quinta-feira, março 27, 2008

20% de IVA e 2,6% de Déficit


Anunciou ontem José Sócrates aos Portugueses que o excelente resultado na consolidação orçamental para 2007 (esperava-se um déficit nas contas públicas de 3%, conseguiu-se 2,6%) permitiria reduzir um ponto percentual ao IVA baixando-o de 21% para 20%.

Estará na altura de abrir o Champagne?

Olhem que ainda é cedo demais para isso...

Como entender estas resoluções? Na minha opinião estas resoluções devem ser sobretudo vistas como "sinais" que a economia está no bom caminho e nem tanto como permitindo desde já poupanças efectivas às Empresas ou aos consumidores individuais.

1% a menos no IVA só começa a fazer-se notado no cômputo de milhões de operações individuais de compra e venda, ou então nas "grandes" operações, como a compra de transformáveis ou de componentes industriais.

Mas com esta declaração foi dado o "sinal" de que os sofrimentos e as amarguras sofridas pelo pobre português , pagante de impostos e trabalhador por conta de outrém, podem não ser a sua única expectativa nesta vida ...

Repararam como as Empresas prefiririam - de acordo com os seus representantes nas Associações - uma baixa nos Impostos sobre os Lucros a esta diminuição do IVA?

Nem discuto do ponto de vista da gestão, mas infelizmente as Empresas não votam...

Poderá o País chegar brevemente à situação superavitária da Espanha em termos de contas públicas? Não será nos anos mais próximos. Não temos estrutura económica de base (indústria sobretudo) para isso... Mas estamos a melhorar e isso é que é importante!

2,6% de déficit será o déficit mais baixo do período democrático inteiro, segundo disse também ontem o PM.

E antes, na ditadura? Há quem afirme - e é verdade - que depois da 1ª República , com o Estado Novo de triste memória , Portugal em termos de Contas Públicas tinha de facto mais Receitas do que Despesas...

Mas não tinha praticamente Segurança Social nem Pensões de Reforma generalizadas, e ainda por cima tinha as Colónias a servirem de "mulas de carga" e produtoras do "trigo" e do "milho" para o "moinho" continental.

Não convém esquecer isso.

A ver vamos, com fé no Governo e na Cobrança cada vez mais efectiva dos Impostos aos tinhosos que não costumavam pagar o que deviam.

E, é claro, talvez que a relativa proximidade da época eleitoral ainda nos traga mais alguma boa surpresa, qual Pai Natal , lá mais para Dezembro...

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