O sempre lembrado nosso amigo, Dr Chambel, do Clube de Vinhos e do Fórum Prior do Crato, que de vinhos percebia tudo ou quase tudo, sempre me disse que "fazer um bom vinho com 13,5º ou 14º não é assim tão difícil, desde que Deus Nosso Senhor ajude com o solzinho a tempo e horas. O complicado é fazer um grande vinho de 12º ou de 12,5º..."
Não tenho competência enológica para saber se é verdade ou mentira tal informação , mas aquilo que posso e devo dizer (como cliente tenho esse direito) é que o álcool a mais faz perder odores (bouquet) e frescura tanto a brancos como a tintos, e não importa que sejam servidos "mais frios" como agora está de moda. A frescura a que me refiro não é só temperatura, mas também a apreciação do palato e da língua, aquilo a que o meu sogro, lá na Beira Alta e depois de mais de 40 vindimas lhe passarem pelo "estreito" , dizia que era o " ...correr do vinho. Há vinhos que correm melhor do que outros".
Obviamente que estas qualidades da "leveza", da "frescura" têm sobretudo a ver com o Verão. Portanto muita gente estará segura que se trata de características dos Brancos - dos Alvarinhos, dos Bicais,dos Arintos ou Rabo de Ovelha, e mesmo assim nem tanto dos Encruzados ou dos Antão Vaz.
E haverá leitores que me queiram dizer qualquer coisa como "Vinho tinto quer-se alcoólico, para Homens! Quem não gostar que beba Água-Pé ou Rosé..."
Então e os vinhos de Pinot Noir da Borgonha, ou os Valpolicello de Itália? E, aqui em Portugal, os grandes Dão de 12º ou de 12,5º do Centro de Estudos de Nelas? Vão lá comprar à porta do CEVN que não se arrependerão, nem pelo preço nem muito menos pela alta qualidade. E os do Alentejo "simples" , feitos em cuba , como da Adega Cooperativa do Redondo, ou da Vidigueira Vila de Frades ? Todos muito bons e razoáveis em álcool...
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