Um dos nossos leitores contou-me uma história singular sobre um policia a fugir de um transeunte, se não a correr pelo menos em passo apressado, só para que não o incomodassem com alguma eventual queixa, durante a feira de S. Pedro de Penaferrim (Sintra) de um destes Domingos (costuma ser ao 2º e 4º Domingo de cada mês, no Largo D. Fernando II).
Pelo menos assin parecia o episódio a quem lá estava....
O referido episódio parece caricato: Em vez do ladrão andar a fugir à Policia, lá vai o Sr Guarda a fugir ao cidadão, para não ter mais problemas na sua vida pacata e cinzenta...
Alguns amigos que estão nas forças da Lei e da Ordem sorriram a contragosto, e não acharam muita graça quando lhes contei o caso. Parece que muitos dos guardas uniformizados- sobretudo os mais antigos - não têm preparação, armamento nem formação para tratar de assuntos mais complexos. E quando se sabe que alguns deles eram perfeitos amanuenses nas diversas esquadras, antes de terem sido postos nas ruas para "tapar buracos", melhor compreendemos - a ser verdade - que outros casos aconteçam como o relatado.
Existe a noção errada que a marginalidade e o crime são fenómenos de agora. Isso não é verdade.
A organização dos gangs pode ter melhorado (Máfias de leste, treinados militarmente, etc...), a intensidade dos crimes pode ser maior, mas não se esqueçam que durante os anos 60 e 70 muitas organizações políticas extremistas bem armadas utilizavam já o roubo e a extorsão como forma de se financiarem (LUAR, FP's...)
Depois do 25 de Abril, muitas armas de guerra estavam em posse dos marginais, não tendo a polícia normal mais nada para se lhes opor do que a velha Walter regulamentar, às vezes tão velha que ninguém sabia bem se dispararia... Quem se lembra disto hoje?
No meu tempo de garoto, o Sr Guarda Virgílio guardava zelosamente as ruas das grandes casas do Estoril (Comandante Gourinho,Sr.Fausto de Figueiredo, Conde de Barcelona, etc...) , ufanando-se que "naquelas ruas não havia ladroagem!!", De facto ali não havia, mas duas ou três ruas abaixo já não lhe dizia respeito. Nem ele lá ia.
Também na Av. Duquesa de Palmela, nos tempos áureos do Palm Beach (anos 60), era usual a presença da polícia ser mais que evidente, sobretudo ao lado da porta da célebre discoteca do Jet Set onde Manuel da Luz Afonso entrava, escoltado pela Guarda , para verificar se Eusébio e algum dos seus pares não estariam por ali a divertir-se à noite em vez de estarem em estágio da Selecção...
(E Eusébio a fugir pela Praia, protegido por empregados e clientes, saltando por uma das janelas da cave...)
O que não impedia que, sempre no Concelho de Cascais mas mais lá para cima, para o lado do Alazão e do Camões das Lamejinhas (casas abertas toda a noite) não houvesse trolha noite sim, noite sim, tendo algumas delas ficado "famosas"... Com cerco do COPCON, tiroteio que fervia e tudo a "que tínhamos direito". Pensavam que era só em Chicago?...
Dissuasão pela simples presença da Polícia é importante, sem dúvida. Mas Polícia convincente, bem treinada e bem equipada é o que todos precisamos.
Mesmo os ladrões, que assim teriam eles próprios que treinar mais a ...corrida. Só benefícios para a respectiva saúde.
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