sexta-feira, fevereiro 17, 2012

Para Descansar a Vista

Tema para este Post só poderia ser o "Carnaval".

Se não estamos muito virados para brincadeiras -  porque os tempos não o permitem, porque não há tolerância de ponto, porque não há (estamos a meio do mês ) lecas para o pitrol, porque não há vontade nenhuma de gozar aos carnavais já que a vida de todos os dias quase que se tornou num autêntico carnaval -  mesmo assim, e sendo tudo isso verdade, ainda mais força tem esta minha injunção para que se divirtam!

As tardes de Sábado e os Domingos (por enquanto) ainda nos pertencem. Vamos  ver o que se pode fazer,  gastando pouco.  Há bons filmes a estrear, há sol para passear, há o mar sempre ali a chamar por nós, e, se o mundo fosse perfeito, devia também  haver uma  mão que a nossa pudesse procurar devagarinho, dedo a dedo, para espantar a solidão e aquecer a alma durante estes dias.

Também o grande Vinicius, "capitão do mato, o branco mais preto do Brasil", sentia esta quadra na corda bamba entre o "bem" e o "mal". Ora leiam sff este maravilhoso soneto de desencontros:

Soneto de carnaval

Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.

Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.

E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim

De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo.


Vinicius de Morais (Poemas, sonetos e baladas)

Mas apesar da amargura, este mesmo Vinicius também escreveu noutra ocasião ,e na altura obviamente preso de mais um grande amor:

"Se o amor é fantasia, eu me encontro ultimamente em pleno carnaval"

Nesse sentido, um grande Carnaval para todos os leitores!

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