Parece que o povo - a populaça, os pobres tristes, os proletários (ainda se usará esta palavra antiga?), os deserdados, os pata-na-lama, os soldados da infantaria ( e por aqui acabo) - deste País estranho tiveram ultimamente ordem de soltura para (e cito, parafraseando os Candidatos):
" Dar Largas à Sua Indignação!!"
Indignem-se Carago! Mas com o quê? Com os cortes nos salários se forem funcionários? Com a falta de apoios à Escola Privada? Com os aumentos das Vacinas (Inaudito!!)? Com o aumento do IVA? Com o aumento do Pãozinho de Deus Nosso Senhor? Com quê afinal? Com tudo o que se tem passado nesta Casa nos últimos anos talvez.
Por mim daria mas era azo à maior das indignaçóes contra "os desconhecidos" que puseram o meu País de Tanga... E ao mesmo tempo um processozinho em Tribunal contra os mesmos...
Ou não serão assim tão desconhecidos? Adiante.
Falei ontem à tarde com um colega da Faculdade que me disse estar a ser já estudada a redução em 20% dos subsídios de Férias e de Natal para o Sector Empresarial do Estado, e deve haver alguma coisa de verdade nisto, já que hoje se soube que a CGD estava a preparar o corte de 20% no subsídio de férias já! A todos os seus trabalhadores, em antecipação do que por aí virá.
Eu gostava de saber quais foram os crimes cometidos pelos Trabalhadores do Sector Empresarial do Estado para estarem agora a ser os Bodes Expiatórios desta Crise. Recebiam mais do que os outros , na Privada? Em termos médios, NÃO. Roubaram? Não mais do que a Média Nacional...Mataram? Alguns casos poderá ter havido, mas sempre dentro das médias nacionais para o evento...Foram eles, pelo seus gastos desenfreados e recurso odioso aos empréstimos ao consumo que provocaram a ganância dos Bancos? Olhem que não meus Senhores. Olhem que não...
Então porquê?
Resposta: porque são os únicos onde o Sr Governo pode ainda chegar com o pau.
Temos pois instituída a maior das poucas-vergonhas : bato neste que está mais à mão porque o pau que tenho não tem comprimento para chegar aos outros...Mesmo que quem mereça esteja fora do alcance e quem apanha esteja inocente.
Assim devia fazer o professor primário salazarento, nos anos 50, para "ter mão" na Turma. Assim deviam fazer os Pides para "desencorajar" os arrufos de liberdade da "malta estudantil". Assim devia fazer o cobarde do Marido marialva, sopesando o cinto afivelado logo que chegava a casa ("Bate todos os dias na tua Mulher. Se não sabes tu porquê , saberá ela...").
Nos dias da Resistência chamávamos a estes comportamentos "OPRESSÃO"
De facto parece que ainda hoje umas porradas dadas a eito impressionam sempre quem as vê e impôem respeito ao resto da Tribo. Se morre algum inocente, são os tais "efeitos colaterais".
Triste País este, onde uma classe foi escolhida para capacho dos mesmos senhores que se acomodaram no passado recente a todas as mordomias e abriram com cortesia e alegremente as portas a esta Crise.
Mas... vem aí o voto. Não se esqueçam disso. Nunca se esqueçam disso.
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Um comentário:
Li, gostei de ler e assino por baixo.
Só ressaltaria um aspecto que o amigo Raul não refere... E porque dar a todo o sectror público o mesmo tratamento? Sabemos que há Empresas deste sector bem geridas e outras menos bem. Sabemos que há algumas que necessitam do Orçamento de Estado. Sabemos que há outras que contribuem positivamente para o mesmo. Sabemos que há trabalhadores que tiveram os vencimentos congelados estes últimos (muitos) anos. Sabemos que há outros que tiveram regularmente a actualização anual da ordem. Porque "meter tudo na mesma panela"? O princípio eventualmente a seguir (eventualmente porque na minha óptica o vencimento deveria ser intocável) deveria ter sido tratar de igual forma o que é igual. Pelo que disse há desigualdades enormes, o que indicia claramente um tratamento descriminatório e por conseguinte anti-constitucional.
As pessoas organizaram a sua vida para aquela receita. Porque carga d'agua vão ter de a reorganizar (se puderem...) por culpa de alguém que não eles e que todos sabemos quem são?
Para onde caminhará este torrão à beira mar plantado?
JA
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