Não acreditam? Então imaginem o Sr Francisco Leitão (aka "Rei Ghob" ) menos parolo e mais erudito, com dinheiro para gastar de uma actividade de empresário free-lancer, treinado nos neo-nazis e com as ligações perigosas que tinha o "outro", o louro Sr Breivik..
Não será a mesma coisa? Porque o Sr. Breivik matou 93 ou 98 (ou os que ainda se vierem a descobrir) e o Sr Leitão é apenas acusado de ter morto 6? E, não tendo sido ainda julgado, tem a presunção da inocência? E porque o "drive" da matança à portuguesa foi o sexo enquanto que a ânsia que levou o Sr, Breivik a assassinar tudo o que lhe apareceu à frente terá sido ideologicamente mais "pura", uma "fé satânica" ?
Pois é. Tudo isso será verdade. Mas ao fim e ao cabo, quando os pais de umas e de outras vítimas tiverem que chorar os filhos e filhas ( aqui em Portugal, como sabem, ainda não apareceram os cadáveres) ver-se-á como tanto as lágrimas amargas de portugueses e de norugueses terão a mesma composição de água e sal.
O chamado "lobo solitário" é na gíria das forças anti-terroristas o maior pesadelo que lhes pode aparecer pela frente. Obviamente porque - actuando sempre sozinho - não deixa pontas do novelo de fora e ainda porque actuar " a solo" impede que se utilizem as mais eficazes formas actuais de controlo do terrorismo, como são as escutas telefónicas. Se não tem cúmplices porque raio utilizaria o telefone ?
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Bem sei que o "homem\besta" era treinado, pertencia a um clube de tiro, era amante da caça e tinha um passado de militante fascista... Mas isso, por si só e por muito que custe a todos os nossos liberais, nunca seria factor determinante para o que se passou.
E porque raio não se matou ele depois de concluída a "tarefa" lá na ilha?
O que me parece que este Sr Breivik deseja é exposição mediática. Tal como um fanático religioso dos séculos passados, pretende "dar testemunho" da sua fé obscena a todos os "gentios", utilizando para tal a televisão e a InterNet.
Não tendo (infelizmente) a sua vida sido interrompida lá na mesma ilha onde tanto "trabalhou", o mínimo que as autoridades norueguesas podiam fazer agora era julgá-lo à porta fechada e sem qualquer pinta de voyeurismo mediático. Não lhe darem essa satisfação de se sentir "mártir" de uma causa revoltante e inumana já seria alguma retribuição para a enormidade daquilo que cometeu.
A loucura pode explicar um atentado com bomba e , logo de seguida, uma perseguição individual a 97 garotos e garotas, matando-os a tiro, um a um, olhos nos olhos? Como quem está a matar uma praga de baratas nalguma cozinha? Acções perfeitamente racionais no seu diabólico planeamento e execução... Como se se tratasse de uma operação num teatro de guerra?
Não sei. Mas se não foi insanidade mental o que será que foi? As implicações das alternativas metem medo. É que mesmo nas câmaras de gáz de Auschwitz os verdugos nazis não personalizavam desta forma a morte que davam aos tristes.
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