quinta-feira, agosto 29, 2013

Em Louvor do Alvão



O Parque Natural do Alvão Abrange parte dos concelhos de Vila Real e Mondim de Basto, ocupa uma área de 7.220 hectares quase todo inserido no  maciço montanhoso da Serra do Alvão  e  juntinho à bacia hidrográfica do Rio Olo.
É uma Barreira natural que separa Trás-os-Montes do Minho, um vasto conjunto de montes cobertos de vegetação, oferecendo a quem o visita panoramas de cortar a respiração… Vamos ler a descrição oficial e imaginem-se já no local:

Esta paisagem é marcada por matos baixos e afloramentos rochosos, associados às áreas de baldios, onde se apascenta a cabrada, aqui e ali ponteada pela floresta, pinheiros, carvalhos e sobreiros, áreas de cultivo, centeio, milho e batata, e lameiros, onde se cria o gado maronês, num perfeito enquadramento de ecossistema de altitude, é pois caracterizada pela agro-silvo-pastorícia associada aos pequenos aglomerados populacionais. Ao lado dos carvalhais que dominam as zonas mais elevadas, há plantas raras como a Rorela, uma espécie carnívora que medra nos terrenos encharcados e margens dos cursos de água onde se associa o vidoeiro, bem como a aveleira, o azevinho, o castanheiro e o loureiro formando bosques mistos.”

Nesse local paradisíaco existiu a  primeira experiência em Portugal de produção de cabrito bravio biológico a cerca de 900 metros de altitude, numa área de 50 hectares, onde uma centena e meia de  animais pastavam livremente. A exploração, perto da aldeia de Souto (Vila Pouca de Aguiar), era vedada com uma cerca de quatro quilómetros. Para se protegerem dos rigores do Inverno e do microclima de altitude, os chibinhos dispunham de abrigos. O carácter biológico da criação do cabrito de raça bravia respeita uma série de requisitos, entre os quais a não adição de adubos ou correctivos químicos nas pastagens. Os solos não podem ser lavrados sem a autorização das entidades certificadoras, e, em lugar dos fertilizantes químicos, é incorporado restolho e mato nos solos, de acordo com o plano de pastagem.
A Serra do Alvão está a arder há já 2 dias ou 3. Arde um património do parque natural que nos pertence a todos e que me deixou muito boas recordações alguns anos atrás.
Nessa altura, ainda a memória demasiado fresca da morte de minha mulher, andava por esses caminhos de Vila Real com o meu senhorio quando me falaram da “absoluta necessidade de visitar o Alvão”. Mas parando mesmo!
Lá fomos, servindo-nos de engodo e de pouso amável o Restaurante Repentina (Poiares – Peso da Régua; telefone – 254 906 145; 254 906 375) onde comi um dos melhores (talvez o melhor) cabrito assado no forno da minha vida em restaurante.
Em pleno Parque do Alvão passei algumas horas deslumbrado nas “Fisgas do Ermelo” , onde acabei também por jantar no Restaurante Mineiro. Leiam mais aqui sff:
Por todos estes motivos vejo com um aperto no peito o que se está a passar nessa região. E mesmo que os entendidos nos digam que – no médio a longo prazo – os fogos até podem contribuir para a melhor renovação da Floresta e para a fertilidade dos solos, o meu grande receio , conhecendo o país e os seus indígenas, é que nos desatem a plantar eucaliptos por aquelas serranias …

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