Há situações onde o sentimento se sobrepôe à análise fria dos acontecimentos e onde fala mais forte o coração do que a razão.
Está neste caso o Grande Vinho Alentejano Cruz Miranda 2001 do qual faço aqui - ao mesmo tempo - o panegírico e o obituário.
Daí as palavras de abertura...
Não haverá tão depressa outro Cruz Miranda (ou Herdade das Cêpas) já que o seu proprietário João Cruz Miranda faleceu pouco tempo depois do seu vinho ter sido premiado com a Talha de Ouro pela Confraria dos Enófilos do Alentejo. E logo na "Viagem inaugural" o que me parece ser inédito.
Fizeram-se apenas 3500 garrafas deste Vinho Excelente, e foi Mestre Virgílio Loureiro (lembram-se dos grandes vinhos do Dão que ele faz na sua Quinta dos Roques?) que foi o Arquitecto desta aventura alentejana.
A casta utilizada foi Alfrocheiro Preto (!!!) uma casta típica do Dão mas da qual foi encontrado (por milagre) um pequeno talhão no Baixo Alentejo - Mora, na Herdade das Cêpas.
É este um vinho denso, de cor negra retinta, com sabores a baunilha e chocolate e "pós-boca" notável. Tem um grau alcóol proibitivo para estes dias que correm (15 graus!) mas a sua estrutura é tão impressionante em termos de taninos que não se dá pelo Grau.
Não admira que quando começou a ser provado por especialistas, um deles (também produtor e engarrafador em Estremoz) quis ali logo comprar a produção inteira! Ainda bem - para nós - que não o deixaram.
Não sei onde estará hoje à venda, mas as garrafas que comprei custaram-me € 75 na garrafeira
do El Corte Inglês e menos do que isso (há volta de 60€) num restaurante de um Amigo meu - Meson Andaluz no Cascais Shopping - que me dispensou uma caixa aos preços a que o terá adquirido.
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