Luis Nazaré anunciou ontem ao fim da manhã - sem qualquer aviso prévio - a sua intenção de não aceitar o convite que lhe fora feito para continuar mais um mandato como Presidente dos CTT Correios de Portugal S.A.
E agora?
Compete à Tutela decidir durante ou após a Assembleia Geral prevista para Abril. Ou escolhe a via da continuidade, nomeando um dos actuais ADM's para Presidente (como foi feito com Emílio Rosa após o 2º turno de Norberto Pilar) ou então nomeia outro Presidente, o que - em princípio - fará com que os actuais Vogais não sejam reconduzidos de forma automática.
Os motivos oficialmente dados para esta decisão de Luis Nazaré foram de cariz estritamente pessoal.
Para além do que muitos de nós irão ler nas entrelinhas desta decisão, parece normal que a conclusão do seu Doutoramento no ISEG tenha também tido importância na escolha de Luis Nazaré.
Dir-se-á que foi um Presidente de "asa ferida" ( e não é piada ao seu benfiquismo!!) que veio tomar conta dos CTT, ansiando provavelmente por uma posição mais ligada às novas tecnologias e às Telecomunicações (PT e outras que tais).
Dir-se-á também que poderia ter estado mais presente no dia-a-dia da gestão empresarial.
Dir-se-á, enfim, que tentou transportar a actividade dos CTT para o meio das Telecomunicações, que muito melhor conhecia, acreditando honestamente que era esse o caminho do futuro da actividade postal em Portugal.
Não se poderá, contudo, nunca dizer que abdicou da sua responsabilidade de liderança ou que comprometeu a capacidade da Empresa vir a responder com eficácia aos desafios do Mercado aberto.
Muito pelo contrário, hoje os CTT - quer queiremos quer não e por muito que custe a alguns "saudosistas" do PREC - estão mais modernos, mais flexíveis em termos de estrutura laboral (o AE do início dos anos 80 parecia mais uma "iron maiden" medieval do que uma ferramenta de trabalho) mas, e sobretudo, estão no caminho certo do rigor e da consolidação orçamental ao nível das melhores práticas económico-financeiras das Empresas da especialidade.
Houve desaires pelo caminho - Banco Postal, Via CTT - é natural, pois só erra quem tenta fazer.
Mas se me é permitido dizer sem "cheirar a manteiguismo" de responsável envolvido nestes resultados de 2007 que foram ontem anunciados, estão hoje os CTT em termos de preparação para o futuro difícil e competitivo que por aí vem, muito melhor preparados do que estavam em 2003.
Isto é verdadeiramente o que penso e mais não digo, porque quem me lê e é da "malta" sabe bem do que estou a falar.
Lá tenho de pôr na lavandaria outra vez as gravatas... que vão decerto estar outra vez de moda com a nova gestão , a conhecer lá para o final de Abril...
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