quinta-feira, março 02, 2006

A Importância da Língua - Reflexão à Moda de Salvador Dali

Começo por destacar um Post da nossa Amiga Gracinda, o qual dá uma interessante resposta ao Amigo A.Acc.Campos:

E tem razão caro Director, convença essa gente que escrever sobre papel é lindo e depois, lamber um selo português, dos mais bonitos do mundo... dá cá um gozo!

Gracinda

Agora é que ficaste lixado Einstein!

Mas vamos então falar sobre a Importância da Lingua, distinguindo aqui três tipos principais de Línguas:

a) A Língua de Vaca (ou de Porco)

b) A Língua dos Homens e das Mulheres

c) A Língua Portuguesa (que pode ser má, boa ou muito boa, falada ou escrita)

a) Destas todas evidentemente que destaco a Língua de Vaca. Primeiro por ser hoje em dia muito rara, atendendo à epidemia de Loucura que terá atingido o contingente bovino na última década. Depois porque é um pitéu de primeira escolha, bem estufada com cebolinhas, chalotas, alho e cenouras e acompanhada com batatas novas pequenas.

Bons Restaurantes onde às vezes se encontra este petisco, embora transvestido de Língua de Porco pelos motivos que já sabem:

A Pescaria - Do lado de lá da Estação da CP do Cais do Sodré, mesmo oposto ao mais mediático "Vírgula".

O Muni - Na Rua dos Correeiros, um abencerragem de bem servir comida caseira na Baixa, com um toque galego.

O Poleiro - Na Rua de Entrecampos bem perto do que já foi a sede da PT Prime. Também uma casa notável de boa cozinha portuguesa (embora pequena).

b) Quanto à Língua dos Homens e das Mulheres, no seu significado anatómico, serve para muitas coisas sendo que algumas dão mais gozo do que outras: Lamber um Selo (o cerne deste Post) , Estimular (à moda de motor de arranque a frio) diversas partes do Corpo Humano, Plataforma para colocar o comprimido antes de o engolir, Lubrificante para os Bigodes (ou Buço) do próprio (a) desde que seja treinada para lá chegar, e até... para Falar!!

Sem Língua não há discurso, nem Bom nem Mau...

Mas, sobretudo, a Língua possui papilas gustativas que nos permitem obter impressões inolvidáveis de uma grande refeição ou de um grande vinho, abrindo desta forma aos comensais as portas para um mundo de sensações e de refinamento que nos estaria vedado se não houvesse Língua. Tremo só de pensar nisso... (nisso e no resto).

c) A Língua enquanto veículo de Cultura Escrita ou Falada também é obviamente importante, embora menos do que nas duas vertentes anteriormente citadas.
Ressalvo talvez a Má Língua, passatempo nacional e mediático a que qualquer Português se entrega desde muito cedo (quase que sem saber ainda falar).

Somos (como Povo) naturalmente dotados para esta aplicação da Língua. Há até quem defenda que devemos alguma notoriedade no campo das letras (Camões, Fernando Pessoa, Saramago, Eça, etc...) ao regular exercício da Má Língua desde tenra idade.

No caso de Camões - mais estudado - parece que treinava a "lira" e a Língua das formas mais diversas. Por Exemplo a sua Dinamene mais não seria do que a articulação (com a Língua de outro modo ocupada) da frase "Divina Filomena!", contraída para "Di(h)ina Mena" de onde resultou "Dinamene".

Um comentário:

Anônimo disse...

Este blogue devia chamar-se "O Correio-Morfe", em derivação directa e salivante do verbo morfar, calão para o acto concreto de dar à mandíbula com gosto e alguma sofreguidão ansiosa. Descontrolada, mesmo.

Caramba! Só se pensa em comer por aqui?