Os portugueses andam mais irritadiços... Nota-se sobretudo no agravamento da falta de educação cívica, por exemplo, ao volante.
É verdade que - juntamente com italianos - sempre tivémos a fama de nos transfigurarmos ao volante, quais cavaleiros andantes que só necessitam de um corcel entre as pernas e uma cobertura de lata para se "amandarem" para cima dos ímpios e infiéis, pedestres ou também eles motorizados...
O estacionamento em frente às portas das garagens , em locais reservados ou em cima dos passeios, tem sido de certa forma controlado em Lisboa (falo do que conheço) graças ao zelo (não será este zelo também algo exagerado?) da EMEL e dos seus "muchaxos", que acorrem alegremente às viaturas relapsas para as rebocarem ou imobilizarem...
Então, privado desse escape tradiconal, o condutor lisboeta procura outras formas de dar largas à sua frustação , desde chamar nomes feios e fazer sinais obscenos aos "EMEL" dentro da segurança do seu veículo, até encetar violentos sprints para ocupação do 1º lugar na grelha dos sinais vermelhos.
E há na via pública - pelo menos assim me parece- cada vez mais trocas acaloradas de palavrões , ameaças e até bofetões e murros...
Não sou psicólogo do comportamento , mas acho que para o agravamento deste "estado anímico" do português médio em muito contribui a falta de dinheiro para a gasolina e para os gastos lá de casa, a mulher aflita que já não aguenta o mês todo com o dinheiro do costume, a filha e o filho a precisarem de roupa, de livros para a escola, de... e por aí fora.
Nas vésperas do muito esperado discurso socrático sobre o Estado da Nação bom seria que houvesse forma de aliviar esta pressão despudorada sobre a infeliz Classe Média portuguesa enquanto esta ainda existir...
Porque, pelo andar da carruagem, caminhamos (aos murros e aos pontapés) para uma verdadeira "tropicalização" da nossa Sociedade: Os Ricos mais ricos e os Pobres mais pobres.
E no meio não haverá nada!
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