Esta, que ainda não acabou, foi Semana de comer fora por três vezes - o que, nos tempos que correm, parece quase Natal...
No sempre estimável NOBRE, ali ao Campo Pequeno, da Dª Justa e Sr Nobre, uma festa para todos os sentidos onde avultou a sopa de santola e o arroz de garoupa, ambos "de cair para o lado". Antes disso um Porto branco seco e a acompanhar a refeição um Alvarinho Soalheiro, já o de 2011, excelente como o seu antecessor. Com café, pagou-se 40 euros por cabeça.
Ontem, na Mealhada, ida à NOVA CASA dos Leitões, solar dos vinhos da Mata Fidalga. Leitão assado magnífico, Espumantes da Casa: tinto de 2009 (muito bom) e Branco Bruto Reserva Pessoal de 2006 (excelente). Aqui e também com cafés e mais nadinha, a conta subiu aos 30 euros , igualmente por cada corpinho que se apresentou à mesa.
Finalmente, em Alpiarça, na rota para a quinta da Lagoalva a comprar vinhos, surgiu à beira da estrada uma humilde casinha de pasto ribatejana "A CARAVELA". Prato do dia - Pá assada de porco (4 fatias) com puré de batata sem ser de pacote (duas mãos cheias). Estava bem boa! - meio litro de vinho branco de Almeirm (em jarro e também ele aprazível). Um café e um queijo seco, certificado, de cabra. Pagou o impetrante ...8 euros...
De 40 para 30 e daqui para 8. O que acham desta escadinha? Que comparo "alhos com bugalhos" certamente.
Assim é, mas dá para ver que o significado de "comer bem" pode ser glosado de muita maneira, à medida das bolsas, dos apetites, das viagens e até da "melancolia" que nestes dias manhosos parece ser uma doença que nos afeta a todos...
E se no Nobre privei com uma das melhores cozinhas que se podem atualmente fazer, em Portugal ou no Mundo, se na Nova Casa dos Leitões dei por mim rendido à boa etnografia regional da mesa (leitão e espumante clássico) , que hei-de dizer da humilde Caravela?
Que comi igualmente bem e que estava na sala um frio do caraças, porque apesar da lareira (lugares em redor já mais que tomados), ali não há nem ante-câmaras, nem tapetes espessos, nem ares condicionados, nem cadeiras "fufas" (nem fufas, nem fofas, eram de taberna, rijas como cornos e acabou-se!). Apenas, papel nas mesas e nos guardanapos, laje no chão e porta aberta para deixar entrar os convivas e o arzinho de Deus Nosso Senhor...
Recordo apenas o já bem conhecido aforisma de D. José ao seu confessor: "Padre, nem sempre Rainha, nem sempre Galinha!"
Por vinte vezes que vamos à Caravela (porque o merece na relação qualidade\preço que nos apresenta) , não se deixe de alimentar a fantasia gastronómica com uma ou outra ida aos "outros" locais. Aqueles que nos abrem a porta dos sonhos...
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