Vasco Pulido Valente utiliza (e bem) esta frase do nosso título na sua crónica de hoje. Na sua forma de ver a actual situação existem em Portugal uns homenzinhos que se juntam secretamente desde 75 para decidir quem governa, e como. Isto do "como" já não é bem necessário estudar, uma vez que, desde o 25 de Abril, os Partidos do arco do poder acabaram por ganhar experiência que é suficiente para levar a cabo o seu objectivo fundamental.
Desenvolver o País? Modernizar as infra-estruturas anquilosadas? Qualificar a população trabalhadora? Aumentar a produtividade?
Não amigos leitores. O que os Partidos da alternância de Estado almejam acima de tudo (com sucesso absoluto até hoje, diga-se) é simplesmente "perpetuarem-se no poder".
O Poder do Governo permite criar clientelas fiéis, permite repovoar de ondas da mesma cor Institutos e Empresas Públicas, permite, em suma, criar um colchão de alta densidade que proteja os Governantes (actuais e próximos, sejam de que Partido forem) das ansiedades ligadas às tarefas mesquinhas de procurar trabalho e de o manter com esforço próprio e dedicação.
Dada a proximidade entre as intenções de voto nos tais Partidos PS e PSD, sonham já alguns que o Doutor Cavaco irá, no 6 de Junho, escolher a seu belo prazer o iluminado que "pastoreará os indígenas" durante os tempos que se aproximam.
Não será o Povo a escolher - se PS e PSD chegarem ao fim encostados assim um ao outro a escolha popular vai-se pelo cano. Será um Senhor Doutor eleito por voto directo, o Sr Presidente da República, a fazer a escolha por nós.
Arrepia-me a ideia? Sim. Arrepiava-me à mesma se lá estivesse sentado em Belém o Dr. Jorge Sampaio? Por estranho que pareça, Sim também.
De facto sinto que há algo de obsceno no facto de tantos e tanta coisa dependerem das decisões de um só.
Mesmo se, tal como meu mestre VPV afirma, é irrelevante para o País, desde há 35 anos, ser PS ou PSD a tomarem as rédeas do Poder.
As teias que a Democracia tece. Pobre "gado".
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