Nesta pré-campanha metem-se os pés pelas mãos a todas as horas do santo dia.
O PSD vem agora apresentar um Programa de Governo "mais papista que o Papa", lembrando a célebre frase atribuída ao Beato JPII, quando um dos seus Cardeais o chateava quanto a algumas regras mais canónicas que ele por vezes escolhia ignorar:
-"Saiba V. Eminência que eu, apesar de Papa, também não deixo de ser católico..."
Passos Coelho, em cima disso pede ainda a Maioria Absoluta, recusa integrar Governos com o PS (reparem bem, não é apenas com o actual lider) e ontem à noite, quase que chamou "Pau de Cabeleira" ao seu aliado presuntivo Paulo Portas...
Aqui para nós, e como as coisas das sondagens vão andando, não vá é o mesmo Paulo Portas daqui a uns dias chamar-lhe a ele Pau de Cabeleira.
O Engº José Sócrates deseja dar a ideia de "conhecimento dos dossiers e da governação, defesa do Estado Social e dos mais fracos, etc..."
Por aí acho eu também que deve ele ir, embora seja difícil explicar como se deixou enrolar nesta tramóia que nos tramou a todos alguém com a sua "experiência e conhecimento dos dossiers..."
O Bloco parece que teve um Congresso (a que chamou outra coisa). Esquisito foi o que por lá se passou, mas trata-se do Bloco, faz parte do seu ADN alguma loucura inerente .
E o Tio Jerónimo? Em grande continua a arregimentar as suas hostes. É dele a grande frase da semana que passou:
-"O Programa do PSD não é mais do que um anexo ao Programa da Troika"
Neste enquadramento aqui deixo Poema, uns dias atrasado. De facto, temos todos que ter Paciência...
Paciência, um Sofrimento Voluntário
Tu és, ó Paciência, um sofrimento
Voluntário, fiel, bem ordenado,
Da conhecida sem razão tirado,
De um constante varão nobre ornamento.
Tu, recolhendo n'alma o pensamento,
Suportas com valor o Tempo irado.
Tu sustentas, com ânimo esforçado,
Todo o peso do mal, no bem atento.
Magnânima tu és, tu és Constância,
Cedro que não derruba a tempestade,
Rocha, onde a fúria quebra o mar com ânsia.
Tu triunfas da mesma Adversidade.
Subjugando as paixões co'a Tolerância,
Tu vences os ardis da vil Maldade.
Francisco Joaquim Bingre, in 'Sonetos'
Biografia por cortesia de Wikipedia: Francisco Joaquim Bingre, poeta arcádico e pré-romântico português, nasceu em Canelas, Estarreja no dia 9 de Julho de 1763, filho de Manuel Fernandes natural da mesma freguesia e de Ana Maria Clara Hebinger, natural de Viena de Áustria. Famoso em vida na sociedade portuguesa, hoje quem é que o conhece fora dos círculos académicos especializados?
Ainda em vida foi sócio da Academia de Belas Letras também conhecida como a Nova Arcádia de Lisboa onde assinou sob o pseudónimo arcádico de Francélio Vouguense. A par do espírito do seu tempo, foi sob a influência do pré-romantismo que Bingre compôs uma vasta obra, distribuída por sonetos, odes, sátiras, madrigais, farsas, elegias, fábulas cançonetas, epístolas, hinos, etc. Dos colegas literários recebeu o cognome de "Cisne do Vouga". O poeta José Agostinho de Macedo, que viveu no seu tempo, dele dizia ser "... Bom Poeta e Judicioso Homem, a qual capacidade natural supre naturalmente todos os estudos..."
A sua obra foi pela primeira vez coligida numa edição crítica da professora Vanda Anastácio, sendo impressa em seis volumes (2000-2005) pela Editora Lello & Irmão.
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