terça-feira, março 27, 2012

Dia Mundial do Teatro

Em Portugal fui ao Teatro pela última vez em 1998, ver o grande Ruy de Carvalho no Rei Lear, ao Teatro Nacional. Depois disso, já neste século, tive a felicidade de ver em Paris o “Malade Imaginaire” de Molière e, um ou dois anos mais tarde, em Londres, “The Merrry Wifes of Windsor” do W. Shakespeare.

Convenhamos que é pouco…

Filmes vejo quase todos os meses…O último foi “Hugo” de Mestre Scorsese. E gostei!

Porque será? Há quem diga que é pela proximidade ao Actor, pela vergonha de nos encontrarmos numa sala com cada vez menos pessoas… O que obviamente traduz o início de um círculo vicioso fatal.

Outros referem o preço, outros ainda falta de paciência para ver “coisas sérias”, nestes tempos em que a realidade já será cinzenta que baste. E, alguns que têm o cinema ao pé da porta, declaram que não há já pachorra para vir de Lisboa fora de horas…

(mas se for por causa de uma noite no Bairro Alto…)

Eu, pecador, me confesso. Não sei bem os porquês deste afastamento, até porque tenho um Teatro quase ao lado de minha casa (Teatro Mirita Casimiro).

Mas pode ser que a minha redenção comece aqui e como o velho Frei Tomás (faz o que ele diz, mas não o que ele faz) , faço um apelo generalizado para que não se esqueçam do Teatro.

E transcrevo, na sua simplicidade, a admirável comunicação de John Malkovich para esta ocasião:

“O ITI – International Theatre Institute UNESCO, honrou-me ao convidar-me para redigir a mensagem comemorativa do 50º aniversário do Dia Mundial do Teatro. Vou dirigir estas breves palavras aos meus companheiros do teatro, colegas e amigos.

Que o vosso trabalho seja convincente e genuíno. Que seja profundo, tocante, comunicativo e incomparável. Que nos ajude a refletir sobre a questão do que significa ser humano e que essa reflexão seja conduzida pelo coração, pela sinceridade e pela bondade. Que superem a adversidade, a censura e a escassez algo que, na verdade, muitos de vocês são forçados a confrontar. Que sejam abençoados com talento e rigor necessários para ensinarem, em toda a sua complexidade, as causas pelas quais deve bater o coração Humano, tendo em conta a humildade e a curiosidade para fazer dessa tarefa a obra da vossa vida. E que seja o vosso melhor – porque o melhor que derem, mesmo assim, só acontecerá nos momentos únicos e efémeros – Em consonância com a pergunta mais elementar de todas.

“Porque vivemos?”

Merda!!!”

John Malkovich

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