quarta-feira, outubro 01, 2014

A Saltarilha

Nem só no Alentejo vive a Lebre! Já que estamos numa onda de Trás-os-Montes, seguimos meu mestre Torga e vamos vê-lo a caçar alguma lebre, sempre na companhia do bom amigo e padre Avelino Augusto da Silva.

Diziam os antigos transmontanos que a lebre até um ano quer-se assada na brasa apenas com sal. Entre um ano e dois já necessita de ser salteada depois da assadura. E quando tem mais de dois anos será mister guisá-la com todos os temperos a que tem direito.

Fui respingar uma receita de Lebre à Transmontana (não assevero se é muito antiga) e que vos deixo aqui com o "óbvio" conselho: como quem não tem cão, caça com gato, à falta de lebre usem coelho! (Mas...não é a mesma coisa...).

Uma lebre de um kg e meio,  350 g favas, 350 g cenouras, 8 batatas pequenas,  duas cebolas às rodelas finas, duas ou três colheres de sopa de banha, 150 g toucinho, Sal e Pimenta a gosto.
 Depois de  esfolar e lavar muito bem a lebre (com vinho branco), parte-se aos bocados e vai a uma sertã alourar em banha. Em estando alourada deita-se num tacho de fundo bem grosso, com toucinho cortado em quadradinhos, mais uma colher de banha, a cebola às rodelas, sal e pimenta. Temperem e deixem assim puxar uns minutos em lume médio a forte. De seguida coloquem os outros ingredientes e vai guisando lentamente, desta vez em lume brando. Vão provando e rectificando os temperos.
E para acompanhar? Um Tinto Transmontano de raça e corpo: Valle Pradinhos 2011 Grande Reserva Tinto, um misto de Cabernet e Touriga, a 25€. Se comprarem a lebre têm de gastar algum no vinhito!
Caso seja coelho no tacho, bebam o Valle Pradinhos Colheita do ano, que ficam bem à mesma!


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