sexta-feira, novembro 11, 2005

A Resposta sobre "Política de Emissões"

Vou tratar de duas vertentes separadamente:

a) A questão do número de selos por taxa\selo que é emitido.

b) A questão da escolha dos Temas e sua influência Política


Começo por dizer que a Filatelia só existe enquanto houver necessidade de utilizar selo para a Postagem. No momento em que deixarmos de utilizar selos nas cartas, a Filatelia (tal como a conhecemos) acabou.

Da tiragem de 250 000 exemplares de cada taxa, cerca de 50 000 são enviados para as Estações, para cumprirem o serviço postal para que foram criados desde 1853 e os restantes são objecto de comercialização filatélica.

Só nesta frase estará já implícito um primeiro "atropelo" ao estatuto do Selo (Decreto-lei 360\85).

Os selos, de acordo com aquele decreto-lei, devem ser emitidos nas necessidades do consumo postal. Todavia, o Decreto-Lei tem já 20 anos e foi "copiado" de outro diploma legal de 1949 (se não me engano). O Mundo mudou tanto desde então que não me parece estarmos a cometer dislates de vulto nesta interpretação "mais liberal" que damos ao Estatuto do Selo.

Concordo, contudo, que este antigo diploma deveria ser revisto e sê-lo-á em breve.

Porque razão fazemos sempre a mesma quantidade de selos independentemente da taxa? Resposta: Entre outros motivos que explico a seguir, também para ganhar dinheiro que nos permita manter acesa a vertente institucional da Filatelia, subsidiando a FPF e os Clubes.

Está correcto do ponto de vista da utilização postal efectiva?
Resposta: Não está assim tão incorrecto... Basta pensar que apenas 6\7% da correspondência circulada é hoje efectivamente selada. Assim, posso admitir que os 50 000 selos que vão para as Estações de cada taxa mais "pesada" em valor estão disponíveis teoricamente para selar os objectos Internacionais ou de outros escalões de peso para além da Base. Nesse aspecto não têm tiragens especulativas.

Dito isto, e aqui para nós que ninguém nos ouve, eu até gosto que uma ou outra Emissão esgote de vez em quando... Dá mais charme à Filatelia de Portugal e aumenta-lhe o valor nos mercados secundários!


b) Política Geral dos Governos e Política de Emissões Filatélicas

Sempre existiram influências entre estes dois mundos. Felizmente têm sido poucas e mesmo essas nunca deram origem a escândalos que pusessem em causa o bom nome da Filatelia Portuguesa.

É óbvio que o início de funções de qualquer Governo\Conselho é mais propício a "entusiasmos" , mas tal situação tem sempre tendência a diminuir de tom passado algum tempo. Também nos compete a nós, que estamos há muitos anos neste negócio, alertar para eventuais desvios do espírito dos lançamentos das Emissões.

E pronto!

Espero que tenha podido responder...

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