Na divisão ideológica entre a "alcatifa" e o "cimento", entre os "suits" e os "overalls", nada distinguia tanto as massas trabalhadoras dos "opressores" dos escritórios como o fatinho, a farpela, a indumentária de trabalho. Isto lá para os anos do capitalismo selvagem , 1950 (ou agora??!!).
Depois as coisas começaram a mudar. Hoje (e ontem com mais propriedade, antes do fisco armar ao pingarelho) ainda há mecânicos biscateiros que ganham mais do que diretores de bancos e conduzem Alfa-Romeus...Uma confusão para os teóricos da luta de classes.
Sempre houve profissões em que casaco e gravata são o fato macaco dos mecânicos, ou a bata dos enfermeiros.
Qualquer vendedor (de automóveis, de propriedades) , qualquer empregado bancário, qualquer professor de liceu ou da faculdade nos tempos antigos, porque agora a liberdade é plena.
Quando algum gerente de companhia de seguros recebe o cliente usa fato e gravata. Qualquer embaixador de Portugal normalmente convida para jantar em sua casa e usa fato e gravata à mesa.
E nunca se esqueçam que (sem segundas intenções ou mal entendidos) não existe bom vigarista que não se vista no Lourenço e Santos!
Se é admissível que as senhoras em escritórios possam usar jeans, coordenando os Trussardi com as blusas da Charlot ou com um casaco da Chanel (ganda escritório esse...para aí em Nova Iorque), já o uso e os bons costumes impedem que os homens utilizem as velhas Levi's nas mesmas condições.
O Comendador Berardo era adepto do showbusiness look, casaco Boss preto por cima de calça e T-shirt também pretas, ambas de boa proveniência.
No caso dos treinadores de futebol, durante os jogos, temos o Jesus, que não abdica do fato de Treino à bimbo (et pour cause), enquanto que o Mourinho vai de fato sem gravata e o enorme Sir Alex Ferguson por norma usava gravata.
No meu caso reservo as gravatas para ocasiões de reuniões mais formais e gosto de andar no dia-adia com o pescoço destapado. Essa a maior (bem, não sendo mauzinho, uma das maiores) revolução que nesta casa centenária fez o Presidente Nazaré. E como a aproveitei!
Com a privatização como será? Depende do "dono"... Aplicar-se-á a velha máxima do burro e da albarda.
Para já uma coisa é certa: Casaco fará sempre parte da indumentária de trabalho dos homens dos escritórios.
Não é para tapar nada (embora no meu caso dê um jeito do caraças para disfarçar a pança), nem sequer por causa do frio. Simplesmente porque não usando os homens malinhas de mão, e tendo (felizmente) caído em desuso a infame "pochete-mariconera" , é do casaco que a malta faz alforge.
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