Os Abbruzos são uma parte montanhosa de Itália onde nunca estive mas que é famosa pela caça , pelos seus costumes ancestrais dos velhos senhores lombardos que por lá tinham feudo e pela rusticidade de algumas das suas cidades, locais onde o Renascimento parece que não chegou, preservando até aos dias de hoje uma arquitectura forte, pura e dura, à moda do estilo Românico, pesada de contrafortes e de apoios, livre das artes da pedra rendilhada que o Gótico veio trazer mais tarde.
Tudo isto, toda esta alternativa granítica e de musgo às delicadezas de Florença, na antiga cidade de Áquila, terá ficado em ruínas ontem de madrugada.
E, ao olharmos para a implantação da cidade, erguida sobre raízes de rocha alta, quase como a Guarda na nossa Beira Alta, quem diria que era assim passível de ser sacudida como um qualquer lugarejo feito de casas humildes de madeira?
Quase 200 mortos, 70,000 desalojados, milhares de feridos. Um património da Itália como terá sido antes do Cinquencento que não será possível de recuperar.
E é inevitável que se faça a pergunta:
Se fosse em Lisboa, na conhecida falha tectónica da nossa costa, como seria?
Que meios de salvamento temos disponíveis para estas calamidades? Quantos prédios (de construção anti-sísmica, ou não) na Cidade do Tejo poderiam aguentar estes espasmos da Terra? Quantos mortos ?
Dá que pensar... Mas o ideal é que também desse para Agir, para Planear, para Prever e para Acautelar...
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