Ontem foi o que se viu...Muitas bolsas europeias - até Frankfurt! - a virem por aí abaixo. Lisboa então teve o pior desempenho desde Abril... Caíu quase 5%! E tudo por causa do receio da contaminação da "doença" da dívida soberana a Itália...
Em Milão o tombo também foi enorme, levando "Il Cavallieri" Berluscone a tomar medidas para impedir a transacção desenfreada de títulos em bolsa.
O que se passou mesmo? Foram os investidores, com receio que o "papel" que tinham nas mãos valesse apenas isso (papel de embrulho) e vai daí tentaram ganhar alguma coisa pondo à venda tudo o que tinham, a qualquer preço.
Assim (dizem) terá começado a sexta feira negra de Wall Street em 1929...
Se um desses Países maiores, como a Espanha ou a Itália, são apanhados nas malhas deste "imbroglio" tenho muito receio do que possa acontecer. Não me parece que exista dinheiro suficiente na Europa para fazer o respectivo resgate.
Bem sei - e quem não sabia dantes agora também sabe - que isto de "viver acima das nossas possibilidades" não é apenas problema luso, nem sequer Europeu. Ontem, por exemplo, soube-se que a Itália já tinha o déficit da sua Dívida Pública em 130% do PIB. Mas nos USA deve ser hoje superior a 115%. Em Singapura estaremos pelos 105%. E no Japão mais de 220% (!!) ... Em Portugal deve andar pelos 98%.
Mas só aqui na Europa é que o assunto parece ser perigoso, pelos vistos.
Para além dos montes e vales, depois dos oceanos, um sorriso amarelo espreita esta gente ocidental decadente: A China , com um déficit na Dívida Pública de apenas 19% do seu PIB, deve estar a gozar com estas dificuldades, e a aguardar o seu tempo para tomar conta do resto do mundo.
Nota: Se o Déficit da Dívida Pública em termos de percentagem do PIB fosse um indicador único válido e garantido para medir a "saúde" das nações e o "bem estar" dos seus Povos, então Países como Moçambique e o BanglaDesh, com indíces de cerca de 40%, seriam muito "melhores para viver" do que Japão e Singapura... Quem acredita nisso??!!
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Um comentário:
O Japão tem um déficit de 220% do seu PIB, mas essa "dívida" é toda japonesa. Aliás, a poupança japonesa permite comprar a totalidade da dívida do país, e parte da dos EUA. Assim, quando o estado japonês paga os juros, os ienes ficam no Japão e não saiem do país. No caso italiano, idem. Cerca de 80% da dívida do estado italiano é doméstica.
E esse é o grande problema. Se a dívida do estado português fosse essencialmente doméstica, não teríamos que chamar a troika. Isso e claro, a criação de riqueza para pagar os juros.
Afinal, já nos idos anos de 1890, o país foi à banca rota exactamente pela mesma razão. Não aprendemos nada.
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