Lembro-me cada vez mais ultimamente do meu bom Amigo Faouzi Belhassen , Director de Relações Internacionais dos Correios da Tunísia, e da forma como ele e a Direcção Geral dos Correios Tunisinos - Sr. Mohamed Basly - organizaram o Fórum da UPU do ano passado.
A hospitalidade árabe-mediterrânica na seu melhor... Desde a recepção à saída do avião, sem passar pela alfândega, até à disponibilização de uma viatura com motorista dedicado para todos os dias da estadia... E acabando com uma limusina a levar-nos directamente à carlinga do outro avião, o do regresso, sem que ninguém se atevesse a pedir a bagagem - pouco ou muito aumentada - para a vistoriar.
O mesmo só me tinha acontecido há longos anos, no Brasil , quando era Presidente da ECT o Coronel Botto de Barros (depois Director da Secretaria Geral da UPU),o grande amigo do General Figueiredo que governou com pulso de ferro a ECT Brasil até ao advento da democracia.
O Coronel Botto de Barros, que era considerado um dos maiores "pecuaristas" da América do Sul, e que quando lhe perguntei com espanto de garoto recém-chegado a estas lides:
- "Quantas Vacas é que o Sr Coronel possui?"
Respondeu com bonomia:
- " Filho, vaca eu nem conto. Boi-macho tem mais de mil..."
Como cada Touro cobria em redor de 30 vacas, façam as contas...
Pois com os últimos desenvolvimentos - primeiro na Tunísia e agora no Egipto (que se lixe o acordo ortográfico!!) - lembrei-me inevitavelmente das conversas que tive com os colegas europeus sobre como seria muito difícil, para não dizer impossível, fazer uma recepção idêntica à que tivémos em Tunes aqui na nossa Europa democrática.
Impedir os colegas de passarem pela Alfândega? Convencer os nossos presidentes (dos Correios) a abrirem a bolsa para disponibilizarem viaturas com motorista a todos os chefes de delegação ? Argumentar com o SEF que , à saída dos congressistas , era "bar aberto" ? Impossível!
Tudo isto é (foi...) possível num regime autoritário onde o Correio era uma Empresa Pública de Bandeira, gerida por amigos (ou até familiares!!) dos Governantes.
Nas democracias ocidentais a recepção aos colegas visitantes sempre se fez à medida da bonomia e hospitalidade de cada anfitrião. E sempre dentro da Lei, que assume nesses locais o papel do mandão ditador. Por exemplo, e sendo eu como sou, acho que aqui de Portugal ninguém se pode queixar...Mas, pelo contrário, outros locais onde estive em trabalho já não primavam pela "generosidade".. Alemanha, Suiça...
Podemos encontrar quase que uma regra matemática sobre estas coisas dos níveis das "recepções": Mais quentes de Norte para Sul, seguindo o clima, e mais calorosas quanto mais pequeno o País ou menos habituado a estas "altas-rodas". De facto os nossos colegas mais "cool" ( em tudo, até no clima e nas afeições) costumam dizer que existe um certo "provincianismo" nestas coisas de receber muito bem quem nos visita.
Mas mesmo no frio há excepções! Nas Repúblicas que se libertaram do Império Soviético somos ainda tratados como reis... (O povo é que se pode e deve queixar). Em Baku, na República do Azerbeijão, situada nas margens do Cáspio, o meu Colega dos Correios locais recebe a "malta" com tigelas de Caviar e Vodka aos baldes... Mas quem arranja pretextos para ali se deslocar (a não ser mesmo o Caviar)?
Do Egipto moderno conheço pouco. Da civilização egípcia sempre fui admirador e estudioso, mas não é a mesma coisa...Mas por norma e dedicação sempre gritarei a favor dos pobres e dos oprimidos. Que maravilha ver chegar a moderna democracia ao velho Nilo!!
Mas preservem o Património! Protejam as Antiguidades! lembrem-se do que se passou no Museu de Bagdad...
Tomem lá cuidado com as velhas múmias malta! Olhem que o Ramses II, dito "O Grande" (1279AC-1213 AC), ainda se chateia com o barulho que lhe estão a fazer à porta e pode vir cá para fora pedir satisfações! E - aí ao lado - já o vi com melhor aspecto...
Não viram o filme? Depois não se queixem!
Imhotep! Imhotep!...
segunda-feira, janeiro 31, 2011
sexta-feira, janeiro 28, 2011
Para Descansar a Vista
De Fiama, grande poetisa às vezes injustamente esquecida, aqui vos trago dois poemas. Fiama faleceu com 69 anos, em 2007, depois de uma vida dedicada às letras.
Estreou-se como autora com Em Cada Pedra Um Voo Imóvel (1957), obra que lhe valeu o Prémio Adolfo Casais Monteiro. Ganha notoriedade no meio literário com a revista/movimento Poesia 61, em que publica o texto «Morfismos». É considerada como uma das mais importantes escritoras do movimento que revolucionou a poesia nos anos 60. Foi premiada em 1996 com o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores. O seu livro Cenas Vivas foi distinguido em 2001 com o prémio literário do P.E.N. Clube Português.
A sua actividade no teatro iniciou-se com um estágio, em 1964, no Teatro Experimental do Porto e com a frequência de um seminário de teatro de Adolfo Gutkin na Fundação Calouste Gulbenkian, em 1970. Em 1974, foi um dos fundadores do Grupo Teatro Hoje, sendo a sua primeira encenadora com Marina Pineda, de Federico García Lorca. Em 1961 recebeu o Prémio Revelação de Teatro, pela obra Os Chapéus de Chuva. É autora de várias peças de teatro.
Traduziu obras de língua alemã, de língua inglesa e de língua francesa, de John Updike, Bertold Brecht, Antonin Artaud, Novalis e Anton Tchekov, entre outros.
Colaborou em publicações como Seara Nova, Cadernos do Meio-Dia, Brotéria, Revista Vértice, Plano, Colóquio-Letras, Hífen, Relâmpago e A Phala.
Um Dia
Um só dia
entre poetas e poemas
e nada soube
das caras que dormem
no lago de Kivu.
Um só dia
a compor palavras cheias de sentido
e todavia alheias a hora.
Nesse dia guardo na cova da bocaa minha obsessão sem gritos
por essas formas que flutuam,
formas que caminham,
formas que jazem.
E nos restantes dias
quer pense , quer grite,
nada posso.
Imagem Minha
Ficas a ler comprazida diante das rosas
silhueta que vislumbrei compus e reanimei.
Tinhas o perfil marcado cruamente pela luz,
as mãos claras no colo, os cabelos despojados
do brilho das cabeleiras soltas, mas juvenis
e sacudidos no início da tarde com alegria.
As páginas balouçavam do mesmo modo que as rosas
porque ao começar a tarde nos dias de Verão
brisas e vapores estendem-se desde o mar
até às margens floridas.
No teu banco
adornado por festões de rosas trepadeiras
afastas os olhos do livro não absorta
mas para sempre atraída por inúmeras imagens.
Fiama Hasse Pais Brandão, in "Três Rostos - Poemas Revistos"
Estreou-se como autora com Em Cada Pedra Um Voo Imóvel (1957), obra que lhe valeu o Prémio Adolfo Casais Monteiro. Ganha notoriedade no meio literário com a revista/movimento Poesia 61, em que publica o texto «Morfismos». É considerada como uma das mais importantes escritoras do movimento que revolucionou a poesia nos anos 60. Foi premiada em 1996 com o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores. O seu livro Cenas Vivas foi distinguido em 2001 com o prémio literário do P.E.N. Clube Português.
A sua actividade no teatro iniciou-se com um estágio, em 1964, no Teatro Experimental do Porto e com a frequência de um seminário de teatro de Adolfo Gutkin na Fundação Calouste Gulbenkian, em 1970. Em 1974, foi um dos fundadores do Grupo Teatro Hoje, sendo a sua primeira encenadora com Marina Pineda, de Federico García Lorca. Em 1961 recebeu o Prémio Revelação de Teatro, pela obra Os Chapéus de Chuva. É autora de várias peças de teatro.
Traduziu obras de língua alemã, de língua inglesa e de língua francesa, de John Updike, Bertold Brecht, Antonin Artaud, Novalis e Anton Tchekov, entre outros.
Colaborou em publicações como Seara Nova, Cadernos do Meio-Dia, Brotéria, Revista Vértice, Plano, Colóquio-Letras, Hífen, Relâmpago e A Phala.
Um Dia
Um só dia
entre poetas e poemas
e nada soube
das caras que dormem
no lago de Kivu.
Um só dia
a compor palavras cheias de sentido
e todavia alheias a hora.
Nesse dia guardo na cova da boca
por essas formas que flutuam,
formas que caminham,
formas que jazem.
E nos restantes dias
quer pense , quer grite,
nada posso.
Imagem Minha
Ficas a ler comprazida diante das rosas
silhueta que vislumbrei compus e reanimei.
Tinhas o perfil marcado cruamente pela luz,
as mãos claras no colo, os cabelos despojados
do brilho das cabeleiras soltas, mas juvenis
e sacudidos no início da tarde com alegria.
As páginas balouçavam do mesmo modo que as rosas
porque ao começar a tarde nos dias de Verão
brisas e vapores estendem-se desde o mar
até às margens floridas.
No teu banco
adornado por festões de rosas trepadeiras
afastas os olhos do livro não absorta
mas para sempre atraída por inúmeras imagens.
Fiama Hasse Pais Brandão, in "Três Rostos - Poemas Revistos"
quinta-feira, janeiro 27, 2011
Bronca com os Cartões já começou a fazer Vítimas...
O Director Geral da Administração Interna e o Director da Administração Eleitoral, Paulo Machado e Jorge Miguéis, apresentaram ontem as suas cartas de renúncia por causa do impedimento de votação que sucedeu Domingo passado, a detentores de Cartão do Cidadão a quem tinham sido alteradas as Mesas de Voto.
O Ministro Rui Pereira e o Secretário de Estado da Justiça, José Magalhães, esperam pela conclusão de um Inquérito ao caso, o qual estará terminado dentro de 2 semanas.
A Oposição, em bloco, esfrega as mãos e exige a demissão de Rui Pereira (pelo menos..)
O Comentário que se pode fazer a estas tristes ocorrências tem a ver com uma simples constatação - que tanto vale para aqui como para todos os outros locais do Sector Empresarial do Estado onde impera agora a cultura do miserabilismo:
" O Barato sai caro. Na escolha de Fornecedores, entidades parceiras para assessoria ou seja lá no que for... Quem vai ao Alfaiate mais barato e compra a fazenda mais em conta, arrisca-se a que se rasgue o cú das calças a primeira vez que se baixar para apanhar a esferográfica..."
O Ministro Rui Pereira e o Secretário de Estado da Justiça, José Magalhães, esperam pela conclusão de um Inquérito ao caso, o qual estará terminado dentro de 2 semanas.
A Oposição, em bloco, esfrega as mãos e exige a demissão de Rui Pereira (pelo menos..)
O Comentário que se pode fazer a estas tristes ocorrências tem a ver com uma simples constatação - que tanto vale para aqui como para todos os outros locais do Sector Empresarial do Estado onde impera agora a cultura do miserabilismo:
" O Barato sai caro. Na escolha de Fornecedores, entidades parceiras para assessoria ou seja lá no que for... Quem vai ao Alfaiate mais barato e compra a fazenda mais em conta, arrisca-se a que se rasgue o cú das calças a primeira vez que se baixar para apanhar a esferográfica..."
quarta-feira, janeiro 26, 2011
BIBI manifesta-se Relapso...
Ontem à noite, numa estranhíssima entrevista dada à Revista Fócus e que foi passada na SIC, Carlos Silvino negou o que disse em Tribunal e (agora) jura e trejura pela inocência dos condenados... A maioria dos quais, aliás, nem conheceria a não ser em circunstâncias sociais de há muitos anos atrás...
Segundo parece, o BIBI estaria "drogado" pela água lá da Judiciária, ou do DIAP ou lá onde foi que lhe deram água... E Mentiu comovido pela dor que via nas crianças\vítimas...
O que dizer?
Para mim algumas ilacções devemos tirar:
- Nunca aceitar copos de água de estranhos (beba-se antes vinho, está provado que é mais difícil de drogar).
- Logo que concluídas as alegações e dada a sentença, o melhor seria fazer desaparecer as testemunhas, para não complicarem mais os assuntos. Na falta do Tarrafal (já tem outro dono) parece que ainda temos as Selvagens, lá perto do "Jardinismo militante". Ponham-se os impetrantes a dar de comer às focas . E vice-versa se derem muitas chatices.
- Em alternativa, utilizar a técnica científica do Prof. Egas Moniz e fazer uma lobotomiazita (ou duas) às mesmas testemunhas. Claro que no caso vertente não seria necessário, pois o procedimento deve ter sido executado logo à nascença.
Mas que paródia de Julgamento! Tem sido tão bom que muita genta já afia a faca à espera de mais umas cenas dos próximos capítulos...
Tenham Juízo! Se puderem.
Segundo parece, o BIBI estaria "drogado" pela água lá da Judiciária, ou do DIAP ou lá onde foi que lhe deram água... E Mentiu comovido pela dor que via nas crianças\vítimas...
O que dizer?
Para mim algumas ilacções devemos tirar:
- Nunca aceitar copos de água de estranhos (beba-se antes vinho, está provado que é mais difícil de drogar).
- Logo que concluídas as alegações e dada a sentença, o melhor seria fazer desaparecer as testemunhas, para não complicarem mais os assuntos. Na falta do Tarrafal (já tem outro dono) parece que ainda temos as Selvagens, lá perto do "Jardinismo militante". Ponham-se os impetrantes a dar de comer às focas . E vice-versa se derem muitas chatices.
- Em alternativa, utilizar a técnica científica do Prof. Egas Moniz e fazer uma lobotomiazita (ou duas) às mesmas testemunhas. Claro que no caso vertente não seria necessário, pois o procedimento deve ter sido executado logo à nascença.
Mas que paródia de Julgamento! Tem sido tão bom que muita genta já afia a faca à espera de mais umas cenas dos próximos capítulos...
Tenham Juízo! Se puderem.
terça-feira, janeiro 25, 2011
Com a sua habitual Pertinácia, Maigret comenta
Excelente conselho: ler. Ainda por cima, pode-se ler à borla. Basta ums inscrição (gratuita, saliente-se) na biblioteca municipal da área de residência. Não sei como é noutras localidades, mas eu, por exemplo, inscrevi-me recentemente numa das bibliotecas municipais de Lisboa. Tenho acesso a todas as bibliotecas municipais da cidade, posso requisitar livros numa e entregá-los noutra, posso pedir numa um livro existente noutra e ir lá buscá-lo passados alguns dias, o catálogo online funciona bem, o atendimento é competente e simpático, enfim, uma maravilha! A sério! Há coisas que ainda funcionam neste país!
Inscrevi-me na biblioteca porque queria ler os policiais de Andrea Camilleri, um autor siciliano, que criou a personagem Salvo Montalbano, comissário de polícia na imaginária cidade de Vigàta, província de Montelusa, que não é mais que a terra natal do escritor, Porto Empedocle, província de Agrigento, Sicília. O nome do "colega" Montalbano é uma homenagem a Manuel Vasquèz Montalbán, de quem Camilleri era admirador e amigo. Montalbano, para fazer jus ao homenageado, é também gastrónomo, com uma particular predilecção por pratos de peixe típicos da Sicília. E da leitura das aventuras de Montalbano, muita coisa se aprende sobre a gastronomia siciliana. E não, não se come só pasta e pizza.
Inscrevi-me na biblioteca porque queria ler os policiais de Andrea Camilleri, um autor siciliano, que criou a personagem Salvo Montalbano, comissário de polícia na imaginária cidade de Vigàta, província de Montelusa, que não é mais que a terra natal do escritor, Porto Empedocle, província de Agrigento, Sicília. O nome do "colega" Montalbano é uma homenagem a Manuel Vasquèz Montalbán, de quem Camilleri era admirador e amigo. Montalbano, para fazer jus ao homenageado, é também gastrónomo, com uma particular predilecção por pratos de peixe típicos da Sicília. E da leitura das aventuras de Montalbano, muita coisa se aprende sobre a gastronomia siciliana. E não, não se come só pasta e pizza.
Remédio Anti-Crise
Remédio, remédio, daqueles como os antibióticos? Isso não tenho...Nem sei se haverá... Talvez esteja escondido nos cofres do BPN...
(Tás Parvo ou fazes-te? Pôrra que agora não se pode falar nisso!! Adiante antes que o Homem tome posse ...Outra vez...)
Pronto, nos cofres do BPP.
Mas tenho um placebo, uma distracção que nos pode fazer esquecer um pouco a tristeza que nos veio aos olhos ( a muitos, mesmo a muitos portugueses) quando viram pela primeira vez o Boletim dos Vencimentos de Janeiro.
Também não se trata de "Dar de beber à Dor" , estratégia antiga , bastas vezes seguida nos tempos idos e grande inimiga das entranhas próprias e das faces alheias (da mulher e dos filhos).
Comer até rebentar tem os seus defensores nestas alturas complicadas. Gente que inventou a "comida de conforto", os guisadinhos apurados, os empadões apetitosos, o chocolate quente antes de deitar com umas fatiazinhas de Pão de Ló com queijo da serra, os arrozes carolinos das nossas avós, bem tostados no forno com o "marreco" cadáver divinamente assado a deixar-lhes cair por cima os seus sucos vitais, a açorda de sável com as ovas do dito, a lampreiazinha rescendente, o Cabrito das nossas escarpas, bem assado e acolitado...
(Tenho que parar porque já molhei o PC com saliva e ainda só são 7 e tal da manhã e hoje é um dia complicado para mim...)
Mas então, se não se trata de beber, nem de comer o que é que este gajo nos vai aconselhar? Umas Ganzas? Uns fumos na planta sagrada?
Também não Amigos Leitores!
(Interrompo aqui para dizer que foi uma grande maldade terem extripado dos jardins do meu ISCTE uma dessas plantinhas - a bem dizer já parecia mais uma carvalha - que ali se encontrava há mais de 15 anos plantada, uma pessoa de família quase! Exageros e abusos da Autoridade que não sabe reconhecer uma piada e invejas dos bufos da direita que nunca foram convidados para o "convívio" da Associação Académica!)
O que lhes recomendo é que ...Leiam! Leiam Muito e Leiam bem.
Pela leitura partimos deste mundo irreal e cinzento e vamos ao encontro de outras paragens.
Há tanta coisa que merece a pena ler que até me arrepio de dar aqui umas dicas... Mas aqui vao 6 ou 7, para nos disporem bem:
Decameron (Bocaccio); Twelfth Night (Shakespeare); D. Quixote (Cervantes); O Avarento (Moliére); O Fidalgo Aprendiz (D. Francisco Manuel de Melo); Manifesto Anti-Dantas (Almada); Um Amor Feliz (David Mourão-Ferreira).
E vejam como gozam!!
Nota: mesmo assim e não obstante tudo o que ficou dito, convêm terem o estômagozinho confortado antes de se porem a ler... Nem que seja com uma bucha e um fanico de queijo...
(Tás Parvo ou fazes-te? Pôrra que agora não se pode falar nisso!! Adiante antes que o Homem tome posse ...Outra vez...)
Pronto, nos cofres do BPP.
Mas tenho um placebo, uma distracção que nos pode fazer esquecer um pouco a tristeza que nos veio aos olhos ( a muitos, mesmo a muitos portugueses) quando viram pela primeira vez o Boletim dos Vencimentos de Janeiro.
Também não se trata de "Dar de beber à Dor" , estratégia antiga , bastas vezes seguida nos tempos idos e grande inimiga das entranhas próprias e das faces alheias (da mulher e dos filhos).
Comer até rebentar tem os seus defensores nestas alturas complicadas. Gente que inventou a "comida de conforto", os guisadinhos apurados, os empadões apetitosos, o chocolate quente antes de deitar com umas fatiazinhas de Pão de Ló com queijo da serra, os arrozes carolinos das nossas avós, bem tostados no forno com o "marreco" cadáver divinamente assado a deixar-lhes cair por cima os seus sucos vitais, a açorda de sável com as ovas do dito, a lampreiazinha rescendente, o Cabrito das nossas escarpas, bem assado e acolitado...
(Tenho que parar porque já molhei o PC com saliva e ainda só são 7 e tal da manhã e hoje é um dia complicado para mim...)
Mas então, se não se trata de beber, nem de comer o que é que este gajo nos vai aconselhar? Umas Ganzas? Uns fumos na planta sagrada?
Também não Amigos Leitores!
(Interrompo aqui para dizer que foi uma grande maldade terem extripado dos jardins do meu ISCTE uma dessas plantinhas - a bem dizer já parecia mais uma carvalha - que ali se encontrava há mais de 15 anos plantada, uma pessoa de família quase! Exageros e abusos da Autoridade que não sabe reconhecer uma piada e invejas dos bufos da direita que nunca foram convidados para o "convívio" da Associação Académica!)
O que lhes recomendo é que ...Leiam! Leiam Muito e Leiam bem.
Pela leitura partimos deste mundo irreal e cinzento e vamos ao encontro de outras paragens.
Há tanta coisa que merece a pena ler que até me arrepio de dar aqui umas dicas... Mas aqui vao 6 ou 7, para nos disporem bem:
Decameron (Bocaccio); Twelfth Night (Shakespeare); D. Quixote (Cervantes); O Avarento (Moliére); O Fidalgo Aprendiz (D. Francisco Manuel de Melo); Manifesto Anti-Dantas (Almada); Um Amor Feliz (David Mourão-Ferreira).
E vejam como gozam!!
Nota: mesmo assim e não obstante tudo o que ficou dito, convêm terem o estômagozinho confortado antes de se porem a ler... Nem que seja com uma bucha e um fanico de queijo...
segunda-feira, janeiro 24, 2011
Sondagem para as Legislativas
A SIC fez durante19, 20 e 21 de Janeiro uma Sondagem para as Legislativas, coincidindo assim com o período de mais relevância das Presidenciais.
Os curiosos resultados foram os seguintes:
PSD --------------------------- --37,4%
PS -------------------------------30,3%
CDS\PP - ------------------------9,6%
BE -------------------------------9,3%
CDU -----------------------------8,4%
Não Sabem\Não Respondem ------ 22,4%
PSD ganha sem a maioria absoluta. PSD e CDS , juntos, têm menos do que Cavaco Silva obteve ontem e não ultrapassam a Esquerda toda.
O PS - apesar do Governo - mantêm-se estranhamente na luta, apenas a 7,1% do PSD.
Nota-se que Manuel Alegre ficou muito abaixo dos votos do PS ontem. A sombra do velho patriarca Mário ainda manda qualquer coisa?
Por fim, Fernando Nobre e Manuel Alegre, juntos, fizeram nas Presidenciais quase o mesmo que o PS aqui.
Como interpretar? Muitos verão nestas percentagens um balão de oxigénio para o clâ Sócrates. Eu nem por isso.
Eu digo: mude o PS a liderança que fará de novo frente, com armas iguais, ao PSD. Escolham alguém que os "Nobres" conjuntamente apoiem. Alguém muito "Seguro" está claro!
Resultados Finais
Cavaco Silva ------- 52,91%
Manuel Alegre ----- 19,75%
Fernando Nobre --- 14,12%
Francisco Lopes ---- 7,15%
Manuel Coelho ----- 4,5%
Defensor de Moura - 1,57%
Abstenção ---------- 52,5% (Recorde Absoluto em Presidenciais)
As grandes novidades são sem dúvida Fernando Nobre e Manuel Coelho, pela positiva, e Manuel Alegre pela negativa.
Os comentadores de serviço dirão melhor do que eu, mas Alegre sofreu no corpo o apoio do Governo. Um Governo em que os portugueses já não se revêem.
O Discurso de Vitória do Presidente actual e futuro foi acutilante e magoado. Não se adivinham bons tempos para a convivência entre Belém e S. Bento...
CDS\PP já o disse. Adivinha-se no discurso de Paulo Portas a ânsia de um Ministério...
Pedro Passos Coelho foi mais prudente, de acordo com a sua forma de estar na política, mas poucos duvidarão que o Poder já lhe acena, piscando-lhe o olho a fazer charme.
Parabéns têm que se dar aos dois outsiders, Nobre e Coelho. Para ter em atenção nas próximas acções políticas? Alberto João Jardim que se cuide...
Francisco Lopes fez o mínimo que se lhe exigia e Defensor de Moura passou pela Campanha com a virtude de chamar os bois pelo nome. Quem mais teria essa coragem?
Manuel Alegre ----- 19,75%
Fernando Nobre --- 14,12%
Francisco Lopes ---- 7,15%
Manuel Coelho ----- 4,5%
Defensor de Moura - 1,57%
Abstenção ---------- 52,5% (Recorde Absoluto em Presidenciais)
As grandes novidades são sem dúvida Fernando Nobre e Manuel Coelho, pela positiva, e Manuel Alegre pela negativa.
Os comentadores de serviço dirão melhor do que eu, mas Alegre sofreu no corpo o apoio do Governo. Um Governo em que os portugueses já não se revêem.
O Discurso de Vitória do Presidente actual e futuro foi acutilante e magoado. Não se adivinham bons tempos para a convivência entre Belém e S. Bento...
CDS\PP já o disse. Adivinha-se no discurso de Paulo Portas a ânsia de um Ministério...
Pedro Passos Coelho foi mais prudente, de acordo com a sua forma de estar na política, mas poucos duvidarão que o Poder já lhe acena, piscando-lhe o olho a fazer charme.
Parabéns têm que se dar aos dois outsiders, Nobre e Coelho. Para ter em atenção nas próximas acções políticas? Alberto João Jardim que se cuide...
Francisco Lopes fez o mínimo que se lhe exigia e Defensor de Moura passou pela Campanha com a virtude de chamar os bois pelo nome. Quem mais teria essa coragem?
domingo, janeiro 23, 2011
As Primeiras Previsões
As Televisões e os Blogs especializados antecipam os Resultados:
Cavaco Silva ---------Entre 51% e 56% - REELEITO
Manuel Alegre ------- Entre 17% e 21% - Mau resultado
Fernando Nobre ------Entre 12% e 16,5% - Muito Bom resultado
Francisco Lopes ------Entre 5% e 9% - O resultado esperado
Defensor Moura ------Entre 1% e 3% - Ninguém esperaria mais
José Manuel Coelho --Entre 2% e 5% - E Olé!!
Comentário: Para além da esperada Vitória à primeira volta, já aqui e em muitos lados anunciada, do Doutor Cavaco Silva, ressalvo o seguinte:
a) Decepção de Manuel Alegre. Obviamente levou com o opróbio de ter sido apoiado por um Governo em desgraça...Já aqui o tinha dito. O mal não foi do candidato, mas sim da Crise onde o País foi levado a cair.
b) Muito boa prestação de Fernando Nobre! Não será apenas (embora mereça reflexão, por aquilo em que este actual PS se tornou) o "regresso do Velho Senhor Mário" , mas talvez mais uma votação contra os Partidos e o sistema.
c) E o Coelho a sair da cartola!! Muito boa prestação do anarquista militante, bem reveladora de algum (muito) mal estar dos cidadãos contra o status quo podre.
Cavaco Silva ---------Entre 51% e 56% - REELEITO
Manuel Alegre ------- Entre 17% e 21% - Mau resultado
Fernando Nobre ------Entre 12% e 16,5% - Muito Bom resultado
Francisco Lopes ------Entre 5% e 9% - O resultado esperado
Defensor Moura ------Entre 1% e 3% - Ninguém esperaria mais
José Manuel Coelho --Entre 2% e 5% - E Olé!!
Comentário: Para além da esperada Vitória à primeira volta, já aqui e em muitos lados anunciada, do Doutor Cavaco Silva, ressalvo o seguinte:
a) Decepção de Manuel Alegre. Obviamente levou com o opróbio de ter sido apoiado por um Governo em desgraça...Já aqui o tinha dito. O mal não foi do candidato, mas sim da Crise onde o País foi levado a cair.
b) Muito boa prestação de Fernando Nobre! Não será apenas (embora mereça reflexão, por aquilo em que este actual PS se tornou) o "regresso do Velho Senhor Mário" , mas talvez mais uma votação contra os Partidos e o sistema.
c) E o Coelho a sair da cartola!! Muito boa prestação do anarquista militante, bem reveladora de algum (muito) mal estar dos cidadãos contra o status quo podre.
Resultados Eleitorais 2
Em 2001 Jorge Sampaio foi reeleito com uma abstenção de 50,3%...
Nisto agarraram já os Cavaquistas, antecipando a eleição do actual Presidente à Primeira Volta (o que se espera saber dentro em pouco) na tentativa de validar e confirmar a respectiva "entronização".
Nada a dizer : Cavaco ganha e passa à Primeira. A Abstenção é a maior de sempre, até porque os 50,3% do tempo de Sampaio (onde a abstenção técnica seria na altura quase 10%) são bem menos do que os 52% ou 53% de hoje, com abstenção técnica (má qualidade dos cadernos eleitorais) agora na média da Europa (2% a 3%)...
O que importa agora saber é a posição relativa dos "Segundos" - Manuel Alegre, Fernando Nobre, Francisco Lopes. Por esta ordem (parece que sim) mas qual a diferença entre eles? E qual a diferença para o Primeiro?
Já falta pouco para saber.
Nisto agarraram já os Cavaquistas, antecipando a eleição do actual Presidente à Primeira Volta (o que se espera saber dentro em pouco) na tentativa de validar e confirmar a respectiva "entronização".
Nada a dizer : Cavaco ganha e passa à Primeira. A Abstenção é a maior de sempre, até porque os 50,3% do tempo de Sampaio (onde a abstenção técnica seria na altura quase 10%) são bem menos do que os 52% ou 53% de hoje, com abstenção técnica (má qualidade dos cadernos eleitorais) agora na média da Europa (2% a 3%)...
O que importa agora saber é a posição relativa dos "Segundos" - Manuel Alegre, Fernando Nobre, Francisco Lopes. Por esta ordem (parece que sim) mas qual a diferença entre eles? E qual a diferença para o Primeiro?
Já falta pouco para saber.
O Resultado das Presidenciais 1
Estamos à beira de saber os resultados. O que se sabe mesmo já é a grande Abstenção, estimada em mais de 50%...
Os comentadores (entre eles António Costa Pinto) criticam algumas sondagens "manhosas" feitas de propósito com intuitos de provocar tendências do eleitorado. Vem à cabeça a da Marktest... Uma Vergonha para os profissionais do ramo.
Não porque tenha sido feita mal, pelo contrário!! Foi profissionalmente bem feita para ter as reacções que se esperavam. Quem a pagou?
Uma Paródia...
Os comentadores (entre eles António Costa Pinto) criticam algumas sondagens "manhosas" feitas de propósito com intuitos de provocar tendências do eleitorado. Vem à cabeça a da Marktest... Uma Vergonha para os profissionais do ramo.
Não porque tenha sido feita mal, pelo contrário!! Foi profissionalmente bem feita para ter as reacções que se esperavam. Quem a pagou?
Outra coisa de que muitos se queixam: a paródia do Cartão do Cidadão e da sua utilização para identificar os eleitores... Parece que para os eleitores a utilização única do Cartão de Cidadão não permite a respectiva identificação rápida nas listas dos cadernos eleitorais... E os contactos via Telefone ou via Net que se tentaram fazer para esclarecer deram com os sistemas "Bloqueados"... Resultado: muita malta chegou a um local de voto para ver que o seu nome pertencia a outro diferente daquele... Uma bela ajuda à desmotivação...
Uma Paródia...
Lampreia na Foz do Tejo!!
Calma que se trata apenas de um comentário do nosso Amigo Ranger sobre a "lampreiada" que comeu com uns Colegas e Amigos ali à beira do Passeio do Báltico, na antiga Expo do Oceanário (não me lembro de ter lá visto lampreias...Lontras sim, mas não é a mesma coisa...).
Aqui vai:
E se te disser que mesmo aqui ao pé do Báltico - SIM na "cantina" dos CTT - comenos hoje uma (várias já que eramos onze e mais dois que "passaram"...) lampreia que estava óptima? Gordinha e com ovas e tudo... e que as vimos "vivinhas da silva"...
E se te disser que o verde tinto fresquinho era do melhor? E que o doce estava muito bom? E que o grogue que levei para a sossega, vindo directamente de Cabo Verde ainda estava melhor? E que só pagamos 25 € cada?
Ficas com "água na boca" não ficas? Eu também ficaria. Vai lá enquanto não esgota o Sr. do Restaurante encomendou dez.... deve haver por uns dias...
Comentário ao Comentário: E como se chama a tal Cantina Hombre??!!
Aqui vai:
E se te disser que mesmo aqui ao pé do Báltico - SIM na "cantina" dos CTT - comenos hoje uma (várias já que eramos onze e mais dois que "passaram"...) lampreia que estava óptima? Gordinha e com ovas e tudo... e que as vimos "vivinhas da silva"...
E se te disser que o verde tinto fresquinho era do melhor? E que o doce estava muito bom? E que o grogue que levei para a sossega, vindo directamente de Cabo Verde ainda estava melhor? E que só pagamos 25 € cada?
Ficas com "água na boca" não ficas? Eu também ficaria. Vai lá enquanto não esgota o Sr. do Restaurante encomendou dez.... deve haver por uns dias...
Comentário ao Comentário: E como se chama a tal Cantina Hombre??!!
sexta-feira, janeiro 21, 2011
Comentário do Amigo Ranger à Crise e ao seu "Bode Expiatório" oficial
Li, gostei de ler e assino por baixo.
Só ressaltaria um aspecto que o amigo Raul não refere... E porque dar a todo o sectror público o mesmo tratamento? Sabemos que há Empresas deste sector bem geridas e outras menos bem. Sabemos que há algumas que necessitam do Orçamento de Estado. Sabemos que há outras que contribuem positivamente para o mesmo. Sabemos que há trabalhadores que tiveram os vencimentos congelados estes últimos (muitos) anos. Sabemos que há outros que tiveram regularmente a actualização anual da ordem. Porque "meter tudo na mesma panela"? O princípio eventualmente a seguir (eventualmente porque na minha óptica o vencimento deveria ser intocável) deveria ter sido tratar de igual forma o que é igual. Pelo que disse há desigualdades enormes, o que indicia claramente um tratamento descriminatório e por conseguinte anti-constitucional.
As pessoas organizaram a sua vida para aquela receita. Porque carga d'agua vão ter de a reorganizar (se puderem...) por culpa de alguém que não eles e que todos sabemos quem são?
Para onde caminhará este torrão à beira mar plantado?
Ranger
Comentário ao Comentário: Palavras sábias e sentimentos honrados...Mas (Infelizmente!) não podemos partir do princípio que as decisões são tomadas por "gente de bem" em prol da grei...São, pelo contrário, decisões tomadas em desespero de causa, por gente mesquinha e cheia de pressa para sacudir a àgua do capote... E, penso com franqueza, gente que neste momento só pensa para com os seus botões " - Que passem rapidamente os próximos 6 anos ou 7 , para ver se se esquecem disto tudo e se tenho direito ao poleiro outra vez"...
Coelho ao Poleiro... Lá dizia o "maluco" do madeirense de cima do seu carro funerário...
Malucos fomos nós! Mas isso é outra história..
Só ressaltaria um aspecto que o amigo Raul não refere... E porque dar a todo o sectror público o mesmo tratamento? Sabemos que há Empresas deste sector bem geridas e outras menos bem. Sabemos que há algumas que necessitam do Orçamento de Estado. Sabemos que há outras que contribuem positivamente para o mesmo. Sabemos que há trabalhadores que tiveram os vencimentos congelados estes últimos (muitos) anos. Sabemos que há outros que tiveram regularmente a actualização anual da ordem. Porque "meter tudo na mesma panela"? O princípio eventualmente a seguir (eventualmente porque na minha óptica o vencimento deveria ser intocável) deveria ter sido tratar de igual forma o que é igual. Pelo que disse há desigualdades enormes, o que indicia claramente um tratamento descriminatório e por conseguinte anti-constitucional.
As pessoas organizaram a sua vida para aquela receita. Porque carga d'agua vão ter de a reorganizar (se puderem...) por culpa de alguém que não eles e que todos sabemos quem são?
Para onde caminhará este torrão à beira mar plantado?
Ranger
Comentário ao Comentário: Palavras sábias e sentimentos honrados...Mas (Infelizmente!) não podemos partir do princípio que as decisões são tomadas por "gente de bem" em prol da grei...São, pelo contrário, decisões tomadas em desespero de causa, por gente mesquinha e cheia de pressa para sacudir a àgua do capote... E, penso com franqueza, gente que neste momento só pensa para com os seus botões " - Que passem rapidamente os próximos 6 anos ou 7 , para ver se se esquecem disto tudo e se tenho direito ao poleiro outra vez"...
Coelho ao Poleiro... Lá dizia o "maluco" do madeirense de cima do seu carro funerário...
Malucos fomos nós! Mas isso é outra história..
Para Descansar a Vista
Dou-vos "Portugal" de meu Mestre Torga.
Não sei porque motivo chamo sempre o grande transmontano à colação antes de umas eleições.... Talvez porque, com Manuel da Fonseca e Aquilino, seja o mais genuínamente português de todos os poetas portugueses, cheirando à terra e ao suor do rosto do cavador de enxada... Desse mesmo imberbe matarruano que deu de comer às Cortes e serviu nas caravelas do Príncipe Perfeito, depois de ter quebrado as costas a plantar para D. Dinis os cavernames dos mesmos navios.
Onde está esse português hoje?
Provavelmente ao balcão de uma pizzaria, num centro comercial, metido na "alegre legião dos 400" (dos 400 mil que ganham 400 euritos e já gozam...)
Portugal
Avivo no teu rosto o rosto que me deste,
E torno mais real o rosto que te dou.
Mostro aos olhos que não te desfigura
Quem te desfigurou.
Criatura da tua criatura,
Serás sempre o que sou.
E eu sou a liberdade dum perfil
Desenhado no mar.
Ondulo e permaneço.
Cavo, remo, imagino,
E descubro na bruma o meu destino
Que de antemão conheço:
Teimoso aventureiro da ilusão,
Surdo às razões do tempo e da fortuna,
Achar sem nunca achar o que procuro,
Exilado
Na gávea do futuro,
Mais alta ainda do que no passado.
Miguel Torga, in 'Diário X'
Não sei porque motivo chamo sempre o grande transmontano à colação antes de umas eleições.... Talvez porque, com Manuel da Fonseca e Aquilino, seja o mais genuínamente português de todos os poetas portugueses, cheirando à terra e ao suor do rosto do cavador de enxada... Desse mesmo imberbe matarruano que deu de comer às Cortes e serviu nas caravelas do Príncipe Perfeito, depois de ter quebrado as costas a plantar para D. Dinis os cavernames dos mesmos navios.
Onde está esse português hoje?
Provavelmente ao balcão de uma pizzaria, num centro comercial, metido na "alegre legião dos 400" (dos 400 mil que ganham 400 euritos e já gozam...)
Portugal
Avivo no teu rosto o rosto que me deste,
E torno mais real o rosto que te dou.
Mostro aos olhos que não te desfigura
Quem te desfigurou.
Criatura da tua criatura,
Serás sempre o que sou.
E eu sou a liberdade dum perfil
Desenhado no mar.
Ondulo e permaneço.
Cavo, remo, imagino,
E descubro na bruma o meu destino
Que de antemão conheço:
Teimoso aventureiro da ilusão,
Surdo às razões do tempo e da fortuna,
Achar sem nunca achar o que procuro,
Exilado
Na gávea do futuro,
Mais alta ainda do que no passado.
Miguel Torga, in 'Diário X'
As Eleições de Domingo
Tudo está decidido e encerrado. Que não seja esta afirmação um estímulo para não aparecerem nas urnas Senhoras e Senhores! Mas de facto acabou a "festa".
Ganha o actual Presidente com grande vantagem (terá entre 52% e 60%) . Manuel Alegre não consegue escapar ao pesado "fardo" de ter sido apoiado pelo Governo de todas as desgraças... Por isso perde e terá menos que nas eleições anteriores. Bem menos. Prevejo que a rondar os 20% (para baixo talvez). Fernando Nobre e Francisco Lopes disputarão a primazia do terceiro lugar do Pódium... Posso afiançar que embora nas sondagens o Nobre - "quase" Nobre Soares :):):) - se aproxime dos 10% e o candidato do PC ronde os 8,5%, talvez haja aqui alguma surpresa durante a noite de Domingo...Uma inversão dos dois papéis. Mas aguardemos.
Por fim, os dois outsiders repartirão 4 pontos percentuais. Nada que estrague a aguarela maior .
Ganha o actual Presidente com grande vantagem (terá entre 52% e 60%) . Manuel Alegre não consegue escapar ao pesado "fardo" de ter sido apoiado pelo Governo de todas as desgraças... Por isso perde e terá menos que nas eleições anteriores. Bem menos. Prevejo que a rondar os 20% (para baixo talvez). Fernando Nobre e Francisco Lopes disputarão a primazia do terceiro lugar do Pódium... Posso afiançar que embora nas sondagens o Nobre - "quase" Nobre Soares :):):) - se aproxime dos 10% e o candidato do PC ronde os 8,5%, talvez haja aqui alguma surpresa durante a noite de Domingo...Uma inversão dos dois papéis. Mas aguardemos.
Por fim, os dois outsiders repartirão 4 pontos percentuais. Nada que estrague a aguarela maior .
O que é um "Sibarita"?
Uma das nossas Leitoras questiona o que será ser "Sibarita"... Já em tempos fiz um post sobre isso.
Pode ir ver sff a 14 Outubro de 2008. E Obrigado por ter passado aqui!
Pode ir ver sff a 14 Outubro de 2008. E Obrigado por ter passado aqui!
quinta-feira, janeiro 20, 2011
O Sommer na Rua da Moeda
Quiseram os fados que eu decidisse fazer esta crónica apenas quando abandonei o local onde se situa o Restaurante em causa e onde trabalhei longos anos. De facto o Restaurante Sommer dá a fachada ao emblemático edifício dos CTT todo cor de rosa , encimado por Torre de Relógio, onde se situava nos tempos idos a Central Telegráfica de Lisboa, sendo depois poiso de muitos outros serviços dos Correios, numa vida de bons e leais serviços torpemente (digo eu) terminada ao fim de mais de 50 anos , em 2003 ou 2004, com o "estranho negócio" Horta e Costa\Manuela Ferreira Leite.
Desde essa altura a respectiva propriedade deixou de ser dos CTT, os quais passaram a pagar ao proprietário uma renda . Renda não, Rendas! Tão grandes eram elas (já que o "negócio" envolveu os principais prédios dos Correios de Lisboa) que a actual Gestão decidiu não ser rentável continuar a pagá-las, motivo pelo qual aqui estamos todos a penar num Edifício "muito moderno" na Zona da Expo...
Mas adiante que ainda choro.
Logo eu, que tive o privilégio de ocupar durante alguns anos o melhor Gabinete da Praça D. Luis. O Gabinete de Canto com varanda e Vista do Tejo, no último andar... Para aí uns 50 m2 de puro deleite.
A decadência é lixada...
Mas vamos lá tocar os bois para a frente que hoje fala-se de comidas!
Mesmo em frente à entrada lateral do tal antigo edifício dos CTT da Praça D. Luis I, à Ribeira, onde ainda existe (Até quando??) a Estação de Correios, situa-se este
Restaurante SOMMER
Rua da Moeda nº 1
1200-275 LISBOA
Telefone - 213 905 558
Diga-se desde já que só o visitei aos almoços, altura onde - crise "oblige" - os pratos não são não tão variados como na lista aí em baixo. De todas as formas entremos por ali dentro que não ficamos mal tratados, de dia ou de noite... Boas mesas, boas cadeiras, panejamentos adequados, bons copos para vinho. Atendimento com sotaque (do Sul , da América e do Leste , da Europa).
Faz-se aqui no Sommer uma cozinha simples mas criativa, com boas matérias-primas e algum cuidado nos empratamentos e na composição. O Dono da Casa tirou o curso de cozinha no Estoril, na mais afamada escola de Hotelaria do país e nota-se bem a sua posterior experiência no Ritz, Bairro Alto Hotel e por aí.
Vejam lá a carta:
Entradas: Creme de couve-flor com queijo da ilha; Salada de pato confitado com figos marinados em vinho do Porto e mescla de alface; Peixinhos da horta em tempura de cerveja com molho tártaro. Pastas; Pastas tagliolini de tinta de choco com camarão, chili e coentros; Linguini com queijo de Serpa, manjericão e nozes torradas. Risotto: Risotto à bulhão pato com camarão; Risotto de beringela, abóbora e tomate em cacho. Risotto de Alheira.
Peixe: Taco de bacalhau meio curado sobre esmagada de batata, tomate e espargos; Lombo de atum com sementes de papoila e legumes asiáticos; tranche de garoupa com batata confitada em azeite de alecrim e escabeche de pimentos.
Carne: Medalhões de foie grás sobre risotto de vinho tinto e echalota assada; Sommer Bitok, Bife do Lombo, Cogumelos, Ovo de Codorniz e Batata Frita - Lombinho de Porco Preto com Mostarda Dijon e Mel, sobre Cous-cous de Chouriço e Grelos.
Sobremesas: Créme Brulé à Sommer ; Tarte de Maçã com Gelado de Caramelo ; Coulant de Chocolate com Amendoim e Sorbet de Limão; Cheese Cake de Maracujá; Mousse de Chocolate com Praliné.
Numa das muitas vezes que lá fui, já em Setembro do ano passado ( e devo confessar que é a única factura que me resta de 2010), 4 católicos comeram:
1 Lombinho de Porco Preto, 2 Tranches de Garoupa, 1 Rosotto de Alheira, 1 mousse de chocolate duas cores, 1 creme brulée, 1 bolinho de Pera e 1 bola de Gelado. 4 cafés.
Beberam-se duas garrafas de Cava Bruto Freixenet, porque os calores de Setembro assim o aconselhavam.
Preço: 84 euros. E tudo estava "supimpa"! Bem feito, e em quantidades adequadas.
Conclusão: Muito Recomendável! Sem pretensões, civilizado e de bom trato!
Nota: Fecha ao Domingo. Na Sexta e no Sábado prolonga o horário de noite, embora a cozinha feche às 23.30h.
Em Complemento a Receita do Risotto de Alheira
(Receita e foto por cortesia do site "Three Fat Ladies"):
Ingredientes:
1 alheira de caça (230 g); 1 chávena de feijão cozido (110 g aprox.); 1 ½ chávena de arroz (230 g aprox.)
½ molho de grelos; 1 cebola; 1 dl vinho branco ;Caldo de legumes q.b. dissolvido em água); Azeite q.b.
1 dl de natas.
Como Fazer: Lavar e escaldar os grelos (depois até pode usar essa água para o caldo do risoto). Tirar a casca à alheira, desfazê-la e passá-la por um pouco de azeite. Numa caçarola, refogar a cebola picada no azeite. Juntar o arroz, deixar dourar. Juntar o vinho e deixar evaporar. Começar a adicionar o caldo de legumes. O caldo deve estar sempre quente, juntando-se ao arroz a pouco e pouco, à medida que vai evaporando. Juntar os grelos e a alheira. Quanto faltarem uns 5 minutos para finalizar a cozedura do arroz (o risoto leva 18 minutos a cozer), juntar o feijão cozido. Finalizar o risoto com as natas. Verificar o sal e temperar com pimenta. Atenção que o risoto deve ficar cremoso.
Desde essa altura a respectiva propriedade deixou de ser dos CTT, os quais passaram a pagar ao proprietário uma renda . Renda não, Rendas! Tão grandes eram elas (já que o "negócio" envolveu os principais prédios dos Correios de Lisboa) que a actual Gestão decidiu não ser rentável continuar a pagá-las, motivo pelo qual aqui estamos todos a penar num Edifício "muito moderno" na Zona da Expo...
Mas adiante que ainda choro.
Logo eu, que tive o privilégio de ocupar durante alguns anos o melhor Gabinete da Praça D. Luis. O Gabinete de Canto com varanda e Vista do Tejo, no último andar... Para aí uns 50 m2 de puro deleite.
A decadência é lixada...
Mas vamos lá tocar os bois para a frente que hoje fala-se de comidas!
Mesmo em frente à entrada lateral do tal antigo edifício dos CTT da Praça D. Luis I, à Ribeira, onde ainda existe (Até quando??) a Estação de Correios, situa-se este
Restaurante SOMMER
Rua da Moeda nº 1
1200-275 LISBOA
Telefone - 213 905 558
Diga-se desde já que só o visitei aos almoços, altura onde - crise "oblige" - os pratos não são não tão variados como na lista aí em baixo. De todas as formas entremos por ali dentro que não ficamos mal tratados, de dia ou de noite... Boas mesas, boas cadeiras, panejamentos adequados, bons copos para vinho. Atendimento com sotaque (do Sul , da América e do Leste , da Europa).
Faz-se aqui no Sommer uma cozinha simples mas criativa, com boas matérias-primas e algum cuidado nos empratamentos e na composição. O Dono da Casa tirou o curso de cozinha no Estoril, na mais afamada escola de Hotelaria do país e nota-se bem a sua posterior experiência no Ritz, Bairro Alto Hotel e por aí.
Vejam lá a carta:
Entradas: Creme de couve-flor com queijo da ilha; Salada de pato confitado com figos marinados em vinho do Porto e mescla de alface; Peixinhos da horta em tempura de cerveja com molho tártaro. Pastas; Pastas tagliolini de tinta de choco com camarão, chili e coentros; Linguini com queijo de Serpa, manjericão e nozes torradas. Risotto: Risotto à bulhão pato com camarão; Risotto de beringela, abóbora e tomate em cacho. Risotto de Alheira.
Peixe: Taco de bacalhau meio curado sobre esmagada de batata, tomate e espargos; Lombo de atum com sementes de papoila e legumes asiáticos; tranche de garoupa com batata confitada em azeite de alecrim e escabeche de pimentos.
Carne: Medalhões de foie grás sobre risotto de vinho tinto e echalota assada; Sommer Bitok, Bife do Lombo, Cogumelos, Ovo de Codorniz e Batata Frita - Lombinho de Porco Preto com Mostarda Dijon e Mel, sobre Cous-cous de Chouriço e Grelos.
Sobremesas: Créme Brulé à Sommer ; Tarte de Maçã com Gelado de Caramelo ; Coulant de Chocolate com Amendoim e Sorbet de Limão; Cheese Cake de Maracujá; Mousse de Chocolate com Praliné.
Numa das muitas vezes que lá fui, já em Setembro do ano passado ( e devo confessar que é a única factura que me resta de 2010), 4 católicos comeram:
1 Lombinho de Porco Preto, 2 Tranches de Garoupa, 1 Rosotto de Alheira, 1 mousse de chocolate duas cores, 1 creme brulée, 1 bolinho de Pera e 1 bola de Gelado. 4 cafés.
Beberam-se duas garrafas de Cava Bruto Freixenet, porque os calores de Setembro assim o aconselhavam.
Preço: 84 euros. E tudo estava "supimpa"! Bem feito, e em quantidades adequadas.
Conclusão: Muito Recomendável! Sem pretensões, civilizado e de bom trato!
Nota: Fecha ao Domingo. Na Sexta e no Sábado prolonga o horário de noite, embora a cozinha feche às 23.30h.
Em Complemento a Receita do Risotto de Alheira
(Receita e foto por cortesia do site "Three Fat Ladies"):
Ingredientes:
1 alheira de caça (230 g); 1 chávena de feijão cozido (110 g aprox.); 1 ½ chávena de arroz (230 g aprox.)
½ molho de grelos; 1 cebola; 1 dl vinho branco ;Caldo de legumes q.b. dissolvido em água); Azeite q.b.
1 dl de natas.
Como Fazer: Lavar e escaldar os grelos (depois até pode usar essa água para o caldo do risoto). Tirar a casca à alheira, desfazê-la e passá-la por um pouco de azeite. Numa caçarola, refogar a cebola picada no azeite. Juntar o arroz, deixar dourar. Juntar o vinho e deixar evaporar. Começar a adicionar o caldo de legumes. O caldo deve estar sempre quente, juntando-se ao arroz a pouco e pouco, à medida que vai evaporando. Juntar os grelos e a alheira. Quanto faltarem uns 5 minutos para finalizar a cozedura do arroz (o risoto leva 18 minutos a cozer), juntar o feijão cozido. Finalizar o risoto com as natas. Verificar o sal e temperar com pimenta. Atenção que o risoto deve ficar cremoso.
Quinta Feira Negra
É a Quinta Feira em que a Função Pública vai sofrer na pele o início das medidas de contenção de Despesas do Estado.
Muitas Empresas do Sector Empresarial do Estado processam os recibos de vencimento entre o dia 20 e o dia 28 de cada mês, mas o Estado paga (ou pagava ) a 20.
Como vão reagir os funcionários afectados (fala-se em mais de 200 000) quando olharem para o papelinho "aparado" pela primeira vez?
Provavelmente não muito bem... E como acham os senhores que serão as consequêcnias nas Eleições Presidenciais do próximo Domingo?
Vou-lhes segredar ao ouvido: nada boas para o candidato apoiado pelo actual Governo...
Parece que foi de propósito para "lixar" a candidatura de Manuel Alegre. Ao menos esperassem para Fevereiro...
Muitas Empresas do Sector Empresarial do Estado processam os recibos de vencimento entre o dia 20 e o dia 28 de cada mês, mas o Estado paga (ou pagava ) a 20.
Como vão reagir os funcionários afectados (fala-se em mais de 200 000) quando olharem para o papelinho "aparado" pela primeira vez?
Provavelmente não muito bem... E como acham os senhores que serão as consequêcnias nas Eleições Presidenciais do próximo Domingo?
Vou-lhes segredar ao ouvido: nada boas para o candidato apoiado pelo actual Governo...
Parece que foi de propósito para "lixar" a candidatura de Manuel Alegre. Ao menos esperassem para Fevereiro...
quarta-feira, janeiro 19, 2011
Sondagens
As Sondagens finais vão por aí aparecer nesta semana de todas as decisões. Em termos científicos as percentagens começariam a estar mais ou menos consolidadas agora, se entendermos que as actuais eleições se comportariam como todas as outras que tratei.
Já saíu a da MARKTESTE, muito favorável a Cavaco Silva (62%); com Alegre muito longe (15%) Fernando Nobre logo atrás (13%). F. Lopes a bater quase nos 3,5% (menos que o PCP) e com o Coelho madeirense a chegar aos 2%... Defensor de Moura quase "desaparecido" , nos 1%. Abstenção a rondar os 35% (muito bom se assim fosse!)
Frase do Dia (de José Manuel Coelho) : " Só preciso que votem em mim os que não vão votar!"
Pois....
Aguardemos pelas outras sondagens.
Por esta, se for verdade a projecção dos resultados, não haveria dúvida que Manuel Alegre teria sido muito "castigado" pela colagem ao Governo e ao PS... O Prof. Doutor Cavaco Silva ganha à Primeira e com a maior limpeza.
Já saíu a da MARKTESTE, muito favorável a Cavaco Silva (62%); com Alegre muito longe (15%) Fernando Nobre logo atrás (13%). F. Lopes a bater quase nos 3,5% (menos que o PCP) e com o Coelho madeirense a chegar aos 2%... Defensor de Moura quase "desaparecido" , nos 1%. Abstenção a rondar os 35% (muito bom se assim fosse!)
Frase do Dia (de José Manuel Coelho) : " Só preciso que votem em mim os que não vão votar!"
Pois....
Aguardemos pelas outras sondagens.
Por esta, se for verdade a projecção dos resultados, não haveria dúvida que Manuel Alegre teria sido muito "castigado" pela colagem ao Governo e ao PS... O Prof. Doutor Cavaco Silva ganha à Primeira e com a maior limpeza.
Não sou Bruxo (mas às vezes...)
As "esquisitas" confrontações de ontem à noite, em frente a S. Bento, entre a PSP e algumas centenas de manifestantes que protestavam contra a diminuição dos salários dão alguma espessura ao Post anterior.
O que nos espera?
O que nos espera?
terça-feira, janeiro 18, 2011
O Direito à Indignação !? (Importa-se de repetir Sr Candidato?)
Parece que o povo - a populaça, os pobres tristes, os proletários (ainda se usará esta palavra antiga?), os deserdados, os pata-na-lama, os soldados da infantaria ( e por aqui acabo) - deste País estranho tiveram ultimamente ordem de soltura para (e cito, parafraseando os Candidatos):
" Dar Largas à Sua Indignação!!"
Indignem-se Carago! Mas com o quê? Com os cortes nos salários se forem funcionários? Com a falta de apoios à Escola Privada? Com os aumentos das Vacinas (Inaudito!!)? Com o aumento do IVA? Com o aumento do Pãozinho de Deus Nosso Senhor? Com quê afinal? Com tudo o que se tem passado nesta Casa nos últimos anos talvez.
Por mim daria mas era azo à maior das indignaçóes contra "os desconhecidos" que puseram o meu País de Tanga... E ao mesmo tempo um processozinho em Tribunal contra os mesmos...
Ou não serão assim tão desconhecidos? Adiante.
Falei ontem à tarde com um colega da Faculdade que me disse estar a ser já estudada a redução em 20% dos subsídios de Férias e de Natal para o Sector Empresarial do Estado, e deve haver alguma coisa de verdade nisto, já que hoje se soube que a CGD estava a preparar o corte de 20% no subsídio de férias já! A todos os seus trabalhadores, em antecipação do que por aí virá.
Eu gostava de saber quais foram os crimes cometidos pelos Trabalhadores do Sector Empresarial do Estado para estarem agora a ser os Bodes Expiatórios desta Crise. Recebiam mais do que os outros , na Privada? Em termos médios, NÃO. Roubaram? Não mais do que a Média Nacional...Mataram? Alguns casos poderá ter havido, mas sempre dentro das médias nacionais para o evento...Foram eles, pelo seus gastos desenfreados e recurso odioso aos empréstimos ao consumo que provocaram a ganância dos Bancos? Olhem que não meus Senhores. Olhem que não...
Então porquê?
Resposta: porque são os únicos onde o Sr Governo pode ainda chegar com o pau.
Temos pois instituída a maior das poucas-vergonhas : bato neste que está mais à mão porque o pau que tenho não tem comprimento para chegar aos outros...Mesmo que quem mereça esteja fora do alcance e quem apanha esteja inocente.
Assim devia fazer o professor primário salazarento, nos anos 50, para "ter mão" na Turma. Assim deviam fazer os Pides para "desencorajar" os arrufos de liberdade da "malta estudantil". Assim devia fazer o cobarde do Marido marialva, sopesando o cinto afivelado logo que chegava a casa ("Bate todos os dias na tua Mulher. Se não sabes tu porquê , saberá ela...").
Nos dias da Resistência chamávamos a estes comportamentos "OPRESSÃO"
De facto parece que ainda hoje umas porradas dadas a eito impressionam sempre quem as vê e impôem respeito ao resto da Tribo. Se morre algum inocente, são os tais "efeitos colaterais".
Triste País este, onde uma classe foi escolhida para capacho dos mesmos senhores que se acomodaram no passado recente a todas as mordomias e abriram com cortesia e alegremente as portas a esta Crise.
Mas... vem aí o voto. Não se esqueçam disso. Nunca se esqueçam disso.
" Dar Largas à Sua Indignação!!"
Indignem-se Carago! Mas com o quê? Com os cortes nos salários se forem funcionários? Com a falta de apoios à Escola Privada? Com os aumentos das Vacinas (Inaudito!!)? Com o aumento do IVA? Com o aumento do Pãozinho de Deus Nosso Senhor? Com quê afinal? Com tudo o que se tem passado nesta Casa nos últimos anos talvez.
Por mim daria mas era azo à maior das indignaçóes contra "os desconhecidos" que puseram o meu País de Tanga... E ao mesmo tempo um processozinho em Tribunal contra os mesmos...
Ou não serão assim tão desconhecidos? Adiante.
Falei ontem à tarde com um colega da Faculdade que me disse estar a ser já estudada a redução em 20% dos subsídios de Férias e de Natal para o Sector Empresarial do Estado, e deve haver alguma coisa de verdade nisto, já que hoje se soube que a CGD estava a preparar o corte de 20% no subsídio de férias já! A todos os seus trabalhadores, em antecipação do que por aí virá.
Eu gostava de saber quais foram os crimes cometidos pelos Trabalhadores do Sector Empresarial do Estado para estarem agora a ser os Bodes Expiatórios desta Crise. Recebiam mais do que os outros , na Privada? Em termos médios, NÃO. Roubaram? Não mais do que a Média Nacional...Mataram? Alguns casos poderá ter havido, mas sempre dentro das médias nacionais para o evento...Foram eles, pelo seus gastos desenfreados e recurso odioso aos empréstimos ao consumo que provocaram a ganância dos Bancos? Olhem que não meus Senhores. Olhem que não...
Então porquê?
Resposta: porque são os únicos onde o Sr Governo pode ainda chegar com o pau.
Temos pois instituída a maior das poucas-vergonhas : bato neste que está mais à mão porque o pau que tenho não tem comprimento para chegar aos outros...Mesmo que quem mereça esteja fora do alcance e quem apanha esteja inocente.
Assim devia fazer o professor primário salazarento, nos anos 50, para "ter mão" na Turma. Assim deviam fazer os Pides para "desencorajar" os arrufos de liberdade da "malta estudantil". Assim devia fazer o cobarde do Marido marialva, sopesando o cinto afivelado logo que chegava a casa ("Bate todos os dias na tua Mulher. Se não sabes tu porquê , saberá ela...").
Nos dias da Resistência chamávamos a estes comportamentos "OPRESSÃO"
De facto parece que ainda hoje umas porradas dadas a eito impressionam sempre quem as vê e impôem respeito ao resto da Tribo. Se morre algum inocente, são os tais "efeitos colaterais".
Triste País este, onde uma classe foi escolhida para capacho dos mesmos senhores que se acomodaram no passado recente a todas as mordomias e abriram com cortesia e alegremente as portas a esta Crise.
Mas... vem aí o voto. Não se esqueçam disso. Nunca se esqueçam disso.
segunda-feira, janeiro 17, 2011
Tachos de Fim de Semana
Neste Sábado fiz um Arroz de Galinha com uma galinha pica no chão, lá da quinta. Juntei umas azeitonas pretas descaroçadas e partidas em quartos na puxadinha antes de introduzir o "carolino" assim como duas salsichas brancas Bratwurst , também elas partidas aos bocadinhos. E resultou bem!
No Domingo parti à descoberta de novos sabores. Tinha deixado de véspera temperados escalopes de porco preto (Montaraz). O tempero foi um pouco diferente do habitual: apenas vinho branco, pimenta, alho e ...mostarda à antiga, com aqueles grãos à mostra. Envolvi os escalopes na mostarda e reguei com o branco, salpicando de alho picadinho e de uns nicos de pimenta moída.
No dia seguinte juntei uma cebola bem picada a mais dois dentes de alho finamente cortados, puxei em azeite do melhor e introduzi uma mão de sal. Com a cebola dourada meti no tacho vários cogumelos pleurotes partidos, meia embalagem de tomate cherry pequeno inteiro, 4 chalotas partidas ao meio e duas embalagens de batatas VitaCress Primor das mais pequenas, depois de bem lavadas, mas mantendo a casca. Deixei apurar mais um pouco. Por fim coloquei por cima os escalopes (bem finos) com a respectiva vinha de alhos e mostarda.
De vez em quando levantava a tampa do velho tacho de ferro e mexia, para que os escalopes ficassem bem passados.
Ao fim de uns 45 minutos estava o guisado pronto a ir para a mesa. E para quem aprecia o sabor acre da mostarda antiga estava de se lhe tirar o chapéu! Com um molho bem grosso que só os míscaros ou os pleurotes permitem fazer, acolitados da boa cebola picada. lá da quinta.
No Domingo parti à descoberta de novos sabores. Tinha deixado de véspera temperados escalopes de porco preto (Montaraz). O tempero foi um pouco diferente do habitual: apenas vinho branco, pimenta, alho e ...mostarda à antiga, com aqueles grãos à mostra. Envolvi os escalopes na mostarda e reguei com o branco, salpicando de alho picadinho e de uns nicos de pimenta moída.
No dia seguinte juntei uma cebola bem picada a mais dois dentes de alho finamente cortados, puxei em azeite do melhor e introduzi uma mão de sal. Com a cebola dourada meti no tacho vários cogumelos pleurotes partidos, meia embalagem de tomate cherry pequeno inteiro, 4 chalotas partidas ao meio e duas embalagens de batatas VitaCress Primor das mais pequenas, depois de bem lavadas, mas mantendo a casca. Deixei apurar mais um pouco. Por fim coloquei por cima os escalopes (bem finos) com a respectiva vinha de alhos e mostarda.
De vez em quando levantava a tampa do velho tacho de ferro e mexia, para que os escalopes ficassem bem passados.
Ao fim de uns 45 minutos estava o guisado pronto a ir para a mesa. E para quem aprecia o sabor acre da mostarda antiga estava de se lhe tirar o chapéu! Com um molho bem grosso que só os míscaros ou os pleurotes permitem fazer, acolitados da boa cebola picada. lá da quinta.
sexta-feira, janeiro 14, 2011
Para Descansar a Vista
De Cesare Pavese, o grande pensador e homem de letras comunista dos anos 40, aqui fica um belíssimo poema. Não sobre a "Disciplina" que aparentemente o titula, mas mais sobre o Devaneio matinal que antecede o trabalho diário, momento que para alguns de nós é tão precioso que deveria ser como a o Sistema Nacional de Saúde do Dr Arnault: Gratuito, Universal e Obrigatório...
A Disciplina
O trabalho começa ao romper do dia. Mas nós começamos, um pouco antes do romper do dia, a reconhecer-nos
nas pessoas que passam na rua.
Ao descobrir os raros
transeuntes, cada um sabe que está sozinho
e que tem sono — perdido no seu próprio sonho,
cada um sabe no entanto que com o dia abrirá os olhos.
Quando a manhã chega, encontra-nos estupefactos
a fixar o trabalho que agora começa.
Mas já não estamos sozinhos e ninguém mais tem sono
e pensamos com calma os pensamentos do dia
até que o sorriso vem.
Com o regresso do sol
estamos todos convencidos.
Mas às vezes um pensamento
menos claro — um esgar — surpreende-nos inesperadamente
e voltamos a olhar para tudo como antes do amanhecer.
A cidade clara assiste aos trabalhos e aos esgares.
Nada pode turvar a manhã.
Tudo pode acontecer e basta levantar a cabeça
do trabalho e olhar.
Rapazes que se escaparam
e que ainda não fazem nada passam na rua
e alguns até correm.
As árvores das avenidas
dão muita sombra e só falta a erva
entre as casas que assistem imóveis.
São tantos
os que à beira-rio se despem ao sol!
A cidade permite-nos levantar a cabeça
para pensar estas coisas,
e sabe tão bem que, em seguida, a baixamos...
Cesare Pavese, in 'Trabalhar Cansa'
Tradução de Carlos Leite
Biografia de Cesare Pavese, cortesia de "ITALICA" (RAI):
The youngest of five children in a lower middle class family of rural origin, Cesare Pavese was born on 9th September 1908 in S. Stefano Belbo (province of Cuneo). His father died when he was six. He went to school in Turin, studying at high school under Augusto Monti, a friend of Piero Gobetti and Antonio Gramsci and a prominent figure in the anti-fascist Turin. He graduated in letters in 1932 with a thesis on Walt Whitman. During the same period he began working as a translator for the publisher Frassinelli, translating Moby Dick by Melville and Dark Laughter by Sherwood Anderson. In 1934 he was appointed editor of the magazine Cultura. In May 1935, he was arrested for political reasons and interned at Brancaleone Calabro. He returned to Turin in 1936 and made his debut the same year with the collection of verses entitled Lavorare stanca (Hard Labour). He took refuge with his sister in Serralunga after 8 September, and at the end of the war joined the Italian Communist Part (PCI). In 1945 he published I dialoghi col compagno in L'Unità, the party's newspaper. His most memorable works include the novels Paesi tuoi (1941), La spiaggia (1942), Il compagno (1947), La casa in collina (House on the Hill) (1948), La bella estate (1949) and La luna e i falò (The Moon and the Bonfires) (1950). He also wrote the unusual Dialoghi con Leucò (Dialogues with Leucò) (1947), the poems of Verrà la morte ed avrà i tuoi occhi (1951) and the diary Il mestiere di vivere (The Business of Living) (1952). Suffering from one of his recurrent fits of depression, Cesare Pavese committed suicide on 27 August 1950 in a hotel in Turin by taking twelve sachets of sleeping drugs.
A Disciplina
O trabalho começa ao romper do dia. Mas nós começamos, um pouco antes do romper do dia, a reconhecer-nos
nas pessoas que passam na rua.
Ao descobrir os raros
transeuntes, cada um sabe que está sozinho
e que tem sono — perdido no seu próprio sonho,
cada um sabe no entanto que com o dia abrirá os olhos.
Quando a manhã chega, encontra-nos estupefactos
a fixar o trabalho que agora começa.
Mas já não estamos sozinhos e ninguém mais tem sono
e pensamos com calma os pensamentos do dia
até que o sorriso vem.
Com o regresso do sol
estamos todos convencidos.
Mas às vezes um pensamento
menos claro — um esgar — surpreende-nos inesperadamente
e voltamos a olhar para tudo como antes do amanhecer.
A cidade clara assiste aos trabalhos e aos esgares.
Nada pode turvar a manhã.
Tudo pode acontecer e basta levantar a cabeça
do trabalho e olhar.
Rapazes que se escaparam
e que ainda não fazem nada passam na rua
e alguns até correm.
As árvores das avenidas
dão muita sombra e só falta a erva
entre as casas que assistem imóveis.
São tantos
os que à beira-rio se despem ao sol!
A cidade permite-nos levantar a cabeça
para pensar estas coisas,
e sabe tão bem que, em seguida, a baixamos...
Cesare Pavese, in 'Trabalhar Cansa'
Tradução de Carlos Leite
Biografia de Cesare Pavese, cortesia de "ITALICA" (RAI):
The youngest of five children in a lower middle class family of rural origin, Cesare Pavese was born on 9th September 1908 in S. Stefano Belbo (province of Cuneo). His father died when he was six. He went to school in Turin, studying at high school under Augusto Monti, a friend of Piero Gobetti and Antonio Gramsci and a prominent figure in the anti-fascist Turin. He graduated in letters in 1932 with a thesis on Walt Whitman. During the same period he began working as a translator for the publisher Frassinelli, translating Moby Dick by Melville and Dark Laughter by Sherwood Anderson. In 1934 he was appointed editor of the magazine Cultura. In May 1935, he was arrested for political reasons and interned at Brancaleone Calabro. He returned to Turin in 1936 and made his debut the same year with the collection of verses entitled Lavorare stanca (Hard Labour). He took refuge with his sister in Serralunga after 8 September, and at the end of the war joined the Italian Communist Part (PCI). In 1945 he published I dialoghi col compagno in L'Unità, the party's newspaper. His most memorable works include the novels Paesi tuoi (1941), La spiaggia (1942), Il compagno (1947), La casa in collina (House on the Hill) (1948), La bella estate (1949) and La luna e i falò (The Moon and the Bonfires) (1950). He also wrote the unusual Dialoghi con Leucò (Dialogues with Leucò) (1947), the poems of Verrà la morte ed avrà i tuoi occhi (1951) and the diary Il mestiere di vivere (The Business of Living) (1952). Suffering from one of his recurrent fits of depression, Cesare Pavese committed suicide on 27 August 1950 in a hotel in Turin by taking twelve sachets of sleeping drugs.
quinta-feira, janeiro 13, 2011
Já viram por aí a bichona??
Calma! A minha bichona é a Lampreia!
Está na hora. A "salivação" - hoje muito na moda política - dos verdadeiros apreciadores já começou a fazer das suas, sobretudo à noite, ensopando os lençóis em reminiscências gratas da sapidez que se desprende dos tachos negros, ajoujados de bom carolino ensopado no sangue da "maldita", que tão bem sabe e tão mal faz aos olhos...
Amigos chegados deram este site, do sempre recomendável Time Out, sobre o Roteiro da Lampreia em Lisboa:
http://timeout.sapo.pt/news.asp?id_news=5101
Vão lá e "instruam-se" Carago! Mas não esqueçam também, em Lisboa e arredores:
Tasca do João; Petisqueira do Rio Lima; Cave Real; Verde Mar; Beira Mar (em Cascais, mas telefonem primeiro!); Cima's (velhinho English Bar).
Ainda não a provei. Quero-a gorda e ovada, lá mais para Março (se conseguir esperar tanto...)
E para os Amigos que fazem companhia aos fiéis, mas a quem horroriza o espectáculo prandeal sanguinário, lembrando-lhes banquetes chineses onde se comem estranhas viandas, haverá sempre um bife grelhado ou um linguado" meunier" para ajudar a entreter o tempo, enquanto que os apaixonados cevam os seus apetites nos troços suculentos do divino ciclóstomo.
(Que acham desta Prosa à Mestre Quitério? Em Homenagem está visto!)
Como a como (que raio de cacofonia...) ? Em arroz à moda do Minho, em bocados sobre pão frito, à moda de Bordéus, assada no forno com um toque de chocolate, à moda do Camelo, Fumada e recheada, como se faz na Galicia, escabechada (de entrada)...
Tanto faz. Venha ela .
Está na hora. A "salivação" - hoje muito na moda política - dos verdadeiros apreciadores já começou a fazer das suas, sobretudo à noite, ensopando os lençóis em reminiscências gratas da sapidez que se desprende dos tachos negros, ajoujados de bom carolino ensopado no sangue da "maldita", que tão bem sabe e tão mal faz aos olhos...
Amigos chegados deram este site, do sempre recomendável Time Out, sobre o Roteiro da Lampreia em Lisboa:
http://timeout.sapo.pt/news.asp?id_news=5101
Vão lá e "instruam-se" Carago! Mas não esqueçam também, em Lisboa e arredores:
Tasca do João; Petisqueira do Rio Lima; Cave Real; Verde Mar; Beira Mar (em Cascais, mas telefonem primeiro!); Cima's (velhinho English Bar).
Ainda não a provei. Quero-a gorda e ovada, lá mais para Março (se conseguir esperar tanto...)
E para os Amigos que fazem companhia aos fiéis, mas a quem horroriza o espectáculo prandeal sanguinário, lembrando-lhes banquetes chineses onde se comem estranhas viandas, haverá sempre um bife grelhado ou um linguado" meunier" para ajudar a entreter o tempo, enquanto que os apaixonados cevam os seus apetites nos troços suculentos do divino ciclóstomo.
(Que acham desta Prosa à Mestre Quitério? Em Homenagem está visto!)
Como a como (que raio de cacofonia...) ? Em arroz à moda do Minho, em bocados sobre pão frito, à moda de Bordéus, assada no forno com um toque de chocolate, à moda do Camelo, Fumada e recheada, como se faz na Galicia, escabechada (de entrada)...
Tanto faz. Venha ela .
quarta-feira, janeiro 12, 2011
Fugir à Policia, ou talvez não...
Um dos nossos leitores contou-me uma história singular sobre um policia a fugir de um transeunte, se não a correr pelo menos em passo apressado, só para que não o incomodassem com alguma eventual queixa, durante a feira de S. Pedro de Penaferrim (Sintra) de um destes Domingos (costuma ser ao 2º e 4º Domingo de cada mês, no Largo D. Fernando II).
Pelo menos assin parecia o episódio a quem lá estava....
O referido episódio parece caricato: Em vez do ladrão andar a fugir à Policia, lá vai o Sr Guarda a fugir ao cidadão, para não ter mais problemas na sua vida pacata e cinzenta...
Alguns amigos que estão nas forças da Lei e da Ordem sorriram a contragosto, e não acharam muita graça quando lhes contei o caso. Parece que muitos dos guardas uniformizados- sobretudo os mais antigos - não têm preparação, armamento nem formação para tratar de assuntos mais complexos. E quando se sabe que alguns deles eram perfeitos amanuenses nas diversas esquadras, antes de terem sido postos nas ruas para "tapar buracos", melhor compreendemos - a ser verdade - que outros casos aconteçam como o relatado.
Existe a noção errada que a marginalidade e o crime são fenómenos de agora. Isso não é verdade.
A organização dos gangs pode ter melhorado (Máfias de leste, treinados militarmente, etc...), a intensidade dos crimes pode ser maior, mas não se esqueçam que durante os anos 60 e 70 muitas organizações políticas extremistas bem armadas utilizavam já o roubo e a extorsão como forma de se financiarem (LUAR, FP's...)
Depois do 25 de Abril, muitas armas de guerra estavam em posse dos marginais, não tendo a polícia normal mais nada para se lhes opor do que a velha Walter regulamentar, às vezes tão velha que ninguém sabia bem se dispararia... Quem se lembra disto hoje?
No meu tempo de garoto, o Sr Guarda Virgílio guardava zelosamente as ruas das grandes casas do Estoril (Comandante Gourinho,Sr.Fausto de Figueiredo, Conde de Barcelona, etc...) , ufanando-se que "naquelas ruas não havia ladroagem!!", De facto ali não havia, mas duas ou três ruas abaixo já não lhe dizia respeito. Nem ele lá ia.
Também na Av. Duquesa de Palmela, nos tempos áureos do Palm Beach (anos 60), era usual a presença da polícia ser mais que evidente, sobretudo ao lado da porta da célebre discoteca do Jet Set onde Manuel da Luz Afonso entrava, escoltado pela Guarda , para verificar se Eusébio e algum dos seus pares não estariam por ali a divertir-se à noite em vez de estarem em estágio da Selecção...
(E Eusébio a fugir pela Praia, protegido por empregados e clientes, saltando por uma das janelas da cave...)
O que não impedia que, sempre no Concelho de Cascais mas mais lá para cima, para o lado do Alazão e do Camões das Lamejinhas (casas abertas toda a noite) não houvesse trolha noite sim, noite sim, tendo algumas delas ficado "famosas"... Com cerco do COPCON, tiroteio que fervia e tudo a "que tínhamos direito". Pensavam que era só em Chicago?...
Dissuasão pela simples presença da Polícia é importante, sem dúvida. Mas Polícia convincente, bem treinada e bem equipada é o que todos precisamos.
Mesmo os ladrões, que assim teriam eles próprios que treinar mais a ...corrida. Só benefícios para a respectiva saúde.
Pelo menos assin parecia o episódio a quem lá estava....
O referido episódio parece caricato: Em vez do ladrão andar a fugir à Policia, lá vai o Sr Guarda a fugir ao cidadão, para não ter mais problemas na sua vida pacata e cinzenta...
Alguns amigos que estão nas forças da Lei e da Ordem sorriram a contragosto, e não acharam muita graça quando lhes contei o caso. Parece que muitos dos guardas uniformizados- sobretudo os mais antigos - não têm preparação, armamento nem formação para tratar de assuntos mais complexos. E quando se sabe que alguns deles eram perfeitos amanuenses nas diversas esquadras, antes de terem sido postos nas ruas para "tapar buracos", melhor compreendemos - a ser verdade - que outros casos aconteçam como o relatado.
Existe a noção errada que a marginalidade e o crime são fenómenos de agora. Isso não é verdade.
A organização dos gangs pode ter melhorado (Máfias de leste, treinados militarmente, etc...), a intensidade dos crimes pode ser maior, mas não se esqueçam que durante os anos 60 e 70 muitas organizações políticas extremistas bem armadas utilizavam já o roubo e a extorsão como forma de se financiarem (LUAR, FP's...)
Depois do 25 de Abril, muitas armas de guerra estavam em posse dos marginais, não tendo a polícia normal mais nada para se lhes opor do que a velha Walter regulamentar, às vezes tão velha que ninguém sabia bem se dispararia... Quem se lembra disto hoje?
No meu tempo de garoto, o Sr Guarda Virgílio guardava zelosamente as ruas das grandes casas do Estoril (Comandante Gourinho,Sr.Fausto de Figueiredo, Conde de Barcelona, etc...) , ufanando-se que "naquelas ruas não havia ladroagem!!", De facto ali não havia, mas duas ou três ruas abaixo já não lhe dizia respeito. Nem ele lá ia.
Também na Av. Duquesa de Palmela, nos tempos áureos do Palm Beach (anos 60), era usual a presença da polícia ser mais que evidente, sobretudo ao lado da porta da célebre discoteca do Jet Set onde Manuel da Luz Afonso entrava, escoltado pela Guarda , para verificar se Eusébio e algum dos seus pares não estariam por ali a divertir-se à noite em vez de estarem em estágio da Selecção...
(E Eusébio a fugir pela Praia, protegido por empregados e clientes, saltando por uma das janelas da cave...)
O que não impedia que, sempre no Concelho de Cascais mas mais lá para cima, para o lado do Alazão e do Camões das Lamejinhas (casas abertas toda a noite) não houvesse trolha noite sim, noite sim, tendo algumas delas ficado "famosas"... Com cerco do COPCON, tiroteio que fervia e tudo a "que tínhamos direito". Pensavam que era só em Chicago?...
Dissuasão pela simples presença da Polícia é importante, sem dúvida. Mas Polícia convincente, bem treinada e bem equipada é o que todos precisamos.
Mesmo os ladrões, que assim teriam eles próprios que treinar mais a ...corrida. Só benefícios para a respectiva saúde.
Maigret Comenta as Eleições
O nosso Inspector diz de sua justiça sobre o Post anterior:
Os meus cumprimentos pela magnífica análise, que me levou a recordar o título de um dos livros do saudoso Manuel Vásquez Montalbán: "Histórias de política ficción", editado em 1987 e reeditado posteriormente pela Planeta, com uma série de histórias protagonizadas por essa inesquecível personagem que é o "colega" Pepe Carvalho, o detective privado com escritório nas Ramblas, ex-agente da CIA, gastrónomo, que acende a lareira com os livros da sua biblioteca, que namora com uma prostituta... enfim, uma personagem "bigger than life". Recordo-me bem do título deste livro, que li já há muitos anos. Infelizmente, não me lembro bem do conteúdo das histórias. Há anos, as edições Asa anunciaram que iam editar toda a série Carvalho em português. Editaram meia dúzia de livros, depois o grupo Leya comprou a Asa, os livros editados esgotaram e não houve mais Carvalho, nem Manuel Vásquez Montalbám para ninguém. Talvez seja um autor incómodo para um grande grupo livreiro...
Comentário ao Comentário: Muito Obrigado! E partilho obviamente dos seus sentimentos quanto a Montalbán!
Os meus cumprimentos pela magnífica análise, que me levou a recordar o título de um dos livros do saudoso Manuel Vásquez Montalbán: "Histórias de política ficción", editado em 1987 e reeditado posteriormente pela Planeta, com uma série de histórias protagonizadas por essa inesquecível personagem que é o "colega" Pepe Carvalho, o detective privado com escritório nas Ramblas, ex-agente da CIA, gastrónomo, que acende a lareira com os livros da sua biblioteca, que namora com uma prostituta... enfim, uma personagem "bigger than life". Recordo-me bem do título deste livro, que li já há muitos anos. Infelizmente, não me lembro bem do conteúdo das histórias. Há anos, as edições Asa anunciaram que iam editar toda a série Carvalho em português. Editaram meia dúzia de livros, depois o grupo Leya comprou a Asa, os livros editados esgotaram e não houve mais Carvalho, nem Manuel Vásquez Montalbám para ninguém. Talvez seja um autor incómodo para um grande grupo livreiro...
Comentário ao Comentário: Muito Obrigado! E partilho obviamente dos seus sentimentos quanto a Montalbán!
terça-feira, janeiro 11, 2011
O Princípio do Fim : como um "politólogo" reformado vê a conjuntura
Nos meus tempos de Analista e Prof de Sondagens e Estudos de Mercado , estaria agora a preparar o design dos estudos que levariam ao conhecimento do vencedor das Presidenciais com bastante precisão.
Independentemente de "toda a gente saber" (com a sabedoria dos cafés, diga-se embora que fortificada pelos resultados de todas as sondagens até hoje publicadas) que será o candidato Cavaco Silva a ganhar as Eleições, peço licença para construir aqui um cenário um pouco mais complicado onde Manuel Alegre poderia ter uma hipótese.
Cavaco Silva e a sua campanha estão preparados para ganhar à primeira volta. Tudo indica que assim acontecerá.
MAS se não acontecer, o melhor colocado candidato da esquerda - presumivelmente Manuel Alegre - disputará a segunda volta com o actual Presidente. E, nesse caso, adeus sondagens que até hoje foram feitas... É baralhar e dar de novo em termos de previsões.
O fenómeno da Esquerda Unida a defrontar a Direita , também ela única e indivisível, já se passou em Portugal e sempre com a vitória da Esquerda. Bem sei que o mundo não é o mesmo e que a conjuntura favorece a reacção contra o actual Governo Socialista. Mas (de novo um "MAS") se o eleitorado estiver seguro (e por mais que uma razão) que José Sócrates não mais presidirá aos destinos do PS, é possível e cientificamente provável que o vencedor das Eleições à segunda volta seja Manuel Alegre...
São "MAS" demais, dirão os leitores: Cavaco não ganhar à primeira; José Sócrates apagar-se do mapa do Poder; a união da Esquerda ganhar à união da Direita. E tudo isto com a CRISE em pano de fundo.
Concordo que são, de facto, "MAS" a mais. Não é crível que o Primeiro Ministro saia pelo seu pé. E só sairá forçado em circunstâncias especiais. E estas só se dariam presumivelmente com Cavaco Silva a Presidente e com o FMI a entrar no País. E sabemos todos já que só poderão haver Eleições legislativas depois da tomada de posse do novo Presidente, lá para os meados de Março...
O tempo é demasiado curto para Manuel Alegre. É pena.
Independentemente de "toda a gente saber" (com a sabedoria dos cafés, diga-se embora que fortificada pelos resultados de todas as sondagens até hoje publicadas) que será o candidato Cavaco Silva a ganhar as Eleições, peço licença para construir aqui um cenário um pouco mais complicado onde Manuel Alegre poderia ter uma hipótese.
Cavaco Silva e a sua campanha estão preparados para ganhar à primeira volta. Tudo indica que assim acontecerá.
MAS se não acontecer, o melhor colocado candidato da esquerda - presumivelmente Manuel Alegre - disputará a segunda volta com o actual Presidente. E, nesse caso, adeus sondagens que até hoje foram feitas... É baralhar e dar de novo em termos de previsões.
O fenómeno da Esquerda Unida a defrontar a Direita , também ela única e indivisível, já se passou em Portugal e sempre com a vitória da Esquerda. Bem sei que o mundo não é o mesmo e que a conjuntura favorece a reacção contra o actual Governo Socialista. Mas (de novo um "MAS") se o eleitorado estiver seguro (e por mais que uma razão) que José Sócrates não mais presidirá aos destinos do PS, é possível e cientificamente provável que o vencedor das Eleições à segunda volta seja Manuel Alegre...
São "MAS" demais, dirão os leitores: Cavaco não ganhar à primeira; José Sócrates apagar-se do mapa do Poder; a união da Esquerda ganhar à união da Direita. E tudo isto com a CRISE em pano de fundo.
Concordo que são, de facto, "MAS" a mais. Não é crível que o Primeiro Ministro saia pelo seu pé. E só sairá forçado em circunstâncias especiais. E estas só se dariam presumivelmente com Cavaco Silva a Presidente e com o FMI a entrar no País. E sabemos todos já que só poderão haver Eleições legislativas depois da tomada de posse do novo Presidente, lá para os meados de Março...
O tempo é demasiado curto para Manuel Alegre. É pena.
E os Fígados??!!
Leitores atentos questionam porque é que não mencionei os fígados do tamboril na minha receita de ontem...
segunda-feira, janeiro 10, 2011
Caldeirada
Não amigos leitores, não é este título uma metáfora da actual situação política - embora haja quem pense assim. Trata-se apenas da velha e boa caldeirada que se faz ao lume e se deita copiosamente nos pratos fundos, rescendendo dos seus sabores centenários, perfumando qualquer cozinha com o seu bouquet harmonioso.
Neste Sábado atirei-me a ela. Primeiro a parte da concepção e elaboração (bem divertida) e depois a degustação.
Devo dizer que na minha receita de Caldeirada entra peixe caro e barato, conforme a bolsa e aquilo que se encontrar na Praça. MAS SEMPRE FRESCO!! E de todas as formas nunca se esqueçam que mais vale rascasso ou safio bem frescos , do que o melhor dos robalos já "passado"...
Obviamente que quem achar que é a caldeirada uma forma arguta de "disfarçar" peixe que já não pode ser servido cozido ou grelhado, o melhor é debandar para outras paragens, porque aqui não encontrará compreensão!
O Peixe compra-se no dia, umas horas antes. Lava-se bem em água corrente, Corta-se às Postas e salga-se com sal grosso. Nas caldeiradas feitas em casa, para 4 ou 5 gatos pingados, não temos obrigatoriamente de colocar todos os peixes que em seguida se enumeram... Mas pode levar todos esses.... e mais alguns.
Na minha Caldeirada de Sábado entraram Tamboril (cabeça e 3 postas de um tamboril médio) ; 3 postas grandes de Raia, 3 postas altas de Safio "esbodegado" e 3 postas avantajadas de Corvina . Mais nada.
Começamos por colocar num bom tacho de Alumínio fundido, Barro poroso (o negro é que é bom!) ou Ferro, uma camada de ameijoas no fundo (podem ser das brancas), para que a caldeirada nunca se pegue. Deita-se em seguida por cima das ameijoas uma camada primária de cebola grossa às rodelas, Tomate fresco , Alho e Pimento vermelho e verde, cortados grosseiramente. Por cima desta camada começam a entrar as batatas às rodelas também elas grossas. Já disse e repito que as da variedade "rajá" são excelentes para estes pratos, de preferências velhas.
Depois da camada de Batatas entra o peixe mais duro - Raia, Safio de posta bem aberta, Corvina - em seguida mais uma camada de batatas, tomate fresco, pimentos, alho picado e cebola , tudo cortado às rodelas grandes, Por cima ficam os peixes mais delicados, sempre às postas avantajadas - Rascasso,Tamboril, Robalo, Garoupa, Pargo ou Cherne. Podem, em achando graça, decorar por cima com gambas grandes, carabineiros ou mesmo lagostins (enfim... ganhando o EuroMilhões). Por mim, e à moda dos pescadores, ponho sempre por cima duas ou três sardinhas pequenas.
O Tacho é depois adubado com abundante azeite extra virgem, e temperado com mais uns grãos de sal (cuidado porque já salgaram o peixe!) , folhas de louro e vagens de piri-piri desfeitas na mão, a gosto, e (facultativo) perfumado com folhas de hortelâ e mesmo com uma pitada de noz moscada. Deita-se por fim um copo de vinho branco de boa qualidade (2 dl). Pessoalmente gosto de substituir o vinho branco por um copo mais pequeno de Moscatel de Setúbal, mas nem todos são da mesma opinião.
Pôe-se ao lume forte 10 minutos, reduz-se para lume brando e abana-se o tacho de quando em vez para nunca pegar. Ao fim de mais ou menos uma hora fica pronta a ir para a mesa.
Do caldo que resta costumo fazer um arroz para acompanhar, no dia seguinte, o peixe que sobrou - quando se compra um tamboril inteiro, mesmo não muito grande, sobram sempre postas...
"Puxo" primeiro alho picado fino e cebola também ela fininha , com azeite. Frito na "puxada" o arroz carolino de grão grande, junto o caldo da caldeirada ( e mais água se necessário) na proporção de 2,5 chávenas de caldo para 1 de arroz. Introduzo as postas de tamboril e deixo cozer ao lume. Cuidado com o sal! O caldo já tem sal... Provem e rectifiquem! Depois do arroz estar cozido deixamos apurar e deitamos por cima coentros picados, na altura de ir à mesa.
O Vinho - quer para a Caldeirada, quer para o arroz de Peixe do dia seguinte - tanto pode ser branco como tinto. Se lhes apetecer um branco, seja ele gordo, estagiado, branco "de Inverno". Qualquer bom Dão de Encruzado vai às mil maravilhas. Ou então um Bairrada, Luis Pato Vinha Formal, por exemplo. E porque não um Alvarinho?? Soalheiro Primeiras Vinhas, 2007....
Para tintos escolham-se os novos, adstringentes (Bairrada de novo, Quinta da Dona, Casa de Saima, feitos sem desengaço) vinhos com viço e taninos. Menos elegantes e mais "duros" de roer . Outra boa proposta será sempre os bons vinhos do Ribatejo actuais. Ou do Tejo (como hoje devemos dizer). Um tinto do Tramagal, por exemplo, do Casal da Coelheira, ou um da Casa Cadaval.
Neste Sábado atirei-me a ela. Primeiro a parte da concepção e elaboração (bem divertida) e depois a degustação.
Devo dizer que na minha receita de Caldeirada entra peixe caro e barato, conforme a bolsa e aquilo que se encontrar na Praça. MAS SEMPRE FRESCO!! E de todas as formas nunca se esqueçam que mais vale rascasso ou safio bem frescos , do que o melhor dos robalos já "passado"...
Obviamente que quem achar que é a caldeirada uma forma arguta de "disfarçar" peixe que já não pode ser servido cozido ou grelhado, o melhor é debandar para outras paragens, porque aqui não encontrará compreensão!
O Peixe compra-se no dia, umas horas antes. Lava-se bem em água corrente, Corta-se às Postas e salga-se com sal grosso. Nas caldeiradas feitas em casa, para 4 ou 5 gatos pingados, não temos obrigatoriamente de colocar todos os peixes que em seguida se enumeram... Mas pode levar todos esses.... e mais alguns.
Na minha Caldeirada de Sábado entraram Tamboril (cabeça e 3 postas de um tamboril médio) ; 3 postas grandes de Raia, 3 postas altas de Safio "esbodegado" e 3 postas avantajadas de Corvina . Mais nada.
Começamos por colocar num bom tacho de Alumínio fundido, Barro poroso (o negro é que é bom!) ou Ferro, uma camada de ameijoas no fundo (podem ser das brancas), para que a caldeirada nunca se pegue. Deita-se em seguida por cima das ameijoas uma camada primária de cebola grossa às rodelas, Tomate fresco , Alho e Pimento vermelho e verde, cortados grosseiramente. Por cima desta camada começam a entrar as batatas às rodelas também elas grossas. Já disse e repito que as da variedade "rajá" são excelentes para estes pratos, de preferências velhas.
Depois da camada de Batatas entra o peixe mais duro - Raia, Safio de posta bem aberta, Corvina - em seguida mais uma camada de batatas, tomate fresco, pimentos, alho picado e cebola , tudo cortado às rodelas grandes, Por cima ficam os peixes mais delicados, sempre às postas avantajadas - Rascasso,Tamboril, Robalo, Garoupa, Pargo ou Cherne. Podem, em achando graça, decorar por cima com gambas grandes, carabineiros ou mesmo lagostins (enfim... ganhando o EuroMilhões). Por mim, e à moda dos pescadores, ponho sempre por cima duas ou três sardinhas pequenas.
O Tacho é depois adubado com abundante azeite extra virgem, e temperado com mais uns grãos de sal (cuidado porque já salgaram o peixe!) , folhas de louro e vagens de piri-piri desfeitas na mão, a gosto, e (facultativo) perfumado com folhas de hortelâ e mesmo com uma pitada de noz moscada. Deita-se por fim um copo de vinho branco de boa qualidade (2 dl). Pessoalmente gosto de substituir o vinho branco por um copo mais pequeno de Moscatel de Setúbal, mas nem todos são da mesma opinião.
Pôe-se ao lume forte 10 minutos, reduz-se para lume brando e abana-se o tacho de quando em vez para nunca pegar. Ao fim de mais ou menos uma hora fica pronta a ir para a mesa.
Do caldo que resta costumo fazer um arroz para acompanhar, no dia seguinte, o peixe que sobrou - quando se compra um tamboril inteiro, mesmo não muito grande, sobram sempre postas...
"Puxo" primeiro alho picado fino e cebola também ela fininha , com azeite. Frito na "puxada" o arroz carolino de grão grande, junto o caldo da caldeirada ( e mais água se necessário) na proporção de 2,5 chávenas de caldo para 1 de arroz. Introduzo as postas de tamboril e deixo cozer ao lume. Cuidado com o sal! O caldo já tem sal... Provem e rectifiquem! Depois do arroz estar cozido deixamos apurar e deitamos por cima coentros picados, na altura de ir à mesa.
O Vinho - quer para a Caldeirada, quer para o arroz de Peixe do dia seguinte - tanto pode ser branco como tinto. Se lhes apetecer um branco, seja ele gordo, estagiado, branco "de Inverno". Qualquer bom Dão de Encruzado vai às mil maravilhas. Ou então um Bairrada, Luis Pato Vinha Formal, por exemplo. E porque não um Alvarinho?? Soalheiro Primeiras Vinhas, 2007....
Para tintos escolham-se os novos, adstringentes (Bairrada de novo, Quinta da Dona, Casa de Saima, feitos sem desengaço) vinhos com viço e taninos. Menos elegantes e mais "duros" de roer . Outra boa proposta será sempre os bons vinhos do Ribatejo actuais. Ou do Tejo (como hoje devemos dizer). Um tinto do Tramagal, por exemplo, do Casal da Coelheira, ou um da Casa Cadaval.
sexta-feira, janeiro 07, 2011
O Abutre Espião...
Terão visto ontem na RTP a peça sobre o malandro do Abutre israelita que espiava - provavelmente por conta da MOSSAD - os países arabes, o Irão!!???
Pois a criatura maléfica foi apanhada à mão por um dos fiéis, quando se tentava escapulir com estranho e suspeitíssimo instrumento preso a uma pata: um GPS identificador do local onde se encontrava!!
Não chegaram as alegações dos serviços de biologia da Universidade de Israel, segundo os quais a ave tinha apenas sido marcada com o dispositivo para se estudar o seu padrão migratório... Nada disso! O Abutre era e continua a ser espião, e como tal será tratado.
O Tribunal popular julgará. E espera-se sentença pesada... Embora, aqui para nós, os acusadores da besta terão alguma dificuldade em provar de que modo o insidioso animal conseguia distinguir as fronteiras...
Talvez pela cor da areia?
Para Descansar a Vista
Ao encarar esta vida política lamacenta uma das coisas que salta à vista é a pouca memória de alguns dos candidatos... Parece necessário recordar a Memória, aquela faculdade que mais devia ser nossa Mestra e mentora... Aqui vai poema (belíssimo!) a ela dedicada.
Memória Consentida
Neste lugar sem tempo nem memória,
nesta luz absoluta ou absurda,
ou só escuridão total, relances há
em que creio, ou se me afigura,
ter tido, alguma vez, passado
com biografia, onde se misturam
datas, nomes, caras, paisagens
que, de tão rápidas, me deixam
apenas a lembrança agoniada
de não mais poder lembrá-las.
Sobra, por vezes, um estilhaço
ou fragmento, como o latido
de um cão na tarde dolente
e comprida de uma remota infância.
Ou o indistinto murmúrio de vozes
junto de um rio que, como as vozes,
não existe já quando para ele
volvo, surpreso, o olhar cansado.
Insidiosas, rangem tábuas no soalho,
ou é o sussurro brando do vento
no zinco ondulado, na fronde umbrosa
dos eucaliptos de perfil no horizonte,
com o mar ao fundo.
Que soalho,
de que casa, que vento em que paragens,
onde o mar ao longe que, entrevistos,
os não vejo já ou, sequer, recordo
na brevidade do instante cruel?
De que sonho, ou vida, ou espaço de outrem
provêm tais sombras melancólicas,
ferindo de indecifráveis avisos
este lugar em que, não sendo consentido
o coração, se não consentem tempo e memória?
Pausa ou pena, a seu oculto propósito há-de
sempre opor-se, lenta, a inexorável asfixia
desta luz absurda, ou só escuridão total.
Rui Knopfli, in "O Corpo de Atena"
Rui Knopfli: Rui Manuel Correia Knopfli (1932 - 1997) Nasceu em Inhambane, Moçambique, a 10 de Agosto de 1932 e fez os seus estudos na África do Sul.
Poeta, jornalista, critico literário e de cinema, iniciou a carreira na então cidade de Lourenço Marques, actual Maputo.
Deixou Moçambique em 1975, é de nacionalidade portuguesa com alma assumidamente africana.
Tem colaboração dispersa por vários jornais e revistas e publicou vários livros.
Desempenhou funções de adido cultural na Embaixada Portuguesa em Londres.
Faleceu em Lisboa em 1997.
Obras Principais: O País dos Outros, 1959; Reino Submarino, 1962; Máquina de Areia, 1964; Mangas Verdes com Sal, 1969; A Ilha de Próspero, 1972; O Escriba Acocorado, 1978; Memória Consentida: 20 Anos de Poesia 1959-1979, 1982; O Corpo de Atena, 1984; O monhé das cobras (Poesia), 1997 ; Obra Poética, 2003.
Memória Consentida
Neste lugar sem tempo nem memória,
nesta luz absoluta ou absurda,
ou só escuridão total, relances há
em que creio, ou se me afigura,
ter tido, alguma vez, passado
com biografia, onde se misturam
datas, nomes, caras, paisagens
que, de tão rápidas, me deixam
apenas a lembrança agoniada
de não mais poder lembrá-las.
Sobra, por vezes, um estilhaço
ou fragmento, como o latido
de um cão na tarde dolente
e comprida de uma remota infância.
Ou o indistinto murmúrio de vozes
junto de um rio que, como as vozes,
não existe já quando para ele
volvo, surpreso, o olhar cansado.
Insidiosas, rangem tábuas no soalho,
ou é o sussurro brando do vento
no zinco ondulado, na fronde umbrosa
dos eucaliptos de perfil no horizonte,
com o mar ao fundo.
Que soalho,
de que casa, que vento em que paragens,
onde o mar ao longe que, entrevistos,
os não vejo já ou, sequer, recordo
na brevidade do instante cruel?
De que sonho, ou vida, ou espaço de outrem
provêm tais sombras melancólicas,
ferindo de indecifráveis avisos
este lugar em que, não sendo consentido
o coração, se não consentem tempo e memória?
Pausa ou pena, a seu oculto propósito há-de
sempre opor-se, lenta, a inexorável asfixia
desta luz absurda, ou só escuridão total.
Rui Knopfli, in "O Corpo de Atena"
Rui Knopfli: Rui Manuel Correia Knopfli (1932 - 1997) Nasceu em Inhambane, Moçambique, a 10 de Agosto de 1932 e fez os seus estudos na África do Sul.
Poeta, jornalista, critico literário e de cinema, iniciou a carreira na então cidade de Lourenço Marques, actual Maputo.
Deixou Moçambique em 1975, é de nacionalidade portuguesa com alma assumidamente africana.
Tem colaboração dispersa por vários jornais e revistas e publicou vários livros.
Desempenhou funções de adido cultural na Embaixada Portuguesa em Londres.
Faleceu em Lisboa em 1997.
Obras Principais: O País dos Outros, 1959; Reino Submarino, 1962; Máquina de Areia, 1964; Mangas Verdes com Sal, 1969; A Ilha de Próspero, 1972; O Escriba Acocorado, 1978; Memória Consentida: 20 Anos de Poesia 1959-1979, 1982; O Corpo de Atena, 1984; O monhé das cobras (Poesia), 1997 ; Obra Poética, 2003.
quinta-feira, janeiro 06, 2011
Zangam-se as Comadres...
Manuel Alegre e Cavaco Silva estão não tarda ao tabefe na Ribeira, ou no Bulhão, locais pré-destinados a estas fitas do Povão.
- "Explica lá o BPN do antigamente !! A quem vendeste e a quem compraste as acções Malandro? "
- " E tu? Não fizeste publicidade ao BPP há 3 anos atrás? Pensas que és mais sério que os outros Argelino?"
Como pano de fundo da "crise de fígado" temos a situação real do propriamente dito cujo BPN...
Atarantado e "à rasca" por ter visto fugir, só na última semanita, mais 200 milhões de dinheiro dos depósitos - à conta do "bem" que se tem dito do banco por tudo quanto é sítio - O Dr. Bandeira, Presidente indigitado, "esqueceu-se" que tinha um compromisso nos Açores e "baldou-se" à interpelação na Assembleia da República que deveria ter ocorrido hoje mesmo.
Agora parece que lá vai na Segunda feira...
Sempre tem mais um fim de semana para estudar a lição.... Mas quem será o "explicador"? Isso é que nós gostávamos de saber. De todas as formas, na Segunda Feira teremos uma peça de teatro digna de se ver e ouvir. Gravem sff no canal Parlamento.
Já aqui o disse e repito: apenas uma explicação final sobre quem eram os Depositantes do "antes" e do "depois" e sobre as mais-valias que se ganharam naquele local paradisíaco (tipo offshore das Bahamas, estão a ver??) pode acalmar as hostes. Neste momento o gato já nem sequer tem apenas o rabo de fora... está completamente à vista e à espera (coitado) de ser escaldado.
Escaldados, a bem dizer, temos sido nós todos... 5000 milhões de euros é obra! Expliquem-se senhores das decisões! Mas expliquem tudo sff. O Antes, o Agora e o Depois!
- "Explica lá o BPN do antigamente !! A quem vendeste e a quem compraste as acções Malandro? "
- " E tu? Não fizeste publicidade ao BPP há 3 anos atrás? Pensas que és mais sério que os outros Argelino?"
Como pano de fundo da "crise de fígado" temos a situação real do propriamente dito cujo BPN...
Atarantado e "à rasca" por ter visto fugir, só na última semanita, mais 200 milhões de dinheiro dos depósitos - à conta do "bem" que se tem dito do banco por tudo quanto é sítio - O Dr. Bandeira, Presidente indigitado, "esqueceu-se" que tinha um compromisso nos Açores e "baldou-se" à interpelação na Assembleia da República que deveria ter ocorrido hoje mesmo.
Agora parece que lá vai na Segunda feira...
Sempre tem mais um fim de semana para estudar a lição.... Mas quem será o "explicador"? Isso é que nós gostávamos de saber. De todas as formas, na Segunda Feira teremos uma peça de teatro digna de se ver e ouvir. Gravem sff no canal Parlamento.
Já aqui o disse e repito: apenas uma explicação final sobre quem eram os Depositantes do "antes" e do "depois" e sobre as mais-valias que se ganharam naquele local paradisíaco (tipo offshore das Bahamas, estão a ver??) pode acalmar as hostes. Neste momento o gato já nem sequer tem apenas o rabo de fora... está completamente à vista e à espera (coitado) de ser escaldado.
Escaldados, a bem dizer, temos sido nós todos... 5000 milhões de euros é obra! Expliquem-se senhores das decisões! Mas expliquem tudo sff. O Antes, o Agora e o Depois!
quarta-feira, janeiro 05, 2011
Os Tugas em Inglaterra no encontro dos MG's...Do Pior...
Vindo da santa terrinha tenho de contar a aventura dos nossos Tugas , todos eles amantes dos MG's, que se mandaram por esses caminhos "afora" com o objectivo de se "encontrarem" todos em Inglaterra, pátria dos magníficos automóveis que , em todo o mundo, têm conquistado uma legião de fanáticos muito interessante.
Outro dos convivas era o amigo Fernando, mecânico extraordinário, proprietário e sócio-gerente da oficina de radiadores mais importante de Matosinhos, Carago!!
O Fernando tinha prometido levar a bela sardinha ... Congelada em alto mar a bicha (cerca de 10 kg dela) foi enfiada num pequeno contentor de esferovite à espera de ser consumida na "pérfida Albion".
O Fernando foi de avião, tendo por isso mesmo chegado a horas distintas da restante companhia...
Em Heathrow o nosso matosinhense de garra, que nunca tinha aprendido a falar nada senão português com b de baca, ( e bem!) viu-se um bocado atrapalhado para dizer ao taxista onde era o meeting dos MG's...
O que lhe passou pela cabeça foi simples: falaria muito devagar, em português do Norte, e o taxista haveria de o entender... Mas não entendeu.... Não se sabe bem porquê... O que valeu foi o Fernando ter o Móvel do primo Zeca, o qual, de inglês, sabia dizer "My lady" e "Bonjour"...
A conversa foi mais ou menos assim:
- "Olha lá Oh Morcon! Quero ir com o sardinhame para o Meeting dos MG's carago!"
- "What??"
- " Oh Ho...mem ...eu quero um ca...rro para ir ...aos MG's oubiste ou quê filho da ***+?"
- "What??"
- "Ai o carago que já me tou a birar carago! Quero ir pr'ós MG's Já disse!"
- "What??"
- "Ai Ai Ai Ai AI! QUE FILHO DA P*** DO CARAGO QUE M'ABIA DE CALHAR AO BOLANTE DA-SE..."
Vou ligar ao compadre Zeca. Trim, Trim..(Nokia Tune ou lá o que fosse)
- " Oh Zeca explica aqui a este gajo onde debo ir ter, da-se"
Fala o Zeca da Estrela:
- " Allô My Lady! Daqui is Zeca! I'm Speaking Zeca. The MG's is Lake Side Preston , Lancashire."
- " Oh Yes OK . We will get there. Bye"
Lá chegados (180 libras de Táxi...) houve que assar as sardinhas à noite...Conseguiu-se arranjar carvão (não sei bem onde) e vai de fazer-se o auto-de -fé sardinhal. À falta de melhor, foi mesmo no parque de estacionamento do Meeting.
Os ingleses começaram a sentir um cheiro pelos ares que quase os recordou daquelas noites em que assavam as bruxas à fogueira... Veio o Xeriff, veio o Mayor, ...foi uma vergonha... O que lhes valeu foi a pinga do Dão e o queijito da serra...
" My Lady! Bonjour! Provem lá disto q'aqui não lhes passa pelo estreito!"
-" Pérolas a porcos Amigo Zeca! Pérolas a porcos! Da-se!! Passe-me aí o ScruaPula ou lá como se chama essa M*** do saca-rolhas neste País de estafermos sff. Carago!"
Da Serra da Estrela partiu o nosso primo Zeca, assessorado pela mulher, e levando na bagagem bué de enchidos serranos, presunto, queijo da Serra e Pão do Sabugeiro.. O vinho era da Passarela e da Falorca (de estalo!)
Outro dos convivas era o amigo Fernando, mecânico extraordinário, proprietário e sócio-gerente da oficina de radiadores mais importante de Matosinhos, Carago!!
O Fernando tinha prometido levar a bela sardinha ... Congelada em alto mar a bicha (cerca de 10 kg dela) foi enfiada num pequeno contentor de esferovite à espera de ser consumida na "pérfida Albion".
O Fernando foi de avião, tendo por isso mesmo chegado a horas distintas da restante companhia...
Em Heathrow o nosso matosinhense de garra, que nunca tinha aprendido a falar nada senão português com b de baca, ( e bem!) viu-se um bocado atrapalhado para dizer ao taxista onde era o meeting dos MG's...
O que lhe passou pela cabeça foi simples: falaria muito devagar, em português do Norte, e o taxista haveria de o entender... Mas não entendeu.... Não se sabe bem porquê... O que valeu foi o Fernando ter o Móvel do primo Zeca, o qual, de inglês, sabia dizer "My lady" e "Bonjour"...
A conversa foi mais ou menos assim:
- "Olha lá Oh Morcon! Quero ir com o sardinhame para o Meeting dos MG's carago!"
- "What??"
- " Oh Ho...mem ...eu quero um ca...rro para ir ...aos MG's oubiste ou quê filho da ***+?"
- "What??"
- "Ai o carago que já me tou a birar carago! Quero ir pr'ós MG's Já disse!"
- "What??"
- "Ai Ai Ai Ai AI! QUE FILHO DA P*** DO CARAGO QUE M'ABIA DE CALHAR AO BOLANTE DA-SE..."
Vou ligar ao compadre Zeca. Trim, Trim..(Nokia Tune ou lá o que fosse)
- " Oh Zeca explica aqui a este gajo onde debo ir ter, da-se"
Fala o Zeca da Estrela:
- " Allô My Lady! Daqui is Zeca! I'm Speaking Zeca. The MG's is Lake Side Preston , Lancashire."
- " Oh Yes OK . We will get there. Bye"
Lá chegados (180 libras de Táxi...) houve que assar as sardinhas à noite...Conseguiu-se arranjar carvão (não sei bem onde) e vai de fazer-se o auto-de -fé sardinhal. À falta de melhor, foi mesmo no parque de estacionamento do Meeting.
Os ingleses começaram a sentir um cheiro pelos ares que quase os recordou daquelas noites em que assavam as bruxas à fogueira... Veio o Xeriff, veio o Mayor, ...foi uma vergonha... O que lhes valeu foi a pinga do Dão e o queijito da serra...
" My Lady! Bonjour! Provem lá disto q'aqui não lhes passa pelo estreito!"
-" Pérolas a porcos Amigo Zeca! Pérolas a porcos! Da-se!! Passe-me aí o ScruaPula ou lá como se chama essa M*** do saca-rolhas neste País de estafermos sff. Carago!"
terça-feira, janeiro 04, 2011
O Caso do BPN e as Presidenciais
Defensor de Moura (sobretudo) mas também Manuel Alegre e os outros dois do "contra", têm estado activos tentando ligar o actual Presidente Cavaco Silva ao chamado "Caso do BPN". Cavaco Silva, por seu lado, contra-ataca chamando (por outras palavras) quase incompetentes aos Administradores que o Governo, via CGD, lá colocou para pôr mão na emergência. Estes queixam-se que a comparação que está sempre a ser feita pelo actual Presidente, entre a situação do BPN e a dos Bancos Ingleses onde o nosso gestor Horta Osório fez admiráveis recuperações, não é honesta: o BPN quando intervencionado estaria já tecnicamente falido e esses bancos, em Inglaterra, ainda não.
Neste momento o que importa esclarecer - acho eu - é a razão pela qual o actual Governo e o BP não divulgam toda a verdade sobre o dossier do BPN.
Eu, que não posso ser acusado de seguidismo face ao Prof. Doutor Cavaco Silva, acho que se pouco ou nada se sabe de um caso onde o interesse público é por demais evidente, como o que analisamos, então dão-se azo a todo o tipo de interpretações, sendo as que o Presidente da República faz hoje perfeitamente aceitáveis num panorama de desconhecimento...
Mas " A ADM do BPN estava disposta a tudo explicar a Belém se fosse para tal questionada", informam os gestores do BPN. Por mim seriam eles que se teriam de adiantar ao esclarecimento, dado o papel activo (e também ele algo duvidoso) que o PR teve no início do Caso, dando o aval à intervenção , à nacionalização, em apenas 4 dias...
E, já agora que estamos numa fase de esclarecimentos, penso que o público português também gostaria de saber:
a) Qual o teor dos documentos mostrados pelo Governo e BP a Belém para que a autorização da nacionalização fosse dada em 4 dias.
b) Qual a lista dos maiores depositantes do BPN 1 mês antes do descalabro.
c) Qual a lista dos maiores depositantes do BPN 1 dia depois do dito descalabro.
d) Quem ganhou mais, ao nível de mais valias bolsistas ou de outros investimentos, com o BPN.
Não concordam que dormiríamos todos um pouco melhor quando isto tudo se soubesse? Eu dormia e ficava mais descansado.
Neste momento o que importa esclarecer - acho eu - é a razão pela qual o actual Governo e o BP não divulgam toda a verdade sobre o dossier do BPN.
Eu, que não posso ser acusado de seguidismo face ao Prof. Doutor Cavaco Silva, acho que se pouco ou nada se sabe de um caso onde o interesse público é por demais evidente, como o que analisamos, então dão-se azo a todo o tipo de interpretações, sendo as que o Presidente da República faz hoje perfeitamente aceitáveis num panorama de desconhecimento...
Mas " A ADM do BPN estava disposta a tudo explicar a Belém se fosse para tal questionada", informam os gestores do BPN. Por mim seriam eles que se teriam de adiantar ao esclarecimento, dado o papel activo (e também ele algo duvidoso) que o PR teve no início do Caso, dando o aval à intervenção , à nacionalização, em apenas 4 dias...
E, já agora que estamos numa fase de esclarecimentos, penso que o público português também gostaria de saber:
a) Qual o teor dos documentos mostrados pelo Governo e BP a Belém para que a autorização da nacionalização fosse dada em 4 dias.
b) Qual a lista dos maiores depositantes do BPN 1 mês antes do descalabro.
c) Qual a lista dos maiores depositantes do BPN 1 dia depois do dito descalabro.
d) Quem ganhou mais, ao nível de mais valias bolsistas ou de outros investimentos, com o BPN.
Não concordam que dormiríamos todos um pouco melhor quando isto tudo se soubesse? Eu dormia e ficava mais descansado.
segunda-feira, janeiro 03, 2011
De Volta ao Mundo Real
Algumas notícias de hoje são interessantes:
- Schwarzenegger (El Governator) abandona, depois de 7 anos, as funções de Governador da Califórnia, deixando o Estado mais pobre e com mais desempregados...Nada que José Sócrates aqui não fizesse , e com muito menos músculos! Conclusão: as aparências iludem! Cuidado com os sorrisos abertos em corpos fininhos...E se o Primeiro Ministro fosse um Terminator disfarçado? Lá que terminou com muita coisa, não há dúvida que terminou...
- O FCP perde o seu primeiro jogo em 9 meses...E em casa. Mesmo sem ser portista há que fazer a vénia ao Clube e ao seu Treinador. Conclusão: Que pena não ter sido para o Campeonato...
- Parece que as Reservas de Ouro do Banco de Portugal (as nossas, salvo seja) atingiram o valor recorde de 13 mil milhões de euros, o mais alto dos últimos tempos... Conclusão: que pena que não se utilizem no abatimento ao endividamente externo, davam quase para impedir as medidas de austeridade se fossem todas vendidas...Mesmo descartando vendas, no curto prazo, as actuais 382 toneladas posicionam Portugal na 14º lugar do ‘ranking' dos países com maior ‘stock' de ouro do mundo. Desde 1975 o BdP alienou mais de metade das reservas de ouro detidas, estando agora sujeito ao acordo assinado pelos bancos centrais - em Agosto do ano passado - que baixou o limite das vendas anuais para 400 toneladas. O peso do ouro no total das reservas é dos mais elevados entre os bancos centrais (84,9%).(Fonte: Diário Económico, 13 \05\2010)
Nota: Recuperamos informação do Público de 6 de Janeiro de 2008 sobre o mesmo assunto
O que fazer a tanto ouro é uma questão que sempre motivou acesos debates em todos os países onde os bancos centrais têm reservas de grande dimensão. Em Portugal, Miguel Cadilhe é dos que apresenta mais sugestões. Para o ex-ministro das Finanças e agora candidato à liderança do BCP, o Estado devia vender o ouro para financiar os custos inerentes a uma reforma da administração pública que dispensasse milhares de funcionários. Este tipo de medida já deparou, no entanto, com a oposição do Eurostat em relação a outros países, já que não aceita a contabilização no défice desta receita
- Por fim, Palmas, Abraços e Beijos para Dilma Roussef! A Primeira Presidenta da República Federal do Brasil, nosso País irmão. Presidenta?? Sim, assim estava escrito na matrícula do Rolls oficial... Que não sei se será o único que por lá existe, já que chovia canivetes na altura da posse e o velhinho e soberbo Rols Royce é ...descapotável... Trata-se de um magnífico Silver Wraith Cabriolet Park Ward que custou aos Plantadores de café do tempo (1953) 8,000 libras esterlinas , para oferta ao então Presidente Getúlio Vargas.
- Schwarzenegger (El Governator) abandona, depois de 7 anos, as funções de Governador da Califórnia, deixando o Estado mais pobre e com mais desempregados...Nada que José Sócrates aqui não fizesse , e com muito menos músculos! Conclusão: as aparências iludem! Cuidado com os sorrisos abertos em corpos fininhos...E se o Primeiro Ministro fosse um Terminator disfarçado? Lá que terminou com muita coisa, não há dúvida que terminou...
- O FCP perde o seu primeiro jogo em 9 meses...E em casa. Mesmo sem ser portista há que fazer a vénia ao Clube e ao seu Treinador. Conclusão: Que pena não ter sido para o Campeonato...
- Parece que as Reservas de Ouro do Banco de Portugal (as nossas, salvo seja) atingiram o valor recorde de 13 mil milhões de euros, o mais alto dos últimos tempos... Conclusão: que pena que não se utilizem no abatimento ao endividamente externo, davam quase para impedir as medidas de austeridade se fossem todas vendidas...Mesmo descartando vendas, no curto prazo, as actuais 382 toneladas posicionam Portugal na 14º lugar do ‘ranking' dos países com maior ‘stock' de ouro do mundo. Desde 1975 o BdP alienou mais de metade das reservas de ouro detidas, estando agora sujeito ao acordo assinado pelos bancos centrais - em Agosto do ano passado - que baixou o limite das vendas anuais para 400 toneladas. O peso do ouro no total das reservas é dos mais elevados entre os bancos centrais (84,9%).(Fonte: Diário Económico, 13 \05\2010)
Nota: Recuperamos informação do Público de 6 de Janeiro de 2008 sobre o mesmo assunto
O que fazer a tanto ouro é uma questão que sempre motivou acesos debates em todos os países onde os bancos centrais têm reservas de grande dimensão. Em Portugal, Miguel Cadilhe é dos que apresenta mais sugestões. Para o ex-ministro das Finanças e agora candidato à liderança do BCP, o Estado devia vender o ouro para financiar os custos inerentes a uma reforma da administração pública que dispensasse milhares de funcionários. Este tipo de medida já deparou, no entanto, com a oposição do Eurostat em relação a outros países, já que não aceita a contabilização no défice desta receita
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