Era inevitável. A ARESP informa que cerca de 10,000 restaurantes encerraram portas em 2010 ...
A maior parte deles na zona da raia, devido à grande diferença (5%) do IVA restaurativo cá e lá, na vizinha Espanha... Também nas zonas turísticas - Algarve - e por motivos semelhantes: quando o veraneante não vem dormir também não come.
Nalguns restaurantes que frequentamos os Patrões estão paulatinamente a despedir os empregados mais novos na casa...Indemnizando, está claro, mas mesmo assim faz pena. E contratos com empregadas das copas, mulheres-a-dias, etc...não são renovados.
Ainda será pior, temo eu. Em 2011 menos gente será frequentadora e mais Restaurantes terão que fechar.
Quem se vai aguentar serão sobretudo as empresas familiares, onde o negócio é feito à roda da prestação do trabalho de todos os elementos da família, com poucos outsiders. Dessa forma trabalham o Galito, o Pedro da Horta, o Degrau L. Daqui lhes desejo que continuem a bem servir por muitos anos e bons.
Outros ainda estarão "na moda" e com deleite vão colher os frutos da abastança angolana ou oriental, para não dizer brasileira. Terão como principais Clientes as Sociedades de Advogados que com essas gentes trabalham, as Farmacêuticas que pelos vistos fogem à crise, as Galps, EDP's e outras da Energia.
Para mal, mesmo mal, vão estar as antigas casas burguesas e sólidas , das comidas tradicionais, onde o Lisboeta e o Portuense iam almoçar durante a semana e levavam a família aos fins de semana... Essas - Funil, Polícia, Tia Matilde, Tertúlia, e quantos mais - têm de fazer das tripas coração e aguentarem-se durante mais algum tempo, à espreita da retoma.
Terão cabedais para isso? Nalguns casos, francamente, duvido.
O que lhes desejo, sinceramente, é boa sorte e coragem. Que pena seria fecharem alguns desses baluartes da cozinha tradicional lusa!
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