Comecemos pelo princípio: o Princípio não é, neste caso, o Verbo, mas sim a Mítica Quinta da Passarela, perto de Silgueiros. Esta Quinta tem a fama (não sabemos se verdadeira) das suas uvas terem entrado no Blend que Mestre Nicolau de Almeida da Casa Ferreira utilizou para criar o Barca Velha no Douro (esta heresia, repito, não está confirmada...).
Contudo, apenas o simples facto de ser mencionada nestas circunstâncias basta para percebermos até que ponto os entendidos respeitavam e ainda respeitam a qualidade da matéria prima da Passarela.
Juntemos agora a essa Quinta outra de grande nomeada e que tem produzido dos melhores vinhos actuais do Dão, nas mãos experientes do seu Proprietário - Álvaro de Castro: a Quinta da Pellada.
Apenas com uvas Alfrocheiro, Roriz e Touriga Nacional fez Álvaro de Castro , com uvas das duas Quintas referidas , o Dão PAPE 2002.
É um Grande vinho do Dão, elegantíssimo, com cor profunda vermelho escura mas não a correr para o preto, como agora é moda noutros vinhos famosos, e tem estrutura e taninos suficientes mas que não "esmagam" o provador. Nem precisa do alcoól (tem 13º) para se aguentar muito bem com qualquer prato de caça ou assado no forno.
Será, enfim, na aparência e arquitectura, um tipo de vinho que nos faz lembrar um belíssimo "Borgonha".
Que pena só se terem feito 3500 garrafas...
Com um preço muito equilibrado - custou-me cerca de 30€ na Feira de vinhos do Continente - é este sem dúvida um Dão que não envergonha o grande Engº Vilhena e as maravilhas que fazia quotidianamente no Centro de Estudos Vitivinícolas de Nelas - catedral do Dão - de que foi Director emérito por larguíssimos anos.
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