se referiu ao de leve a estas consequências, comentando o "desaguisado" entre Belém e S. Bento e afirmando para terem cuidado com a motivação dos professores e dos trabalhadores da saúde, coisas com que não se deve brincar agora que a crise vai obrigar muita família da classe média a enveredar pela Escola Pública e pelos Hospitais do Estado.... Não lhe ficou mal. Aliás, como é o maior perito nacional e internacional em "dar uma no cravo e outra na ferradura" o tio Marcelo desta maneira - Domingo Sim, Domingo Não, Domingo Assim-Assim -  consegue não perder a sua base de espectadores, tão importante para garantir os "trocos" que recebe da TVI (privada).

Assim funcionam os cartomantes de maior sucesso. A grandiosa Maia, que publica na Revista Pública do Domingo a rúbrica que é a mais lida desse suplemento - Astrologia do Tarot - sabe perfeitamente que tem de "rodar" as más notícias com as boas previsões, signo a signo... Em caso contrário perdia "clientes". Nesta semana ficam bem os pares e para a semana serão os ímpares e por aí fora, de forma a ir equilibrando a felicidade prometida com os azares da vida...

Mas voltando à Motivação. Como se motivam colaboradores que já estão a fazer as contas ao ano que vem e à forma de conseguir manter as despesas obrigatórias em troca da descida do nível de vida?  Os "Patrões" têm uma resposta clara e simples: A Motivação faz-se pela negativa: "Ou trabalhas ou acaba-se o emprego".

Muito certo, mas de que forma se vai exercer a aferição? Aumentando os mecanismos de controlo - partindo do princípio que os controladores estariam também eles motivados para controlar mais? Colocando um "rendimómetro" preso à testa de cada Trabalhador?  Digo isto porque, para quem quiser fazer render a tarefa no tempo, os trabalhos do Estado dão oportunidades inúmeras... E depois,  estar sentado à mesa do trabalho e trabalhar,  são coisas muito diferentes...

Podem-se sempre aferir os resultados lá para o fim dos períodos de desempenho, mas será uma aferição a maior parte das vezes colectiva , dos grupos de trabalho,  e um pouco tardia para corrigir ...

E quando se fizer a avaliação desse desempenho, obrigatória agora em quase tudo o que é Função Pública, como se vão diferenciar os que têm uma avaliação Boa ou Muito Boa daqueles que têm Medíocre? Pela publicação dos resultados? Admitamos que é pouco... E se calhar a Lei Geral do Trabalho nem isso permite.

Claro, muitos idealistas - onde me incluo - falam ainda daquelas coisas importantes como "o amor à arte", o "sentir a camisola", o "brio e a consciência profissionais"...

Sem dúvida! Mas eu próprio reconheço que estes são conceitos que florescem melhor à sombra de tempos normais, onde podem ser notados e premiados ,  do que agora, altura em que qualquer sacrifício do tipo "vou trabalhar este Sábado para ver se adianto o serviço que está atrasado" correm o risco de ser  invisíveis para quem manda e até mal interpretados pelos colegas...

E se há quem não concorde , pensem nisto: O que seriam os Jogos Olímpicos se não existissem Medalhas?

Por isto tudo, como se diferenciará, em termos reais, a avaliação do desempenho de 2012 e de 2013 na Função Pública (e etc) do lançar as  cartas do Tarot?  Em calhando, muito pouco...

sexta-feira, outubro 21, 2011

Para descansar a Vista

Poemas de chuva, para conjurar a dita , tão arredada deste Outono que já tememos a falta das couves nas hortas. Sejam as da província (ainda existe?) ou as do IP 17... E como (não) estão as coisas neste Jardim, se não houver nabos nas hortas muita fominha há-de comparecer à mesa dos portugueses.

Peritos nesta coisa de chamar a chuva eram os índios das grandes planícies norte-americanas... Em louvor deles, de Sitting Bull , do grande chefe Red Cloud, do "war chief" dos Sioux Oglalas Crazy Horse, trago em primeiro lugar Emily Dickinson, a reclusa poetisa de Amherst, Massachusetts, que apenas depois de morta foi publicada:

The pretty Rain from those sweet Eaves

The pretty Rain from those sweet Eaves
Her unintending Eyes
Took her own Heart, including ours,
By innocent Surprise

The wrestle in her simple Throat
To hold the feeling down
That vanquished her defeated Feat
Was Fervor's sudden Crown...

Emily Elizabeth Dickinson (December 10, 1830 – May 15, 1886)

E em seguida, lembrando as ditas Hortas (mesmo a Horta dos Brunos!! Falar disso já me está a fazer larica Carago!)  lugar a um poeta do campo, Francisco Bugalho. 

(Biografia por cortesia de "Laços de Poesia").

Poeta e lavrador, exerceu durante anos também as funções de conservador do registo predial de Castelo de Vide. Natural do Porto, adoptou como suas a terra e as gentes em que viveu a maior parte da sua vida. Foi pai de outro poeta hoje esquecido, Cristóvam Pavia (de seu nome de baptismo também Francisco Bugalho), de pendor expressionista, que a seu tempo teve o apreço das tertúlias literárias lisboetas e que tal como o pai veio a falecer muito novo.
Três foram os livros que publicou em vida - Margens (1931), Canções de Entre Céu e Terra (1940) e Paisagem (1947) - que constituem, dentro da produção poética do grupo da revista “Presença”, a que pertenceu, alguns dos espécimes em que melhor se alia um equilibrado sentido de modernidade a uma profunda apreensão de múltiplos valores do nosso lirismo tradicional.
Faleceu em Castelo de Vide, em 1949, com apenas quarenta e quatro anos de idade. Os três livros que publicou em vida foram postumamente, em 1960, reunidos num único volume, intitulado Poesia.

Chuva

Chuva, caindo tão mansa,
Na paisagem do momento,
Trazes mais esta lembrança
De profundo isolamento.

Chuva, caindo em silêncio
Na tarde, sem claridade...
A meu sonhar d'hoje, vence-o
Uma infinita saudade.

Chuva, caindo tão mansa,
Em branda serenidade.
Hoje minh'alma descansa.
— Que perfeita intimidade!...

Francisco Bugalho, in "Paisagem"


quinta-feira, outubro 20, 2011

Soalheiro - Aviso à Navegação

Fui ao Continente do Colombo, terminou a Feira de Vinhos  e verifiquei que o Soalheiro de 2010 já está a 8 euros e qualquer coisita...

Não há bem que sempre dure carago!

Sorrir é o que nos resta...

Sensível aos desejos da "cambada" dos leitores , que parece estarem já fartos de Posts sobre a P*** da Crise, tento fazer algum humor com a situação.

Ainda pensei naquelas piadas parvas sobre a pobreza de alguns países do terceiro mundo, onde são os Malucos que têm de pagar o Manicómio, mas depois lembrei-me que aqui não se pode escrever "maluco" nem "manicómio"... Serão "doentes mentais" e "hospitais psiquiátricos". Por acaso até acho que alguns dos doentes mentais devem entrar em auto-gestão e tomar conta dos hospitais psiquiátricos portugueses, mas isso será outra história...

Por isso imaginei" Ideias de Redenção" :

1) Ontem à noite estive a ver de empreitada uma daquelas séries da BBC de época (acho que se chama "Downton Hall" ou parecido) e "embasbaquei" com o número de trabalhadores que era necessário para cuidar de uma família da classe alta naquela altura - por volta de 1912, altura do naufrágio do Titanic - tantas quantas 12 pessoas para tomar conta de 5 (pai, mãe e três filhas). É claro que só contei as que trabalham em casa: mordomo, governanta, criados de libré, assistentes pessoais do Senhor e da Senhora, camareiras, cozinheira, ajudantes de cozinha. Depois ainda devem haver os jardineiros, cavalariços, guardas florestais e quejandos, todos a trabalharem fora da dita casa...

Vamos admitir que serão ao todo uns 20 (pecando por baixo) para 5 residentes...

Não sei se percebem. Está descoberto o remédio para o desemprego actual!

Alguns de nós terão de se sacrificar para o bem estar de todos, garantindo assim o pleno emprego em Portugal. Faríamos uma lotaria gigantesca aberta aos 11 milhões de indígenas (digo 10 milhões porque é mais fácil fazer as contas) . Depois teríamos 2 milhões de tugas a viver como nababos, sendo que os restantes 8 milhões existiriam para os servir, a troco de comida, cama e (alguma) roupa lavada. Desta forma acho que a riqueza gerada pelo país já seria suficiente para manter toda a gente:  8 milhões de funcionários publicos para 2 milhões de banqueiros e industriais.

Teriam de ser pequenos bancos e industriais de PME's está claro, porque o verdadeiro rácio de sustentabilidade para os Grandes Bancos e Multinacionais deve ser  igual aos habitantes de  3 países de África para sustentar apenas os Hamptons , ou seja, no caso português, toda a cintura industrial de Lisboa (incluindo o Alentejo, que aqui conta pouco) para tomar conta da Quinta do Patiño...

Genial! Obviamente que o inventor da ideia estaria isento da Lotaria! Se não, com a sorte que tenho, ainda acabava a tirar m*** *de cavalo às pazadas...

2) Outra ideia de redenção "veio-se-me" (espera aí que não saíu bem, repito: apareceu-me, ocorreu-me em laia de epifania ) quando fui ver com o Senhorio o inenarrável filme "Os 3 Mosqueteiros" - com a Mila "já te vi mais nua" Jovovich, não sei se lembram dela, a grande atriz  (mais de 1,8 metros) que nos apareceu nos "5 Elementos" e depois estrelou - acho que com manteiga ou margarina, na frigideira - na série de culto "Resident Evil".

Pois nesse magnífico filme há uma invasão , em Veneza, dos arquivos do Leonardo da Vinci. Nesses arquivos descobrem-se uns planos de um "Dirigível" tipo Passarola do Padre Bartolomeu, o qual não é mais do que um galeão com um balão gigante por cima. Este galeão alado mexe-se , vira, dispara canhões e bota fogo pelas ventas, tudo isto enquanto voa... Pelo meio do filme há ainda a invasão de uma câmara dos segredos onde - pela milionésima vez em filmes desde o primeiro jogo da Lara Croft - somos deliciados pela  novidade do atravessamento de um corredor da morte, com projécteis a saírem de ambos os lados... Para já não falar do acesso ao famoso "colar de diamantes", protegido por uma teia de fios invisíveis feitos de aço temperado a carbono (ou ainda pior)... Claro que o filme se passa em 1600 e troca o passo... Carbono e aço, já viram? Que imaginação! Que audácia! Que espírito inventivo!

Ora do que me lembrei foi do seguinte: A malta lusa alugava o País para sets de filmes. Para não nos acusarem de racismo podiam vir todos, desde os chinos do Kung Fu de Hong Kong, passando pelos dandys de Bollyhood na Índia, até chegarmos aos verdeiramente verdadeiros Pais da 7ª Arte lá da Califórnia.

A  lusa gente participaria, e oportunidades de emprego seriam inúmeras:
- Fazer de Mortos em várias produções, desde os filmes policiais até aos de guerra.
- Interpretar vários Judeus na Polónia, durante a II Grande Guerra.
- Cair dos cavalos nos Westerns.
- Fazer de Duplos dos duplos e Duplos dos cavalos dos duplos, quando as primeiras vagas se esgotarem.
- Ser a Isca de Piranha para a reposição do famoso filme. Depois da experiêncioa os sobreviventes teriam acesso imediato, sem casting, para isca de Tubarão, de novo tendo em vista a reposição do mesmo. E os que escaparem desse seriam actores secundários na reposição da "Anaconda", encarregues de dar de comer à bicha antes desta se escapar (ou de ser o comer da bicha, isso ainda estaria em estudo)..

Manoel de Oliveira, o jovem realizador, seria o único a receber cachet pela interpretação (que se espera notável!) do vilão na "Múmia -IV". Os outros participariam a troco de sardinhas de lata  com pão e de  coupons de desconto na dívida externa.

O que acham? Resolve ou não?
Ou não...

quarta-feira, outubro 19, 2011

A Clivagem Absurda entre os Trabalhadores Nacionais

O editorial do "Público" de hoje, jornal insuspeito de ter simpatias de esquerda ou "trabalhistas", transmite uma observação válida e pertinente: a de que a política orçamental do actual governo tem por consequências criar uma divisão do país entre os Funcionários Públicos e (Trabalhadores do SEE- Sector Empresarial do Estado) e os "outros", os restantes Trabalhadores. Esta divisão só pode agravar os problemas sociais

Sem querer voltar a "chover no molhado" agarro nestas palavras para tentar desmontar a argumentação do Dr Vitor Gaspar sobre as razões desta situação de ataque frontal ao funcionalismo e aos trabalhadores das empresas públicas.

Oficialmente existem duas ordens de razões:
a) Em média os trabalhadores do SEE ganhariam 10% a 15% a mais do que a média dos outros Trabalhadores portugueses.
b) Os trabalhadores do SEE têm segurança de emprego assegurada, o que os "outros" não têm nestes tempos de Crise.

a) Quanto à argumentação sobre os "salários mais elevados" trata-se de uma demagogia indigna de alguém que (segundo dizem) está conotado com a famosa Escola de Chicago de economia, de onde saíram alguns dos melhores econometristas do mundo (os que se dedicam à análise matemática dos factos económicos).

De facto a média dos vencimentos dos Trabalhadores do SEE é superior à dos outros trabalhadores porque esse conjunto engloba "apenas" os Médicos, Enfermeiros, Professores de todos os níveis educativos, Juízes e Promotores da República!! Mesmo sem contar com os cargos de altos e médios  dirigentes do Estado e das Empresas públicas com cursos superiores, parece evidente para qualquer pessoa que saiba contar que estas profissões com habilitações superiores auferiam maior salário na actual e anterior sociedade nacional do que  o conjunto formado por "todos os outros Trabalhadores"... Se querem fazer comparações vamos fazê-las ponderadamente, profissão a profissão. Não querem? Compreendo porquê.

b) Agora a velha e relha questão da segurança no Emprego Público, a qual teria como consequência um baixar de salários à laia de "compensação".
Nem me meto pelas análises mais ou menos filosóficos deste assunto, segundo as quais o Trabalho é um valor sagrado,  a segurança de emprego é um direito de todos, e não um bem negociável do tipo " se aceitas receber menos de tal, garantimos "x" anos de trabalho".  Mas tratando-se de uma estratégia que era apanágio do Estado Novo importa agora saber porque motivo foi repescada por estes "Liberais".

Em primeiro lugar quem disse que existe segurança do emprego público actualmente? Pode existir hoje e amanhã, dia 20 de Outubro, mas já não garanto que exista a 22 de Janeiro do ano que vem, ou quando se implementarem as grandes medidas de racionalização nos sectores deficitários (Transportes...).

E depois, porque este mesmo Estado já usa e abusa da figura do contrato a prazo e da prestação de serviços a recibos verdes. Serão estas formas de trabalho "seguras"?  Hipocrisia para quê?

Conclusão: Deveria o Sr. Ministro e o Governo não darem desculpas e falar verdade: O país não pode pagar as suas obrigações para com os trabalhadores do SEE e , ao mesmo tempo, cumprir o que foi acordado com a Troika. Não há dinheiro que chegue para tudo.

Alternativa 1 - Cumprir as suas obrigações e despedir 50,000 a 100,000 trabalhadores.

Alternativa 2: Deixar andar até chegarmos à bancarrota. Sem dinheiro para pensões, nem para salários, nem para o SNS, nem para a Educação,  Portugal vê-se obrigado a pedir a saída do euro para poder imprimir mais moeda. No dia seguinte estaremos transformados numa Cuba ou Albânia da Europa. Um escudo vai valer para aí um milésimo do Euro. Como para comer (infelizmente e por culpa de quem todos sabem não há Agricultura nem Pescas) não chega o que produzimos - nem para a cova de um dente -  começa a racionar-se a alimentação disponível, o combustível e os medicamentos. Quem viver perto do comboio já não tem comboios, quem viver perto das AE (que as há em barda) não vai ter dinheiro para a gasolina. Cavalos? Carroças? Logo se veria...

Alternativa 3: Renegociar com a Troika uma dilacção do prazo de ajustamento orçamental. que permita ao país chegar aos resultados pretendidos mas mais lentamente, sem convulsões sociais nem dor e ranger de dentes..

Se fossem os Leitores a escolher por onde iram? 
Pois claro. E não era preciso serem Cientistas da NASA ou Neurocirurgiões da Mayo Clinic para chegarem a essa conclusão.

Nota final - Dizem os entendidos que o Governo só espera pelo final de 2012 para ir por aqui, por esta Alternativa 3.  A questão que muitos colocam é se vale a pena este orgulho em aguentar 13 meses face aos problemas que por aí virão? E a Troika aceitaria? Que remédio...Vejam o que vão fazer com a Grécia. Mais vale pagar tarde e com juros (honestos!!) do que nunca mais pagar.

terça-feira, outubro 18, 2011

Este Comboio descarrilou... Mas quando? E porquê?

Medina Carreira, Vasco Pulido Valente e António Barreto, a Troika dos cangalheiros da Nação que há muito tempo preveniam o povo do caminho de perdição que estava a ser seguido, nem por isso parecem hoje em dia mais respeitados, agora que as suas agourentas previsões infelizmente deixaram a teoria para passarem à prática de todos os dias.

Um pouco como a filha de Príamo, último rei de Tróia, que tudo adivinhava, mas fora amaldiçoada pelos deuses de forma que ninguém acreditava nas suas previsões. Depois destas se concretizarem a "malta" ainda a tratava mal por se ter "lembrado daquilo". Pobre da Cassandra!

Na noite passada o incansável Medina lá nos vinha outra vez dizer que o grande problema do País era o Estado Social. Sem Economia, sem dinheirinho, não pode haver Estado Social.   Foi o querermos ter um Estado Social à medida dos nordestinos (Suécia, etc...) que nos levou onde estamos. O Estado Social assassinou o País.
Anteriormente outros comentadores defendiam que o Problema era a Dívida Externa. Enquanto Portugal não fosse auto-suficiente nada feito (acho que nunca o foi. Nem no tempo do Sr D. João V, mas isso é outra história). 
António Barreto fala na "impreparação dos governantes passados" , na governação pelo Poder e tendo a manutenção do Poder como fim absoluto (no que não se engana) e encomenda às alminhas o futuro do rectângulo.
Para Vasco Pulido Valente a Nação nunca devia ter existido e ponto final. Foi tudo um erro de casting, cometido lá para o século XII.

Penso que todos estes (salvo erro de memória) concordam em que a crise internacional para aqui não teria sido chamada. Houvesse ou não houvesse a Crise do Sub Prime, a falência do Lehman, a Bolha do Imobiliário, etc... os nossos problemas seriam mais ou menos os mesmos de hoje.

Contra esta suposição se levantam os teóricos do ancien regime, os Socialistas e Bloquistas e , nalguma forma, os do PC. Para estes foi a Crise Sistémica mundial que provocou tudo isto que agora nos cai em cima da cabeça.

Mas onde ficamos? Foi o Estado Social? Foi a Dívida Externa acumulada? Foram as Parcerias Publico-Privadas? Foi a governação descontrolada tendo o poder por objectivo? Foi a crise mundial?

Quase que me apetece escrever, em continuação:

Terá sido a hegemonia fatal do FCP nos últimos decénios do futebol luso que causou isto tudo? Não estaremos assim porque o Castelo Branco foi apanhado numa rede de orgias sexuais caseiras? Tudo isto foi provocado porque a TVI insistia na Teresa Guilherme? Terão sido as vítimas da Casa Pia os grandes responsáveis? Haverá da parte do Sporting culpas notórias, pela forma como se livrou do Paulo Bento? E o facto do Eusébio já não jogar à bola não será aqui, finalmente, o factor predominante?

Mistérios...Mandamos vir a Bruxa da Arruda (mesmo morta)? Será necessário fazer apelo ao grande demiurgo Manuel Vintém? Quem nos pode dizer o que se passou, quando e como?

Lá quanto aos responsáveis nem estou muito interessado... Pois como dizia o Presidente do Tribunal  de Contas , Oliveira Martins   (e bem)  " essa gente está já noutro tempo que não é o nosso. Mais que bodes expiatórios importa saber as razões do desmando, para prevenir o futuro" (quer dizer, se existir futuro).

Claro que se houver indícios de "mete ao bolso" investigue-se a fundo.  Mas duvido. É tudo gente pouco inteligente, sem dúvida, mas muito esperta, esperta de mais,  no que diz respeito aos "trocos"... E há-de haver alguma razão pela qual nenhum Governo, do PSD ou do PS , quis meter-se a fundo nesta coisa dos "Off Shores".

Capisce?

segunda-feira, outubro 17, 2011

Sobe a água, mantém-se o vinho: beber vinho dá de comer a 1 milhão de Portugueses!

Neste país estranho onde ( e contra mim falo) o vinho não vai subir mas a água engarrafada segue o regime geral de quase tudo o resto, um pouco à moda das ideias  do falecido "botas" de Santa Comba lá para os anos 50 do século passado, falemos então de vinho sob pretexto das Feiras que por aí se posicionam em muitos supermercados.

João Paulo Martins, nosso amigo, já deu o mote no Expresso da semana passada, fazendo 4 orçamentos possíveis para uma refeição de vinhos com 3 sugestões: Entrada, Tinto ou Branco para o prato principal, e Sobremesa. As sugestões dividem-se em grupos orçamentais , terminologia de rigor hoje 17 de Outubro, dia em que a Madrasta de todos os Orçamentos chega à AR:
a) Para agradar à Troika (Até 20 euritos pelas 3 garrafas)
b) Para comemorar ainda ter Emprego (Até 32 euritos)
c)Para comemorar o fim das prestações ao Banco (Até 60 euros)
d) Para almoço de Futebolistas (Para aí uns mil euritos, ou mais...)

Dou aqui os vinhos da refeição que me parece mais equilibrada para dia de festa, a tal que seria  comemorativa do final do contrato hipotecário com o Banco: Espumante Branco da Casa Campolargo (CCCP 2007) por €18,70; Poeira Tinto de 2008 (€27,90) OU Branco Quinta de Sanjoanne Superior 2007, do MInho (€22,50); Grandjó Late Harvest branco 2007 para a sobremesa, (€13,80).

Nesta onda aqui fica também a minha proposta (adaptada aos tempos, mas sem miserabilismos), sendo que vou dar vinhos  mas também umas sugestões de comida para termos uma ideia das complementaridades:

Entrada - Soalheiro Vinho Verde de 2010 a um preço de combate no Continente (menos de 6 euros!!!). Acompanharia uma santola (para 4 pessoas teriam que ser duas, bem cheias) da nossa costa simplesmente cozida e desfiada para dentro da casca, sem mais nenhum adubo que não seja umas pedrinhas de sal.
Prato Principal 1 - Branco Quinta de Saes Reserva de 2009  uma miscigenação de grande qualidade entre  o  encruzado predominante e  algum sercial para afinar. A cerca de 10 euros fará maravilhas com um Pargo assado no forno à Portuguesa, com cebola , chalotas e com batatas novas (para o meu gosto sem tomate!)
Prato Principal 2- Tinto Crasto Superior de 2009 , a 17,50 euros no Corte Inglês Beloura. Extraordinário tinto do Douro, a bom preço , que  vai muito bem com um Cachaço de porco preto assado lentamente (confitado, como agora se diz) com batatas novas assadas e grelos salteados.
Sobremesa - o maior desplante: Fonseca Guimaraens Vintage de 1988 a cerca de 50 euros...Acompanharia (como não pode deixar de ser) um Queijo da Serra de entorna DOP, se possível comprado no Pastor (Arrifana, Aldeia da Serra, por aí...).

Água do Luso sempre em cima da mesa (atenção ao preço! Quase a 50 cêntimos cada litro e meio!). O bom e velho Lagavullin (hélas a 50 euros também...) para "fazer a monda aos cantos" e um café de S. Tomé para preparar a tarde de sueca a pares...

Custo desta barbaridade, para 4 pessoas, supondo uma garrafa de cada apenas: 140 euros nos molhados, cerca de 130 euros nos secos.

Há aqui algumas "alarvidades", 4 pessoas normais (atenção que já vi pior!) não bebem uma garrafa de Porto, nem sequer a de Whisky toda... Quem comer o Pargo não necessita de ir para o Cachaço a seguir, e vice versa! E um queijo inteiro de 1,5 kg  terá que se comprar? Parece loucura, mas com menos peso e já se sabe que não será o verdadeiro Serra!

Justificação da despesa  estamos a falar de entre 200 e 270 euros para 4 pessoas, quase 50 a 70 euros por cabeça, a comer em casa!.
Este tipo de despesa só deve fazer-se hoje em dia se o resultado de tal investimento for proporcional ... Do que me lembrei foi o tira-fora-de-casa de algum dos filhos, aliviando assim pretensamente o orçamento dos pais. Satisfeitos em ver o rebento (ou a rebenta) tomar asas e rumar a outros ares - de preferência em África ou no Brasil, que é o que está a dar, os estremosos progenitores fazem das fraquezas forças e com o coração ao alto mandam-se à desbunda no caso de alguma destas coisas acontecer:

- O Jantar dos Compadres para preparar a Boda...
- Almoço de Domingo oferecido ao Padrinho ( e esposa) que arranjou emprego ao filho (ou filha).
- Almoço de Páscoa oferecido ao Padre que "olhou para o lado" e casou os noivos mesmo sendo um deles já divorciado.

Coisas assim... Pretextos não faltariam. Houvesse dinheiro para tal...

sexta-feira, outubro 14, 2011

Um Leitor comenta a falta da "memória histórica"

Comentário: E já agora pergunto: quemn nos CTT sabe o que é um carimbo comemorativo e respectivo posto provisório para entrega de correspondência.
Já cheguei a deixar correspondência com carimbo comemorativo no respectivo posto, que depois ainda levou mais outro carimbo do dia datado de dois dias depois! (e finalmente lá seguiu para o seu destino).

Comentário ao Comentário: bem, aqui na Direcção de Filatelia ainda sabemos. Não juro que todos os colegas das estações saibam , sobretudo os que são mais novos. Embora esse conhecimento faça parte da formação básica de um Trabalhador dos Correios.

Para Descansar a Vista

É nestas alturas de breu e ranger de dentes que mais temos que nos animar. Se quem devia fazê-lo não nos dá esperança , vamos nós em busca dela.

E como muitas coisas boas ainda não custam dinheiro nem pagam  imposto,  há sempre a hipótese de nos rirmos  perante as mandíbulas da crise.

Haja Coragem para tal.

"Se de noite chorares pelo sol, não verás as estrelas"
(Rabindranath Tagore)

Cântico da Esperança

Não peça eu nunca
para me ver livre de perigos,
mas coragem para afrontá-los.

Não queira eu
que se apaguem as minhas dores,
mas que saiba dominá-las
no meu coração.

Não procure eu amigos
no campo da batalha da vida,
mas ter forças dentro de mim.

Não deseje eu ansiosamente
ser salvo,
mas ter esperança
para conquistar pacientemente
a minha liberdade.

Não seja eu tão cobarde, Senhor,
que deseje a tua misericórdia
no meu triunfo,
mas apertar a tua mão
no meu fracasso!

Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
Tradução de Manuel Simões


Bio, por cortesia do site do país-irmão "UOL":

Rabindranath Tagore nasceu numa família abastada e teve uma educação tradicional. Estudou direito na Inglaterra entre 1878 e 1880. Retornou à Índia e passou a administrar as propriedades rurais da família.
Cedo manifestou sua vocação poética. Seus primeiros versos foram reunidos nos livros "Canções da Noite" e "Canções da manhã". Escrevendo em língua bengali, Tagore experimentou depois quase todos os gêneros literários. Publicou poemas, contos, romances e ensaios. Seus versos têm um tom de cativante humanidade e atraem pela mensagem universal.

Em 1901, Tagore fundou uma escola de filosofia em Santiniketan. Escreveu poemas místicos entre 1902 e 1907, tocado pela morte da esposa e de dois de seus filhos. Alguns desses poemas estão coligidos em sua obra mais conhecida, "Oferenda Lírica", publicado em 1910. A repercussão internacional dessa obra lhe valeu a indicação para o Prêmio Nobel de Literatura, recebido em 1913. Dois anos depois, recebeu o título de cavaleiro britânico.

Rabindranath Tagore tornou-se um escritor de prestígio e passou a receber convites para palestras e encontros em diversos países. Em 1919, renunciou ao título de Sir, em protesto à política inglesa em relação à Índia.

A partir de 1921, Tagore passou a divulgar o ensino da Universidade Internacional de Visva-Bharati, que ajudou a fundar.

A atuação pública de Tagore foi um fator grande da aproximação entre a cultura ocidental e a oriental. Tagore chegou a ser aclamado por Mahatma Gandhi como "o grande mestre".

Rabindranath Tagore faleceu em Bengala, aos 80 anos.

Fez-se Noite

Escrevo com o Sol já a despontar no horizonte sobre o Tejo, adivinha-se um dia de Verão que teima em não nos deixar. Mas para 700 000 famílias portuguesas fez-se ontem uma noite que tão depressa não os vai abandonar. Uma noite gélida, quase um Inverno nuclear que se abate sobre a classe média nacional.

700 000 funcionários públicos e  mais de 1 milhão de pensionistas em causa... Juntamente com os Trabalhadores das Empresas do SEE e suas famílias. Já uma vez teremos feito estas contas. Será quase 30% da população portuguesa atingida por este Tsunami que Pedro Passos Coelho ontem nos anunciou.

Se tomarmos em conta todos os sacrifícios que já se abateram sobre o Funcionalismo Público, Pensionistas de rendimentos médios e Trabalhadores do SEE, incluindo a inflacção,  verificaremos que a quebra real de rendimento líquido disponível atingiu já, em 3 anos, para alguns deles onde me incluo, 30%!!

 Estamos a ganhar menos 30% líquido do que em 2009!!

Inaudito. Nunca na história de Portugal tal se passou.

 E há que lembrar que muitas famílias utilizavam os subsídios de férias e de Natal para pagar as suas dívidas e acertar as suas contas! Não para ir às compras e passar férias na Madeira! Agora como vai ser? Introduz-se de novo no Código Penal a figura da  prisão por dívidas, como nos romances do Dickens?

O maior problema nesta decapitação da classe média é não haver esperança... Nada do que ontem foi dito nos pode encaminhar para um patamar de sofrimento a prazo... Ao contrário, o sofrimento desta gente parece ( aparenta ser) duradouro e inescapável.

E as teorias sobre o "trade off" isto é , que o Funcionalismo Público sofre mais do que os outros Trabalhadores em troca pela segurança do Emprego, cedo serão postas à prova. Exactamente na altura em que as Empresas Públicas e o Estado começarem a despedir. Não haja dúvidas sobre isso. Aliás, essas medidas para o sub-sector dos Transportes foram já anunciadas.

E, finalmente,   é  a injustiça social deste "Pacote" que me dá voltas ao estômago. Com o Trabalho em geral e o SEE de novo a fazer a parte de Vilão numa Farsa que não escreveu nem sequer encenou, mas da qual parece ser o principal culpado.

De facto compreendo que estando os bancos aflitos de liquidez não se taxem mais os Depósitos a prazo, por exemplo. Mas o que se vai fazer às Mais Valias de negócios de Bolsa? E como se vai actuar junto das remessas para os off shores?

Tudo ainda está muito nebuloso em relação ao "estendimento" desta austeridade extrema para esses casos, para o capital.

E a Economia? Com o IVA a 23% para quase tudo? E sem investimento? E sem consumo privado nem público? Irá alegremente afundando-se como se verificou com a Grécia? De pacote de austeridade em pacote de austeridade, até alguém levar as chaves do país a Berlim?

Aguardaremos obviamente pelo esclarecimento do OE nos seus detalhes, tal como o inefável Zorrinho ontem proclamou, mas uma coisa parece certa: a partir daqui e durante alguns anos , o caminho é sempre a descer...

Nota Final: Fiquei até tarde a ouvir muitos comentários a esta catástrofe anunciada. Pareceu-me subentender das intervenções  de alguns "espertos" convidados pelas TV's que a estratégia de Passos Coelho  seria conter o déficit em 2012 e 2013, à bruta, para depois ir à Troika renegociar o prazo de pagamentos. Nessa altura poderíamos respirar.

Pode ser que assim seja, mas tanta coisa pode correr mal "nos entretantos" que parece grande atrevimento jogar assim com a vida de cada um de nós. Basta pensar que se a Grécia se afunda todas as contas terão de ser refeitas. Ainda mais lá para baixo.

quinta-feira, outubro 13, 2011

Competição de Selos da PostEurope

Na competição para escolher o Selo EUROPA mais votado (via net) de 2011 os resultados foram os seguintes:

Turquia - 1º lugar
Hungria - 2º lugar
Portugal - 3º lugar

Votaram 5 576 cidadãos europeus,  novo Recorde absoluto.  O Lobby da Hungria (vencedora há 3 anos seguidos) foi finalmente derrotado! Portugal começou neste ano a fazer o seu próprio Lobby de votos, e chegou ao 3º lugar.

Para o ano faremos melhor... O problema é que os turcos são para aí 65 milhões... Mas a Hungria tem 10,5 milhões, quase o mesmo que nós.

Claro que Portugal, ao votar disperso por 3 selos EUROPA distintos:  Portugal Continente, Portugal Açores e Portugal Madeira, acabou por ser penalizado... Se os nossos votos tivessem sido uniformes estaríamos a disputar "taco-a-taco" o 1º Lugar!

Mesmo assim ,  Muito Obrigado a todos os que Votaram Portugal!

E em Braga, a visita ao Inácio

Campo das Hortas, no coração da minhota Braga. a dois passos da velha Sé com mais de 900 anos.

Aí se perfilam o Bacalhau, o Alexandre, o Manjar, Cruz Sobral e o velhinho "Inácio".

Para esse é que fomos.

Restaurante Inácio
Praça Conde São Joaquim 1 - 4 Campo das Hortas
4700-421 BRAGA
Telefone - 253 613 235

Boa amesendação, bons talheres. Bolinhos de bacalhau de qualidade, salpicão assim, assim. Bom pão.

Provou-se uma salada russa com camarão, bem feita embora o camarão fosse cozido ao momento e por isso vinha quente. Esta idiosincrisia pode ser do agrado de alguns, mas destrói a filosofia do prato, que se quer frio, mesmo frio. Veio um branco de transição (Baião) nem bom nem mau... pediu-se Espadeiro, a casta rainha de Baião, mas não havia...

Depois uns filetes de polvo sem mais nada, apenas para provar. Bons mas desiguais. Melhores os dos tentáculos do que os da cabeça. Dizem os entendidos que a cabeça do polvo nunca se fileta! Mas ali aconteceu. Não têm hipótese de pedir meças ao paradigma que continua a ser constituído pelo Mirinho, O velho Ramiro de Campanhã ( e agora Pai Ramiro, Rua Nova de S. Crispim 286, ao Bonfim do Porto).

Entretanto substitui-se o vinho de Baião por um cruzado de Alvarinho e Trajadura,bem  melhor.


















Os Rojões fariam figura de "Grand Finale". Para os honrarmos pediu-se um Tinto Vinhão, bem fresco. E que bem soube... 

Fariam os Rojões a figura maior do Almoço. Mas afinal não fizeram... Porquê?

Bem, os acompanhamentos eram os canónicos, excepto o sangue cozido que não compareceu por causa das altas temperaturas que ainda decorrem e a falta das castanhas por razões também óbvias para quem ( e bem) não deseja usar congeladas.Mas a carne de porco NÃO era o que esperávamos! Da perna (pode ser, embora a Receita exija Lombo) vinha demasiado seca , com total ausência da gordurinha entremeada que lhe dá o gosto. E, crime de lesa majestade, foi simplesmente frita na sertã , depois de previamente  adubada. Ora a carne dos verdadeiros rojões não é frita ao singelo! Quanto muito alourada depois de ter cozido em banha, numa panela de ferro,  lentamente...

Quando no Minho passamos ao lado do Receituário tradicional da Pátria minhota estamos mal. E só por isso (porque tudo o resto era bom, desde o serviço ao preço amável, cerca de 70 euros para as entradas, 3 pratos completos, 3 garrafas de vinho, cafés e digestivos) não posso dar boa nota a este Inácio...

E tenho Pena.

Comer nos subúrbios

No dia da cerimónia comemorativa dos 750 anos do nascimento de D. Dinis estive em Odivelas, onde almoçei.

Procurei o  antigo e famoso "Luisinho", mas  encontra-se fechado para almoços e, segundo me informaram, parece que será de evitar para jantares... Mistérios. Idas e vindas de uma casa de restauração que já "dera brado nas touradas" e que segundo tudo indica estará agora em decadência galopante.

Já agora, e por vir ao correr da pena, também o amável "Ganhão", pequena casa de pasto alentejana no tema, ali para as portas da Amadora, encerrou... Maus sinais.

As alternativas - indicadas por alguém da cidade - não eram muitas, pelo que fiz pernas ao caminho até chegar a uma locanda chamada:

A GRUTA

R Bombeiros Voluntários 53-B
2675-305 ODIVELAS
Telefone: 219 313 013

A Entrada faz-se descendo uns degraus para a sala tipo Cave alta (DAÍ TALVEZ O NOME DO LOCAL).Montra de peixes e marisco, nem boa nem má, recebia o transeunte.O aspecto geral  não era dos melhores para comer sentado. Guardanapos de papel, televisão em frente, talheres e pratos assim, assim. Casa de banho ao lado da entrada dos pratos para a cozinha!

Infelizmente a comida também não se recomendava.

Pedi lamejinhas (bem à vista) mas vieram dizer-me um pouco mais tarde que "tinha muita areia". Substituida por ameijoa (da vadia, ou judia) que para piorar trazia um assassinato completo da receita do Honesto Bulhão Pato! Nem pretendo adivinhar o que colocaram na ameijoa, mas estava enjoativa que bastasse e disfarçadíssima com limão espremido lá na própria cozinha...

Depois disso uns "Choquinhos à algarvia". Fiquei esperançado, mas o susto foi grande quando descobri que os ditos chocos, anémicos, sem tinta e congeladíssimos, traziam o mesmíssimo molho estranho da ameijoa!!

Esses nem os consegui tragar. Foram para dentro.

Por fim um bitoque do lombo, frito e acompanhado com batata frita da congelada. Que substituiram a meu pedido expresso, mas a batata frita que veio estava mal frita e mole como as papas... Vá lá que a carne não era má...

Paguei quase 35 euros - incluindo vinho (foi um Alvarinho da casa, sofrível) e café. E mesmo assim gentilmente retiraram da conta os chocos que viram o cartão vermelho.

Comentário: Há quem diga que se trata de um belo local para "tapear" à tardinha - comer uns pregos do lombo, beber umas imperiais. Pode ser. Mas para almoçar ou jantar, isso tenham paciência.

" Gruta Jamais" (como dizia o outro) ou "jamais lá voltarei"como diria eu.

RECEITA TRADICIONAL das AMEIJOAS À BULHÃO PATO
1 kg de amêijoas

0,5 dl de azeite
2 dentes de alho
1 raminho de coentros
meio copo de vinho branco bom
Sal q.b.
Lave muito bem as amêijoas, retirando possíveis areias. Leve entretanto ao lume o azeite e aloure os dentes de alho.
De seguida adicione as amêijoas. Tempere com umas pedrinhas de sal  e adicione os coentros picados. Vá sacudindo a frigideira até as amêijoas estarem todas abertas e cozidas. Regue-as com vinho branco de qualidade e Retire do lume. Não devem ficar ao lume mais do que uns minutos (poucos). Limão? Só em gomos, para enfeitar a travessa... Sendo as ameijoas de qualidade é um crime estragar-se o respectivo paladar natural.

quarta-feira, outubro 12, 2011

E ontem a exposição do Luiz

Apenas um breve Post, nos intervalos das muitas reuniões que me afligem, por esses país fora, para informar que ontem à noite a inauguração da exposição de Homenagem ao Luiz Duran correu muito bem, com centenas de personalidades dos CTT, Filatelia e da vida pública nacional a marcar presença.

O meu Muito Obrigado a todos os que puderam estar presentes e a menção aos outros ( muitos dos quais tiveram a amabilidade de telefonar a pedirem excusa) que esta Exposição vai estar 3 meses lá na Fundação das Comunicações, na Rua D. Luis I.

domingo, outubro 09, 2011

Avé César!

Aí está amigos:

PSD - 48,56% (25 deputados) Maioria absoluta, mas Fraquinha...
CDS\PP - 17,36% (9 deputados)
PS - 11,5% (6 deputados)
PTP (O funerário!) - 6,86% (3 deputados)
PCP- PEV, - 3,76% (1 deputado)
PND - 3,27% (1 deputado)
P Animais - 2,13% (1 deputado)
Partido da Terra  1, 94% (1 deputado)
BE - 1,71% (0 deputados)

Comentários: Alberto João ganha e tem maioria absoluta de deputados, mas não tem a maioria absoluta dos Votos. Vitória amarga. Mas Vitória mesmo assim.
CDS\PP ganha muito e bem.
PS atravessa um deserto que não se confina ao Continente. Muita coisa para reflectir. Depois falaremos.
O "Maluco" do PND continua! (malucos somos nós...).
PCP aflito, mas sobretudo BE desapareceu do mapa... Prognóstico para o que se vai passar aqui?

Enquanto se espera sai Coelho

Por acaso o Sr José Manuel Coelho (o tal da campanha em carro funerário) acabou por ser eleito Deputado na Assembleia Regional da Madeira ( e que falta lá faz...). Mas o caso presente  é o dos coelhos de 4 patas.

O sempre atento Amigo Rui traz-nos do Alentejo (de casa da sua Santa) uma receita de Coelho "Estarola". Ora tomem lá enquanto esperam para saber por quantos ganha o Dr. AJ:

Carissimo Raul. Espero que estejas em grande forma. Acabo de almoçar em casa da minha muito querida sogra que me apresentou um coelho "estarola" excelente, com uma receita praticamente idêntica à "postada" por ti e que te sugiro pois as diferenças são mínimas. Então cá vão elas:

- O coelho é deixado a marinar em vinho tinto durante dois dias, totalmente coberto pelo vinho, adicionando-se à marinada cebola, alho, louro, sal, pimenta, alecrim.

-A  fase de fritura é igual à da tua receita, só que a minha sogra utilizou exclusivamente azeite. No final do alouramento retirou alguma gordura, adicionou ao coelho a marinada com todos os ingredientes nela contidos, juntou um molho de salsa e deixou ao lume durante 1 hora em lume brando. retificou temperos e quando pronto serviu o coelho sobre pão frito. Acompanhou com batatinha primor. Peerguntei à minha sogra (uma alentejana com sotaque carregado e uma excepcional cozinheira) se este coelho "estarola" levava tomate e ela disse-me que não pois em sua opinião tomate não fazia uma boa ligação com vinho tinto. Se tiveres pachorra experimenta um dia destes e se quiseres dar-me a tua opinião com muito gosto a lerei. Abraço muito apertado do Rui

Vamos experimentar Cambada.

Notícias da Madeira - Domingo ao final da Tarde

E as Eleições na Madeira?

Por enquanto ninguém sabe nada dos Resultados Eleitorais, a não ser aquilo que toda a gente já sabe, ou seja , que o Dr Alberto João ganhará de novo, ao fim de 37 anos. Um autêntico Protector do seu Povo ( repito, do "seu Povo").

Parece que as TV's do Côtenente não investiram nas Sondagens à boca das Urnas (é a crise...) e por isso anda aqui tudo nas mesmas TV's a apanhar bonés. Para fazer a parte gaga  que os Comentadores encartados estão agora a fazer em frente às câmaras (de televisão!) qualquer um de nós lá poderia estar.

Palpites?  Então lá vão:
- PSD ganha outra vez com maioria absoluta .
- CDS\PP faz jogo igual com o PS ou até o ultrapassa.

Como consegui chegar a estas conclusões? Bem, fui à cozinha fiz um chá Gorreana (muito bom!) e li os padrões das folhitas no fundo do pires...

Havia outras formas de exercer a adivinhação, mas algumas metiam vísceras de animais mortos na altura... Porquê "morto na altura"? Ora essa! Então eu ando aqui a defender a slow food, a cozinha tradicional, e ia comprar vísceras congeladas?

Não é que me incomode matar galinhas, mas o problema é que aqui no Estoril não tenho quintal. E depois sou eu que tenho de limpar tudo no fim. A Santa tinha um Chelique (ou será Xelique? ) se cá chegasse amanhã e visse a "matéria de facto" no chão da cozinha.

Acabo de ver e ouvir, com estes olhos e ouvidos que a terra há-de comer ou o fogo haverá de consumir (ultimamente ando mais inclinado para o fogo, lá está, influências gastronómicas),  o Dr Alberto João a responder a uma jornalista em inglês, na SIC...

Não me interpretem mal. A jornalista era portuguesa e fazia-lhe perguntas em português! O Homem retorquia em inglês (mauzinho, mas inglês)...

O que se terá passado ao almoço? Nada que não me tenha também já acontecido algumas vezes. Ou aos Leitores.  Aquela Poncha é matreira...

Por mim teria algum cuidado com palcos altos ou plataformas elevadas mais logo à noite... Não vá o Diabo tecê-las...

Até já Cambada.

sexta-feira, outubro 07, 2011

Guimarães e Braga

O Blogger parte para Guimarães e Braga para reuniões com os responsáveis da Cidade Europeia da Cultura 2012 e Cidade Europeia da Juventude do mesmo ano.

Regresso a correr a Lisboa para as cerimónias do Dia Mundial de Correios e Homenagem a Luiz Duran, na próxima Terça Feira.

Estes Posts vão sofrer com estas ausências, mas depois conto como foi.

Para Descansar a Vista

Vento que se farta! Parecemos uns dervixes rodopiando pelo deserto! Vento é sinónimo de mudança, sopro forte que passa e repassa as páginas da vida, ora trazendo boas novas ora mensageiro de más notícias...Esconjuremos o vento mau com poemas.

Apresento hoje rimas  de Poetas-Diplomatas: Octávio Paz, o grande poeta mexicano que nos deixou em 1998, e o imortal Vinicius de Morais, que apesar do que dizem não morreu. Passeia-se algures enttre Ipanema e o Leblon, em noites calmas de lua aprazível, com uma morena de um lado e uma loura do outro, compondo sempre...

Certeza

 Se é real a luz branca
desta lâmpada, real
a mão que escreve, são reais
os olhos que olham o escrito?

Duma palavra à outra
o que digo desvanece-se.
Sei que estou vivo
entre dois parênteses.

Octavio Paz, in "Dias Hábeis"
Tradução de Luis Pignatelli

Poética

COM as lágrimas do tempo
E a cal do meu dia
Eu fiz o cimento
Da minha poesia

E na perspectiva
Da vida futura
Ergui em carne viva
Sua arquitetura.

Não sei bem se é casa
Se é torre ou se é templo.
(Um templo sem Deus.)

Mas é grande e clara
Pertence ao seu tempo
... Entrai, irmãos meus!

Vinicius de Moraes, in 'O Operário em Construção'

quinta-feira, outubro 06, 2011

Viva a República!!

Mesmo um bocado fora do prazo aqui vai a saudação habitual do 5 de Outubro.

Viva a República! Liberdade, Igualdade, Fraternidade!

E que tal a cerimóniazinha de ontem, na Praça do Município?  O discurso do PR vá lá que não vá...À parte aquela cena do  "Eu até já os tinha avisado!!". Se avisou não se deu por isso... Pode sempre ter ciciado ao ouvido de alguém e não nos apercebemos... Ou então, o que será o mais provável dadas as relações estranhas de Belém com a espionagem tecnológica, pode ter falado alto e bom som para um microfone que se encontrava desligado...

Uma pequena farpa:

Quem terá organizado a cerimónia? Consta que ali houve também mãozinha do Dr. António Costa...Só assim se compreende que não tivessem cadeira reservada para o nóvel chefe do grupo parlamentar do PS, Carlos Zorrinho...

Oh críticos do Seguro, ao menos disfarcem a má-vontade... É feio.

Comentários

Dois comentários saborosos q,b ao Yorkshire Terrier que fará falta ao Governo:
Do Amigo Calado: Dos fantásticos tempos do PREC, recordo um outro episódio com Pinheiro de Azevedo: ele era o primeiro-ministro do governo que declarou greve. É verdade! Não sei se é caso único na história da humanidade, mas Portugal, país original como poucos, já teve um gover no em greve. Quanto á manifestação do povo é sereno, recordo-me bem dela, pois estive presente "in loco". Outros tempos, em que os putos de 12 anos se (também) entretinham com manifs...
Em véspera de feriado (viva a República!), e possivelmente em vésperas de bancarrota grega, não estou para me chatear, por isso, remato este comentário com uma questão: onde é que o caríssimo blogger arranjou a fotografia do cão do Paulo Portas?

E do Amigo Silvério:

Bom dia. Mas o PM, ainda candidato, tinha 4 caniches, salvo erro. Entretanto parece que já reformou 3 deles, não sei se por idade ou por incapacidade para a "função".

Comentário aos Comentários: Deus me livre de andar a tirar fotos comprometedoras de familiares de membros do Governo, qual Paparazzi luso e gordo com Nikon e tele-objectivas ao ombro.... Claro, que se fosse a Carla Bruni do outro lado da lente outro galo cantaria...Mas cães? Deste tamanho? Nem para a cova do dente. Amigo Calado, a foto da bicheza foi tirada do site dos criadores da raça...

Agora, fiquei foi preocupado com a notícia do desaparecimento dos 3 caniches... Será que já chegámos a esse extremo e o Homem teve que dar o exemplo? Bem, lá dizem os mexicanos que com pimentos jalapenos marcha qualquer coisa...

terça-feira, outubro 04, 2011

É só fumaça! O Povo é Sereno!

Vinha ontem do meu habitual Bacalhau das Segundas feiras (lá na Tertúlia) quando antes de entrar na 2ª circular, ali pelas redondezas do estádio de Alvalade,  vi dois automobilistas "à caça" um do outro por entre o trânsito que já circulava espesso a essa hora do início da tarde. Finalmente imobilizados pareceu-me que iriam desatar ao murro e à bofetada. Engano meu. Pararam, saíram das viaturas, disseram uns impropérios um ao outro, e...seguiram viagem, cada um para o seu lado.

Este anti-climax deixou a malta que observava estarrecida e nem sei bem se também algo desapontada. Uma cena de faca na liga com socos e pontapés é sempre espectáculo fora do normal e quem pode aproveita qualquer distracção nos dias que correm. Sobretudo das que são à borla.

Uma "senhora" que vinha na rua a puxar um saco de rodas disse alto:
- "É só fumaça! Gastaram o combustível todo nos preliminares e já não chegou depósito  para os finalmentes! Frouxos!"

Lembram-se do velho Almirante Pinheiro de Azevedo, aos gritos no Terreiro do Paço?
-"Granadas?! Não Senhor! É só Fumaça! Calma que o  Povo é sereno! O Povo é sereno!"

Devo dizer que foi o que me veio logo à cabeça... aquela cena "macaca" dos idos de Abril, quando os sobressaltos do PREC levavam a isso e a coisas piores, como o caso do cerco à Assembleia da República. A 12 de Novembro de 1975, uma grande manifestação de operários da construção civil, algumas dezenas de milhares, cerca o Palácio de São Bento, em Lisboa, onde se reunia a Assembleia Constituinte. O cerco dura dois dias.
Nessa altura o mesmo personagem (Pinheiro de Azevedo) cunhou mais uma das suas frases lapidares que ficaram para a história da Revolução, respondendo aos operários que o apelidavam de "fascista"::
-"Bardamerda para o fascista! Chateia-me estar sequestrado! Não gosto e pronto! Bardamerda!"

Mesmo naquelas situações complicadas , com a lembrança da PIDE ainda bem viva, o Povo foi mesmo "sereno" como dizia o outro... Porque é que agora se admite que possa ser outra coisa diferente?

Vem tudo isto à baila para comentar aquela história da PSP e do SIED andarem "infiltrados" nem sei por onde, mas suspeito que seja nos Sindicatos, esses antros de comunas e socialistas que já deviam ter sido ilegalizados pela Troika, e talvez também nas Associações de Estudantes, poços de iniquidade e tabancas de terroristas...

Essa "infiltração" terá por objectivo controlar e prever as manifestações de massas que se esperam face às medidas de austeridade. As autoridades, a quem nunca deve faltar a cerveja e o pão (já aqui tivémos essa conversa que metia a Guarda Pretoriana do estertor dos Césares, lembram-se?) estariam então prontas para actuar em antecipação, dando ordem de prisão aos principais "cabecilhas" desta perigosa marginalidade organizada.

Mal comparado, tal como os SEALS fizeram na operação que liquidou Ossama Bin Laden...

Haja santa paciência! Tenham é o bom senso de acarinhar os Sindicatos, a CGTP e a UGT, porque manif que seja por elas organizada já se sabe que será ordeira e cumpridora da lei.

Será possível o medo (por parte do poder) ser já tanto que obriga a estes extremos ridículos? Isso sim, é preocupante pela insegurança e ansiedade que revela por parte de quem nos governa. Se têm medo
comprem um cão...

Alguém conhece um bom cão que se ofereça ao Dr Passos Coelho e ao seu Ministro Miguel Macedo? Pode até ser um Yorkshire Terrier, que face à dimensão extraordinária do "perigo" já daria para os sossegar... E assim nos deixariam em Paz.

Anda Bobby que já enganámos mais um.