sexta-feira, outubro 10, 2014

Para Descansar a Vista

Ainda com as costas a arder das horas passadas em pé e sentado , nas cerimónias do Dia Mundial dos Correios  - vão ver os detalhes à nossa página de FaceBook :


 - aqui venho dar o inevitável poema.

Começo por uma frase de Quintana, para nos fazer pensar:

"Uma borboleta amarela voa perto do chão.
Ou será uma folha de árvore que se desprendeu  e ainda não quis pousar?"

E termino, em Outubro, com  um poema a condizer pelo nosso Grão Mestre da Poesia:

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]


Fernando Pessoa



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